Oportunidades de ouro

Oportunidades de ouro



[c][b]Capítulo 8 – Oportunidades de ouro[/b][/c]


O som da porta se abrindo interrompeu a sua concentração. Ela respirou fundo e afastou os cadernos, espreguiçando-se na cadeira. Olhou para o relógio e percebeu que a mãe tinha chegado mais tarde que o normal.


-Eu realmente perdi a noção da hora... –pensou alto, juntando suas coisas e guardando-as.


Ainda fechava o último livro quando ouviu as risadas. Tinham visitas. E ela tinha uma suspeita bem forte de quem seria. Terminou de guardar tudo e se olhou no espelho. Deu um sorriso forçado.


-Seja simpática –disse para si mesma.


Saiu do seu quarto e se dirigiu à cozinha, de onde vinham as vozes e as risadas. Estava certa quando pensou que Mark estaria ali, mas não esperava quem estava ao lado dele: Harry.


-Pai?


Seu pai sorriu e levantou-se para lhe dar um beijo. Ela o olhou interrogativamente, mas ele não entendeu sua pergunta ou não quis responder.


-Olá, Mark –disse meio desconcertada.


-Olá, Lola.


Gina entrou na cozinha e deu um beijo na filha, virando-se então para os outros dois presentes.


-Hilde já está dormindo.


-Ela sempre dorme cedo assim? –perguntou Harry.


-Ela passou mal agora à tarde –respondeu Lola, antes que a mãe abrisse a boca.


Gina ficou branca e fraquejou das pernas.


-O que ela teve?


-Febre alta, vomitou um pouco... Chamei a vovó. Ela esteve aqui a tarde toda e cuidou dela. Foi embora há pouco mais de meia hora –olhou para o relógio novamente e deu um sorriso amarelo- Ou melhor, há uma hora e quarenta minutos.


A ruiva saiu da cozinha novamente em direção ao quarto da caçula, sendo seguida por Harry. Lola ficou sozinha com Mark na cozinha.


-Hum... E aí? Por que demoraram? –disse na voz mais casual que conseguiu, ainda que não conseguisse parar de torcer seus dedos- Encontros depois do trabalho?


-Eu fui buscar sua mãe no trabalho, para passearmos juntos um pouco antes dela vir para casa. Encontramos com seu pai na loja dos gêmeos e fomos os cinco beber e conversar um pouco no Três Vassouras.


-Ah...


Um silêncio constrangedor caiu sobre eles, e ela olhou para a porta da cozinha, esperando que alguém aparecesse. Mas tanto sua mãe como seu pai estavam se certificando que a filha mais nova deles estava bem. Bom, talvez fosse hora de pedir desculpas a Mark.


-Escute...


-Não precisa pedir desculpas –disse ele interrompendo-a e adivinhando seus pensamentos- Eu sei o que passou na sua cabeça, é natural.


Ela nunca era simpática, nunca pedia desculpas nem se arrependia de suas ações. Na primeira vez que fazia isso aquele ser insuportável se comportava como um senhor da verdade e lhe fazia passar por uma garotinha estúpida. Quem ele pensava que era?


-Não. Você não sabe o que se passou na minha cabeça.


-Bom, eu tenho uma idéia geral...


-Ah é mesmo? –desafiou ela, estava apertando seus punhos firmemente para não se descontrolar e não fazer mais nenhuma burrada.


-Minha mãe faleceu quando eu tinha doze anos, Lola. Menos de seis meses depois meu pai já tinha outra e pensava em se casar com ela. Bom, eu volto a afirmar que eu tenho uma idéia geral do que você sentiu.


Ela o encarou profundamente e lentamente expulsou o ar dos pulmões, sentindo-se mais calma. Na verdade, sentia-se mesmo um pouco envergonhada.


-Desculpe –disse ela, por fim- Eu não tive a intenção de ser mal educada daquela vez, e também não queria discutir agora.


Ele sorriu e se ajeitou mais confortavelmente na cadeira.


-Não tem problema. –disse ele, e parando para pensar um pouco, ele sorriu novamente e voltou a falar- Olhe, não quero ser um novo pai, você já tem um e isso é o bastante para uma pessoa. Também não quero ser seu amigo, imagino que você já os tenha suficiente.


Ela o olhou sem entender.


-Então...?


-Então eu só quero uma convivência pacífica, ok? Seria muito legal que nós nos tornássemos amigos, mas se você não quiser, eu não vou forçar nada. A única coisa que eu quero é ver Gina feliz, e isso se torna muito difícil se você não me aceitar como namorado dela. Você e sua irmã são as pessoas mais importantes na vida dela, e não é confortável para ela que uma de suas filhas não goste do seu namorado.


Ela afirmou com a cabeça, com um sorriso fraco.


-Bom, eu posso tentar uma convivência pacífica.


-Seria ótimo.


O assunto havia morrido, mas não deu tempo para que um novo silêncio caísse sobre eles, naquele instante Harry adentrava a cozinha com um ar aliviado.


-Sua mãe está terminando de ajeitá-la. Ela já está melhor, pelo menos a febre já passou.


-Muito bom –disse Mark- Por que será que ela passou mal assim de repente?


Os dois olharam para Lola e ela deu de ombros.


-Eu estava estudando quando ela entrou no meu quarto dizendo que não se sentia bem. Aí eu chamei a vovó...


Gina entrou calma, mas com uma sombra de preocupação no rosto. Mark se levantou e lhe deu um beijo, arrastando-a para a sala.


-É melhor eu ir, já está tarde e todos nós acordamos cedo amanhã.


Ela o abraçou forte e o acompanhou até a porta. Harry deu um abraço e um beijo na testa da filha e os seguiu.


-Está na minha hora também. Amanhã venho aqui cedo para ver como Hilde está.


Ele se despediu da ex e saiu acompanhando Mark. Assim que os dois foram embora ela virou-se para a mãe, comentando no tom mais normal que pôde:


-O dois se deram bem, não?


Gina sorriu.


-Pois é, conversaram muito e Harry inclusive me disse à parte que o achou um cara muito legal e que foi uma boa escolha.


A morena franziu o cenho e arregalou os olhos, mas Gina estava com a porta da geladeira aberta e não viu nada disso.


-Mãe... Não é bom ficar com a porta da geladeira aberta, sabe?


Gina riu e pegou uma pêra, fechando a porta em seguida.


-Eu sempre abro a porta da geladeira pra pensar. –disse num sorriso, beijando a filha então- Boa noite, minha princesa. Estou cansada, preciso descansar bastante essa noite.


-Boa noite, mãe –disse a morena sentando-se à mesa para comer um pedaço de pão.


A ruiva lhe sorriu de um modo diferente e já estava com o corpo para fora da cozinha quando voltou-se e olhou para filha.


-À propósito... Muito obrigada. Eu estou orgulhosa que você e Mark tenham se entendido.


-Como você...?


-Ora, você é minha filha e ele meu namorado. Eu sei.


Ela deu um sorriso fraco e observou a mãe ir para o seu quarto. Respirou fundo e colocou a cabeça entre as mãos. Quando perguntaria à mãe sobre tudo o que vira na penseira? Ou deixaria isso de lado? A verdade é que já nem pensava tanto nisso, estava muito ocupada estudando e deixou-se convencer pela felicidade de sua mãe com aquele namoro. Bom, talvez aquilo tudo não passasse apenas de algumas lembranças esquecidas.


Abandonou o pão e levantou-se indo para o seu quarto também. Não sabia porque, mas nesse momento sentia-se extremamente cansada.

[hr]


O som das cortinas sendo afastadas e a repentina claridade fez com que ela abrisse os olhos de muito mal-humor.


-Que é? –resmungou ainda sonolenta.


Sua coberta foi arrancada fora e ela forçou suas vistas a ver o que estava acontecendo.


-Vó?


-Acorde rápido, Lola –disse a rechonchuda senhora impacientemente.


Levantou-se atordoada observando a avó ajeitar seu quarto em questão de segundos.


-Onde está sua Gina?


-No Instituto.


Molly bufou.


-Ela não tinha sido suspensa?


-Faz duas semanas que papai fez com revissem a suspensão –disse pegando uma muda de roupa para se trocar e dando uma conferida no calendário- Aliás, de qualquer forma ela já estaria de volta.


Molly saiu do quarto com pressa resmungando algo que ela não entendeu. Lola trocou-se rapidamente e entrou no banheiro para lavar o rosto e terminar de acordar. O que diabos estava acontecendo?


-Vó...? –chamou entrando na cozinha.


Mas quem andava apressada de um lado para outro não era Molly, e sim Zilk, que fervia água no fogão e preparava algumas ervas na mesa.


-Onde está...?


-Aqui, Lola! –veio a voz de sua avó da outra parte da casa.


Passou pelo corredor e viu que ela tinha entrado no quarto de Hilde.


-Mas o que...?


Antes que terminasse a sua pergunta ela viu a irmã. Hilde estava deitada na cama, com o corpo ensopado de suor, manchas avermelhadas na pele e uma palidez incrível no rosto. Correu para o lado de sua avó para ajudar.


-Como ela ficou assim?


-Isso era eu que deveria perguntar! –impacientou-se Molly.


-O que quer que eu faça?


-Corra para o Instituto e avise sua mãe que Hilde está no St. Mungus!


-Certo!


Ela saiu correndo do quarto e pegou com as mãos trêmulas o pote de pó de flu.


-INSTITUTO DUMBLEDORE!


Saiu pela lareira da recepção e correu até o elevador, mas foi impedida por dois guardas parados na entrada.


-Identificação, por favor –disse um deles.


-Não trabalho aqui, mas...


-Tem horário marcado?


-Não, mas...


-Apresente o passe livre, então.


-Esqueci em casa, mas...


-Você não pode passar, então.


-EU PRECISO FALAR COM A MINHA MÃE!


Todo o saguão olhou para ela e um dos guardas se apressou para tirá-la dali.


-Hey, você! Me solta agora ou eu...


Ela não pôde terminar de falar porque outro guarda a pegou por outro braço e os dois a arrastavam para fora do edifício. Quando estavam próximos da saída, ela viu uma esperança surgindo.


-Hey Stuart! Amanda Stuart!


A loura parou e a olhou com desprezo.


-Diga a eles, por favor! Diga que me conhece porque eu realmente preciso falar com a minha mãe! Diga logo!


Os guardas olharam para a mulher, mas ela fez uma cara estranha e olhou Lola de cima a baixo como se ela fosse um inseto.


-Nunca vi essa garota antes –disse ela antes de recomeçar a andar.


Lola arregalou os olhos e xingou um palavrão que fez as pessoas a olharem com raiva.


-Sua falsa! É importante! Eu PRECISO FALAR COM A MINHA MÃE –gritou enquanto era arrastada para fora.


Ao ser deixada do lado de fora ela olhou para a loura que entrava no elevador. Amanda Stuart lhe sorriu vitoriosa e deu um tchauzinho, mandando um beijo no ar logo em seguida.


-Eu não acredito... –disse tentando sufocar uma risada.


-Disse alguma coisa? –perguntou uma senhora a seu lado.


Amanda forçou-se a ficar séria e olhou para a senhora fazendo um muxoxo com as mãos.


-Não. Eu não disse nada.


Assim que a porta se abriu no seu andar, ela saiu andando séria, mas assim que viu Gina Weasley conversando com Beth Sumers não pôde resistir. Deu uma gargalhada.


A ruiva e a morena olharam a loura passar e se entreolharam sem dizer nada. Gina estava confiante até agora, porque Amanda estava muito atrasada para a reunião, e isso certamente a atrapalharia, mas agora... Quando viu a loura gargalhar de sua cara parte da sua confiança foi pro espaço.


-Ela sabe de algo que eu não sei –disse ela para Beth.


-Bobagem. Só está tentando não passar por tola. Não que ela consiga, é claro. –disse a gorda arrastando Gina para a reunião.


Antes que as portas se fechasse, Augusto virou-se e deu uma ordem para a secretária.


-Não deixe que ninguém nos incomode. Nem que o próprio Ministro esteja sendo assassinado. Perder essa reunião pela segunda vez é tudo o que não queremos.


A secretária meneou a cabeça e sorriu positivamente. Augusto então respirou mais calmo e entrou na sala, fechando a porta atrás de si. Ele olhou para os três membros da Congregação da Finlândia. “Mau sinal. Haviam sete da última vez”. Duas mulheres e um homem, os três muito pálidos, de cabelos louro platinados e olhos tremendamente azuis. As bochechas estavam coradas, certamente não estavam acostumados com o calor do verão inglês, que era bem mais quente em relação ao finlandês. A mulher ao centro tinha uma expressão dura e o olhar rápido que lançou a Gina não fez com que ela se sentisse bem.


-Bom, devo agradecer imensamente a nova chance que nos deram –disse Augusto pomposamente. Seu orgulho britânico sendo dobrado com dificuldade- É realmente gentil da parte de vocês.


-Não temos nenhum interesse em ter um inglês no nosso curso –disse a mulher ao centro, mantendo um semblante indiferente- Aliás, já dissemos que esse assunto está encerrado por nossa parte e que dificilmente vocês nos convencerão do contrário. A Inglaterra nunca obteve grande representatividade em Magia Negra, e nos parece desnecessário a presença de vocês.


O rosto de Augusto manteve-se impassível.


-Como vocês bem sabem, há quase duas décadas finalmente foi derrotado um poderoso bruxo das trevas neste país. E isso nos alertou sobre o perigo de não ter conhecimento de como detê-los, afinal, essa guerra durou por volta de três décadas, com alguns falsos períodos de paz.


O homem deu uma olhada para um relatório que tinha em mãos.


-A Sra. Weasley, pelo que consta, já teve contato com Horcruxes.


-Sim. Dois, para ser mais exata.


-E foi a Sra. quem os destruiu? –perguntou a outra mulher, que exibia um ridículo lenço vermelho na cabeça.


-Não, foi o meu ex marido. Mas acompanhei o processo de descoberta e destruição.


-Tem idéia do que um Horcrux realmente é? –perguntou a mulher ao centro, com um inconfundível tom de arrogância.


-Perfeitamente.


-Então sabe que muito poucos foram feitos nos últimos quinhentos anos.


-Se você considera sete, feitos pela mesma pessoa, um número pequeno... Bom, eu não sei nada sobre poucos.


-Esse foi um caso incomum –resmungou o homem, revirando os olhos.


Gina o olhou atentamente e respirou com calma por um segundo, passando a imagem de ser superior que ele.


-É exatamente esse o motivo pelo qual o Instituto Dumbledore existe. Para vencer o incomum. Bruxos medíocres nós deixamos para o Ministério.


Um silêncio constrangedor recaiu sobre a sala. Ela olhou de soslaio para Augusto e ele tentava reprimir seu sorriso de satisfação. Já a Congregação da Finlândia parecia ter engolido bosta de dragão.


-Nós podemos não ter representatividade em Magia Negra –Gina retomando sua fala- Mas tornou-se vital para nós o conhecimento de como destruí-la. E nós apreciaríamos muito uma vaga no curso de vocês.


A mulher ao centro de um sorriso falso que Gina não pôde compreender muito bem.


-Se não foi você quem destruiu os Horcruxes, por que estou perdendo meu tempo com você? Onde está Harry Potter?


Aquilo foi um soco na boca do estômago. Lola sempre perguntava por Harry. Sua mãe sempre perguntava por Harry. E agora até mesmo a Congregação perguntava por Harry! Abriu a boca para responder, mas Beth apertou sua mão fortemente por debaixo da mesa. Augusto aproveitou a chance.


-Harry Potter não trabalha neste lugar nem em qualquer lugar bruxo. Ele não está disponível. Agora se nos permitem voltar ao foco dessa reunião, Gina é perf...


-Mas nós temos grande curiosidade conhecê-lo, mesmo que seja a sua esposa que vá para a Finlândia...


-Ex. –disse Gina entre dentes- Ex esposa.


-Ah, é claro. Como queira –disse a mulher displicentemente.


Gina se manteve séria por uns instantes, então olhou para Augusto e murmurou:


-Me desculpe.


Antes que ele perguntasse qualquer coisa ela levantou-se e bateu com sua pasta fortemente contra a mesa.


-Se vocês querem Harry Potter, fiquem com ele. Eu est...


Ela ainda falava quando a porta foi estrondosamente arrombada. Caídos no chão meio desajeitados estavam Harry e Lola.


-Harry...?


-Mas o que...? –exclamou Augusto levantando-se.


Harry levantou-se num pulo e olhou desconcertado para todos.


-Desculpe a intromissão, é urgente! –e voltou seu olhar para Gina- Hilde está no hospital!


-Aquela piranha! –exclamou Lola apontando para a ex de seu pai- Ela me viu na portaria, sabia que eu queria falar com você, mamãe! [i]Fingiu que nunca tinha me visto[/i]!


Gina apoiou-se na mesa e olhou ao redor. Augusto e o Conselho a olhavam com a pior expressão possível, enquanto a Congregação parecia dividida entre a raiva e o espanto. Respirou fundo e desculpou-se perante a todos, mas sem conseguir encará-los, mantia seu olhar fixo em Harry.


-Se vocês me dão licença. Eu já estava fora de qualquer maneira.


Pegou a mão da filha e saiu puxando-a, não sem antes lançar um olhar mortal para Amanda. Harry olhou para todos e deu um sorriso amarelo.


-Er, me desculpe... Não foi-


Mas o que não tinha sido ninguém soube, porque ele deixou a frase no ar, deu de ombros e seguiu a ex e a filha. Entrou no escritório de Gina e esta estava parada em frente a lareira.


-Lola já foi. Vamos! –disse ela pegando um pouco do conteúdo de um pote e jogando este para Harry- ST. MUNGUS!


Ele viu a ex sumir e ficou um segundo parado, atordoado demais para pensar no que fazer. A porta do escritório abriu-se novamente. “Beth, provavelmente” pensou ele. Mas quando olhou para trás lá estava Amanda, encarando-o piedosamente.


-Se eu puder ajudar...


Ele cerrou os punhos fortemente.


-Conversaremos depois, pode apostar. ST. MUNGUS!


Saiu no hospital e olhou em volta. Gina não esperara por ele. Aproximou-se da recepção.


-Por favor, minha filha foi internada agora pela manhã... Hilde Potter.


Por um momento fez-se um silêncio na recepção e todos olharam para ele, as pessoas que estavam por ali começaram se cochichar umas com as outras, mas ele tentou não dar atenção a isso.


-Segundo andar. Ala Flyn Djlar. Próximo!


Ele olhou para o elevador, mas dispensou-o. Correu pelas escadas até dar de cara com uma Molly desesperada.


-Harry! Que bom que está aqui! –disse a senhora abraçando-o. O fato de que seus olhos estavam vermelhos e ela assoava o nariz não lhe pareceu um bom sinal.


-Como está Hilde?


-Os medibruxos dizem que ela está bem, mas que talvez ela tenha que ficar internada por um ou dois dias. Eu disse a Gina que ela realmente não parecia bem e q...


Mas ele não podia mais ouvir a ex sogra. Suas pernas fraquejaram e ele caiu num banco que havia a seu lado. Ouviu passos e virou-se. Sua filha mais velha vinha numa expressão atordoada. Ele levantou-se custosamente e foi até ela.


-Lola! Onde está Gina? O que falaram de Hilde?


A morena ficou olhando pro nada por um segundo, ainda transtornada.


-É uma epidemia. Ontem onze bruxos e dois abortos deram entrada com os mesmos sintomas de Hilde. Os medibruxos ainda não sabem o que está causando isso, dizem que chamaram uma equipe particular para ajudá-los...


-E Hilde? –inquietou-se Molly.


-Está fora de perigo agora, mas eles não descartam uma recaída e por isso ela continuará internada por um tempo ainda. Aparentemente o fato de ela ser uma criança e ter um organismo mais fraco fez com que a doença se manifestasse de modo mais grave. Mamãe está tirando algumas dúvidas com o medibruxo.


Harry abraçou a filha apertado. Não sabia se estava tranqüilizando a garota ou a si mesmo. Provavelmente ambas as coisas.


Gina voltou com um semblante preocupado, mas menos tenso do que ele esperava.


-Ela vai ficar bem. O doutor Tartus disse que desde ontem cedo algumas pessoas se internaram com os mesmo sintomas, e que desde ontem já começaram a estudar o caso para um antídoto que reverta tudo isso. Parece que vão ter que noticiar isso ao Profeta Diário, para alertar a população.


Ela sentou-se e ficou com o olhar perdido.


-Mas eles não sabem como isso começou? –indagou Molly.


-Não. Nunca viram isso. Pode ser um desdobramento de alguma doença mágica, ou uma nova que tenha surgido por mutação de algum vírus e coisa assim...


-Vírus?


-Esqueça, mamãe.


Molly inflou de raiva, mas continuou calada em respeito à filha. Harry sentou-se ao lado da ruiva.


-Aquela reunião... Era importante?


-Deveria ser. A Congregação da Finlândia aceitou nos receber novamente.


Ele arregalou os olhos e sua boca escancarou-se. Ao vê-lo ela não pôde reprimir um riso.


-Ora, não fique assim. Eu já estava de saída, de qualquer forma. Eu não tenho o perfil que eles procuram.


Ele preferiu não perguntar que perfil era esse, podia chateá-la ainda mais. Ficaram todos em silêncio durante muito tempo, talvez por mais de meia hora. Lola levantou-se para ir até a lanchonete do quinto andar e perguntou se alguém queria ir com ela. Por final foi sozinha mesmo. Apertou o botão do elevador e esperou ele chegar, tendo uma surpresa quando a porta se abriu.


-Você?! –exclamou indignada.


-Vim prestar minha solidariedade –disse Amanda saindo de dentro do elevador.


A loira saía quando Lola a segurou pelo braço e jogou novamente para dentro do elevador.


-Hey! Que diab...?


A porta se fechou e o elevador colocou-se em movimento. Lola apertou Amanda contra a parede.


-Primeiro: minha irmã não está morrendo, então guarde sua maldita solidariedade para você! Segundo: como você pode pensar que meu pai lhe dará qualquer confiança depois de tudo que já aconteceu? Terceiro...


Ela abriu a boca para falar, mas a raiva lhe subia a cabeça e não lhe deixava organizar seus pensamentos. A loura curvou os lábios num sorriso maldoso, rindo de sua cara.


-Ora, criança, dos homens entendo eu...


Lola soltou-a e a encarou profundamente. Dessa vez o sorriso curvou-se em seus lábios. Estava sozinha com a Stuart. Ela olhou para os lados percebendo que o elevador ainda se movia.


-Já percebeu como esse elevador balança?


Amanda franziu o cenho. De tudo que esperava ouvir, isso certamente não estava na lista. Antes que falasse algo, Lola pulou fortemente. Assim que os pés da garota pousaram no chão, com um estalo ruidoso o elevador parou.


-O que você pensa que está fazendo? –rugiu Amanda.


Um sorriso sombrio continuava crispado nos lábios da morena. Ela sentia-se como a boa e velha Lola. Cruel e inconseqüente, numa ótima combinação. Ela estalou os dedos das duas mãos e estalou o pescoço também.


-Já ouviu falar no sangue quente dos Weasley, [i]Amanda[/i]?


Pela cara de espanto da loura, sim, ela já tinha ouvido falar. E sabia que estava encrencada.

[hr]

N/A: Olá pessoal! Aff, eu sei que eu demorei dessa vez, e não tenho nenhuma justificativa boa, mas... Ok, me desculpem! Tipo, eu nunca dediquei capítulos a ninguém, mas dessa vez não dá! Rsrs Esse é pro Dé e pra Kmillinha, que ficaram presos comigo no elevador por mais de uma hora desde que eu tive a estúpida idéia de pular lá dentro! Rsrsr E pra minha amiga Gi Potter com quem eu não conversava há muito tempo, que veio me dizer que estava gostando da fic! Bom, acho que é isso aí... Mas como sempre, se você chegou até aqui, entre na campanha “Eu Faço Uma Autora Feliz” e ilumine o dia de uma menina carente! Bjussss


Douglas: Pois é, dessa vez demorou mais que duas semanas, mas saiu! rsrsr Bjusss

Maria José: rsrs Estou sustentando o seu vício!rsrs Mas um capítulo fresquinho! Bjusss

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Natalie Mayer Black

    a loira aguada tem que apanhar mesmo.. sabe que eu imagino ela como a quase-esposa do pai das meninas do filme "Operação Cupido" kodkasodas ... continue assim   Natalie Mayer Black Weasley

    2012-01-30
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.