Encontros e desencontros
- Poxa, Hermione! Eu estou extremamente irritado com você! Me magoou fundo!
- Ora, Harry! Quem tem que estar irritada aqui, sou eu! Você devia ter vergonha do que fez comigo! Como pôde me trair? Eu, que sempre fui fiel a você...
- Olha, me perdoe, minha sincera amiga! Eu estou realmente envergonhado. Mas, eu estou espantado quanto à sua reação para com Tatyanna...antes que você comece com seus xingamentos, eu te peço: pare com isso. Este tipo de atitude não combina com você.
- Tá. Mas como você foi me trocar por aquela... - Harry olhou para Hermione, levantou a sobrancelha em forma de reprovação. - Tudo bem...desculpe. Por aquela...garota?
- Eu não te troquei por ela.
- Como assim, se vocês...?
- Foi tudo um impulso. Mas temos que esclarecer essa situação. Acho melhor nós terminarmos nosso namoro...a gente...mal se vê e...
- Entendo. A distância, os estudos, e agora esse seu “impulso”...realmente, não dá mais.
- Por favor...eu não quero que fique triste...eu ainda gosto muito de você...mas as circunstâncias... - Harry estava abalado. - ...nos impedem de continuar...
- Eu é que não quero te fazer sofrer...já faz um tempo que eu quero terminar esse namoro...é que...eu...não...te a-amo...mais...
Aquilo caiu como um balde de água fria em cima de Harry...afinal, por menor que fosse o amor que ainda sentia por Mione, aquelas palavras não deixavam de ser duras para ele.
- Então po-por que...?
- Eu estourei com Tatty porque nenhuma mulher gosta de ser traída, né Harry!
- Então você vai agora pedir desculpas à Tatyanna. - Aquilo saiu automaticamente de sua boca.
- Como é?!
- Vá lá agora! Sabe muito bem que está errada.
- Tá bom, eu vou.
Hermione foi até o quarto de Tatty. Tentou argumentar, mas Tatty nem quis ouvir.
* * *
Amanheceu. O dia calmo de outono parecia acalmar a mente nervosa de Draco, pois era a primeira vez, em todos os seus anos de existência, que acordara relativamente bem. A lembrança que trazia de Gina o fazia ter motivos para acordar todos os dias. A linda garota Weasley, de alguma forma, o acalentava e o fazia esquecer de seus problemas, mesmo estando distante dele.
Aquele garoto mal que Draco aparentava, ia se acabando a cada dia que passava. O pensamento que, antes de conhecer Gina, o fazia seguir, “O amor te humilha, o ódio te embala” ia deixando de ser verdadeiro. Seu amor por Gina o tornava forte e ao mesmo tempo o enfraquecia. Sua impotência em relação a ela o deixava extremamente irritado. Ser conhecido em toda a Hogwarts como rabugento, grosso e esnobe o distanciava cada vez mais de seu sonho: ter Gina para ele.
“ O que posso fazer? Ela, que parece ser tão frágil, e meiga, nunca se interessaria por alguém como eu. Tenho que me conformar”.
Draco levava esse pensamento consigo, mas quando a via, esquecia de tudo isso, e pensava: “ Um dia essa Weasley será minha!”
Naquela manhã de outono, Malfoy resolveu: “Vou à biblioteca pegar alguns livros, para me distrair um pouco, e esquecer Gina, pelo menos por um dia”. Chegou lá, e logo na entrada, havia uma moça, carregada de livros até a testa. Iria fazer como o de costume: a faria derrubar todos os livros que tinha em mãos.
Mas algo dentro dele dizia para não fazê-lo. Parado na porta da biblioteca, pensando, nem percebeu que a garota dos livros vinha em sua direção. Ela esbarrou nele e deixou cair todos os livros. Atrapalhada, começou a juntá-los, e havia percebido que Malfoy estava na sua frente. Estava pronta para revidar caso ele viesse a ofendê-la.
Draco reconheceu os cabelos cor-de-fogo da moça: era Gina! Num impulso desesperado, começou a ajudá-la com os livros. Ela olhava para ele espantada: “ Um Malfoy me ajudando? Algo está errado.”
Malfoy fitou os olhos azuis de Gina, e ela fitou seus olhos acizentados. O coração dos dois bateu mais forte. Mas Gina lembrou: “ Ele é um Malfoy!” Juntou os livros rápido e agradeceu a ele pela ajuda. Se retirou da biblioteca com a mente atordoada. Malfoy a viu partir.
“ Eu desprezava aquela Weasley e agora a amo. Será que ela não poderia deixar de me desprezar e passar a me amar? Tudo pode mudar, como eu, que vou mudar, e vou conquistá-la, sinceramente...”
Draco resolveu não ser o que seu pai queria que ele fosse. E iria passar a ser o que ele queria ser: uma pessoa capaz de amar e de mudar.
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