Azkaban



Por um momento a máquina permaneceu em movimento como se voasse rapidamente enquanto Harry continuava tonto e com a sensação enjôo. Dentro do aparatador era tão escuro que Harry não conseguia enxergar nem mesmo um palmo a sua frente.
De repente a maquina parou e deu um impulso para baixo como se tivesse caído no chão.
- Chegamos Harry – disse Hermione em algum lugar na escuridão – vou abrir a porta espere.
No meio da escuridão apareceu uma fresta de luz que foi aumentando pouco a pouco e quando parou todo o espaço interno do aparatador ficou iluminado e Harry pode então ver onde estava exatamente.
- Vamos sair Harry, está na hora – falou Hermione parada em frente a porta – respire fundo e venha.
- Ok – disse ele meio tonto
Hermione pegou na mão de Harry e o puxou para fora do aparatador com um certo receio por estarem em lugar onde nunca haviam tocado.
Quando Harry saiu do aparatador viu um lugar totalmente diferente de Hogwarts, a Ilha de Azkaban era um lugar grande e medonho. Estavam na praia cuja areia era cinza parecendo um pó, o mar era agitado com ondas de no mínimo um metro e suas águas eram negras e no momento em que as ondas levantavam com o reflexo da luz do sol ficavam com brilhos roxos. Depois de doze metros de areia vinha uma faixa de pedras pontudas com aspecto negro e medonho seguido de uma camada de gramas verde escuras que dava inicio a base de um castelo grande e negro com algumas árvores plantadas ao seu redor.
Harry vislumbrado com aquilo olhava atentamente todos os detalhes enquanto Hermione fechava a porta da máquina. A menina apertou um botão e o aparatador sumiu voltando ao seu lugar de origem.
- E agora Hermione? – perguntou Harry olhando para o castelo – onde deveremos ir?
- Não sei Harry talvez deveremos esperar o Dra....
Uma enorme ventania pegou os dois de frente os quase fazendo cair para trás. Harry que estava na frente de Hermione caiu de costas com aquela ventania enquanto Hermione se fixou no chão e segurou Harry pelas costas o segurando para que não caísse. Harry em meio a ventania olhava para Hermione como se quisesse falar alguma coisa porém o vento era tanto que impossibilitava qualquer pessoa de falar.
O vento era tão intenso que as árvores em volta do castelo se dobravam quase se quebrando no meio.
Hermione com seus cabelos voando por todos os lados apontou uma árvore logo a frente que por causa do vento se entortava quase encostando sua copa no chão.
Harry concordou com a menina, deu as mãos para Hermione e seguiram juntos até a árvore para se abrigarem.
Quando chegaram se sentaram no chão colocando suas cabeças entre os joelhos que eram cobertos pelos braços esperando a ventania passar.
Cinco minutos depois o vento parou de repente deixando toda a ilha parada como se nem ar existisse.
- Hermione – disse Harry olhando o seu redor – a ventania acabou.
Hermione então levantou a cabeça e viu a tranqüilidade na ilha deixando assim a menina mais aliviada.
- Nossa, que loucura não sabia que eram assim – disse Hermione se levantando – esse foi forte.
- Como assim? – perguntou Harry agora em pé com dúvida – Você sabe o porque dessa ventania toda?
Hermione coçou a cabeça e voltou a olhar a Harry.
- Sabe Harry, estamos próximos ao Triangulo das Bermudas um local onde nunca ninguém entrou por coisas enigmáticas e misteriosas- disse ela olhando fixamente a Harry – Sem contar que Azkaban deve ser um local difícil de se penetrar e de sair caso algum prisioneiro consiga escapar.
- Entendi – disse Harry – então o que faremos?
- Bem, eu acho melhor esperar o Draco, ele deve estar a caminho – disse Hermione olhando para ver se via o aparatador – deverá chegar logo.
Harry cocu o queixo e baixou o olhar.
- Hermione, lamento mas acho que Draco não irá mais voltar – disse ele – com certeza ele já deve ter sido capturado e se ele voltar tenho certeza que não será sozinho.
- Bem, mas então se for assim será melhor que nós entra......
De repente a ventania recomeçou com um assovio como se fosse uma criatura noturna. Harry e Hermione caíram no chão quando foram atingidos pela ventania.
Harry e Hermione se seguraram na árvore para conseguirem se levantar.
- Haaa....rrrriiiieeeee – tentava dizer Hermione no meio do vento
Mas Harry não conseguia falar, sentia como se sua voz estivesse presa a sua garganta não podendo sair, mas mesmo não podendo falar os dois poderiam se mexer e sinalizar o que deveriam fazer.
Passou se dez minutos e os dois continuaram apoiados na árvore, então o vento diminuiu um pouco dando a chance dos dois pelo menos poderem andar.
- Haaa....rryyy – tentava dizer Hermione mexendo com as mãos – ppóoorrr aaaa.....lllliiii...
Harry olhou o que era apontado por Hermione e percebeu que a menina queria lhe dizer para ir para um dos lados do castelo.
O menino entendendo o que Hermione lhe dissera segurou sua mão e rumou até o lugar onde a menina dissera para ir.
Os dois passaram por três árvores e dobraram a esquina do castelo onde a parede do castelo tampava a passagem do vento possibilitando os dois de falar.
- Que loucura Hermione – disse Harry – por que mandou eu vir aqui?
- Bem, primeiro que aqui o vento não passa e segundo que a entrada do castelo é logo ali ó.
Harry olhou para trás e viu uma porta de ferro na parede.
- Então o que acha? Devemos entrar? – perguntou Harry – Hein?
- Claro Harry, não viemos aqui para nada neh. – disse Hermione seguindo até a porta deixando ele lá sozinho.
Os dois chegaram na porta e viram que ela estava aberta mas sem nenhum tipo de arrombamento ou explosão, então entraram.
Quando entraram se encontraram em um certo tipo de sala, o local era totalmente negro,tinha as paredes e os pisos negros. Na sala não havia portas e nem janelas e sim corredores. Em cada uma das quatro paredes saiam dois corredores de onde saiam barulhos e alguns gritos.
- Hermione onde estamos? – perguntou Harry olhando ao seu redor – Que lugar é esse?
- Harry aqui é Azkaban se lembra? – disse ela sendo sarcástica – temos que entrar em um desses corredores.
- Mas e se encontrarmos dementadores? E se aparecer algo não muito bom?
- Não estressa Harry, isso poderemos encontrar mesmo, afinal estamos em Azkaban.
Harry então sentiu um calafrio em suas costas como se alguém tivesse atrás dele, mas felizmente não era nada.
- Devemos então sortear um deles – disse Harry olhando todos os corredores – pois não temos como saber qual é o certo.
- Lógico que não Harry, devemos escolher o certo e não qualquer um – disse ela brava – mas.....olhe Harry a bola está brilhando novamente, diz o feitiço.
- LUNARIUS!!! – gritou Harry olhando a bola fixamente
Então a bola brilhou fortemente e a luz novamente saiu do interior da bola mostrando um tipo de tela a frente dos dois.
Então na tela apareceu o local onde eles estavam, a sala com os corredores, depois -apareceu um relógio girando os ponteiros que pararam os dois no número doze depois o relógio sumiu dando lugar a outra figura, um número 4 que foi desaparecendo aos poucos.
Então a luz sumiu e a bola se apagou como das outras vezes. Harry e Hermione se entreolharam sem saber o que fazer.
- Eu não entendi nada, você entendeu Hermione? – perguntou Harry com uma certa dúvida – O que temos que fazer?
- Bem, se for o que eu estou pensando já sei o que fazer – disse ela – pense Harry, primeiro apareceu o relógio que parou no doze, depois apareceu o número quatro, então significa que em sentido horário devemos ir até o quarto corredor entendeu?
Hermione então seguiu até o meio da sala e ficou girando devagar contando os corredores, então quando chegou no segundo corredor da parede a direita ela parou e se virou para Harry.
- Venha Harry – disse ela andando de costas até o corredor – é esse aqui.
- Tem certeza? Tudo bem então.
Hermione então parou na entrada do corredor e ficou esperando Harry que vinha andando calmamente.
- Nossa esfriou de repente né – disse Hermione segurando os braços – estranho e..... AAAAHHHHH!!!!!!
- HERMIONE CUIDADOO!!!!!- gritou Harry pegando sua varinha.
Atrás de Hermione havia aparecido um dementador, grande e negro, com os trapos rasgados cobrindo toda a sua horrível aparência.
Hermione ao ver o dementador em sua frente se desesperou e em fração de segundos a menina se sentiu como se toda a sua felicidade havia ido embora, simplesmente parecia que estava se esquecendo dos momentos felizes que já teve com sua família e com seus amigos.
- PARA!!!! – gritava Harry enquanto Hermione caia no chão – NÃO SE APROXIMA DELA!! EXPECTRO PATRONUM!!!!
Então uma luz prateada saiu da varinha de Harry iluminando todo a sala e de repente um cervo prateado apareceu em frente a Harry.
- PEGA ELE!!! – ordenou Harry.
Com um ruído de força e velocidade, o cervo prateado que ele conjurara correu a galope. A cara sem olhos do dementador estava se aproximando cada vez mais de Hermione quando a galhada de prata o atingiu; ele foi atirado para trás e saiu voando em direção ao corredor paralelo da outra parede e foi absorvido pela escuridão. O cervo que acabara com o dementador segundos antes diante de Hermione se virou para Harry e se dissolveu em uma névoa.
Harry desesperado correu até a menina jogada no chão que agora resmungava.
- HERMIONE!!! – gritou Harry a sacudindo – ACORDE HERMIONE
- Hum, hum – resmungava ela se mexendo como se fosse acordar – que lindo presente de Natal mamãe.
- Natal? Mas estamos em junho – pensou alto Harry – Bem Hermione acorde, você foi atacada.
- Harry, Harry é você? – perguntou ela abrindo os olhos – o que houve?
- Você foi atacada por um dementador – disse Harry a ajudando – você está melhor?
- Estou, me ajude a levantar – disse ela tentando se levantar – que sensação horrível, me senti a pessoa mais triste do mundo, parecia até que tudo o que eu vive de feliz nessa vida sumiu e somente as tristezas ficaram em minha memória.
- É o que ocorre quando um dementador se aproxima tão perto de uma pessoa – disse Harry a ajudando a levantar – vamos, consegue andar? Vamos continuar.
Hermione pegou sua varinha, olhou para o corredor e mesmo ainda meio atontolada seguiu em frente.
- Vamos Harry, vamos.
Já fazia uns vinte minutos que os dois estavam andando pelo corredor. Harry andava com um certo tipo de receio pelo lugar que estavam, um lugar feio e obscuro. Seu chão era de um piso acinzentado como se estivessem úmidos e mofados, em lugar de paredes haviam jaulas dos dois lados do corredor, uma jaula ao lado da outra com enormes grades negras com lanças em toda a extensão para evitar a fuga de algum prisioneiro. Na parte interior da cela havia uma cama de pedra com um travesseiro.
De acordo com que Harry andava ele podia ver vários prisioneiros encarcerados em sua jaulas. Muitos deles estavam dormindo, outros comendo e o que mais assustou Harry era que muitos choravam, mas choravam de um modo tão profundo que pareciam que estavam morrendo fazendo Harry concluir que aqueles que choravam já haviam passado por muitas sessões com os dementadores.
- Acabou – disse Hermione parando.
- Já chegamos? – perguntou Harry olhando pra frente – Ótimo, mas espera ai, não tem saída.
E realmente o corredor não havia saída, depois de um enorme percurso os dois chegaram a uma enorme parede com vários tijolos grossos e negros.
- E agora? – perguntou Harry examinando a parede com os olhos – Será que você errou o caminho Hermione?
- Não, não posso ter errado a pista era bem clara – falou ela tateando a parede – é aqui tem que ser aqui.
- Só se for para você Hermione, pois para mim a pista era bem confusa – afirmou Harry – e se tentarmos novamente o tal feitiço Lúnarios?
- Eu não sei Harry, agora estou confusa, - disse ela suando – se ao menos Dumbledor estivesse vivo, ele poderia nos ajudar, sabe eu estou cansada.
Hermione então se encostou na parede com os olhos molhados de lágrimas.
- Calma Hermione, talvez se nós.....
- NÃO, CHEGA, EU DESISTO, EU CANSEI!!!! – gritou Hermione chorando – NÃO AGUENTO MAIS TUDO ISSO, ESSA PRESSÃO, SABE EU CANSEI CHEGA.
- PARA HERMIONE – gritou Harry a balançando pelos braços – chega, sabe se você não estivesse aqui, talvez estaríamos perdidos, você é inteligentíssima, você é espetacular, para com isso nunca desista de nada, nada mesmo.
Hermione olhou para Harry e soltou um risinho discreto e depois arregalou os olhos ao olhar para a parede de tijolos.
- Nossa! – falou Hermione.
Hermione soltou um gritinho de espanto quando olhou para um dos tijolos da parede. O tijolo que tinha um palmo de comprimento começou a ficar vermelho e de repente sumiu dando origem a uma coisa diferente em seu lugar.
Harry olhou mais atentamente e viu que no lugar do tijolo havia um colar, mas não era um colar normal, era um colar bonito e brilhante. Ele possuía uma corrente prateada grande e o pingente da mesma cor era grande e em formato de uma figura de seis lados e no centro do pingente havia uma pedra vermelha brilhante e bela que fazia os olhos de Harry ofuscarem de curiosidade.
- Olhe que lindo Hermione – disse Harry esticando a mão para pegar o tal colar.
- Não toque nisso Harry – disse Hermione segurando seu braço – pode ser uma armadilha.
- Mas e se não for? E se for nos ajudar? Anda Hermione, não enrola e pega logo esse colar – disse Harry apressado.
- Ok, mas se for uma armadilha...
Hermione suspirou fundo e esticou seu braço em direção ao colar. A menina suando com medo de ser alguma armadilha encostou os dedos no colar e rapidamente o retirou do lugar onde repousava e segundos depois suspirou de alivio ao perceber que não era nenhuma trapaça.
- É alguma armadilha Hermione? – perguntou Harry sendo sarcástico – Então o que tem nesse colar?
- Bem Harry, pelo o que vejo é um colar normal, talvez possa ser alguma chave ou alguma resposta ou talvez até mesmo outra pista.
- Bem, então será melhor examinarmos melhor – disse Harry
- Estou procurando mas tem que esperar.... olhe Harry o tem aqui – disse Hermione examinando o colar mais atentamente – parece que esse pingente é como se fosse uma caixinha que se abre, olhe aqui ó, a divisória mas o que será que tem aqui dentro?
- Tenta abrir Mione – disse Harry olhando por cima do ombro da amiga – tenta.
Hermione tentava abrir mas não conseguia, tentou diversas formas mas nenhuma deu certo. Então Hermione resolveu tentar abrir com as unhas que eram de tamanho normal.
- Consegui, abrir.....Nãããoooo!!!
No momento em que Hermione abriu o pingente algo começou a cair de dentro do objeto. Quando Harry olhou mais atentamente reparou que o que havia caído nada mais era do que cinzas.
- Cinzas? É isso que tem ai dentro cinzas? – disse Harry indignado vendo a pequena montanha de cinzas no chão – Porque será que cinzas estariam dentro de um colar num corredor em Azkaban?
- Talvez Harry isso possa ser alguma pista ou então pode ser nada – disse ela examinando de longe as cinzas – bem mas temos que verifi.... olhe Harry ta se mexendo.
Harry e Hermione se agacharam para olhar melhor as cinzas que se moviam parecendo que havia algo dentro. Em segundos alguns barulhinhos começaram a sair de baixo da montanha de cinzas e logo depois algo espantou Harry e Hermione, um filhote de ave empoeirado e sujo havia aparecido em meio as cinzas.
- Harry isso é uma...... fênix – disse Hermione espantada – como uma fênix pode ficar aqui dentro e ainda mais dentro de um tijolo, isso é impossível.
- Muito estranho, será Fawkes? – indagou Harry – Mas como ela pode nascer aqui se ela queimou lá?
- Não sei Harry, mas ela é muito linda. – disse Hermione passando o dedo na cabeça da ave – Olhe Harry, ela ta mudando.
A ave então começou a ficar vermelha, seu rosto, seu bico, suas penas tudo começou a ficar avermelhado como se estivesse com febre.
- O que é isso? Ela ta endoidando? – perguntou Harry – acontece isso com as fênix?
- Não, muito estranho, mas espere e se for uma bomba?
Harry e Hermione olharam aquilo com medo. A ave agora estava totalmente vermelha, De repente a fênix pegou fogo que subiu até onde os dois meninos estavam fazendo os dois caírem para trás.
Harry ficou deitado por alguns minutos. Quando abriu os olhos reparou que Hermione estava ao seu lado deitada com os olhos tampados com a mão.
- Podem olhar os dois – disse uma voz vindo de frente aos dois. – andem olhem.
Harry e Hermione abriram os olhos e viram sapatos pretos com um tipo de veste em cima, não olhavam para cima com medo de que seria. Harry tinha sua varinha na mão caso fosse algo maligno.
- Harry, você já confiou em mim uma vez, por que não confiar novamente? – disse a voz – Andem olhem.
Harry então levantou sua cabeça levando seu olhar até a face da tal coisa que pairava diante dos dois. No momento em que os dois alunos miraram a face da coisa arregalaram os olhos e abriram a boca como se fosse uma coisa rara.
- Então, estão surpresos? – perguntou a voz – O que acharam?
- Du...Dum...Dumb....Duble.... – Harry engoliu seco – DUMBLEDOR?!?!

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