Apenas começamos



Capítulo 16- Apenas começamos


“E nossa história não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar...”


Lola fechou o malão ansiosa.


-Vamos logo, Meíssa! –gritou para a amiga, já saindo do quarto.


A morena passou pelo quarto da irmã e bateu à porta. Sem esperar uma resposta já foi entrando.


-Hilde? Está pronta? –perguntou, mas ao olhar não havia ninguém no quarto- Hilde?


Uma amiga da irmã entrou no quarto e a cumprimentou.


-Onde está Hilde, Beatrice? –perguntou Lola.


Antes que a garota precisasse responder, Hilde entrou no quarto massageando a cabeça. Ela estava um pouco pálida e sua expressão não era das melhores. Lola ficou aparavorada.


-Hilde? Você está bem? O que aconteceu? Onde você estava?


A ruivinha riu e afastou a irmã que lhe observava de perto.


-Estou bem, Lola. Só fui buscar um brinco que havia emprestado –respondeu ela, dando às costas para a irmã e terminando de fechar seu malão.


-Mas você me parece pálida... –disse Lola delicadamente, sem querer aborrecer a irmã.


-É só porque não tenho tomado muito sol... Ando evitando os jardins, por motivos óbvios –e deu uma olhada enfática para a irmã, que entendeu e se calou.


-Eu já estou descendo, então. Precisa de ajuda?


A menina simplesmente balançou a cabeça. Lola saiu do quarto dando uma última espiada para ver se a irmã não estava mentindo.


“Ela não brincaria com isso” pensou, tranqüilizando-se “Hilde sabe que esse é um assunto sério. Não me esconderia nada de importante”. Quando chegou ao Salão Principal o lugar já estava cheio. Muitos estudantes estavam indo para casa passar o Natal e o Ano Novo, embora o castelo nem de longe fosse ficar vazio.


Sentou-se à mesa e algumas pessoas ficaram observando-a. Merlim, isso nunca terminaria? Antes ela era assunto por ser a filha estranha de Harry Potter, agora que deixara de ser estranha aos olhos de todos, ainda assim ela sempre era um ótimo assunto para se comentar. Não que Hilde ficasse atrás, mas... Hilde parecia não se importar.


-Você não esperava que as pessoas ficassem quietas, esperava? –perguntou Joshua, sentando-se ao lado dela. Seu malão também pronto.


-Eu esperava ter paz ao menos uma vez na vida –disse ela, sorrindo.


-Não acho que a sua família se dá muito bem com o que as pessoas normais entendem por “paz” –respondeu ele, sorrindo também- E Hilde?


-Está descendo –disse franzindo o cenho- Quando ela chegar veja se ela está estranha ou se eu estou imaginando coisas.


Ele engoliu uma torrada e deu um riso de escárnio.


-Hilde sempre está estranha, Lola.


A morena ficou séria, mas diante do sorriso maroto dele acabou rindo também.


-Veja se ela não está mais estranha, então –completou.


-Aposto que ela está bem... –resmungou ele.


Ela não respondeu nada, e em pouco tempo apareceu a irmã conversando e rindo com a amiga e um outro colega primeiranista. Joshua olhou para menina e revirou os olhos.


-Ela me parece normal –resmungou.


-Não está muito pálida? –preocupou-se Lola- Ela disse que não tem tomado sol, mas...


-Se Hilde diz que está bem, então está bem –cortou ele- Pare de sufocar sua irmã.


Lola calou-se e engoliu o resto do seu café sem falar nada. Céus, estava prestes a ter um ataque.


-O jornal chegou –debochou Joshua- Quer ler a manchete?


-Não, obrigada –resmungou ela, de mau-humor.


-Ora, a foto é tão bonita...


Lola pegou o jornal de mau-humor. Uma foto dos seus pais figurava a manchete, a qual ela não leu. Passou os olhos pelo jornal irritada então jogou-o para o lado.


-Eles estão tentando descobrir detalhes não divulgados. Semana passada conseguiram descobrir qual é o buffet e as comidas que serão servidas... Patético. –desdenhou- Olhe essa foto, os dois só estão namorando no jardim! Será que eles não têm nenhum assunto mais importante?


Joshua riu e pegou o jornal de volta, tentando ler a matéria.


-Ora, Lola, certamente existe algo mais importante. Só que isso é mais interessante. Quem precisa saber do preço da safra do salgueiro-doce quando “o casal mais famoso desde Ernest Feleti e Celestina Warbeck” vai casar novamente?


Ela bufou e não respondeu nada. Terminou de comer e saiu sendo observada por todos. Deixou que comentassem livremente, não ia deixar um bando de fofoqueiros estragar a sua felicidade.
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Entrou n’A Toca e seu estômago revirou, não agüentava mais o cheiro de doce. Olhou para a pilha de doces já prontos e suspirou cansada.


-Um casamento para 500 pessoas, mamãe, nós podíamos muito bem ter encomendado os doces, assim como nós fizemos com a comida... –resmungou Gina.


Molly nem deu atenção ao comentário da filha, continuou mexendo a varinha e comandando as várias panelas e doces ao mesmo tempo. Por mais que Gina reclamasse, Molly estava contente como nunca.


-Eu sempre soube, Gina. Sempre. E nem precisava ter poder especial que nem Hilde, era simplesmente olhar e entender. Vocês foram feitos um para o outro... E pensar que a primeira vez que vocês se viram foi na estação, ele estava tão perdido, lembra?


Gina revirou os olhos, mas Hilary sorriu. A sobrinha, filha de Gui e Fleur, estava de licença médica no trabalho e resolvera ajudar. A loura olhou para Gina e sibilou um encanto que Gina não entendeu. Enquanto a avó estava de costas, Hilary pegou sua varinha e escreveu no ar um encanto. Gina a olhou sem entender nada, mas Hilary fez um gesto, incentivando-a. A ruiva ainda ficou receosa, mas executou o feitiço. Na mesma hora parou de sentir o cheiro de doce.


-Ahhh, que alívio –suspirou ela, jogando-se numa cadeira.


Molly olhou para ela e levantou uma sobrancelha.


-Descongestionante –disse ela, apontando para o nariz- Estava entupido.


Hilary riu e continuou mexendo a varinha, fazendo com que os doces se enrolassem. Gina olhou para a mesa e pegou o jornal de mau-humor.


-É a terceira manchete essa semana. Eles não se cansam?


-Não mesmo –respondeu Hilary- E digo mais: aposto que estão provocando para ver se, aborrecidos, vocês dizem algo mais.


Gina começou a ler a matéria de má vontade, até que voltou a falar, irritada.


-Veja só, mamãe, eles dizem aqui que “seria ótimo ter um convite da festa para poder fazer uma cobertura ampla, de forma que todo o público que não é convidado possa saber o que aconteceu no casamento mais badalado do ano”! Aff, isso é um desaforo!


Molly acompanhou a neta e riu, para raiva de Gina.


-E olha essa coluna aqui... –revoltou-se a ruiva- Diz que uma série de casamentos de famosos já foram marcados para o início do ano, porque eles não querem ficarem atrás de Harry Potter e Gina Weasley! Céus, essa gente não tem mais o que fazer?


-Ah, isso é verdade –interrompeu Hilary- Saiu na Faces dessa semana que Adélia House e o noivo bonitão dela pretendiam se casar de surpresa essa semana, mas resolveram esperar mais um pouco, porque senão a mídia não daria cobertura nenhuma ao fato.


Gina bufou e continuou folheando o jornal, em busca de alguma outra porcaria que tivessem publicado a seu respeito. Ela ainda passava as folhas com violência quando Harry entrou.


-Olá, meu amor –disse, dando um beijo nela- Olá, Hilary. Bom dia Sra. Weasley.


-‘dia –respondeu Hilary.


-Oh, Harry querido, nós precisamos conversar sobre o seu terno. –apressou-se Molly- E temos que ensaiar a entrada de vocês na igreja e temos...


-Mamãe –interrompeu Gina, mais irritada que antes- Esse tipo de recado sou eu que dou.


Molly inflou e colocou a mão na cintura, mas antes que ela começasse a falar, Harry deu uma risada e pegou o jornal das mãos de Gina.


-Novidades?


-Nenhuma –resmungou ela- Só bobagens sobre o nosso casamento. Sabe, Harry, eu meu pergunto: porque eu quis um casamento grande assim?


-Para ter certeza que eu havia parado de me esconder –respondeu ele, meio entediado- Agora agüente, foi você que quis assim –ela não respondeu nada, e ele continuou a falar- Sabe, eu até que estou gostando.


Ela o encarou surpresa, mas ele continuou sorrindo.


-Ora, nunca tive uma festa grande assim. E, além do mais, é o nosso casamento!


-No segundo casamento, Harry –debochou ela.


-Que seja. Se fizermos um terceiro casamento, então chamaremos mil pessoas! –riu ele.


Ela riu e ele se levantou.


-Passei aqui só para vê-la. Vou buscar as meninas, devem estar chegando de trem.


Ele já saía quando voltou e, sem falar nada, pegou o jornal das mãos de Gina e o jogou no lixo.


-Pare de ler isso, ou você terá um colapso.
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O natal da família Weasley foi mais calmo do que costumava ser nos anos anteriores. Sempre se convidavam os amigos da família com seus respectivos esposos, esposas e filhos, por isso o natal ali era sempre agitado, mas nesse ano havia somente a família. Dentro de dois dias haveria uma festa grande demais, por isso, pela primeira vez em vários anos, o natal ali foi uma festa mais quieta.


Quando o sol raiou na manhã do dia 27 de dezembro, A Toca se transformou num caos. Todos os homens foram expulsos da casa, indo para outro canto para se arrumarem. As mulheres se voltaram todas para Gina.


Mãos, pés, pele, cabelo... Elas estavam cuidando de tudo o que era possível. A casa havia se transformado num verdadeiro salão de beleza. Por toda a casa, as mulheres andavam de rolinhos no cabelo ou máscara no rosto. E ainda tinham que cuidar das crianças que havia ficado lá. Sara e Tina, filhas de Carlinhos, estavam brincando junto com Paul, filho de Fred, e Eleanor e Robert, filhos gêmeos de Jorge. Era confusão demais para uma casa só.


-Chega! Chega! CHEGA! Eu não agüento essa confusão. –exasperou-se Gina, começando a chorar de nervosismo- Eu preciso de paz...


Ela sentou-se chorando na cadeira e Hermione se aproximou da amiga, enquanto fazia sinal para que as outras saíssem.


-Shh, calma, Gina. Está tudo bem –disse a morena delicadamente, dando uns tapinhas amigáveis nas costas da amiga.


-Eu não agüento, Mione, tem mulher demais nessa casa! Todas essas mulheres estão me deixando doida.


Gina secou as lágrimas e ficou respirando fundo por alguns minutos para se acalmar. Quando sentiu-se melhor, Mione a olhou ansiosa e ela sorriu.


-Sim, pode trazê-las de volta –sorriu a ruiva.


O casamento era às nove da noite, e já quase às oito todas as mulheres estavam prontas, só faltando cada uma colocar o seu respectivo vestido.


-Não é bom a gente lanchar agora? –indagou Lola- Todas nós estamos com fome e comer com os vestidos pode acabar em tragédia...


A sugestão da morena foi bem-vinda, e a mesa foi levada lá para fora, onde se serviram e conversaram tranqüilamente, pela primeira vez no dia.


-Como está, mamãe? –perguntou Lola.


Gina suspirou e deu um beijo na filha.


-Bem, eu acho. Enquanto eu não estiver naquele salão, não vou ficar tranqüila totalmente. Acho que sempre pode ter alguma coisa a dar errado.


Várias mulheres ouviram a última frase de Gina e o que se ouviu foi um coro de três batidas na mesa. A ruiva riu.


-O que você nos diz, Hilde? –perguntou Patrícia, mulher de Carlinhos- O casamento sai ou não sai?


Hilde ficou séria e encarou a mãe.


-Desculpe, mas... O carro vai furar o pneu na estrada e depois vai começar a chover. Você vai chegar com três horas de atraso.


Gina engasgou e olhou desesperada para a filha, de boca aberta. Então Hilde deu uma gargalhada marota e pegou um biscoito.


-Ora, deixe de ser tola, mamãe. Sabe que meus poderes estão bloqueados. Eu não vejo nada.


-Pirralha! –xingou Lola, beliscando a irmã.


Gina ainda levou segundos para se recuperar do susto. Tinha ficado pálida.


-Ora, vamos, Gina –animou Mione- Hilde só estava brincando.


-É, eu sei... –disse ela, parecendo um pouco melhor.


A mesa toda riu da expressão de Gina, até que ela própria riu de si mesma.


-Ok, eu só estou nervosa... –então mexeu a varinha- Vamos rir um pouco então, vamos ver o que está escrito nesse lixo de jornal.


-Eu posso adivinhar que vocês são a manchete –brincou Hilde, arrancando alguns risos.


Mesmo Gina estava rindo quando pegou o jornal, mas quando bateu os olhos nele ficou branca novamente.


-Quem de vocês viu esse jornal hoje? -perguntou ela, com um fio de voz.


Toda a mesa ficou calada. Com toda a correria do dia, não havia sido possível parar para ler o que o Profeta Diário publicara sobre o casamento.


-Mamãe, o que eles publicaram? –perguntou Lola, receosa.


Gina ainda encarou o jornal por um segundo, então virou para que todos vissem.


-O meu vestido de noiva –respondeu a ruiva.


O silêncio dominou a mesa até que Molly arrancou o jornal das mãos da filha, e inflou de raiva ao ver a foto. Uma a uma, cada pessoa da mesa foi pegando o jornal da outra e vendo a foto. Gina estava arrasada.


-Como...? –indagou Rebeca, mulher de Jorge.


Mione arrancou o jornal das mãos da con-cunhada e olhou o nome de quem havia batido a foto. Ela deu sorriso amargo e olhou para Gina.


-Rita Skeeter.


Gina balançou a cabeça sem conseguir falar nada. Então abaixou a cabeça, prestes a chorar.


-NÃÃÃO! –berraram todas as mulheres da mesa.


-Gina, querida, pare com isso! –exigiu Molly- Pare com isso ou a sua maquiagem vai borrar!


-Essa vaca –choramingou Gina- Ela é uma animaga ilegal... É um besouro. Deve ter vigiado a casa durante todos esses dias, e ontem deve ter fotografado quando eu coloquei o vestido para os últimos ajustes.


-Nós prrrocessarrremos –inflou Fleur.


-O que adianta processar agora? –perguntou Márcia, mulher de Fred- Mesmo que a gente ganhe, o estrago já foi feito.


Lola olhou para o rosto desolado da mãe e então para a foto onde ela provava o vestido, toda contente.


-Não mesmo –disse ela, levantando-se- Você não vai entrar mais com esse vestido. Vamos, vamos achar um outro.


Gina olhou para a filha e então ficou séria, determinada.


-Você está certa. Eu não vou entrar com esse vestido –então olhou para todas as mulheres da mesa- Vão se vestir logo. Eu sairei da loja direto para o salão, todas têm que estar prontas.


Foi uma total correria. Todas correram para dentro da casa, vestindo seus vestidos em segundos e saindo de novo da casa, para receber as ordens de Gina.


-Márcia, Fleur, Patrícia e Rebeca, vocês já vão para o salão com as crianças, caso eu atrase, controlem a situação! Mione e mamãe vêm comigo –então olhou para as filhas- Como vocês não sabem aparatar, é melhor que vão com as suas tias.


As filhas concordaram, assim como todas as outras mulheres. Todas, exceto Fleur.


-E entendo de moda, Ginevrra! –protestou a francesa- Eu deferia ir com focês.


Gina revirou os olhos, impaciente.


-Ok, Fleur, você vêm. As outras vão para o salão, por favor.


As mulheres foram pegar o carro quando Gina, Mione, Molly e Fleur aparataram no Beco Diagonal. As poucas pessoas que estavam ali tomaram um susto ao ver as quatro mulheres arrumadas, maquiadas e de cabelos arrumados, sendo que três estavam com trajes de gala. Gina correu o mais rápido que seu penteado permitia, e ficou desolada ao ver que todas as lojas de roupa do Beco já haviam fechado.


-Nós arrombamos? –perguntou Mione.


-Não –respondeu Gina- Vamos procurar no mundo trouxa, os shoppings ficam abertos até às 10. Sei uma loja aqui no centro de Londres que é muito famosa.


Saíram as quatro bruxas no centro trouxa de Londres. Para não infringir as Leis da Magia, foram obrigadas a tomar um táxi ao invés de aparatar, mas causaram espanto quando saíram do táxi deixando como pagamento um monte de moedas prata. Gina e Mione entraram na frente, acostumadas com o mundo trouxa, mas Fleur e Molly olhavam as escadas rolantes com assombro e curiosidade.


-Por favor –ofegou Gina, abordando uma vendedora- Preciso de um vestido de noiva!


-O que aconteceu com o seu? –perguntou a vendedora, curiosa com a noiva já maquiada e desesperada que entrara na loja.


-Mancha no vestido –respondeu Gina.


-Rasgou a renda –disse Mione.


A vendedora olhou para as duas sem entender, então Mione deu um sorriso amarelo.


-Rasgou a renda quando fomos tentar limpar a mancha.


A mulher pareceu não acreditar, mas não fez nenhuma outra pergunta.


-Venha comigo, por favor.


Gina seguiu a mulher de imediato, mas Mione teve que voltar um pouco para puxar Molly e Fleur, que estavam se distraindo com bobeiras trouxas. Quando as três voltaram, Gina já tinha colocado o primeiro vestido.


-Ele lhe deixa gorda –disse Molly.


-É brrrega! –resmungou Fleur.


Gina olhou para Mione e a amiga deu um sorriso simpático, como se dissesse “se não houver nada melhor...”. A ruiva voltou para o provador. Saiu de lá com um vestido rosa claro pouco bordado e delicado.


-Focê parrece um borrão ferrrmelho... –opinou Fleur.


-É lindo esse! –sorriu Molly.


Sogra e nora se encararam fazendo cara feia uma para outra, Gina olhou para Mione.


-Fleur está certa –disse a morena baixinho, para Molly não ouvir.


Gina vestiu um tomara-que-caia branco e já saiu fazendo careta. Os comentários foram simpáticos, mas era melhor provar outro. A ruiva experimentou mais dois vestidos, sem que as três acompanhantes suas chegassem a um consenso. Quando estava no sexto vestido não aprovado, ela deixou-se cair numa cadeira, dessa vez realmente chorando.


-Não vai dar certo –chorou- Não dar vai dar tempo. Harry vai cansar de me esperar e vai embora, os convidados vão embora... Tá tudo errado.


As três se abaixaram ao redor de Gina, secando as lágrimas dela com cuidado para que a maquiagem não borrasse.


-Calma, Gina, nós já vamos encontrar um que fique bem.


-Vamos, minha filha, levante-se. Você ainda tem que casar...


-Ginevrrra, fai darrr tudo cerrto.


Mas a ruiva não parava de chorar, estava largada no banco de uma loja de noivas, vestida com um vestido não aprovado, sabendo que seu noivo já estava à sua espera.


-Eu acho que este deve ficar bom... –disse uma voz feminina.


Todas elas olharam para cima esperando que fosse uma vendedora apiedada da situação dela, mas era uma outra cliente. Fleur e Molly crentes de que não a conheciam, Mione ainda estreitava os olhos, tentando reconhecer a mulher, mas Gina ficou tão surpresa que parou de chorar.


-Meu Deus –exclamou a ruiva.


A mulher deu um sorriso para Gina, como se estivesse acostumada a essa reação das pessoas, então voltou a falar.


-Vamos, vista esse –sorriu ela.


Gina pegou o vestido sorridente e entrou no provador. Fleur e Molly olhavam sem entender nada, até que Mione exclamou.


-Jennifer Aniston! –comemorou- Eu sabia que conhecia você de algum lugar.


Jennifer sorriu, acostumada com o assédio dos fãs.


-Você a conhece? –perguntou Molly, confusa.


-Ela é uma atriz famosa no mundo trouxa –respondeu Mione, calmamente.


Jennifer não entendeu o que aquela morena quis dizer com “mundo trouxa”, mas resolveu nem perguntar. Aquelas pessoas pareciam meio estranhas.


Quando Gina saiu do provador, as quatro concordaram imediatamente que ela estava perfeita.


-É só retocar um pouco a maquiagem –recomendou Jennifer- Ela saiu só um pouquinho. Ali naquele balcão há uma atendente que pode te maquiar.


-Como focê sabia que ficarria tão bom? –perguntou Fleur.


-Durante muito tempo um personagem meu mexia com moda –respondeu a loura- Interessei muito pelo assunto. Eu bato o olho e já sei o que a pessoa quer... A personagem me ajudou muito nisso.


-Rachel Green –completou Gina.


Aniston somente sorriu e Gina sorriu em agradecimento.


-Muito obrigada –disse ela. Já era puxada pela mãe e pelas cunhadas quando voltou-se novamente para a atriz- Eu sinto muito pela sua separação com o Brad Pitt. Eu achava vocês um casal muito lindo.


Jennifer deu um sorriso maroto, seguido de uma gargalhada.


-Não precisa sentir muito. Digamos que eu botei uma certa Lara Croft para correr... –respondeu a loura, olhando então enfaticamente para a loja.


Gina entendeu o recado e sorriu, agradecendo-a novamente, indo retocar sua maquiagem. Afinal, ainda tinha um casamento para comparecer.
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Ela chegou no salão e estava totalmente lotado. As 500 pessoas já acomodadas, a espera da noiva. Lola estava na entrada, esperando a mãe.


-Demorei muito? –perguntou desesperada.


-Só dez minutos –sorriu a filha- Boa escolha, mamãe, o vestido é lindo.


Gina deu uma gargalhada e passou a mão na cabeça da filha.


-Nem te conto quem escolheu...


Lola não perguntou nada. Junto com Fleur terminou de ajeitar a cauda e a grinalda de Gina, enquanto Mione ajeitava os sobrinhos todos, que entrariam a frente da noiva. Hilde estava sentada num banco ao lado, era a porta-alianças e entraria depois.


Ela foi levada ao altar de braço dado com seu pai, e era meio estranho pensar que estava fazendo isso pela segunda vez, para ser entregue a mesma pessoa. Assim que Arthur a entregou a Harry, ela o olhou enternecida. “Será que era necessário todo esse tormento ao longo dos anos antes que a gente pudesse ficar em paz?” pensou ela. Bom, essa era uma resposta que nunca teria.


O tabelião celebrou uma cerimônia não muito demorada, permitindo até mesmo uma gracinha e outra no meio. Os olhos de ambos estavam cheios de lágrimas quando tiveram que trocar alianças novamente. Assim que Hilde as trouxe, Gina bateu o olho e as reconheceu.


-São as mesmas... –sussurrou ela para Harry.


Ele afirmou com a cabeça.


-Guardei porque achei que um dia podíamos precisar delas novamente.


Ela sorriu e o tabelião perguntou:


-Ginevra Molly Weasley, aceita Harry James Potter como seu esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, até que a morte os separe?


-Sim, eu aceito –disse ela, sorrindo.


-Harry James Potter, Ginevra Molly Weasley aceita como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, até que a morte os separe?


-Com certeza –respondeu ele, olhando no fundo dos olhos dela.


-Então, oficialmente, vocês são marido e mulher.


Ele ainda a encarou profundamente antes de beijá-la.


-Para sempre? –perguntou ele, ansioso.


-Para sempre –respondeu ela, balançando a cabeça e sorrindo.


Então ele sorriu também e a tomou nos braços, dando um beijo oficial para sela o casamento.


Eles assinaram o livro de casamento, sendo seguido pelos padrinhos. Enquanto isso, o salão se transformou. Mesas decoradas apareceram e as cadeiras já existentes se reorganizaram em torno dessas mesas. A música começou a tocar e no meio do salão apareceu uma pista de dança. Os garçons começaram a circular, servindo comida e bebida. A festa começara.


Harry e Gina estavam recebendo os cumprimentos e Lola se aproximou dos pais.


-Esse sempre foi o meu sonho, ver vocês juntos novamente. E é incrível como eu nunca imaginei que isso realmente pudesse acontecer –disse ela, com os olhos marejados.


Harry abraçou a filha e lhe deu um beijo no topo da cabeça.


-Devia acreditar mais em seus sonhos e em si mesma, Lola –disse ele.


-É um bom conselho –sorriu ela.


-Agora por que você não vai dançar? –perguntou Gina- Eu acho que tem alguém ali que está doido para convidá-la.


Lola olhou para trás e viu Joshua, olhando para ela, sentado numa mesa junto com seus pais e um irmão mais velho. Ela sorriu e começou a andar na direção dele. Joshua não esperou ela chegar até a mesa, levantou-se e a encontrou no meio do caminho.


-Quer dançar, Lola? –pediu ele, oferecendo a mão gentilmente.


-Seria um prazer –sorriu ela.


Harry e Gina foram para o meio da pista e começou a tocar uma valsa. No início dançaram sozinhos, mas aos poucos outros casais foram se juntando a eles. Lola e Joshua dançavam juntos quando Tonks os abordou.


-Foi uma cerimônia linda, Lola –disse a mulher, que dançava acompanhada do marido, Remo Lupin.


-Obrigada, a família toda se esforçou para isso.


-Eu só tenho uma dúvida... É impressão minha ou eu vi o Snape por aqui?


Lola balançou a cabeça e riu.


-Não, não é impressão sua. Papai acha que as relações entre mim e o Snape não podem ser cortadas, e convidá-lo para o casamento foi uma forma de eu me desculpar pelo transtorno que eu causei.


-Faz sentido –riu Lupin.


Tonks riu também, mas ainda fazia uma cara confusa.


-Eu realmente não entendo porque você jogou tudo para o alto, Lola. Você sabe, isso deu muito trabalho para você –disse com uma voz enfática, lembrando-lhe que tudo havia sido criado por causa dela.


A menina ficou pensativa um segundo, olhou para Joshua que lhe encarava curioso também, então sorriu e respondeu.


-Eu era jovem demais, afinal. –disse, então olhou para Joshua com um sorriso maroto- Além disso, dizem que ele já era chato como professor de Hogwarts... Imagina em um curso desses.


Joshua deu uma gargalhada e olhou para Tonks.


-É isso que eu falei...


Tonks se deu por satisfeita e voltou a dançar em paz com Lupin. Lola olhou para Joshua meio corada.


-Bom, eu também desisti do curso por outro motivo... –disse, baixando os olhos e corando um pouco mais.


-Que é...? –perguntou ele, ansioso.


-Eu não ia ter tempo para fazer as coisas que eu realmente quero fazer agora... –respondeu ainda sem encará-lo direito, e com o rosto cada vez mais vermelho.


O coração dele estava tão disparado quanto o dela, mas ainda assim ele precisava ter certeza do que ela estava falando.


-Você não quer me dizer o que seria isso?


Ela levantou os olhos e o encarou num sorriso meio maroto, meio envergonhado.


-Eu que lhe pergunto: você não quer me dizer nada?


-Não –respondeu ele, sério.


Ela murchou o sorriso e ficou sem graça, então ele passou a mão pela cabeça dela e segurou sua nuca, beijando-a. O beijo acabou junto com a valsa, e ambos se encararam sorrindo.


-Eu acho que já lhe disse o que eu queria dizer –então puxou a memória pela lembrança- Bom, quase disse, mas você entendeu. Agora eu fiz o que eu queria fazer.


Ela não respondeu nada, aconchegou-se nele e continuou a dançar a nova música lenta que começava.
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Hilde observava tudo sentada numa mesa com seus primos, comendo doces e rindo um pouco. Era engraçado ver aquela festa, sendo que tantas vezes sonhara com ela, sem saber se era uma visão ou simplesmente um sonho. Agora sabia que era um sonho, pois a festa que sempre via ficava muito aquém dessa que estava no momento.


“Ter a Visão não é sinal de certeza, afinal” penou ela sorridente, olhando em redor de toda a festa que acontecia.


-Você havia previsto isso tudo, Hilde? –perguntou Ben, seu primo mais velho, filho de Gui.


-Não, não. Muitas vezes eu sonhei com uma festa de casamento dos meus pais, mas sempre era n’A Toca, com muito menos gente do que tem aqui... No final, era só um sonho mesmo.


-E como estão seus poderes? –perguntou Doug, seu primo filho de Rony.


-Vê esse terceiro olho aqui? –perguntou ela, apontando para um ponto no intervalo entre os seus olhos- É um bloqueador. Isso impede que eu fique vendo coisas a todo instante, sobre pessoas que eu nem conheço. Passei mal em Hogwarts porque, como havia muitas pessoas lá, o fluxo de informações que eu recebia era superior ao que eu podia suportar. Além do fato de que eu estava me esforçando muito tentando canalizar meus poderes para descobrir sobre os meus pais.


-Então você nunca mais vai usar seus poderes? –perguntou Hilary, irmã de Ben.


-Vou sim. Está vendo aquela mulher ali? –perguntou ela, apontando para uma mulher alta, morena, com roupas bem coloridas que conversava com Moody em outra mesa- Ela é uma professora particular que eu tenho. Ela tem permissão de ir uma vez por semana a Hogwarts, me ajudar. Eu faço exercícios e estudo com ela sobre a Adivinhação.


-Hey Hilde, se você tirar essa coisa da cabeça, você pode prever o meu futuro? –perguntou Doug, animado.


-Eu não tenho certeza se você deve descobrir tão cedo o azar que te espera –disse ela sombriamente.


A mesa parou por um instante, então começou a rir. Só Doug que não havia achado graça na brincadeira.


-Mas você, mesmo se tirar isso, vai poder prever o seu futuro? –perguntou Sara.


-Não, e essa é a ironia de todo vidente. Vê a vida dos outros, mas não pode ver a sua própria. –respondeu ela- Mas quer saber, acho que é melhor assim... –ela parou e pensou em toda a trajetória do amor dos pais, e o quanto aprenderam com cada obstáculo- É muito melhor você não saber de nada, e deixar a vida te surpreender.


Hilary e Ben se entreolharam, achando graça da pequena menina que falava como gente grande. Mas Hilde não deu atenção a isso, ficou vendo o pai entrar numa sala reservada no outro canto do salão.
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Harry entrou devagar e em silêncio chegando por trás de Gina e assustando-a.


-O que faz aqui? –perguntou ele, com a voz grossa.


Ela tomou um susto e olhou para trás brava, dando um tapa no ombro dele.


-Não faça isso. Só estava aqui espionando os nossos presentes –assumiu ela, olhando marota para outro lado.


-E ia abrir tudo sem mim? –perguntou ele, fingindo-se ofendido.


-Tudo não –respondeu ela fazendo biquinho- Só alguns.


Ele riu e a abraçou.


-Ora, deixe isso aí. Amanhã nós abrimos tudo e vemos o que tem aí...


Ele a puxou pela mão, mas parou antes de sair da sala.


-Gina, esses presentes...


-O que tem?


Ele ficou sério e olhou para os diversos embrulhos no chão. Alguns grandes, outros bem pequenos. Uns embrulhados com papéis bem estampados, e outros com papéis lisos.


-O que tem os presente, Harry? –perguntou ela, sem entender a atitude do marido.


-Eles não vão ficar esquecidos numa caixa no sótão, vão? –perguntou ele, muito sério.


Ela balançou a cabeça.


-Não, meu amor –sorriu ela, passando a mão pelo rosto dele- Dessa vez não.


-Mesmo que entre os nossos presentes tenha uma panela de fazer fondue?


Ela fez uma careta, mas então concordou com a cabeça.


-Que seja. Prometo que nós vamos usar todos os nossos presentes. Não vou deixá-los de lado, como eu fiz uma vez.


Ele se deu por satisfeito e sorriu, puxando-a para fora da sala. Mas dessa vez quem interrompeu foi ela. Aparentemente o questionamento de Harry havia deixado-a insegura.


-Harry... Será que dessa vez nós ficaremos juntos e felizes para sempre?


Ele sorriu e a abraçou.


-Ora, claro que vamos! A não ser nas noites que você brigar comigo e eu me ver forçado a dormir no sofá...


Ela riu e deu mais um tapa no ombro dele.


-Pare de brincar, eu estou falando sério!


-Eu também –respondeu ele. Ela o encarou no fundos dos olhos e viu que ele realmente estava sério. Então ele voltou a falar- Ouça, Gina, não é porque passamos por tudo que passamos que a nossa vida vai ser um conto de fadas aqui pra frente. Nós ainda temos defeitos, lembra? Mas nós resolvemos corrigi-los juntos e é isso que importa. Talvez haja dias que um de nós faça o outro chorar, ou que o deixe com tanta raiva que a casa exploda, mas... Mas vai dar tudo certo, você vai ver.


Ela limpou o canto do olho e sorriu.


-E se eu deixar de te amar de novo? –perguntou ela, fazendo uma cara de desafio.


Ele abaixou a cabeça e fingiu estar pensando muito.


-Aí eu arranjo um jeito de te encantar outra vez.


Ela sorriu e ela a beijou profundamente, ficando abraçados por algum tempo.


-Agora vamos, eu quero lhe mostrar que eu aprendi a dançar –chamou ele, puxando-a pela mão.


Eles voltaram para a festa, deixando a sala vazia com os presentes e com um futuro que ainda era desconhecido, mas certamente era encantador.


“E até lá vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos” (Metal contra as nuvens, Legião Urbana)

Fim
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N/A: Ah, eu não acredito que chegou ao fim! Eu estou tão feliz por ter terminado a fic direitinho, mas ao mesmo tempo muito triste porque acabou! Aff, é a vida! Bom, como vocês viram, a Hilde vai ficar bem, a Lola então...rsrs E sobre a Jennifer Aniston, tá certo que ela não voltou e provavelmente nem volte para o Brad Pitt, mas a fic é minha e pelo menos aqui o meu desejo se realiza!!!rsrs Vamos fingir que é verdade....rs
Bom, nessa fic eu fico por aqui de vez, mas certamente não deixo de escrever. Semana que vem eu começo a postar minha nova fic H/G: ABSINTO. Nem tão fofinha como essa, um romance meio angst... Espero ver vocês lá! Bom, e se você chegou até aqui depois de tanto tempo, não faça feio e entre na campanha “Eu faço uma autora feliz”! Resenhas são muito importantes agora que eu me despeço dessa fic... É isso aí, e até a próxima fic! Bjusss, Asuka

N/A2: Um abraço especial para todos que resenharam essa fic de uma forma ou outra.
Ju de Paris, MarciaM, Molly, Tonks & Lupin, Doug Potter, Eleonora, Lilian_Evans_Potter, Igor Lestrange, Miaka-ELA, Ana Carolina Guimaraes, carol potter, Leo Potter, ♥Foguinho♥, Angela Viehmayer, Dada Ramos, Srta. Lovegood, larislopes, Izabele Andrade, Brita, julinha, Renata Nakazato, kelly, Myrthes, heloisa santos, MARIA JOSÉ ANDRADE DOS SANTOS, anilorac, Douglas Lucena, Helena Garcia Siriani. Bjussss


Ju de Paris: Q bom q vc amou a fic, eu mes esforcei muito por ela! Curta o final! Bjusss

MarciaM: Ah, ela não aprareceu grávida, mas nada te impede de imaginar que ela possa ter ficado grávida depois do im da festa! rsrs E sobre escrever a primeira noite deles, hummm, eu acho que eu não seria boa nisso!rsrs Espero q tenha gostado do final e da fic toda! Bjusss

Molly: O Harry realmente parece ter anos a menos quando se trata ed amor, pois por mais amrgurado q a guerra tenha odeixado, o amor sempre limpa o coração dele. E ela realmente não teria como resistir, afinal ela estava mentindo para si mesma e isso deixou de ter sentido!rs Espero q a fic tenha agradado! Bjusss

Tonks & Lupin: A Gina teve de se fazer de muito forte para criar as filhas sozinha e isso a endureceu um pouco, mas nada que um pouco mais de amor não possa amolecer!rs A Lola talvez um dia faça um curso com o Snape, mas no momento ela terá coisas mais interessantes a fazer..rsrs E a Hilde vai continuar sendo a criancinha alegre e fofa q é, agora q está controlando os poderes. Está tudo em paz na família Potter, rsrs até q alguém apronte de novo...rsrs Espero q tenha gostado da fic! Bjusss

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Comentários (1)

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