Pra terminar...



[c][b]Capítulo 10- Pra terminar...[/b][/c]


[i]“Pra terminar[/i]
[i]Dizer que o amor chegou ao fim[/i]
/i][i]Esqueça de me perguntar[
[i]Se ainda há amor em mim”[/i] (Pra terminar, Ana Carolina)


Ela estava sentada no sofá dele, e pensou que nunca se sentira tão desconfortável no móvel mais macio da casa. Lady, a gata persa, lhe encarava como se perguntasse como ela tinha coragem de estar ali depois de tudo o que havia acontecido. “Deixe de ser tola, Gina!” brigou ela consigo “Ela é só uma gata...”.


Mark voltou da cozinha trazendo biscoitos e duas xícaras de chocolate quente. O verão estava terminando. Ele se sentou numa poltrona de frente para si e lhe estendeu uma xícara.


-Como está Hilde? –perguntou ele, com sincera preocupação.


-Bem –disse ela- Ás vezes ela tem alguma recaída. Febre, tosse, mas nada com que se preocupar de verdade. Recebi uma coruja ontem do St. Mungus e os medibruxos continuam a procura de um antídoto mais forte e eficaz que o último, mas eu não me preocupo muito por enquanto. Hilde tem tomado os remédios na hora certa e está ótima.


Ela parou de falar como se lembrasse de algo ruim, porque fez uma careta. Mark lembrou-se de algo também e se mexeu incomodado, mas ela não percebeu.


-Céus, foi um período horrível –disse ela como se não o enxergasse- O que inicialmente era pra ter sido uma semana, acabou se transformando em duas semanas e meia de hospital. Tivemos que revezar para ficar com ela durante o dia e à noite. Até mesmo os gêmeos ajudaram... Você acredita nisso? –perguntou ela sorrindo?


Ele sorriu também e tomou mais um gole do chocolate. Lady levantou-se do sofá e pulou para o colo do dono, amaciando o local por alguns segundos antes de deitar novamente.


-Nenhuma informação sobre o que pode ter causado essa epidemia? –indagou ele.


-Não, não –disse ela balançando a cabeça- As causas ainda não foram descobertas. Ou então foram e eles não querem divulgar por algum motivo. Mas eu não acredito muito nisso –ela deu um profundo suspiro e então sorriu novamente- Mas e você, como está?


Ele sorriu e ela sentiu-se mais confortável, o sofá ficando até mesmo mais macio. Mark estava tentando levar como se tudo estivesse normal. Estavam sem se ver há mais de três semanas, durante a qual nenhum escreveu para o outro ou fez questão de saber como estavam. Ela sentia que tinha agido mal, mas no estado em que estava não poderia tê-lo procurado para esclarecer nada. E ele aparentemente lhe entendera.


-Bem –disse ele sem encará-la direito- Os últimos dias foram bem ocupados com uma socialite em crise. Ela não tem saído em muitas colunas sociais, então...


-E o que você aconselhou a ela?


-Eu não aconselho nada, Gina –disse ele num tom monótono, como se repetisse aquilo pela milésima vez- Eu só ouço. Não é meu papel dizer o que as pessoas devem ou não fazer.


-Ok, ok! –riu ela- Eu me esqueci. Mas o que aconteceu?


-Ela decidiu tirar férias num safári africano –riu ele- Provavelmente voltará de lá cheia de manias e objetos estranhos, e então terá muito espaço nas revistas...


Eles sorriram e um silêncio os recobriu. Ele mexeu-se novamente e a olhou com um olhar que ela não soube decifrar.


-Nós dois sabemos porque você está aqui.


Ela somente confirmou com a cabeça, encarando sua xícara de chocolate.


-Primeiramente eu quero que você saiba que eu não fui lhe vigiar ou coisa assim. Fui até aquela sala porque queria saber como você estava, e se quer saber, imaginei que encontraria vocês dois discutindo –ele falou como quem se desculpava e ela não pôde suportar. Ela o traíra e ele ainda agia com decência- Eu devia ter batido na porta, mas acho que mesmo que eu tivesse feito isso e vocês pudessem se desgarrar antes que eu entrasse, não teria adiantado muito.


-Eu...


-Eu não sou burro, Gina.


Ela não corou por muito pouco, afinal já não era nenhuma garotinha, mas a muito custo conseguiu sustentar o olhar dele.


-Nunca achei que você fosse.


-Eu sei disso. Mas você veio até a minha casa tentar me convencer de que você fez aquilo sem querer, que aquilo não significou nada para você e, se tiver como ainda, pedir para que tudo volte ao que era antes.


Estava sentindo-se uma tola. Não sabia se ela que era tão previsível assim, se ele que conseguia decifrá-la tão fácil ou se ele estava tentando apenas desestabilizá-la.


-Eu... Ora! É exatamente o que eu vim dizer, mas não me faça soar como se eu fosse uma ridícula adolescente! –esbravejou ela- Eu sofri muito por sua causa nesses dias e...


-Isso era o mínimo que você podia fazer...


-...e eu realmente gosto de você!


Lady balançou o rabo indicando que o tom alto de voz de Gina estava a incomodando.


-O que você realmente veio fazer aqui, Gina? Como a pessoa digna que você é, sei que veio aqui esclarecer tudo, mas certamente você sabe o que quer de mim. E é isso que eu te pergunto: o que você quer de mim?


-Quero que me perdoe.


Ele acariciou o pêlo da gata e voltou a falar sem encará-la.


-Eu pareço bravo com você?


-Não, mas parece decepcionado –respondeu ela de imediato.


-Eu [i]estou[/i] decepcionado.


Ela abaixou a cabeça e tentou pensar em alguma coisa para dizer, algo que mostrasse que ela quisesse ficar com ele.


-A quem você ama, Gina? –perguntou ele, fatalmente.


Ela abriu a boca, mas não respondeu nada.


-Eu nunca disse que te amava, Mark. Nunca. Nunca te iludi com um sentimento que fosse maior do que realmente o era. Você sabe que eu amo estar com você, que você me faz feliz e que tudo o que eu mais quero é te fazer feliz também, pra sempre. Mas eu nunca te iludi.


Ele balançou a cabeça confirmando e deu um sorriso com um leve traço de ironia.


-Concordo. Eu sei disso. Mas também nunca me disse o básico: você ainda ama o Harry?


Ela sentiu-se acuada. O certo é que respondesse de supetão, sem nem mesmo parar para pensar que não o amava, mas algo a deixava sem reação.


-Eu não vou voltar para ele –disse ela por fim.


-Eu não lhe perguntei isso –disse ele levantando os olhos para ela. Ele sorriu fracamente- Aliás, a quem você quer convencer disso: a mim ou a você?


Ela ficou estática, certa de que estava fazendo tudo errado. Droga, como tinha ensaiado mesmo? Em casa parecera tão fácil fazer Mark ver que deveriam ficar juntos! Ele tirou a gata do colo e a colocou de lado, então levantou-se e foi até a porta.


-Vá embora, Gina –disse ele olhando no fundo dos olhos dela. Toda a mágoa e decepção estampados- Eu não vou servir como uma tática para que você se mantenha afastada dele.


-Mark, eu ainda não...


-Eu não quero ouvir o que você veio dizer, porque eu acho que você mesma ainda não sabe o que você tem a dizer. Não quero gastar a minha noite ouvindo coisas que me farão mal, entendeu? Vá embora.


Ela levantou-se pasma e derrotada. Parou ao lado dele antes de sair.


-Você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Eu estava decidida quem nem mesmo Lola poderia me separar de você dessa vez. Eu estava disposta a enfrentar minha filha mais velha para ficar ao seu lado. Talvez isso signifique alguma coisa pra você...


Ela deu de ombros e já saía quando ele voltou a falar.


-Eu não estou lhe dizendo que acho que você o ama –disse ele com um traço de esperança na voz. Ela se manteve ainda de costas para ele- Só estou dizendo que você está fugindo de um problema que está acabando com a gente. Resolva seu assunto com ele e, se não tiver mais nada mesmo, venha me procurar. Porque [i]eu[/i] te amo.


A porta foi fechada num baque surdo e ela ficou ainda de costas, tentando não pensar que parecia uma tonta que nem conseguia articular suas próprias frases.


“Um banho quente... é tudo o que eu preciso!” pensou ela antes de desaparatar.


Entrou em casa e encontrou Lola na mesa da cozinha, estudando.


-Já voltou? –perguntou a morena, levantando uma sobrancelha.


-Não, ainda estou lá –rosnou Gina, entre dentes.


Gina pegou um copo d’água e sentou de frente para a filha.


-Quer comemorar agora? Eu e Mark estamos separados.


-Vocês terminaram? –perguntou a menina surpresa. Não havia nenhum tom de felicidade na voz da garota, o que acalmou Gina um pouco.


-Algo assim. Na sua linguagem eu acho que nós “demos um tempo”.


Lola fechou os livros e cadernos, guardando sua pena também. Estava preocupada com a mãe.


-Mas... como ele disse isso?


-Algo como “resolva seu assunto com se ex e depois volte a me procurar”.


Lola abriu a boca para falar algo, mas então balançou a cabeça e mordeu os lábios, se censurando.


-Quer que eu faça uma massagem? –perguntou ela, por fim.


Gina olhou para a cara da filha e então deu um sorriso.


-Seria muito bom. Só vou tomar um banho primeiro.


A garota sorriu também e Gina se preparou para levantar. A ruiva pegou um biscoito do pote e saía da cozinha quando Lola tomou coragem para perguntar o que queria.


-Mãe... O que exatamente aconteceu para as coisas chegarem a esse ponto?


Gina encarou a filha com o cenho franzido. Sabia que ela acabaria perguntando isso mais hora, menos hora. Aliás, achava que tinha demorado até demais. A menina já havia percebido que algo estava errado.


-Naquele dia eu estava muito furiosa, e Harry estava muito furioso também e... Bom, a gente descontou a raiva um no outro e depois... Depois... Depois ele resolveu desabafar.


Gina falava olhando perdida para o nada, a filha a encarando confusa.


-O desabafo da discórdia! –brincou Lola- Mark ouviu papai dizer que era muito mais bonito, divertido e esperto que ele?


Gina riu e balançou a cabeça.


-Não, ele viu... –ela começou a falar e então parou, lembrando de algo- Sabe a minha velha penseira, Lola? Está no meu quarto. Eu vou tomar um banho e se você quiser pode dar uma espiada. Pelo menos o dia de alguém vai ser feliz.


Ela saiu e a morena ainda ficou sentada um tempo, sem saber se sua mãe tinha falado sério ou não. Hilde tossiu no quarto e ela levantou-se para ver se a irmã estava bem.


-Hilde? –bateu ela na porta- Está acordada?


Ninguém respondeu e ela entrou no quarto. A menina adormecera brincando de boneca. Desajeitada, pegou a irmã no colo e a levou para a cama e a cobriu.


-Depois não sabe como fica doente... –resmungou Lola.


Saiu do quarto da irmã e deu de cara com a porta do quarto da mãe. A porta estava aberta, um convite para entrar. E a penseira estava cama.


-Ok, ela estava falando sério...


Pegou a penseira e entrou cuidadosamente nela. Encontrou seu pai sentando-se ao lado de sua mãe.


[i]-Eu esqueço muitas coisas, Gina. É difícil quando você não está a meu lado para me lembrar.[/i]


Ela ficou observando a cena. Sua mãe estava mais pálida que o normal. Ela ouviu seu pai voltar a falar e seu coração disparou quando os dois se abraçaram. Tinha a leve impressão de que Mark não ouvira coisa alguma. Mas uma visão valeria por mais que um milhão de desabafos.


Viu o beijo que ele deu no pescoço dela e fez uma careta, não queria ver aquele tipo de coisa entre seus pais! Queria os dois juntos, mas assisti-los era demais! Começaram a se beijar e ela arregalou os olhos, realmente não acreditava no que estava vendo.


-Hey, vocês dois! –disse ela, com certo nojo- Parem com isso! Eu sou filha de vocês! Não devo ver algo assim!


Mas não aconteceu mais nada do que um beijo muito ardente, pois a porta se abriu de súbito e um preocupado Mark deu lugar a um surpreso e por último indignado Mark. A cara de Gina estava corada e ela parecia que só então tomava consciência do que estava fazendo.


Lola não precisou ver mais nada, saiu dali imediatamente. Encontrou sua mãe enrolada na toalha, sentada na cama, passando um creme hidratante no corpo.


-Foi por um desses que você esteve esperando durante esses anos? –perguntou Gina, meio divertida pela expressão da filha.


-Acho que sim –respondeu Lola, ainda enojada- Mas eu não precisava ter presenciado isso...


Gina riu e começou a se trocar.


-O que mais que você viu? Alguma cena do divórcio, do casamento, nascimento seu ou de Hilde?


-Hoje eu só vi a cena do beijo, e foi mais que o suficiente se quer saber! –disse Lola, ainda pasma.


Gina parou e encarou a filha profundamente.


-O que você quis dizer com “ hoje eu só vi...”?


Lola corou profundamente e tentou não desviar o olhar da mãe. Esquecera-se de omitir que já andara espionando a penseira da mãe em outras ocasiões.


-Lola? Eu fiz uma pergunta!


-Ora, mamãe –disse ela, totalmente sem-graça- Vai dizer que você não imagina a resposta?


Gina fechou os olhos e suspirou, como se pedisse paciência a Merlim.


-Você é bem filha do seu pai, mesmo. Ele também invade penseiras alheias –ela olhou para a filha, que brincava com um fio solto em sua colcha- Quando? Quantas vezes? O que você viu?


-Há mais de um mês. Uma só vez. Flashes felizes de vocês dois –respondeu a garota imediatamente.


Gina levantou a sobrancelha.


-Flashes felizes?!


-É, e não foi por querer! Eu fui buscar um livro no sótão, então eu vi a penseira e, bem... Ah, você entendeu!


Gina sentou-se na cama olhou a filha sem entender nada.


-Não há flashes felizes nessa penseira, Lola. Todos os pensamentos que eu depositei aí me perturbavam.


A morena ficou como se tivesse levado uma goles na boca do estômago.


-Mas... como? Você estava no hospital e alguém gritava “ele acordou” e você sorria. Você estava n’A Toca e ele te convidava a ir lá fora pra conversar e você sorria. Você corria vestida de noiva e ele corria atrás de você dizendo que devia te carregar. Você lia um livro e falava ‘Lola?’ e ele sorria! Isso não são flashes felizes?!


Gina a encarou por um instante então sorriu.


-São, são felizes, Lola. São felizes quando eles não te trazem lembranças de momentos ruins que vieram a seguir. Pra você eles são felizes, pra mim são perturbadores... E foi por isso que eu os coloquei na penseira.


O coração da morena disparou. Fez tantas hipóteses para responder por que aqueles pensamentos estavam ali, e no final a resposta era tão óbvia e tão desanimadora.


-Mas... –começou a morena a dizer, então mordeu o lábio, freando sua frase.


-Pode perguntar –disse fazendo um muxoxo com a mão.


-Uma cena... aparentemente recente. Você na sala dele. Um porta-retrato. Vocês dois se encarando...


Gina revirou os olhos e balançou a cabeça.


-Pare de colocar coisas na sua cabeça –disse Gina levantando-se novamente- Fui lá conversar sobre o seu presente, e como sempre nós discutimos. Nada demais. –ela ia falar mais alguma coisa quando parou e encarou a filha- Essas visões na minha penseira têm alguma coisa a ver com o fiasco de jantar de quando Mark veio aqui?


-Eu vi na noite anterior ao jantar –disse a morena, encolhendo os ombros.


-Bom, isso explica muita coisa... –suspirou Gina. As duas ficaram em silêncio por um tempo, então a ruiva voltou a falar- Mas você não viu nem uma cena sequer do divórcio?


-Não –disse Lola, estranhando a pergunta- Só cenas felizes.


Gina fez uma espécie de careta e de um sorriso torto.


-Estranho, parece que de algum modo você bloqueou as minhas memórias que poderiam te perturbar.


-É, eu sempre soube que eu tinha algum poder oculto... –brincou Lola.


As duas se encararam e então sorriram uma para a outra. Gina não conseguia se lembrar de um momento tão íntimo com a filha mais velha. Bom, alguma coisa para salvar o seu dia.


-E que tal aquela massagem agora, hein?

--**--

No outro dia Gina teve que acordar cedo para ir ao Instituto. Depois de uma licença por motivos de saúde da filha ela finalmente voltava à ativa. Ou não. Tinha uma reunião marcada com Augusto, torcia para que a sua situação não estivesse tão ruim como imaginava.


Zilk ficou arrumando a casa, e normalmente Lola e Hilde ficavam lá também. Mas o aniversário de Paul seria dentro de dois dias e as duas foram para A Toca ajudar na preparação dos doces.


-Festa de criança sempre tem ter muitos docinhos... –disse Molly pela qüinquagésima segunda vez em menos de duas horas- Eu acho se nós paramos por agora e recomeçarmos amanhã estará bom. O que você acha, Lola?


A morena viu todos os olhares voltarem para si e ficou sem-graça.


-Eu... não sei. Quem entende de festa de criança é você, vovó.


-Ora, mas quem é boa em matemática é você!


A garota deu de ombros e Hilde sorriu.


-Será mais o suficiente, vovó. Pode ficar tranqüila.


A senhora de cabelos grandes sorriu de orelha a orelha e mandou um beijo no ar para a neta.


-Eu tenho que parar de comer doces –lamentou Hilary, olhando desesperada para o monte que a cercava- Eu engordei dois quilos só de olhar e cheirar tudo isso...


A loira levantou-se e foi para o jardim. Ela estava lá fora quando gritou:


-Lola! Hilde! O pai de vocês está aqui!


Hilde levantou-se num pulo e saiu correndo, jogando-se nos braços de Harry. Já Lola ficou sentada na cozinha ao lado da avó que lhe fazia cara feia.


-Vá cumprimentar o seu pai, Lola!


-Ele vai entrar aqui agora, vó.


E realmente entrou. Vestido num traje verde claro e com um chapéu pontudo preto meio discreto.


-Papai? –exclamou Lola.


-Olá, Lola! –disse ele colocando Hilde no chão e abraçando a filha mais velha- Como está?


-Eu, eu...


Mas ele não esperou a resposta, foi abraçar Molly, quem ainda considerava como mãe e sogra.


-Harry, querido! –exclamou a rechonchuda- Que bom ver você por aqui! Há quanto tempo não vem nos ver espontaneamente!


Ele sorriu e sentou-se ao lado da filha, que ainda o encarava como se estivesse vendo um extraterrestre.


-Receio dizer que a freqüência talvez não mude por um tempo, Sra. Weasley. Mas eu trago boas notícias!


-O quê? –perguntaram Hilde e Molly ao mesmo tempo.


-Larguei meu emprego trouxa! –disse ele jogando os braços para o ar.


A boca de Lola se escancarou totalmente, não conseguia acreditar que seu pai tinha conseguido fazer isso. Hilde e Molly pulavam no pescoço do moreno, sufocando-o. “Isso explica o fato de ele estar trajado como um bruxo” pensou ela “E pra falar a verdade, acho que é a primeira vez que eu vejo isso acontecer”. Mesmo em seus aniversários e nos aniversários de Hilde, Harry sempre aparecia vestido em vestes trouxas.


-E você, Lola? Não diz nada? –perguntou ele, visivelmente ansioso pela aprovação da filha.


Ela parou por um segundo e o olhou como se não o visse. Então sorriu.


-Isso, isso é maravilhoso papai –disse ela sorrindo de verdade e se jogando nos braços dele também- Eu não acredito que você conseguiu largar sua vida trouxa.


-Meg chorou muito quando me despedi dela, e o pessoal da empresa fez uma festa de despedida para mim. Claro que só Meg sabe porque eu larguei tudo... –disse ele sorrindo. Ao ver a cara de interrogação das três, esclareceu- Meg é uma amiga trouxa, a única para quem eu contei sobre... tudo.


-Ah...


-E o aniversário de Paul? Depois de amanhã, não é mesmo? –perguntou ele.


Harry e Molly começaram a conversar entusiasmados, mas Lola observava tudo sem conseguir acreditar de verdade. Parecia bom demais para ser real. E pra falar a verdade, ainda parecia que ele não estava falando tudo. Sim, ele parecia esconder alguma coisa. Como se fosse fazer uma surpresa.


Olhou para Hilde e percebeu que a menina estava agitada demais, como se esta também estivesse escondendo alguma coisa. “Eles combinaram algo” pensou ela “Aliás, Hilde parecia saber que o papai viria. É, eles estão tramando algo”.


Bom, a pirralha era doida, mas não doida o bastante para torcer contra o casamento dos seus pais. Então se Hilde estava ajudando seu pai, aí estava tudo bem. Até por que ele realmente precisava de ajuda, porque sempre fazia alguma burrice que estragava tudo.


-Mas e você, Lola? –a voz do pai lhe chamou de volta à razão- Animada para o início das aulas? É semana que vem!


-Sim! –disse ela contente. Estava aí um assunto que vinha lhe deixando animada e ansiosa- Eu estudei muito, muito mesmo. Mal vejo a hora desse concurso chegar logo!


-Curso? –perguntou uma Gina atordoada entrando na cozinha.


A expressão da ruiva já não era muito boa, e quando ela viu Harry vestido em trajes bruxos, fez uma cara ainda mais estranha.


-O que está acontecendo aqui? –perguntou ela, olhando para os lados como se esperasse que alguém gritasse “brincadeirinha!”.


Harry levantou-se e exclamou orgulhoso, como uma criança que conta uma façanha aos pais:


-Larguei minha vida trouxa!


Ela espantou-se e olhou para os outros presentes na cozinha, esperando uma confirmação deles.


-Sério?! Bom, meus parabéns! –disse ela, meio sem-jeito.


Todos olharam para ela percebendo que tinha alguma coisa errada. Harry se adiantou.


-Gina, nós podemos conversar lá fora?


Ela confirmou com a cabeça e deixou sua bolsa na mesa.


-Isso seria realmente bom, Harry.


Ele levantou-se e a seguiu para fora da casa. Ao passarem por Hilary que separava Paul dos gnomos do jardim, Gina fez um sinal à garota para que ela entrasse.


Ela andou mais um pouco e despencou num balanço, olhando direto para o chão e suspirando profundamente, esquecendo-se de que Harry estava ao seu lado.


Harry sentou-se naquele banco sorrindo, tanto pelas suas boas notícias quanto pelas lembranças. Estavam os dois naqueles balanços quando ele a chamou para conversar e a pediu em casamento. Ele continuou sorrindo de si até que olhou para a expressão sombria dela.


-Gina?


-Hã? –disse ela, como despertando de seus pensamentos- Você falou alguma coisa?


-Bom, eu contei que eu larguei o meu emprego trouxa...


-Isso, é muito bom, Harry! Muito mesmo!


-Sim, e agora eu vou ter tempo de me dedicar às meninas, de cuidar delas, de puxar a orelha delas quando precisar! Tempo pra elas!


As palavras dele tiveram um efeito realmente positivo nela, a expressão do rosto dela aliviou-se muito e ela sorria e a balançava a cabeça a cada palavra que ele falava.


-Você não faz idéia do quanto isso me deixa aliviada, Harry –disse ela suspirando, parecendo mais tranqüila. Ele ficou sem entender muito.


-Isso a deixa feliz, você quer dizer?


-Sim, isso também. Estou feliz por você. Parabéns –disse ela, como se a ação dele em si fosse algo secundário e não muito significante.


Então o sorriso dele extinguiu-se. Não tinha gostado da reação dela. Não sabia exatamente o que esperava, mas certamente não isso.


-O que aconteceu, Gina? Você chegou com uma cara estranha, agora essa reação... O que te alivia?


Ela balançou com os pés e parou de encará-lo, olhando para frente.


-Tive uma reunião com o Augusto agora que me deixou muito transtornada –então ela sorriu novamente e voltou a encara-lo- Mas você acaba de me tranqüilizar.


O coração dele disparou. Aquela frase e aquele sorriso saindo da boca dela eram mais que suficiente para lhe deixar louco. Estaria ela lhe dando algum sinal de que ele podia ter esperanças?


-O que você quer dizer com isso? –perguntou ele, com a boca seca.


Ela ficou mais séria e deu um suspiro.


-Estava preocupada com as meninas. Mas agora eu sei que elas vão estar com você e vão estar bem.


Ele não disse nada. Ficou a encará-la sem ainda entender o que estava acontecendo. Ela percebeu a confusão dele e explicou:


-Eu vou pra Finlândia, Harry. A Congregação acaba de me chamar.

--**--

N/A: Olá, pessoal! Não me matem, eu sei que eu demorei demais, um mês! Eu não pretendia fazer isso, mas acontece que a situação não foi favorável! Eu mudei de cidade, não tenho pc em casa, dependo do laboratório da faculdade, que praticamente só tem Linux, e eu me perco toda! Além do fato de que escrever com um monte de gente conversando ao seu lado (sim, há eventuais ruídos incômodos) e sem música não dá! *sem música é realmente triste...* Foi mal MESMO! Vou tentar não demorar tanto com o próximo capítulo, ver se eu começo escrever à mão *Nãããããõ, eu odeio escrever à mão!*, vamos ver. Muito obrigada a todos que me cobraram esse capítulo, sem isso eu continuaria numa crise criativa devido às condições de trabalho, rs isso foi muito importante. Não esqueçam de me cobrar novamente se eu voltar a demorar como dessa vez *tomara que isso não aconteça!*. Bom, é só isso, então! Bjusss, Asuka

Igor Lestrange: Q bom q vc tá gostando!!! Sorry pela demora, espero que tenha compensado! Bjusss

Ju de Paris: Mas ela tinha q ir atrás do Mark!rsrsr Ela namora(va) com ele!!!rsrsr Agora o Mark tá fora, mas ainda não é final feliz!rsrs Bjusss

anilorac: Desculpa ter t deixado ansiosa por tanto tempo! rsrsrMas finalmente tá aí! Aproveite o cap!rsrs Bjusss

julinha: Q bom que vc está gostando, tá aí o noco cap! Espero q goste! Bjusss

MarciaM: Q bom q vc gostou da fic! Eu me esforço bastante nela!!!rsrsr Mas pode deixar q esses casalzinho vai voltar a se amar muito sim!!! rsrs Bjusss

Douglas Lucena: Tomara q eu tenha conseguido manter o nível!!! Desculpa pela demora, vou tentar não fazer mais isso!!!rsrs Bjusss

Tonks & Lupin: Q bom q vc está gostando, espero q goste desse capítulo também!!! E não precisa se preocupar, de modo algum eu desisto dessa fic!!!Bjusss

Renata Nakazato: Aê! Q bom q vc tá gostamdo!!!rsrs Só por curiosidade, vc leu alguma outra fic minha? Bom, mas o novo cap tá aí, espero q goste!!! Bjusss

MARIA JOSÉ ANDRADE DOS SANTOS: Desejo atentido, mais um capítulo!!! rsrsr Só desculpa a demora...rsrs Bjusss

heloisa santos: Ah, Heloísa, eu sempre imagino assim, forte, determinada e chiquérrima! rsrsr Criar mesmo só as filhas, uma mais fofa q a outra!! rsrs *autora coruja* Bom, mas as suas perguntas vão sendo respondidas aos poucos, nos próprios caps! rsrsr Vc vai ter q esperar!rsrsr Mas espero q se divirta com esse cap!!! Bjusss

Doug Potter: Eu sei q eu demorei, mas devidas desculpas dadas! Espero q goste do cap!!! E não, em hipótese alguma eu eskeci da fic!!! rsrs Bjusss

Myrthes: Q bom q vc tá gostando da fic!!! Aproveite o novo cap!!! Bjusss

kelly: Não, não! Vc não foi chata! Eu considero toda cobrança d cap como um incentivo pra escrevê-lo! rsrsr Se,pre q eu demorar, pode cobrar! rsrs *só espero q eu não demore!rs* Espero q goste do cap!! Bjusss

leticia brito: Ahhh, q bom q vc gostou!!!rsrs Tá aí o novo cap!! Aproveite! Bjussss

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Comentários (1)

  • Natalie Mayer Black

    COMO ASSIM FINLÂNDIA?? Sra. Potter eu não permito isso u.u  ooun, o Harry tá mesmo fazendo de tudo pra reconquistar a Gina *---* continue assim   Natalie Mayer Black Weasley

    2012-01-30
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