Descoberta e convite:)



O tempo passou rápido, e o outono chegava ao fim: era seu último dia de vida.

Tatyanna, jogada em sua cama, lembrava que a contagem do tempo para ela havia se tornado uma coisa sem sentido. Pra que comemorar a chegada do inverno, se talvez nunca mais visse o verão? Não tinha nada a ver. Não iria ao Baile de Inverno. Era muito deprimente saber que iria morrer dentro de pouco tempo. Nas vésperas do baile, pensava no que fazer na hora do baile. Pensou em pegar alguns livros na biblioteca e varar a noite lendo. Essa decisão de não ir ao baile foi ajudada também, por ninguém tê-la convidado para ir. Ou seja: estava sem parceiro.

Nessa semana que tinha se passado, ela se dedicou a pensar em seus sentimentos. Harry havia tomado sua mente de uma forma tão surpreendente! Desde o primeiro dia em que o vira, na janela do corredor, quando havia recebido a notícia de que seus pais haviam morrido, e ele a foi consolar, não conseguiu mais esquecer daqueles olhos verdes e misteriosos. Sabia que se tornariam amigos a partir daquele momento, porém não sabia que seus sentimentos em relação a ele pudessem mudar. De amigo passar a ser...mas ser o quê? Estava confusa. Mas depois de tanto pensar, descobriu que o amava, e que sem ele, sua vida não teria mais sentido.

Porém, sabia que não podia amar ninguém, sabia muito bem que não viveria por muito tempo, sabia muito bem que o segredo que guardava também a impossibilitava de ter qualquer tipo de envolvimento sentimental. Depois que Harry soubesse de seu segredo, não iria mais falar com ela, e passaria a vê-la como inimiga. E tinha ainda mais um problema: será que Harry gostava dela? O mais provável era que não gostasse. Ela era uma pessoa marcada para a morte, e Harry sabia disso, portanto evitaria qualquer tipo de sentimento maior do que amizade por ela.

Ficou trancada no quarto durante todo o dia. Não queria ver Harry...deveria esquecê-lo.

***

Harry estava triste. Sua amiga poderia morrer a qualquer momento. Ele sabia que não tinha forças o bastante para defendê-la do Lorde das trevas. O que restava era rezar. Rezar para que esse dia nunca chegasse. Rezar para que eles não se separassem. Rezar para não perdê-la para sempre.

Depois do desabafo de Gina no refeitório, há duas semanas atrás, Harry não conseguia parar de pensar em Tatty. As palavras de Gina ecoavam em sua cabeça, e ao mesmo tempo, ele tentava as encaixar na realidade. Elas faziam tanto sentido...será que eram verdadeiras?

Sim, elas eram. Estava perdidamente apaixonado pela brasileira, aquela brasileira que ele consolou na janela do corredor, aquela garota que confiava nele mais do que tudo, aquela menina que ele prometeu a si mesmo de protegê-la, custasse o que custasse. Mas como iria dizer isso a ela? Ele era muito corajoso quando o assunto era proteger os amigos. Mas quando envolvia sentimentos, a coragem lhe faltava.

Pensou bastante e concluiu que sua chance de se declarar a ela era no baile do dia seguinte. Mas ainda tinha de convidá-la.

“Eu vou convidá-la para esse baile agora. Eu sei que está um pouco em cima da hora, mas sem ela eu não vou nesse baile”.

Harry tomou uma ducha e colocou uma roupa apresentável. Saiu em direção ao dormitório dela. Sabia que ela ficara trancada nele o dia todo. Há duas semanas estava deprimida, como que esperando a morte chegar. Mas Harry sabia que nem tudo estava perdido. Ela tinha de viver a vida, não importando o que pudesse acontecer no futuro. A gente deve viver o presente, não se arrepender do passado e muito menos ter medo do futuro.

Chegou lá e deu duas batidas de leve na porta do quarto dela.

- Quem está aí? Por favor,...eu não quero ser incomodada.

- Sou eu, Harry...

- Por favor, Harry...vá embora...eu quero ficar sozinha... – Ela não queria vê-lo. O amava demais e sabia que não podia.

- O que eu preciso falar com você é muito importante...por favor, deixe-me entrar...

Ela levantou-se de sua cama, com muito pouca vontade. O amor falou mais alto do que sua razão. Abriu a porta para ele e o indicou a poltrona.

- Sente-se. Estou toda ouvidos.

- Olha, eu sei que eu sou um chato de ter vindo te incomodar. – Tatyanna deu um sorriso, em meio a sua tristeza. – Mas o que eu tenho pra te falar é importante...pelo menos pra mim.

- Pode falar, eu não estou brava com você.

- É que eu... – Harry ruborizou-se. – Bom, eu... – A coragem não lhe vinha. Porém respirou fundo e falou. – Eu queria que você fosse minha companhia no Baile de Inverno.

- Lamento, Harry, mas eu não posso ir ao baile com você. Você sabe muito bem que estou destinada a morrer, então o que vale se divertir? E eu também não fiz nenhum vestido para ir a esse baile.

- Você vai comigo a esse baile, nem que seja arrastada! – Harry falou, brincando. – E quanto ao vestido, não há problema. Você fala com a Mione que ela te arranja um.

- Ach, Harry, você sabe muito bem que eu estou brigada com ela, não sabe?

- Você não acha que está mais do que na hora de perdoá-la? Vocês já estão a quase um mês sem se falarem! Chega dessa história. Ela já não te pediu perdão? Então perdoa!

- Tudo bem...também acho que ela merece meu perdão agora. Está arrependida.

- Tá. Mas você vai a esse baile comigo, agora? Vê se te anima um pouco! Vive a sua vida, vive o presente!

- Tá bom, tá bom...eu vou ao baile com você...a gente se encontra amanhã na escadaria da sala comunal, OK?

- Sim...mas agora eu vou indo. Você ainda tem que resolver essa história com a Mione...tchau, e até amanhã!

- Até!

***

Tatyanna bateu no quarto de Mione. Já passavam das oito horas. Todos já haviam jantado, e ela com certeza já estava em seu quarto. Mione estava a ler o livro Utopia, e encantava-se a cada página que lia. Como um de seus hobbys favoritos era a leitura, lia todas as noites um capítulo de seu livro trouxa favorito. Ouviu as batidas na porta, então colocou o livro em cima do criado-mudo, colocou seus chinelos de pano, e colocou um chambre. Já estava de camisola, não poderia aparecer com pouca roupa na porta.

Quando abriu a porta, levou um susto.

- Tatyanna? Que surpresa te ver aqui!

- Posso entrar, Hermione?

- Cla-claro, entra...pode se sentar. – Disse, referindo-se à poltrona de estimação que possuía em seu quarto. – O que a traz aqui, a essa hora?

- Bom, você sabe que estou sem falar com você faz um bom tempo.

- Evidente que sim. Você sabe que eu me arrependi de ter brigado com você, não sabe?

- Sim, eu sei. E é por isso que eu estou aqui. Vim lhe dizer que lhe desculpo, e também lhe peço desculpas por ser tão rancorosa.

- Ah, que bom, Tatyanna! Você não sabe o peso que tira de minha consciência! Temia de nunca mais poder conversar com você! És a melhor amiga que já tive em todos os anos de minha existência!

E assim, as duas se levantaram e deram um abraço apertado e longo, como se nada lhes tivesse ocorrido anteriormente. Elas fizeram as pazes, e logo começaram a falar sobre o Baile de Inverno.

- Mione, com quem que você vai ao baile de Inverno?

- Eu não sei se vou a este baile, eu não tenho par...

- Como assim, “Não tem par”? Você é tão bonita e educada, quem não iria querer ir ao baile com você?

- Eu estou sem par decente, eu quis dizer! O Neville me convidou para ir com ele, mas eu queria ir com outra pessoa.

- Ai Hermione...você queria ir com o Harry? Desculpa, ele já me convidou, mas se você quiser eu digo que...

- Não, não é o Harry, é outra pessoa. Mas deixa pra lá. Então quer dizer que você vai ao baile com o Harry? Já mandou fazer um vestido?

- É exatamente aí que você entra! Eu queria saber se você tem algum vestido que eu possa usar. É que o Harry me pegou desprevenida, eu nem ia a esse baile...

- Tenho sim. Mas qual é seu manequim?

- 38...

- Oh, claro! É bem o número do meu manequim...deixa eu ver...o vestido mais lindo que eu encontrar vai ser seu! – Hermione mexia e remexia o armário que possuía. Estava lotado de vestidos de festa. Afinal, já estudava ali a três anos. – Achei! Esse aqui está bom?

- Que vestido lindo, Hermione! Você tem certeza de que não vai precisar dele? – Ela estava encantada com a beleza do vestido.

- Tenho...e você pode ficar com esse vestido pra você, porque eu já tenho bastantes vestidos.

- Jura? Ai, obrigada mesmo! Desculpa por ter sido rancorosa demais com você!

- Tudo bem, eu é que lhe devo desculpas! Mas eu acho melhor você ir para o seu dormitório, antes que a professora Minerva passe nos quartos.

- Oh, sim, mas então tá! Até amanhã!

- Até!

Tatyanna saiu do quarto de Hermione eufórica, pensando em tudo o que poderia acontecer no baile do dia seguinte.

Coments da autora: Espero que estejam gostando da fic. Po isso, comentem, por favor! Beijos a todas as pessoas que a estão lendo! E quero agradecer a vocês, leitores! Minha fic está quase atingindo a marca dos 500! Valeu mesmo, gente!

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