Pensamentos Demais




Capítulo 7- Pensamentos demais


-Olá, Lola. Sou Mark Vix.


-Você sabe que eu quero que os meus pais reatem?


Ela abriu os olhos com o coração disparado e olhou para o lado, Mark ainda estava ali com ela. Aninhou-se no peito nu dele e serenou a respiração. Tinha que parar de se descontrolar, parecia uma adolescente.


-Acordou novamente, Gina? –disse um sonolento Mark.


-Pela terceira vez essa noite.


-Quarta –disse ele tateando o criado mudo e acendendo o abajur- Você está se esquecendo da vez que você somente gritou, olhou pro lado e voltou a dormir.


Ela riu envergonhada e o olhou. Mark havia sentado na cama e a encarava carinhosamente.


-Você se recusou durante todo o jantar em me contar o que está acontecendo. Vai continuar calada?


-Não é nada... São só besteiras da minha cabeça.


Ele pegou as mãos dela e as beijou.


-São besteiras que estão lhe tirando o sono, e eu não quero te ver preocupada assim.


-Não que eu tenha realmente medo de que isso aconteça, mas...


-Mas...?


-Mas eu sinto que Harry quer tirar as meninas de mim.


Mark riu e a beijou carinhosamente na cabeça.


-Você está louca, Gina? Nem durante a separação ele pensou em pedir a guarda de Lola e Hilde, por que faria isso agora, depois de cinco anos de ausência?


Ela sentou-se e olhou preocupada para os lados. Precisava desabafar, estava enlouquecendo ao guardar tudo aquilo dentro de si.


-Ele vai fazer com que Lola entre no curso ministrado por Snape –disse ela com uma voz catastrófica. Ele levantou a sobrancelha sem entender aonde ela queria chegar- Você não vê? Ele some por cinco anos e de repente volta fazendo agrado para as duas! É claro que está tentando roubá-las de mim!


-Pois me parece que ele tomou consciência de que tem sido uma bela merda de pai e resolveu mudar. Você devia estar feliz por isso.


Seus olhos encheram-se d’água e Mark limpou as lágrimas que escorreram pelo seu rosto.


-Eu me matei para criar as duas desde a separação. Ele ofereceu todo o dinheiro do mundo, mas eu não aceitei nada. Criei minhas duas filhas com o meu amor e trabalho... Agora ele chega todo carinhoso, ilumina o coração puro de Hilde, derrete o de Lola e parece o melhor pai do mundo! Você precisa ver Lola, ela não pára de falar no pai e nem de estudar para esse bendito concurso que Harry arranjou para que ela consiga a vaga no curso!


Mark enrolou-se no lençol e levantou da cama sem falar nada. Foi até a cozinha e voltou com um chá quente para ela. Gina sorriu em agradecimento e bebeu o chá, tentando parar de chorar com uma criança.


- Ou seja, você está com ciúmes.


-O quê? –disse ela levantando os olhos para encarar o namorado.


-Você está com ciúmes das suas filhas, Gina.


-É claro que não! –protestou ela, colocando o chá de lado- Você não percebe o plano de Harry?


Ele levantou a sobrancelha para ela e a encarou firmemente.


-Preste atenção ao que você diz, Gina. Parece que seu ex-marido é um estranho forasteiro que chegou no meio da noite e vai roubar o coração das suas duas filhas. Elas vão fugir com ele e você ficará sozinha no mundo, sem o amor delas para morrer solitária numa cadeira de balanço olhando o horizonte a espera da volta delas! –falou ele com uma voz mais melodramática do que o normal.


-É exatamente isso que eu penso –admitiu ela, tentando não rir de si mesma.


-E não lhe parece absurdo?


-Parece, mas... Eu não consigo me lembrar a última vez que Lola deu um sorriso sincero para mim. A última vez que ela riu livremente, sem aquela sombra de ironia por trás do seu rosto. Não consigo me lembrar de um único momento que ela tenha acordado de bom humor e não implicado com Hilde, comigo ou Zilk. Mas nesses últimos dias...


Ajeitou-se na cama e respirou fundo. Sabia que ela estava com medo e com ciúmes, mas não podia deixar que ela continuasse assim.


-Pense bem, meu amor. Lola se tornou uma garota retraída desde que descobriu que era uma bruxa, e isso foi escondido dela porque o pai dela quis que assim fosse. O pai. Além disso, houve a separação na qual ele não manifestou desejo de ficar com elas, nem tampouco exigiu dias da semana em que obrigatoriamente as duas ficassem com ele. O pai novamente. E por último ele esteve ausente durante cinco anos, machucando ainda mais o coração dela, entende? Todos os traumas de Lola estão relacionados ao pai, portanto somente ele que cura os machucados dela. Infelizmente, você não pode, assim como nunca pôde, retirar os traumas dela, simplesmente porque não foi você quem os colocou lá.


Sabia que ele estava certo, mas era horrível ter que ver Lola sorrindo sabendo que esse sorriso nunca teria sido arrancado por ela.


-Então todo o meu amor não valeu de nada?


Ele revirou os olhos e a puxou para um abraço. Ficaram assim abraçados durante muito tempo, durante o qual ela chorou baixinho e ele afagou os cabelos dela. Não adiantava falar, ela estava insegura e pronto.


-Claro que adiantou. Lola poderia ser muito mais problemática se não visse um porto seguro na mãe e se não tivesse uma irmã tão doce.


Ela pensou em Hilde e sorriu. A menina continuava exatamente a mesma. Talvez um pouco mais eufórica e tagarela que o normal, mas isso era devido a carta de Hogwarts, e não ao pai.


-Você não pode demonstrar para suas filhas que está com ciúmes, Gina. Vai dar a impressão de que você gostaria que elas continuassem sem pai.


-Às vezes eu penso que gostaria mesmo...


-Ora, você só está desacostumada a ter que dividi-las! Mas é claro que está feliz por ver as duas de bom humor.


Ela deu um meio sorriso e afundou-se no peito dele.


-Bom, se ele não estivesse com as duas esta noite, nós também não estaríamos juntos. E Merlim sabe que nós realmente estávamos precisando ficar a sós –riu ele de modo maroto.


Ela deu uma gargalhada sincera e o abraçou forte, fazendo com que ele se deitasse na cama e ficando por cima dele.


-Realmente, desde que Lola entrou de férias nós não tivemos um momento só nosso...


-Então pare de reclamar que seu ex resolveu cumprir as obrigações dele e me beije logo.


Ela fechou os olhos e o beijou intensamente. Precisava dele mais que nunca.

-------


-Esse apartamento é bem bagunçado, não? –disse a morena tirando algumas revistas do caminho.


Harry riu e com um movimento da varinha as coisas começaram a se guardar em seus devidos lugares.


-Achei que não fazia magia, papai –disse a morena olhando através da janela.


-Não vivo no mundo mágico, mas já não há motivos para eu gastar mais de uma hora limpando e arrumando o que pode ser feito em muito menos tempo –disse ele abrindo uma pasta e analisando algo com cuidado.


-O que é isso?


-Cardápio de bons restaurantes. Tenho certeza de que vocês não vão querer comer a minha macarronada.


-Por que não?


Ele levantou uma sobrancelha e ela entendeu que ele não devia ser grande coisa na cozinha.


-Então é assim? Você pede a comida fora todos os dias?


-Ah não... Eu costumo andar pelas ruas durante a noite. Assim, sem direção mesmo. Quando sinto fome entro em algum lugar e como o que quero. Esses cardápios estão aqui porque Amanda não gostava de caminhar pelo mundo trouxa. Preferia usar o telefone.


-E ela sabia fazer isso?


-Claro que sim. É necessário a carreira dela entender diversos comportamentos do mundo trouxa, embora ela não gostasse muito.


O apartamento era amplo e bem espaçoso, ao contrário do que ela morava. Seu pai não possuía muitos móveis e não fazia questão de uma decoração muito interessante. Era só um grande apartamento de poucos móveis.


-Esse lugar é meio sem vida, não é?


Ele não respondeu nada e Hilde apareceu rindo, trazendo uma bacia de pipoca.


-Nós vamos jantar, pirralha. Não devia comer porcaria antes das refeições.


-Se você não quer, não coma –riu a ruivinha colocando uma mão cheia na boca.


Harry riu e pegou um pouco, mas ainda concentrado nos cardápios.


-O que vocês vão querer comer?


-Comida chinesa –disse Hilde.


-Comida italiana –disse Lola.


As duas se olharam e fizeram uma careta para a outra. Antes que começassem a brigar ele interveio falando que pediria as duas coisas. Assim que desligou o telefone, Harry olhou para as duas que lhe devolveram o olhar.


-Então, o que faremos agora?


-Para começar o senhor pode nos explicar o que está acontecendo, papai –disse Hilde largando a bacia de pipoca.


-O que você quer dizer com isso?


-Ora! Você sumiu durante cinco anos sem dar nenhuma explicação. Sumiu por quê? Voltou por quê? E não venha com respostas incompletas, vazias ou que não explicam nada. Sinto lhe informar, mas você nos deve uma justificativa. E que seja boa.


Ele corou um pouco e encarou as duas. Hilde estava séria, embora tivesse uma expressão suave. Lola parecia tensa, e pelo visto ela não fazia questão de nenhuma justificativa.


-Eu pensei que hoje pudéssemos nos divertir, Hilde. Quem sabe deixamos esse assunto para depois?


-Então o senhor pensou que a gente pudesse se divertir –disse ela com uma falsa cara pensativa- Ok. Então vamos nos divertir... O que pensou em fazermos?


Ele mexeu-se incomodado no sofá. Droga, no que tinha pesando mesmo?


-Entende o que estou falando, papai? Você perdeu muito tempo! Você não sabe o que eu gosto, o que Lola gosta... E se soubesse ia saber também que é muito difícil que nós duas possamos nos divertir juntas. Lola é estranha demais para isso –acrescentou ela, rindo para a irmã que lhe atirou uma almofada.


Houve um silencio constrangedor e Lola se levantou, saindo da sala e indo para o quarto de hóspedes.


-Você não devia ter dito isso, Hilde. Vá lá e peça desculpas para sua irmã.


-Ela não saiu por minha culpa, papai. Na verdade ela levou na brincadeira o que eu falei. Sempre leva. Ela está perturbada com outra coisa.


-O quê?


-Não sei. Desde ontem de manhã ela está estranha.


Os dois ficaram se encarando e o olhar de Hilde era bem imperativo. Ele podia ler nos olhos dela que a ruiva pensava que ele estava desviando a conversa.


-Ok, vamos conversar sobre o que você quer. Por que eu sumi? Porque eu fui um tolo, foi um erro que eu cometi conscientemente, mas pensei que as conseqüências seriam outras. Quando tudo deu errado, eu então...


-Como assim? –interrompeu ela- Você tinha um plano ou coisa assim?


-Coisa assim. E quando não deu certo, ao invés de tentar recomeçar e fazer tudo certo, eu fiz outro plano, e mais outro, e outro... E toda vez que um dava errado eu pensava em outro, mas tudo sempre dava errado até o ponto que eu desisti de vez. Aí eu pensei que já era tarde demais para tentar consertar tudo e por isso continuei afastado.


A resposta era meio vazia, mas ela fazia uma estranha cara de compreensão. Na verdade ela estava rindo dele, e Harry estava se sentindo um tolo. Estava ali ele, um adulto de 38 anos, sendo interrogado por uma pré-adolescente de 11. E o pior: ele se sentia acuado.


-Entendo... Então o senhor tem outro plano –concluiu ela.


-É... Acho que sim. Não tem nada definido. Começa com “reconquistar minhas filhas” e por aí vai...


-E termina com “reconquistar a mãe das minhas filhas”? –questionou atrevida.


-É o que eu queria... Se você me entende.


-Não, não entendo –disse ela, com uma falsa cara de desentendida.


Ele respirou fundo e revirou os olhos. “Paciência, Harry, paciência”. Anos sem lidar com as filhas tinham feito com que ele se desacostumasse a situações como essa.


-Achei que nós estávamos indo bem. Você parecia entender tudo.


-Não, não. Você parecia entender tudo, papai. Pelo visto eu achei que você tinha entendido que isso é a vida real, não é um jogo de tabuleiro que se faz planos para ganhar. E que mamãe, Lola e eu não somos peças, mas pessoas, e nós podemos não agir como você espera.


-O que você quer dizer com isso?


-Que mamãe está feliz com Mark! Não é certo você voltar do nada e querer acabar com o namoro dela e revirar a vida dela para o ar. Aliás, também não é certo você usar eu e Lola como um instrumento para chegar até mamãe!


Ele estava corado e novamente tinha a sensação de estar acuado. Como aquela menina tão nova podia falar daquele jeito? Respirou fundo e tentou consertar a situação.


-Primeiro: não estou usando você e sua irmã como instrumento para chegar até a sua mãe. Estou me reaproximando porque vocês são minhas filhas e eu as amo, e nunca deveria ter me afastado de vocês. Segundo: talvez eu não devesse fazer “planos”, somente viver a vida calmamente e esperar pelo melhor, mas seria bom que você substituísse “plano” por “sonho”, como se fosse um sinônimo. As pessoas precisam de um sonho para levar a vida adiante. Terceiro e último: não pretendo agir como um vilão para acabar com o namoro da sua mãe. Descobri que ela me ama e somente vou mostrar isso a ela. Se ela quiser me aceitar de volta e nós tentarmos outra vez eu serei imensamente feliz. Se ela não quiser, eu continuarei a viver a minha vida, a ver as minhas filhas e deixarei Gina em paz.


Hilde pareceu satisfeitas com a resposta, mas tinha uma sobrancelha levantada.


-O quer dizer com “descobri que ela me ama...”?


-Essa frase me parece bem fácil de entender –brincou ele- Ok, como você já percebeu, eu estou omitindo muitas coisas...


-Muitas mesmo.


-... e faço isso porque acho que a explicação completa eu devo a sua mãe, primeiramente. E isso também é algo que eu falarei primeiro com ela, quando Gina estiver disposta a ouvir. O máximo que eu posso te dizer é que existem dias que amanhecem comuns, que permanecem comuns para todas as pessoas a sua volta, mas que mudam a sua vida.


Ela o olhou sem entender nada e riu.


-Essa é a grande resposta?


-Sim, é o máximo que eu vou te dizer -sorriu ele.


A campainha tocou e ela levantou-se para atender a porta.Antes de sair da sala ela o olhou com ternura.


-Faça o que fizer, papai, tente não meter os pés pelas mãos.


Ele ficou observando a filha mais nova ir buscar a comida que havia chegado e olhou para a porta do quarto de hóspedes. O que tinha acontecido com Lola?

-------

A morena fechou e ficou parada na janela olhando a vista. Amava lugares altos, onde a vista ia longe. Não que ali a vista fosse muito longe, não com aquele tanto de prédios altos em volta, mas ela legal ficar vendo as pessoas passando na rua lá embaixo.


O vento forte brincava com os seus cabelos e ela ficou se distraindo com isso durante algum tempo. Queria não pensar no que Hilde e seu pai estavam conversando, não tinha certeza se estava pronta para ouvir o que ele tinha a falar. Já bastava o fiasco do jantar de ontem. Não precisava estragar o jantar dessa noite também.


Abaixou a cabeça e riu de nervosismo. Como tivera coragem de fazer aquilo? Ok, já tinha feito coisas muito piores, mas nos últimos dias se sentia tão diferente do que tinha sido nesses últimos anos. Jogou-se na cama e ficou encarando o teto branco.


O jantar de ontem tinha sido combinado com três dias de antecedência e ela não tinha ficado tão nervosa com isso. Aliás, tinha enfrentado melhor do que imaginara. O fato de que o namorado de sua mãe, Mark, ia jantar em sua casa não pareceu um fantasma tão grande quanto teria sido em outros tempos. Até escolhera um vestido simpático para a noite passada. Então...


-Olá, Lola. Sou Mark Vix.


-Você sabe que eu quero que os meus pais reatem?


Um velho hábito de ser rude com os outros? Nervosismo? Ou estava abalada demais para agir com sensatez? Um pouco dos três, mas principalmente da terceira opção. Enlouquecera assim que vira aquele homem bonito, elegante, e praticamente ideal para a sua mãe. A cara de espanto que sua mãe fizera para ela quando falara isso fora tão grande que ela se envergonhou na hora e tentou consertar a situação. Mas era tarde demais, sua mãe lhe lançou olhares furiosos de decepção durante toda a noite, e nem mesmo o ar simpático de Hilde salvou o jantar de ser uma tragédia.


Porque eu tinha que ver aquilo? Eu estava tão bem...


Pela primeira vez em cinco anos ela estava aceitando que seus pais estavam separados e talvez nunca reatassem. Aos poucos estava abandonando aquele antigo sonho de voltar a ter uma família unida, completa e feliz, mas...


O maldito sótão tinha mudado tudo.


Flash Back

Abriu o guarda roupa, tirou as gavetas, vasculhou todas as suas caixas, conferiu em baixo da cama. Onde estava o seu primeiro “Poções, Faça Você Mesmo”? Depois de usar esse livro por quatro anos seguidos o livro estava velho e desgastado e ela comprara um novo, aposentando o velho. Mas tinha várias anotações no antigo e precisava dele para passar tudo a limpo.


-Livrinho... Cadê você? –pensou em voz alta, tentando arrumar novamente o quarto.


Depois de deixar tudo organizado ela perguntou a Zilk se tinha visto o livro e talvez o guardado em algum lugar. O elfo realmente tinha guardado em um lugar: no sótão. Na verdade não era bem um sótão, era o segundo andar. Era um apartamento duplex, com a parte de cima sendo uma grande sala com dois cômodos pequenos. Como a parte de baixo sempre dera perfeitamente para as três, a parte de cima ficara somente como um lugar para se guardar coisas velhas.


Ela encontrou o livro... Do lado da penseira.


-Não há mal nenhum em dar uma espiadinha, certo? –riu marota. Entrou na penseira.


Tudo estava confuso, ela viu sua mãe indistintamente, parecia vestida com uma roupa de hospital. Então alguém abriu a porta e gritou alegremente “Ele acordou! Ele acordou”. A pessoa saiu correndo e gritando pelos corredores, enquanto se ouvia alguns vivas explodindo em cada canto.


A fumaça mudou e ela estava na Toca, uma Gina jovem estava sentada à mesa ralando uma barra de chocolate quando seu pai desceu as escadas e sentou-se em frente a ela. Ambos tinham alguns machucados pelo corpo, marcas de uma batalha recente. Ele sorriu fracamente e ela respondeu ao sorriso. Harry fez um gesto indicando que queria conversar com ela lá fora.


Novamente a fumaça mudou e Harry corria atrás de Gina, ela jogando o véu e a grinalda para trás, que o vento carregava até cair nas mãos dele. Ele gritava alguma coisa como “Eu tenho que te carregar” e os dois se acabavam de rir.


Tudo ficou esfumaçado e Gina tinha uma grande barriga e lia um livro de contos de fadas. Harry estava sentado no braço do sofá e lia por cima do ombro dela. “Lola?” leu ela. Ele fez uma cara pensativa e então sorriu. “Eu gosto de Lola...” disse ele.


A cena ia mudar novamente quando ela tentou sair da penseira. Tudo girou e girou, até que parou numa cena aparentemente recente. Gina estava no escritório de Harry e olhava espantada para ele.


-E sua namorada permite que você tenha foto de nós dois no seu escritório? –disse ela apontando para um porta-retrato de madeira em cima da lareira.


Eles ficaram se encarando, e ela estava bem constrangida. Durante um se olharam profundamente, ele deu um passo a Gina e o telefone tocou. Tudo esfumaçou novamente.


Ela gritou e se afastou da penseira. Seu rosto estava molhado de lágrimas e seu coração estava disparado, batendo violentamente no peito. Enxugou as lágrimas, pegou seu livro e saiu dali correndo.

Fim do Flash Back


Porque ela estava se livrando dessas memórias? Era isso que mais lhe atormentava. Sempre quis que seus pais reatassem, sempre lançou indiretas os dois para que saíssem juntos, mesmo quando tinha certeza absoluta que seu pai não significava mais nada para sua mãe. E agora... Tudo estava de cabeça para baixo.


Esperara tanto por um momento como esse, e agora tudo parecia errado.


Não era mais como se Gina fosse indiferente a Harry, mas como se fugisse dele. “Eles têm alguma chance?” era o que martelava em sua mente. Hilde sempre dizia que ela estava feliz com Mark, e ela própria pensara isso da mãe ao vê-la sorrindo e cantarolando pelos cantos, mas... E a penseira?


Havia tantos ‘mas’ e tantos ‘se’ em sua cabeça que ela estava ficando tonta. Era como se ela reprimisse um amor antigo pelo seu pai? Ou talvez estava tentando concentrar pensamentos bons para provar a si mesma que não tinha se casado com um traste? E há quanto tempo aqueles pensamentos estavam sendo colocados ali?


Olhou novamente para a porta, a campainha tinha tocado. “A comida chegou” concluiu. Enxugou o rosto e olhou-se no espelho. Estava com uma cara péssima. Foi até o banheiro e lavou o rosto, tomando o cuidado para que não parecesse que estivera chorando ou coisa assim, não queria perguntas constrangedoras.


Hilde bateu na porta chamando-a e ela forçou um sorriso.


-Não vá estragar outra noite, Lola –disse para si mesma, respirando bem fundo antes de abrir a porta.


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N/A: Olá pessoal! Tá aí mais um cap, sem nada muito fofo, como eu já disse que seria!rsrs Não que eu seja má, mas eles tem uma roupa suja pra lavar, não é? Então até que certas coisas sejam devidamente esclarecidas entre eles, nada de capítulos fofos!rsrs Como sempre, se você chegou até aqui, entre na campanha “Eu Faço Uma Autora Feliz” e ilumine o dia de uma menina carente! Bjussss

Miaka-ELA: rsrrs Sabe como é, tem que publicar em vários lugares...rsrs Brigada pela review e continue lendo! Bjusss

Douglas: Q bom que vc gostou da fic, eu mesforço muito!rsrs E tá aí mais um cap, e não demorou tanto assim... Só duas semanas! rsrs Bjusss

Eleonora: Bom, para matar a sua andiedade está aí mais um cap, e eu penso que o próximo não demora tanto!rsrs Q bom q está gostando! Bjusss

MARIA JOSÉ: rsrsr Vc ahca q a Amanda teve o q merecia? Eu achei pouco! huahuahu E será q dessa vez eu consegui novamente prender a sua atenção? Espero que sim! Até o próximo cap! Bjusss

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Comentários (1)

  • Natalie Mayer Black

    bom, então a Lola já sabe que a Gina ama o Harry também(ou mais ou menos isso) enfim, amando a sua fic *-*   Natalie Mayer Black Weasley

    2012-01-30
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