A doença do amor



Capítulo 9- A doença do amor


Abriu os olhos lentamente, e soltou um gemido de dor.


-Maldito sofá... –gemeu.


Ele levantou-se e olhou para a filha mais nova, dormindo calmamente. Aquela que sempre parecera um borrão vermelho, agora realmente o era. As manchas estavam ainda maiores que no dia anterior, embora já tivesse sido previsto. Mas ele achava que o fato de que ao expirar ela expelia um pó roxo talvez não estivesse dentro do que tinha sido calculado. Suspirou cansado. Ainda que estivesse tão perto dela, não podia tocá-la. Os medibruxos tinham conjurado um escudo protetor, que não permitia a propagação da epidemia.


Olhou o relógio e viu que já era relativamente tarde. Acordar às nove horas, para alguém que já estava acostumado a acordar às sete, era bem tarde. Conferindo se Hilde estava bem, ele deixou o quarto. Assim que deixou o quarto procurou logo a lanchonete. Estava faminto.


-Bom dia, Sr. Potter –disse o medibruxo responsável por Hilde- Podemos conversar um segundo.


-Hilde...?


-Não, sua filha não piorou. Estive hoje mais cedo no quarto e ela está dentro do quadro previsto.


Pensou no pó roxo e imaginou aquilo como ‘sendo previsto’. Bom, se ele dizia...


-Então sobre o que quer conversar? Eu só estava indo a-


-Não vou tomar muito do seu tempo.


Harry encarou o homem então deu-se por vencido.


-Se você faz questão.


-Siga-me, por favor.


Viraram um corredor e andaram mais um pouco. Harry estava incomodado. Como se já não bastasse o homem não lhe deixar nem tomar um café-da-manhã, ainda tinha que agüentar as pessoas o encarando estranhamente. Estranhamente mesmo. Não era como uma admiração, algumas enfermeiras olhavam desoladas em sua direção, alguns homens meio curiosos, e outras pessoas ainda olhavam com profundo desgosto. Uma ou outra parecia mesmo indignada.


“Voltamos à fase ‘odiamos-o-menino-que-sobreviveu’” pensou ele entediado. Quando essas pessoas iam tomar conta de suas próprias vidas e lhe deixar em paz? Já tinha derrotado Voldemort, já tinha feito o seu serviço, elas agora podiam deixar de vigiar cada passo seu.


Entraram numa sala e ele percebeu que estava na diretoria do hospital. O diretor, vestido impecavelmente de branco, lhe olhava num misto de admiração, vergonha e raiva. Assim que o diretor o convidou a sentar, o medibruxo de Hilde saiu da sala.


-Posso saber o que se passa? –perguntou ele, com um traço de impaciência na voz.


O diretor deu um sorriso sem graça e tentou não corar.


-Posso lhe pedir um favor, antes de tudo?


Ele meneou a cabeça.


-Pode assinar um autógrafo para o meu filho caçula? Ele é fanático por quadribol e diz que você foi o mais novo apanhador do século. Ele ficaria muito feliz.


Por um segundo Harry ficou estático, tentando perceber se o diretor falava sério. Deu um sorriso amargo e olhou para os lados quando percebeu que falava. Mas talvez por ele ter mencionado o quadribol, e não Voldemort, ou pela imagem de uma criança feliz em sua cabeça, Harry pegou o papel de má-vontade e autografou o papel para o filho do diretor.


-Muito obrigado –disse o diretor olhando com um sorriso sonhador para o papel. Então seu semblante ficou sério- Pronto. Agora vamos ao assunto. Er, bem, eu digo que tentei evitar que isso acontecesse, na verdade eles conseguiram por muito pouco, mas...


O que o diretor tinha evitado que acontecesse? Olhou para a cara do homem na casa dos 40 anos e pensou se tinha feito alguma coisa errada.


-É claro que as pessoas devem ter privacidade, principalmente num hospital! Ainda mais que sua filha está adoentada por essa epidemia... Aliás, esse foi o motivo pelo qual deixamos eles entrarem!


-Eles...?


-Sim! Chegaram tão humildes, com apenas um repórter e um fotógrafo, disseram que queriam fazer uma matéria sobre a epidemia. Você sabe, queriam alertar a população e tudo mais...


Ele prendeu a respiração quando ouviu as palavras ‘repórter’ e ‘fotógrafo’. Fechou os olhos e inspirou fundo. Algo lhe dizia que não gostaria da notícia que estava por vir.


-O que aconteceu? –perguntou ele, escondendo seu rosto entre as mãos.


-O senhor ainda não viu? Ah!...


Ambos ficaram se encarando de modo constrangedor por quase um minuto, até que o diretor, ainda sustentando o olhar de Harry, empurrou o Profeta Diário para ele.


Harry desviou seu olhar para o jornal. Duas manchetes figuravam a primeira página. A primeira, mais ao alto, dizia em letras grandes: Epidemia ataca! Pessoas se internam com sintomas de uma doença estranha, que os medibruxos ainda não sabem o que é. Para combatê-la foram... Leia mais, página 6.


Baixou seus olhos e não conseguiu ler o que estava escrito. Uma imagem vale mais que mil palavras, diz o ditado popular. E por aquela foto ele já sabia bem o que estava escrito.

----

Gina desaparatou furiosa no St. Mungus. Estava faltando o trabalho sem justificar, mas isso realmente não importava agora. Sua filha estava em primeiro lugar. E sua vida pessoal também.


As pessoas olhavam todas para ela, e isso a deixou ainda mais irritada. “Pense em Hilde. Pense na sua filha doente. Não faça uma bobeira” repetia para si tentando ignorar os outros. Entrou no quarto da filha e viu que Harry não estava lá, saiu logo para procurá-lo. Parou na porta do elevador e decidiu ir a recepção. “Ignore-os. Ignore-os. Eles não estão olhando para você!”.


-Por favor, eu gostaria de uma informação. Amanda Stuart, internada ontem com sérios hematomas...


Estava absurdamente difícil ignorar os olhares que os outros lhe lançavam, mas até agora ela tinha conseguido. Mas, mais difícil foi não matar a recepcionista, uma loira falsificada, que a olhou por cima dos óculos com uma cara espantada. Respirou fundo e fingiu não ouvir o que os outros comentavam.


-Onde ela está? –perguntou entre dentes.


-Já foi liberada, Sra Potter.


-WEASLEY! –gritou ela para a mulher. Todos se calaram e olharam espantados para ela, mas ela não se importou- Sra. Gina W-e-a-s-l-e-y!


Saiu pisando duro, mas sentindo-se melhor por ter descontado parte da sua raiva naquela indefesa recepcionista. Maldita reportagem! “Por que tudo era mais simples quando ele não estava aqui?”.


Voltou para o quarto de Hilde e a encontrou acordada, conversando com Lola e Molly. Respirou fundo e expulsou o ar dos pulmões. Precisava se acalmar.


-Bom dia, princesa! –disse, aproximando-se o máximo que era possível da filha.


-Bom dia, mamãe! Dia de cão, não?


Ela olhou furiosa para a mãe e para a filha.


-Não olhe assim para as duas. Eu já tinha percebido que algo estava acontecendo.


-Ah, é mesmo? –retrucou ela para Hilde, mas sentando-se ao lado da filha mais velha e encarando-a.


-É sim –respondeu rindo a pequena- Quando você entrou no meu quarto furiosa, olhou pro lado, não viu que eu estava acordada, e bateu a porta novamente... Bom, eu desconfiei que alguma coisa não ia bem.


Ela corou e abaixou a cabeça, rindo de si mesma.


-Desculpe, Hilde. Eu devia ter visto com você estava.


Abraçou Molly e lhe desejou ‘bom dia’, virando-se novamente para Hilde.


-Onde está o seu pai?


-Não sei. Acordei com ele fechando a porta ao sair.


-Típico –pensou alto, sem conter um muxoxo- Ninguém nunca sabe onde ele está...


-Pronto -disse Molly de modo imperativo, colocando as mãos na cintura.


-Pronto o quê? –exasperou Gina, imitando o gesto da mãe.


-Fale logo o que aconteceu! Você não deveria tê-la espancado por nenhum motivo!


-MAMÂE! É óbvio que eu não...


-A gente cria os filhos com tanto amor –lamentou-se Molly dramaticamente, sem prestar atenção ao que Gina dizia- E um dia eles fazem coisas que nunca se poderia imaginar...


-Eu-não-toquei-na-Stuart!


-Até se Harry estivesse pensando em te trocar por ela, mas não. Vocês já reataram!


-Nós-definitivamente-NÃO-REATAMOS!


Molly não sabia o que era pior: Gina ter esbofetado uma colega de trabalho, não ter reatado com Harry ou ter gritado com ela. Continuou a inflar.


-Conserte tudo isso agora mesmo, Ginevra Molly Weasley!


-Mas, mamãe! Eu não fiz nada!


-Como pôde? Ela era insuportável, mas isso...


Gina ficou roxa de um jeito que a própria Molly calou-se. Mãe e filha fixaram se encarando furiosamente quando a tensão foi cortada por Hilde, que balançava a cabeça negativamente e fazia um muxoxo.


-Tsc, tsc.


Todos olharam para a ruivinha e ela sorriu.


-A vingança nunca é plena. Mata a alma e a envenena.


Gina arregalou os olhos, então olhou ofendida para a filha.


-Eu não fiz nada disso!


A ruiva tirou uma mexa de cabelo do olho e sorriu novamente.


-Claro que não, mamãe.


Gina e Molly continuaram olhando para Hilde sem entender, até que Lola riu e desviou a atenção das duas. Gina reconheceu muito bem aquele olhar e o sorriso de escárnio que o acompanhava.


-Mas eu fiz, mamãe –disse ela com orgulho.

----

Ela subiu até a lanchonete para tomar algo bem forte que lhe acalmasse o espírito. Lola lhe deixava louca! Mas o pior é que não conseguia brigar com a filha. Se falasse que a colocaria de castigo, Lola ria e daria de ombros. Se ameaçasse lhe dar uma surra merecida, ela correria para perto das saias da avó. Céus, quando perdera o controle da situação?


“Você nunca teve, Gina” concluiu lamentavelmente “Lola nunca esteve sob o seu controle. Nem quando era uma pequena e inofensiva criança trouxa”.


Olhou para o balcão e viu quem estava querendo encontrar desde que recebera o jornal pela manhã. Harry também estava com uma cara péssima. Sentou ao lado dele e pediu um café forte sem açúcar. Ele nem sequer a olhou.


-E então? –disse ela num tom como se comentasse sobre o tempo.


-E então o quê? –resmungou ele.


Ela suspirou e deu um falso sorriso.


-Já viu o jornal?


-Já.


Ela tomou um gole do café sem encará-lo também. Ao lado dele o Profeta Diário estava aberto. Na primeira manchete lia-se sobre a “Epidemia ataca!” e logo abaixo “A doença do amor”. Pegou o jornal de mau-humor.


-Leu a matéria? –perguntou ela, com uma curiosidade sincera.


-Sinceramente não –suspirou ele- A foto me bastou.


Abaixo da manchete havia uma foto dos dois juntos. Provavelmente algum fotógrafo flagrou os dois num momento em que ele a consolava. Harry estava a abraçando por trás e beijava sua cabeça carinhosamente, enquanto ela fechava os olhos e suspirava profundo.


-É uma bela foto –disse ela sem ânimo.


Ele não respondeu nada e pela primeira vez ela parou para o olhar. Estava horrível. Ele tinha olheiras características de quem havia dormido pouco e dormido mal. Além disso, seu cabelo estava mais atrapalhado que o normal e sua roupa amassada. Ele estava mais sério que o normal e visivelmente mau-humorado. Ele nunca gostara de publicidade, muito menos de matérias falsas que falassem sobre sua vida amorosa.


-Há algo que se possa fazer?


Ele deu um sorriso amargo e pousou o copo duplo de café no balcão.


-Ignorar. Somente ignorar. Qualquer tentativa de provar o contrário só piorará a situação. Conversei ainda há pouco com Meg e ela falou muitas coisas do tipo mandar uma nota para a imprensa desmentindo e... –ele deu um suspiro de cansaço- Bom, no final, achei melhor simplesmente ficar quieto.


-Quem é Meg?


-Minha assessora. A única trouxa com quem eu convivo que sabe da minha verdadeira identidade.


Ambos ficaram calados, cada um com seus pensamentos. As pessoas não paravam de olhar e cochichar, mas estavam tão absorvidos em suas mentes que não reparavam isso. Tudo o que martelava na cabeça de Gina eram as últimas palavras de Harry: minha verdadeira identidade.


Ele terminou de beber seu café e levantou-se sem falar nada. Mas ela segurou o seu braço, impedindo-o de andar.


-Você devia parar de se esconder –disse ela, encarando-o profundamente. Esquecia-se que a lanchonete estava cheia e que provavelmente ela estava dando mais motivos para que as pessoas falassem.


-O que você quer dizer com isso?


-Você se esconde das pessoas para não ter que enfrentá-las. Bom, você já parou de fazer isso com a sua família, agora pare de fazer de conta que você não é o bruxo mais famoso dos dias de hoje.


Ele se soltou do braço dela e virou-se totalmente para encará-la. Estava irritado.


-O que você quer que eu faça então? –exasperou, num tom mais alto que o normal. As pessoas ao redor param de conversar, prestando atenção a briga do casal- Quer que eu corra para eles e diga: olhem, vocês podem falar de mim que eu não ligo, afinal, eu sou só um objeto para reportagens?


Ela empurrou seu café e levantou-se, deixando-o para trás. Já saía da lanchonete quando se virou para ele.


-Eu não quero nada de você, Harry. Foi só uma opinião.


Uma senhora levantou-se e deu o que seria um tapinha amigável em suas costas.


-Está certa, minha filha. Ele não te merece.


Ela não conteve um sorriso fraco, e continuou encarando Harry ao dizer:


-Nunca mereceu.


Deu as costas para ele e saiu andando lentamente para o quarto de Hilde. Dia cheio! E ainda nem mandara uma coruja explicando a Augusto toda a situação. “Bom, se eu ganhar um mês de suspensão dessa vez será muita sorte. Eu devo ser demitida assim que pisar naquele prédio novamente”. Pensou na Congregação da Finlândia, em como se auto excluíra do curso e em como Harry e Lola invadiram a sala. Era sem dúvida a funcionária mais problemática de todas. E agora ainda havia toda essa história com Amanda...


Reparou que estava com o jornal na mão e parou no meio do caminho, sentando-se numa poltrona de uma sala de espera para reler o jornal. Da primeira vez havia lido com muita pressa, afinal, sua mãe a deixara nervosa ao acordá-la batendo com o jornal em sua cabeça.

A doença do amor

Por Sunsan Moore, Fotografia de Amir Attia.

Há dois dias uma nova e estranha epidemia tem feito diversas vítimas na Inglaterra, e uma dessas vítimas é a jovem Hilde Potter, 11 anos, filha do separado casal Harry Potter e Gina Weasley.

O casal, o mais famoso desde Ernest Feleti e Celestina Warbeck, passou incógnito por anos a fio, só voltando a figurar novamente nos últimos cincos anos depois da separação. Gina Weasley, a caçula de uma família heróica e respeitada, tem exercido excelente função ao lutar contra artes das trevas e Harry Potter, ao que tudo indica, continua vivendo sob aparência trouxa.

Mas a doença da pequena Hilde pode ter unido novamente o casal, que foi flagrado no St. Mungus em um abraço profundo e demorado. Para afirmar sua decisão de reatar, Gina Weasley teria discutido com a mais recente ex namorada de Harry Potter e sua colega de trabalho, Amanda Stuart, e depois passado para uma agressão física, da qual Stuart saiu seriamente ferida.

A diretoria do St. Mungus nega que Amanda Stuart tenha sido atacada por Gina Weasley, já que no suposto momento da agressão, Weasley estaria conversando com os medibruxos a respeito da saúde da filha. Mas não há uma resposta para quem teria feito tal barbaridade.

Nenhum dos envolvidos foi encontrado para comentar a situação.


Ela fez uma careta e jogou o jornal no lixo. Afundou-se na poltrona. Ontem o medibruxo responsável por Hilde disse que um antídoto estava sendo estudado, e que talvez no fim da semana já tivessem como curar a doença. Torcia seriamente para que isso acontecesse. Senão, além da filha, ela também precisaria ser internada. Fechou os olhos e permitiu-se um momento de paz, em que o cansaço estava tomando conta do seu corpo. Ao abri-los novamente, Harry estava parado em sua frente.


-O que foi agora? –perguntou ela, ajeitando-se na poltrona.


-Podemos conversar em outro lugar? Onde não haja ninguém querendo ouvir a conversa?


-Onde?


Ele deu um sorriso enigmático.


-Bom, o diretor me pediu um favor esta manhã. Certamente não me recusará um agora.


Ela o seguiu calada. Não queria conversar, nem discutir, nem fazer nada. Só queria que Hilde ficasse curada, que não fosse demitida e que sua vida voltasse ao normal. A verdade é que sempre Harry estava por perto, as coisas nunca eram normais.


Entraram na sala da diretoria do hospital e ela se jogou num sofá que ali estava. Ele preferiu ficar de pé.


-Você não fez o que dizem, fez? –perguntou ele, sem jeito.


Ela pensou em nem responder, deu um sorriso irônico e falou:


-Não, não fiz. Mas adivinha quem foi?


Ele ficou calado por um segundo até entender a ironia do olhar dela.


-Lola –disse ele sombriamente- Agora sabemos porque ela nunca voltava da lanchonete...


-E ela parece muito orgulhosa disso, se quer saber.


Ele sorriu e encarou o chão.


-É bem a cara dela mesmo. Mas ela ficará de castigo.


-Tente –disse Gina, dando de ombros- Parece que você se esquece o tipo de filha que tem.


Ele sentou ao lado dela, mas sem encará-la.


-Eu me esqueço de muitas coisas, Gina. E é difícil quando você não está ao me lado para me lembrar.


Ela tentou fazer com que seu coração não disparasse, inutilmente.


-Sabe, –ele voltou a falar- os treze anos que vivi com você foram os mais felizes da minha vida... Eu acho que eu nunca te disse isso.


A voz dele estava rouca e ela começou a suar frio. Não estava gostando nada do rumo daquela conversa. Mas simplesmente não conseguia levantar e sair dali.


-Aonde você quer chegar, Harry?


-Lugar nenhum. Só quero desabafar.


Ela revirou os olhos, ainda que mostrasse um sorriso.


-Não é uma hora meio ruim para isso?


-Achei que era nas horas ruins que a gente desabafasse.


O coração dela realmente estava disparado, e de repente ela percebeu que sentia o calor do corpo dele próximo a ela. Estava com pena dele. Ou melhor, não estava. Estava se sentindo do mesmo modo que se sentia quando tinha doze anos e o via triste. Queria consolá-lo, abraçá-lo e fazer tudo mudar. “Não! Não! Não, Gina! Você não deve fazer nada disso!”. Ele a encarou e ela agradeceu a Merlim por estar sentada, porque suas pernas estavam tão bambas que certamente ela não agüentaria ficar de pé.


Ele a abraçou e ela desmontou nos braços dele. Naquele momento só ele entendia como ela estava se sentindo, porque ele estava da mesma forma. Envolveu seus braços em volta dele também. Ficaram assim durante um tempo, até que ele afundou seu rosto nos cabelos dela e suspirou, enquanto a apertava mais forte.


Ela soltou um gemido fraco quando ele beijou seu pescoço, e inclinou a cabeça para trás. Ele tirou uma de suas mãos da cintura dela, para segurar sua cabeça e fazer com que ela se voltasse para ele. Os dois olhares se cruzaram e ele soube que devia. A beijou como queria fazer há muito tempo.


O hálito quente dele e a respiração pesada estavam fazendo com que ela perdesse a noção de tudo. De repente esqueceu onde estava e porque estava ali e se viu deitada no sofá com ele por cima dela. Tudo que importava nesse momento era deixar que Harry a beijasse infinitamente.


Ele estava aumento o ritmo do beijo quando a porta se abriu. Pela expressão dela ele sabia exatamente quem estava parado ali, embora não tivesse coragem de olhar para Mark. A porta se fechou novamente e ela o empurrou, levantando-se apressada para sair dali. Ele segurou um dos punhos dela.


-Gina, espere!


-Não! –gritou ela. Então abaixou o rosto e o escondeu entre as mãos- Isso foi errado e nós não deveríamos ter feito nada disso!


-Seria errado dizer ‘eu te amo’ agora?


Ela levantou o rosto e balançou a cabeça negativamente.


-Você não me ama, Harry. Você ama o seu passado. E você não mudou nada.


Ele levantou-se também, agora com um traço de irritação nos seus gestos e na sua voz.


-O que quer dizer com isso?


-Você só quer reatar porque não aceita que tudo acabou e que a vida muda! –gritou ela. Sua respiração ainda pesada pelo beijo e pesava ainda mais pela raiva que sentia no momento- Olhe para você! Você vive como se fosse trouxa até hoje! Escondendo-se! Você quer a mim e a suas filhas de volta para reconstruir o seu modelo de vida ideal!


Ele a encarava de olhos arregalados, pasmo de mais para manifestar sua fúria.


-Você está entendendo tudo errado...


-Não estou não. Você não muda nunca, Harry. E eu não vou deixar que você estrague a minha vida só porque você não consegue evoluir a sua.


Ela ainda o encarou por um segundo, antes de lhe dar as costas e sair para ir atrás do namorado.


-Pois eu vou lhe provar, Gina –disse ele cerrando os punhos- Eu vou lhe provar que eu mudei.

----

N/A: Olá pessoal! Aê, eu não demorei dessa vez! É que os próximos dias serão meio corridos e eu com certeza não terei muito tempo para escrever, então me dediquei a esse capítulo para não deixar vocês na mão! Ah, que emocionante! Enfim os dois se beijaram! Rsrsr *comemora* E eu acho que nós estamos caminhando para o final da fic. Uns dois ou três capítulo, eu acho (mas não dou certeza...). Bom, e como eu sempre digo, se você chegou até aqui, entre na campanha ‘Faça uma autora feliz’ e deixe uma resenha! rsrs Até a próxima, Bjusss

Douglas Lucena: Ahá! Espero q vc continue achando o conteúdo cada vez melhor! rs O Harry vai parar d ser bonzinho! rsrs E eu nãod emorei dessa vez! Bjusss

MARIA JOSÉ ANDRADE DOS SANTOS: Ah, não precisa fazer beicinho! rsrsr Tá aí mais um capítulo! Aproveite! Bjusss

Igor Lestrange: Q bom q vc está gostando! rsrs Aproveite o novo capítulo!rsrs Bjusss

Ju de Paris: Hey, rsrsr vc é de Paris mesmo? rsrs Bom, aproveita pq as coisas realmente vão ficar sérias! rsrs Bjusss

anilorac: rsrs Não precisa ficar ansiosa, pelo menos dessa vez! rsrs Tá aí o novo apítulo! Espero que goste! rs Bjusss

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Natalie Mayer Black

    é, ela é com certeza Weasley, nunca vi gênio tão forte... adorei a Lola ter batido na loirinha besta... continue assim     Natalie Mayer Black Weasley

    2012-01-30
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.