O Herdeiro

Uma faixa de luz entrou em seus olhos, e quando os abriu uma imagem totalmente diferente do que havia visto nas ultimas horas apareceu, era o escritório de Dumbledor e não mais o corredor em Azkaban.
- Harry, você está bem Harry? – perguntou ma voz – Como está?
- Vivo? – se auto perguntou Harry se olhando e examinando suas mãos – Eu estou vivo?
Harry estava sentado na cadeira em frente a mesa de Dumbledor que por todo o ano fora de Merlim.
O menino muito confuso olhou para frente e visualizou duas figuras muito parecidas, uma ao lado da outra, Dumbledor e Merlim.
Harry se sentia diferente e confuso, tinha uma mistura de todos os sentimentos em sua cabeça, se remexendo, dando voltas e mais voltas, sentia um frio em sua espinha, sentia se como se tudo ao seu redor não fizesse sentido, como se o que foi agora não era mais.
- Deve estar se sentindo muito confuso Harry – disse Dumbledor – muito normal por tudo o que aconteceu.
- Dumbledor? Merlim? – disse Harry – O que, o que aconteceu? Eu estou vivo? Mas, mas, mas era para eu estar morto, eu, eu, eu, não consigo entend....
- Acalme se Harry, iremos lhe explicar tudo – disse Merlim puxando duas cadeiras e se sentando ao lado de Dumbledor – comece Alvo.
Harry olhou para os dois como se não estivesse entendendo nada. Merlim olhou para baixo enquanto Dumbledor suspirava se preparando para falar.
- Harry, pelo o que vejo está muito bem para saber de tudo o que ocorreu – disse Dumbledor – você após todo o ocorrido acabou desmaiando ao meu lado e de Hermione.
- Hermione! – exclamou Harry – Cadê Hermione? E Gina e Luna? Como estão elas estão bem?
- Acalme se Harry – disse Merlim – todas estão bem, foram levadas para a enfermaria logo pela manhã juntas ao seu amigo Ron que voltou ao normal junto com sua namorada Fleur.
- Harry, preste atenção, você estava com uma idéia na cabeça que não aconteceu, eu te disse antes de Voldemort aparecer que o sonapulos estava em sua mente, em seus sonhos, e que somente apareceria caso você desejasse que aparecesse – explicou Dumbledor – mas isso não ocorreu.
- Eu quis, eu quis dar o sonapulos para Voldemort e assim podendo acabar com todo o mundo – disse Harry se auto culpando – mas eu não consegui, e se eu conseguisse, seria responsável por todo o fim da humanidade.
Dumbledor fechou os olhos enquanto Merlim suspirava esperando sua chance de falar.
- Você não teria culpa de nada Harry, Voldemort usou uma arma horrível contra você, usou ela da forma mais banal que existe – explicou Merlim – ele usou o amor, o amor seu por sua namorada Gina, e por seus amigos Luna e Hermione, claro que você queria entregar o sonapulos para ele, não queria vê las sofrer, e eu sei muito bem que ao mesmo tempo que queria lhe entregar o tal objeto, você ao mesmo tempo não queria entregar, pois sabia de todo o mau que aconteceria.
- Mas eu não consegui entregar, nem mesmo achar o tal sonapulos – disse Harry com uma forte dor de cabeça – porque?
- Harry, mesmo se você desejasse com todas as forças do mundo não iria conseguir acha lo, pois eu e todos as outras pessoas nos enganamos – esclareceu Dumbledor – não foi em sua mente que Bistrong colocou o Sonapulos, e sim na de outra pessoa, em Neville.
Harry perdeu a respiração, sentiu se enganado e perdido, confuso também por um momento. Não conseguia imaginar Neville enfrentando tudo o que ele passou nas ultimas horas.
- Mas nós não comunicamos a ele, Neville não sabe e nunca saberá sobre isso, seria algo muito forte para ele – disse Merlim – e por isso que ele nem ninguém deve saber sobre isso.
- Comunicamos também ao Ministério que os dois Sonapulos foram destruídos para acabar com essa história de uma vez por todas – explicou Dumbledor – felizmente agora apenas um dos dois não está destruído.
- Como? – perguntou Harry – Não entendi.
- Harry, lembra que eu disse a você que Voldemort era sua última horcruxe e vice-versa? Então, você ra para estar morto agora, Voldemort morreu, ou melhor se auto dissolveu – explicou Dumbledor
- Auto o que? – perguntou Harry – Como assim?
Dumbledor soltou um suspiro e não respondeu deixando a palavra com Merlim.
- Quando ele te atacou a luz verde que saiu de sua varinha foi em sua direção correto? – Harry afirmou com a cabeça – Então, se eu não me engano o feitiço bateu nessa bola de cristal – Merlim mostrou a bola para Harry – quando a bola de cristal absorveu o feitiço de Voldemort ela lançou outro dez vezes mais forte, um poder tão poderoso que seria capaz de matar qualquer pessoa, até o bruxo mais poderoso do mundo, até mesmo meu ancestral Merlim.
- Esse feitiço foi em direção a Voldemort que automaticamente em forma de defesa usou seu sonapulos para ir para a outra dimensão, mas ele achou que ele seria atingido e depois poderia voltar porém o feitiço não o atingiu diretamente, e sim atingiu seu sonapulos – Dumbledor falou calmamente – impossibilitando que ele voltasse, fazendo assim que ele se dissolvesse, isto é, que ele morresse no mundo dos sonhos, e automaticamente aqui também.
- Eu vi, uma fumaça negra saindo de dentro dele quando ele caiu – disse Harry – achei estranho mas logo em seguida eu desmaiei.
- A fumaça Harry, significa que sua alma, que seu espírito se foi, que finalmente ele morreu, mas algo estranho ocorreu, aquele feitiço branco que saiu da bola de cristal é um feitiço chamado Lúnarios, um feitiço muito poderoso que é feito toda vez que uma horcruxe boa é formada – disse Dumbledor – e foi o que ocorreu, essa bola de cristal Harry, nada mais é do que uma horcruxe boa, a horcruxe de Lilliam Evans Potter.
Harry engasgou com sua própria saliva, sentiu se estranho e diferente, não sabia que sua mãe havia feito uma horcruxe, não sabia que apenas um simples objeto poderia ter lhe salvo a própria vida. Dezessete anos atrás sua mãe o salvou das mãos de Voldemort e pela segunda vez isso aconteceu.
- Mas porque que minha mãe fez essa horcruxe? – perguntou Harry – E como foi parar nas mãos de Luna?
- Bem, sua mãe fez essa horcruxe aos dezessete anos, quando estava para entrar na ordem, fez a horcruxe como demonstração de poder, a bola de cristal era de Amanda, melhor amiga de Lilliam e mãe de Luna – explicou Merlim examinando a bola – quando descobri que você era horcruxe de Voldemort a entreguei anonimamente para Luna para que o ajudasse em tudo isso.
- Mas então se Voldemort era minha ultima horcruxe porque que eu ainda estou vivo? – perguntou Harry confuso – Deveria estar morto.
- Harry, preste atenção, quando as horcruxes morrem a pessoa morre automaticamente, mas quando a pessoa é destruída antes das horcruxes, elas passam para seu herdeiro – Dumbledor disse – então quando sua mãe veio a falecer a horcruxe dela automaticamente passou para você, deixando você apenas com uma horcruxe a bola de cristal de sua mãe.
Harry se sentiu feliz ao saber que por trás de tudo aquilo sua mãe foi a peça fundamental de tudo, e que se não fosse por ela ele poderia estar morto naquele momento. Mas a felicidade de Harry foi embora ao se lembrar de um pequeno detalhe.
- Mas, se eu fui a ultima horcruxe de Voldemort significa que agora sou a horcruxe do herdeiro de Voldemort – disse Harry preocupado – isso é horrível.
- Mas Harry, Voldemort não tem nenhum herdeiro – disse Dumbledor rindo agora indo em direção ao poleiro de Fawkes onde apenas cinzas existiam – por isso Harry, a partir de agora você e todos os seus amigos e toda a humanidade estão livres de todo o mal existente.
Um largo sorriso apareceu na face de Harry, um sorriso bonito e de felicidade, um sorriso de alivio e de calma.
Harry se levantou e seguiu próxima a porta que estava entreaberta.
- Agora Harry, que tudo já está esclarecido siga para a enfermaria onde se encontram seus amigos – disse Dumbledor mexendo nas cinzas – e aproveite fale com Srta. Ponfrey para lhe dar algo que faça o melhorar ok? Agora é só esperar alguns minutos que Fawkes voltará a vida.
- Mas eu e Hermione vimos ela pegar fogo e não voltar mais – disse Harry abrindo a porta – o que houve com ela?
- Ela pegou fogo e ficou em cinzas como forma de defesa – disse Merlim – disse para ela fazer isso antes de eu descer. Pode ir agora Harry, e não se esqueça que hoje a noite teremos o banquete de encerramento, não se esqueça de ir.
Harry sorriu, acenou com a cabeça e saiu da sala em direção a escada giratória que levava até os corredores de Hogwarts.

Harry entrou na enfermaria e viu seus amigos deitados nas seis camas da enfermaria, na cama da parede a direita estava Hermione, Luna e Gina, todas acordadas e sorrindo, no outro lado estava Ron e Fleur também acordados. O menino seguiu até Gina que o olhava com carinho.
- Harry meu amor, você está bem? – perguntou ela abraçando seu namorado – não tem noção como tive medo de te perder.
- Eu também, tive muito medo de nunca mais te ver – disse Harry a olhando fixamente nos olhos – mas agora tudo se foi e o que importa é que estamos bem e com vida.
- Concordo – disse uma voz na cama ao lado – e também acho que você deveria ser um pouco mais educado e cumprimentar os outros presentes.
- Apoiado – disse outra voz mais distante.
Harry se virou e viu Luna e Hermione o olhando com um largo sorriso no rosto, todas muito sorridentes e normais.
Harry seguiu até Luna e Hermione abraçando as respectivamente, depois se sentou na beira da cama de Gina.
- Você está mesmo bem Hermione? – perguntou Harry – levou um belo ataque no peito.
- Estou, não se preocupe, Srta Ponfrey cuidou muito bem de nós – disse ela – e estamos nos sentido como novas.
- Espero que tenhamos alta logo, já que hoje será o banquete de encerramento – disse Luna passando a mão na barriga – estou morta de fome.
- Hem hem – fez Hermione fazendo um sinal com o olhar para o outro lado da sala.
Harry se virou e viu Ron olhando para ele com um olhar triste e sem graça. Harry seguiu até o menino e lhe deu um abraço, um forte abraço simbolizando a amizade entre os dois desde pequenos.
- Harry, me, me, me desculpe, eu não queria, eu.... – disse Ron.
- Cale se Ron – disse Harry – você não teve culpa de nada, nem você nem Fleur, vocês viraram vampiros aconteceu, estavam em um estado de transe, não eram vocês mesmos, e quer saber, nada mais importa agora, tudo acabou, agora quero que voltemos a ter aquela amizade que sempre tivemos ok?
Ron concordou com a cabeça e estampou um longo sorriso no rosto e deu outro abraço no amigo como forma de laço entre dois velhos amigos.
- Mas eu tenho uma dúvida – disse Gina – como vocês voltaram ao normal?
- Apenas uma explicação existe Gina – disse Hermione – o vampiro que mordeu Fleur deve ter morrido, por isso que ela voltou ao normal, e como ela mordeu o Ron ele voltou também ao normal.
Harry então lembrou do vampiro em que Voldemort usou o Avada Kadavra e que saiu voando para trás, com certeza fora ele que mordeu Fleur.
De repente alguém entrou na enfermaria, era Draco, vinha com roupas da Sonserina, estava triste e com o rosto molhado.
Parou na porta da sala e olhou a todos com um olhar de tristeza e de culpa, deu meia volta para sair da sala.
- Espere Draco – disse Harry o segurando pelo braço – não vá, fique.
- Não, não quero estragar o momento feliz entre vocês – disse ele – eu vou embora.
- Não, venha, queremos conversar com você – disse Harry o puxando pelo braço.
Draco deu um suspiro e entrou na sala com Harry sem cumprimentar ninguém, apenas olhando para baixo.
- Oi Draco – disse Hermione – se senta aqui, onde você esteve?
- Acabei de chegar do, do, do enterro da Pansy – disse ele fungando – foi tão, tão triste.
Draco em instantes se colocou em uma choradeira só, chorava tanto que chegava a gemer de tristeza.
Harry mexeu com a varinha e um copo de água veio em direção a Draco que o pegou agradecendo com a cabeça.
- Harry, eu quero, eu quero – chorou Draco – eu quero te, te, te.....
- Esquece Draco – disse Harry mexendo as mãos – você não teve culpa de nada, você apenas teve medo.
- Se eu não tivesse feito ela.... viva, ela estaria viva – disse Draco chorando em prantos – foi minha culpa.
- Para Draco, esquece isso, você não tem culpa de nada, de absolutamente nada – disse ele o segurando pelos ombros – esquece tudo, tudo o que ocorreu.
Draco baixou sua cabeça chorando mas concordou com o que Harry lhe disse, não fora sua culpa, e sim de Voldemort.
- Olá para todos – disse Srta Ponfrey entrando na sala – bem, todos aqui estão de alta, podem sair e logo pela noite terá o banquete de encerramento, e pelo que eu sei a maioria daqui é do sétimo ano, portanto hoje será o ultimo dia aqui em Hogwarts, não estou certa?
- Está Srta Ponfrey – disse Hermione se levantando – hoje será o ultimo dia meu, de Harry, de Ron e de Draco.
- Então tratem de aproveitar a tarde inteira, pois logo pela manhã todos irão embora – disse a enfermeira – ok?
- Ok – disseram todos
A porta então se abriu novamente e Victor Krum entrou correndo olhando ao seu redor.
- Hermione – disse ele pegando em sua mão – está melhor?
- Estou Victor – disse Hermione olhando Ron – e você e os outros?
- Estamos todos ótimos, e vocês?
- Também, Ron onde você vai? – perguntou Hermione olhando Ron indo até a porta – já vai?
- Estou indo, tchau pra todos, daqui a pouco nós nos vemos.
Ron saiu da enfermaria deixando Hermione falando sozinha. Krum percebeu que Hermione ficara chateada e resolveu sair também.
- Bem, eu vou indo – disse ele se levantando e beijando Hermione – e Harry, eu soube que vai ter uma surpresa hoje no banquete, ok, tchau para todos.
Victor deu meia volta e saiu da enfermaria deixando todos sozinhos. Hermione se arrumou enquanto Gina e Luna colocavam os sapatos.
Depois de se arrumarem todos saíram do local deixando a enfermaria sozinha.
- Bem e agora, o que faremos? – perguntou Hermione – Tem alguma coisa para fazer?
- Vamos para o lago, quero passar o ultimo dia em Hogwarts maravilhosamente, quero que esse dia seja o melhor de minha vida, vamos? – disse Harry puxando todos.
Harry e os outros seguiram pelo corredor até o lado externo do castelo para se divertirem e aproveitarem o ultimo dia em Hogwarts.

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