A Recompensa de Dobby



Reviews:
Marinamadson~~> Obrigada pelo comentário! Coitado de tio Voldy!
Izabella Bella Black~~> Vou te avisar na hora, prometo. Vou colocar nos próximos (nesse não deu). Não, vou postar o 1 próximo fim de semana!

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Capítulo 18 - A recompensa de Dobby
 


Quando Harry, Rony, Gina e Lockhart surgiram à porta, cobertos de sujeira e limo,


- Lindos.


- E cheirosos.


 e no caso de Harry sangue, houve um silêncio momentâneo.


- Não sei o motivo, sempre encontro pessoas cobertas de sangue na minha porta – ironizou Lyssi.


- Né! Tem coisa mais normal que isso?


- Encontrar o Malfoy dançando ao som de Shakira só de cueca rosa. – Fred falou tentando permanecer serio e falando quando todos começaram a rir.


 Em seguida ouviu-se um grito.
— Gina!
Era a Sra. Weasley, que estivera sentada chorando,


- ALGUÉM QUE ME ENTENDE! – berrou Lily e Alice olhou ofendida para a amiga.


diante da lareira. Ela se levantou num salto, seguida de perto pelo Sr. Weasley, e os dois se atiraram à filha.


Gina sorriu.
Harry, no entanto, olhou mais além. O Profº. Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo, ao lado da Profª. McGonagall,


- Tia Minnie!


que inspirou várias vezes, as mãos no peito. Fawkes passou voando pela orelha de Harry e pousou no ombro de Dumbledore,


- Que traição – brincou Sirius.


 na mesma hora em que Harry e Rony se viram envolvidos pelo abraço apertado da Sra. Weasley.
— Você salvou minha filha! Você a salvou! Como foi que você fez isso?


- O de sempre – Harry brincou.


- “O de sempre” seria a Hermione salvando vocês dois, e não foi bem isso que aconteceu. – falou Neville – Quer dizer, ela ajudou bastante com o bilhete, mas...
— Acho que todos nós gostaríamos de saber — disse a Profª. McGonagall com a voz fraca.


A Sra. Weasley soltou Harry que hesitou um instante,


- Não deve ter sido uma história fácil – falou Fred.


 caminhou até a escrivaninha e depositou em cima dela o Chapéu Seletor, a espada cravejada de rubis e o que sobrara do diário de Riddle.


- O que... – começou Jorge.


-... Com certeza...  – continuou Fred.


-... Esclareceu tudo – terminou Jorge.
Então começou a contar tudo. Durante uns quinze minutos ele falou cercado de atenção e silêncio:


- Eu acho que uma história de um garoto de 12 anos que enfrentou um basilisco deve ser super chata – brincou James.


contou sobre a voz invisível que ouvira,


- Uma voz não pode ser invisível... – falou Remus. Hermione começou a concordar e explicar e todos mandaram eles calaram a boca.


 como Hermione finalmente percebera que ele estava ouvindo um basilisco na tubulação;


Harry sorriu para a amiga.


 como ele e Rony tinham seguido as aranhas até a floresta,


Rony fez uma careta. Ele ainda tinha pesadelos.


que Aragogue revelara onde a última vitima do basilisco morrera;


- Pelo menos serviu para alguma coisa – resmungou Rony.


como tinham adivinhado que Murta Que Geme fora essa vítima e que a entrada para a Câmara Secreta poderia estar no banheiro...


- O que foi uma boa adivinhação – falou Regulus.
— Muito bem — encorajou-o a Profª. McGonagall quando ele parou —, então vocês descobriram onde era a entrada, e eu acrescentaria: atropelando umas cem regras do nosso regulamento,


O trio corou enquanto os outros riam.


- Esse é o meu filho – falou James.


- E meu afilhado – acrescentou Sirius.


- Meu afilhado também – acrescentou Remus, rindo.


- Ele é mesmo o SEU filho – rosnou Lily, para James, que se encolheu.


mas, por Deus, Potter, como foi que vocês conseguiram sair de lá com vida?
Harry, com a voz rouca de tanto falar,


- E ninguém me ofereceu água – falou falsamente deprimido.


 contou então sobre a chegada providencial de Fawkes e do Chapéu Seletor com a espada dentro.


- O que foi muito legal.


 Mas, nesse ponto, lhe faltaram palavras. Até ali, ele evitara mencionar o diário de Riddle


- O que foi uma coisa difícil – observou Josh.


 — ou Gina. Ela estava de pé, com a cabeça apoiada no ombro da Sra. Weasley, e as lágrimas ainda escorriam silenciosamente pelo seu rosto.


Gina olhou para baixo, cansada de lembrar-se da pior época da vida dela.


E se eles a expulsassem? Pensou Harry em pânico.


Gina sorriu para o namorado.


O diário de Riddle não servia para mais nada... Como iriam provar que fora ele que a obrigara a fazer tudo?


- Dumbledore não vai querer provas – previu Regulus, sem conseguir conter o escárnio da voz.
Instintivamente, Harry olhou para Dumbledore, que lhe deu um breve sorriso, os seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo.
— O que me interessa mais — disse ele com brandura — é como foi que Lord Voldemort conseguiu enfeitiçar Gina, quando as minhas fontes me informaram que no momento ele está escondido nas florestas da Albânia.
- Espera... Se Dumbledore sabia esse tempo onde Voldemort estava... Por que ele não fez nada? – perguntou Snape, critico.


Ninguém soube responder. Afinal, teria sido o momento perfeito. Voldemort estava fraco...


Um alívio, um alívio morno, envolvente, glorioso — invadiu Harry.
— Q-que foi que disse? — perguntou o Sr. Weasley com a voz aturdida. – Você-Sabe-Quem? En-enfeitiçou Gina? Mas Gina não... Gina não esteve... Esteve?
— Com esse diário — respondeu Harry depressa, apanhando-o na mesa e mostrando-o a Dumbledore. — Riddle escreveu nele quando tinha dezesseis anos...


- O que não explica como ele consegue fazer isso.
Dumbledore recebeu o diário de Harry e examinou-o com atenção, por cima do nariz comprido e torto, as páginas queimadas e encharcadas.
— Genial — disse baixinho. — É claro, ele foi provavelmente o aluno mais brilhante que Hogwarts já teve.


- Nossa, Dumbledore elogiando Voldemort – Regulus levantou uma sobrancelha.


— E se virou para os pais de Gina, que pareciam inteiramente perplexos.
— Muito pouca gente sabe que Lord Voldemort um dia se chamou Tom Riddle. Eu fui seu professor há cinquenta anos, em Hogwarts. Ele desapareceu depois que terminou a escola... Viajou por toda parte... Aprofundou-se nas Artes das Trevas, associou-se com os piores elementos do nosso povo,


- Ninguém dúvida.


passou por tantas transformações mágicas e perigosas que, quando reapareceu como Lord Voldemort, quase não dava para reconhecê-lo. Muito pouca gente ligou Lord Voldemort ao garoto inteligente e bonito que, no passado, fora monitor-chefe aqui.


- A beleza é super valorizada – reclamou Alice.
— Mas, Gina — perguntou a Sra. Weasley. — Que é que a nossa Gina tem a ver com... Com... Ele?


Harry abraçou gentilmente a namorada para lembra-la que ele estava ali.
— O d-diário dele! — soluçou Gina. — And-dei escrevendo no diário, e ele andou me respondendo o ano todo...
— Gina! — exclamou o Sr. Weasley, espantado. — Será que não lhe ensinei nada? Que foi que sempre lhe disse? Nunca confie em nada que é capaz de pensar se você não pode ver onde fica o seu cérebro.


- Nem vendo – acrescentou Regulus.


Por que não mostrou o diário a mim ou a sua mãe? Um objeto suspeito desses, estava obviamente carregado de Artes das Trevas...
— Eu n-não sabia — soluçou Gina. — Encontrei o diário junto com os livros que mamãe comprou para mim. P-pensei que alguém o deixara ali e se esquecera dele...


- Se eu só tivesse feito um comentário... – Gina fechou os olhos.
— A Srta. Weasley devia ir imediatamente para a ala hospitalar


- Boa ideia.


 — Dumbledore interrompeu-a com firmeza. — Ela passou por uma terrível provação. Não haverá castigo.


Nem tem haver com o fato que os bons são grifinórios e os maus sonserinos, pensou Regulus, sarcasticamente.


Finalmente ele fez alguma coisa que eu concordo, pensou Severus, a menina passou por um grande trauma com apenas 11 anos, não deve ter sido muito difícil de manipula-la.


Bruxos mais velhos e mais sensatos que ela já foram enganados por Lord Voldemort. — Encaminhou-se, então, para a porta e abriu-a. — Repouso e talvez uma boa xícara de chocolate fumegante.


Remus olhou com uma cara de desejo para o livro. Ele era chocólatra, talvez pelo fato de chocolate matar cachorros, inconscientemente ele deve ter começado com seu vicio como um meio de “matar” o lobo nele.


Sempre acho que isto me reanima — acrescentou ele, piscando bondosamente para a garota. — Os senhores encontrarão Madame Pomfrey ainda acordada. Está administrando suco de mandrágoras, imagino que as vítimas do basilisco irão acordar a qualquer momento.


Hermione sorriu.
— Então Mione está bem! — exclamou Rony, animado.


Hermione sorriu para Rony, o beijando.
— Não houve dano permanente — disse Dumbledore.
A Sra. Weasley levou Gina embora e o Sr. Weasley a acompanhou, ainda parecendo profundamente abalado.
— Sabe, Minerva — disse o Profº. Dumbledore pensativo —, acho que tudo isto merece uma boa festança.


- Quase morrer merece uma festa? – perguntou Snape, incrédulo.


- Sim – responderam os marotos na mesma hora que o trio de ouro.


- Exatamente pelo quase. – Fred acrescentou.


Será que eu poderia lhe pedir para avisar às cozinhas?
— Certo — disse a professora, eficiente, encaminhando-se também para a porta. — Vou deixar você lidar com Potter e Weasley, concorda?
— Com certeza.
Ela saiu, e Harry e Rony olharam inseguros para Dumbledore. Que será que a professora quisera dizer com aquele lidar com eles. Certamente — certamente — eles não iriam ser castigados?


- Não.
— Estou-me lembrando que disse a ambos que teria de expulsá-los se infringissem mais um artigo do regulamento da escola


- Já era...


- Até parece.


 — começou Dumbledore.
Rony abriu a boca horrorizado.
— O que prova que até o melhor de nós às vezes precisa engolir o que disse


- Que alívio – suspirou Lily, enquanto a sala ria.


- Egocêntrico.


 — continuou o diretor, sorrindo. — Os dois receberão prêmios especiais por serviços prestados à escola e... Vejamos... É, acho que duzentos pontos para a Grifinória, por cabeça.


- Wow.


- Um pouco exagerado – falou Frank, mas se calou sob o olhar de Lily.


Rony ficou tão vermelho que parecia as flores de Lockhart para o Dia dos Namorados,


Todos riram.


- Valeu, Harry – ironizou Rony.


- Wow, nosso Ronyzinho parece uma flor – riram os gêmeos.


 e tornou a fechar a boca.
— Mas um de nós parece que está caladissimo sobre a parte que teve nesta aventura perigosa


- Quem?


 — acrescentou Dumbledore.
— Por que tão modesto, Gilderoy?


- Ele tá ai ainda? – perguntou Neville, assustado.
Harry se assustou. Esquecera-se completamente de Lockhart.


- Não foi o único – todos concordaram.


 Virou-se e viu o professor parado a um canto da sala, um sorriso vago ainda no rosto. Quando Dumbledore lhe dirigiu a palavra, ele espiou por cima do ombro para ver com quem o diretor estava falando.
— Profº. Dumbledore — disse Rony depressa —, houve um acidente lá na Câmara Secreta. O Profº. Lockhart...


- Vocês se esqueceram de contar isso? – questionou Alex, e Harry deu de ombros. Lockhart não era prioridade dele, mesmo.
— Eu sou professor? — perguntou Lockhart, ligeiramente surpreso. — Nossa! Acho que fui inútil, não fui?


- Completamente.


- Como sempre.
— Ele tentou lançar um Feitiço da Memória, e a varinha estava virada para ele — explicou Rony, calmamente, a Dumbledore.


- Isso, tem que fazer bonito na frente do diretor – zoou Sirius.
— Ai, ai — exclamou Dumbledore, balançando a cabeça, seus longos bigodes prateados tremendo. — impalado com a própria espada, Gilderoy?
— Espada? — repetiu Lockhart confuso.


- Ficou mais burro que antes – Neville revirou os olhos.


 — Não tenho espada. Mas esse menino tem. — E apontou para Harry. — Ele pode lhe emprestar uma.


- O negócio nem é dele e ele vai dizendo que pode emprestar, folgado hein – reclamou Lene.
— Importa-se de levar o Profº. Lockhart à enfermaria, também?


- Sim, me importo.


 — pediu Dumbledore a Rony. — Gostaria de dar mais uma palavrinha com o Harry.


-Ferrou.
Lockhart saiu. Rony lançou um olhar curioso a Dumbledore e Harry ao fechar a porta.
O diretor caminhou até uma poltrona diante da lareira, do outro lado da sala.


- Para ficar mais dramático – brincou Harry.
— Sente-se, Harry — disse ele, e o garoto obedeceu, sentindo-se inexplicavelmente nervoso.


- Talvez porque ele seja o diretor – sugeriu Alice. Ela estaria uma pilha de nervos.


 — Antes de mais nada, Harry, eu quero lhe agradecer —, disse Dumbledore com os olhos novamente cintilantes. — Você deve ter mostrado verdadeira lealdade a mim lá na Câmara. Nenhuma outra coisa teria levado Fawkes a você.


Alice sorriu.
Ele alisou a fênix, que voara para o seu joelho. Harry sorriu, sem jeito, diante do olhar do diretor que o observava.
— Com que então você conheceu Tom Riddle.— disse Dumbledore, pensativo. — Imagino que ele estivesse interessadíssimo em você...


- É o eu passado do seu inimigo pode estar interessado em você, acontece – Gina brincou.
De repente, uma coisa que estava preocupando Harry, escapou de sua boca.
— Profº. Dumbledore... Riddle disse que eu sou igual a ele.


- Na realidade, ele disse semelhança – disse Dorcas, passando mal só de lembrar.


 "Uma estranha semelhança" foi o que me disse...
— Foi mesmo? — disse olhando pensativo para o garoto por baixo das grossas sobrancelhas prateadas. — E o que é que você acha Harry?
— Acho que não sou igual a ele!


- Porque você não é – tranquilizaram James e Regulus na mesma hora, se encarando depois.


Sirius deu um tapa no amigo.


- Deixe de ser idiota – falou percebendo que James estava com ciúme da relação de amizade de Harry e Regulus.


 — exclamou ele, mais alto do que pretendia. — Quero dizer, pertenço... Pertenço a Grifinória,


- Desculpem – acrescentou olhando para todos que não eram da Grifinória – Eu fui um idiota.


sou...
Mas se calou, uma dúvida furtiva surgia em sua mente.
— Professor — recomeçou após um momento. — O Chapéu Seletor me disse... Que eu teria sido bem-sucedido na Sonserina.


Regulus sorriu.


Todo mundo achou que eu era o herdeiro de Slytherin por algum tempo... Porque falo a língua das cobras...
— Você fala a língua das cobras, Harry — disse Dumbledore, calmamente —, porque Lord Voldemort, que é o último descendente de Salazar Slytherin, sabe falar a língua das cobras.


- Han?


- alguém mais esta super confuso ou sou só eu?


A não ser que eu muito me engane, ele transferiu alguns dos seus poderes para você na noite em que lhe fez essa cicatriz.


- Só esse – Harry tranquilizou os outros.


 Não era uma coisa que tivesse intenção de fazer, com toda certeza...


- Concordo.
— Voldemort deixou um pouco dele em mim? — disse Harry, estupefato.
— Parece que sim.
- Isso... É estranho – falou Alice, confusa.


- E meio pervertido se pensarmos um pouco.


- SIRIUS!


— Então eu deveria estar na Sonserina


- Devia – concordou Regulus, sorrindo e ignorando o olhar que James lhe mandou.


 — disse, olhando desesperado para Dumbledore. — O Chapéu Seletor viu poderes de Slytherin em mim, e...
— Pôs você na Grifinória — completou Dumbledore, serenamente. — Ouça, Harry. Por acaso você tem muitas das qualidades que Salazar Slytherin prezava nos alunos que selecionava.


Harry sorriu para Regulus, mesmo sabendo que o certo fora ir para a Grifinória.


O seu dom raro de falar a língua das cobras, criatividade, determinação,


- Você poderia ter sido um bom Sonserino – falou Snape, pensativamente.


- Obrigado – falou Harry.


 um certo desprezo pelas regras


- Não, de jeito nenhum – brincou Fred, fingindo estar horrorizado.


— acrescentou, os bigodes tremendo outra vez. — Contudo, o Chapéu Seletor colocou você na Grifinória. E você sabe o porquê. Pense.


- Porque você é um ótimo grifinório - falou Hermione, sorrindo.
— Ele só me pôs na Grifinória — disse Harry com voz de derrota — porque pedi para não ir para a Sonserina...
Regulus fez uma careta.


— Exatamente — disse Dumbledore, abrindo um grande sorriso. — O que o faz muito diferente de Tom Riddle.


- Por que eles são de casas diferentes? – perguntou Frank, com cara de “mas o quê?”


São as nossas escolhas, Harry que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades.


A sala ficou quieta.


- Nisso ele está certo - falou Remus.


 — Harry ficou sentado na poltrona, atordoado. — Se quiser uma prova, Harry, de que pertence à Grifinória, sugiro que olhe para isto com maior atenção.
Dumbledore esticou o braço para a escrivaninha da Profª. McGonagall, apanhou a espada de prata suja de sangue e entregou-a a Harry.


- Uma espada? – questionou Josh, incrédulo.


Embotado, Harry revirou-a, os rubis rutilaram à luz da lareira. E então viu o nome gravado logo abaixo da bainha. Godric Gryffindor.


- Você... usou a espada de Gryffindor? – falou Lily, chocada. Ela sabia o quanto era difícil alguém chegar a tocar nessa espada.


- Sim – Harry corou.
— Somente um verdadeiro membro da Grifinória poderia ter tirado isto do chapéu, Harry


James sorriu.


 — concluiu Dumbledore com simplicidade.
Durante um minuto nenhum dos dois falou. Depois Dumbledore abriu uma gaveta da escrivaninha da Profª. McGonagall e tirou uma pena e um tinteiro.
— O que você precisa, Harry, é de comida e de um bom sono.


- Quase morrer faz você querer dormir – brincou Rony.


 Sugiro que desça para a festa enquanto escrevo a Azkaban,


- Azkaban? – perguntou Neville.


precisamos ter o nosso guarda-caça de volta.


- Eu já tinha me esquecido – admitiu Josh, com culpa.


- Ainda bem que Hagrid vai sair de lá – falou Remus, aliviado.


 E preciso preparar o anúncio para o Profeta Diário,


- Só tem esse jornal no mundo mágico todo? – exclamou Hermione, irritada.


- Claro que não, mas é como no mundo trouxa, o Times é mais conhecido e prestigiado do que um jornal local de uma cidade pequena.


 também — acrescentou pensativo.
— Vamos ter que contratar um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... Ai, ai, parece que gastamos esses professores muito depressa, não é mesmo?


- É a maldição – falaram todos.
Harry se levantou e saiu em direção à porta. Tinha acabado de levar a mão à maçaneta, quando a porta se abriu com tanta violência que bateu na parede e voltou.


- Nossa.
Lúcio Malfoy achava-se parado ali,


- Que ótimo – Regulus ironizou.


 com uma expressão furiosa no rosto. E encolhendo-se por trás de suas pernas, todo enfaixado, achava-se Dobby.
- Por que ele levou o elfo doméstico dele para Hogwarts? – perguntou James, estranhando.


— Boa-noite, Lúcio — disse Dumbledore em tom agradável.
O Sr. Malfoy quase derrubou Harry ao entrar na sala.


- Educação passou longe – resmungou Gina.


Dobby disparou atrás dele, agachando-se à barra de sua capa, um olhar de abjeto terror em seu rosto.


Hermione fez uma careta.


- É por isso que eu queria libertar os elfos! – todos que não sabiam disso a encararam como se perguntassem “você é doida?”


- Hermione, elfos domésticos precisam trabalhar – falou Remus, lentamente – Eles morrem se não tiverem trabalho.


A menina ficou pálida.


 - Mas...


- Você não quer que eles morram, quer? – perguntou Alex, dando um fim na discussão.


O elfo trazia nas mãos um trapo manchado com que tentava terminar de limpar os sapatos do Sr. Malfoy. Seu dono, aparentemente, saíra com muita pressa, porque não só trazia os sapatos engraxados pela metade como também os seus cabelos, em geral assentados, estavam despenteados.


- Um Malfoy com cabelo despenteado? – Sirius perguntou assustado.


 Sem dar atenção ao elfo que se sacudia aos seus tornozelos pedindo desculpas,


Hermione lançou um olhar fulminante para o livro.


ele fixou os olhos frios em Dumbledore.
— Então! — disse. — Você está de volta. Os conselheiros o suspenderam, mas mesmo assim você achou que devia voltar a Hogwarts.


- Ele é Dumbledore.
— Bom, sabe, Lúcio — respondeu Dumbledore sorrindo serenamente —, os outros onze conselheiros entraram em contato comigo hoje. Foi como se eu tivesse sido apanhado por uma tempestade de corujas, para lhe dizer a verdade.


A sala riu.


Eles tinham ouvido falar que a filha de Arthur Weasley fora morta e queriam que eu voltasse imediatamente.


- Só porque eu sou sangue-puro – desdenhou Gina.


Parece que acharam que afinal eu era o melhor homem para enfrentar a situação. Contaram-me coisas muito estranhas... Vários deles pareciam pensar que você ameaçara enfeitiçar a família deles se não concordassem em me suspender.


- Muito estranho isso – falou Fred, fazendo uma cara séria, enquanto a sala ria.
O Sr. Malfoy ficou mais pálido do que costumava ser,


- Isso é possível?


 mas seus olhos ainda pareciam fendas de fúria.
— Então, você já fez os ataques pararem? — zombou. — Já apanhou o culpado?


- Sim, e sim.
— Apanhamos — respondeu Dumbledore com um sorriso.
— E?— tornou o Sr. Malfoy, ríspido. — Quem é?
— A mesma pessoa da última vez, Lúcio. Mas agora, Lord Voldemort agiu por intermédio de outra pessoa. Por intermédio do seu diário.


- Não deixa de ser sinistro.
Dumbledore segurou o livrinho com o enorme buraco no centro, observando, atentamente, o Sr. Malfoy. Harry, porém, observava Dobby.
O elfo agia de maneira muito estranha. Seus olhos estavam fixos em Harry, cheios de significação, e ele apontava primeiro para o diário, depois para o Sr. Malfoy, e por fim dava murros na própria cabeça.


- Ok né...
— Entendo... — disse o Sr. Malfoy lentamente para Dumbledore.
— Um plano engenhoso — disse Dumbledore com a voz inexpressiva, ainda encarando o Sr. Malfoy nos olhos.


Dumbledore devia estar lendo a mente dele, supôs Harry.


— Porque se Harry aqui — Malfoy lançou um olhar rápido e incisivo ao garoto — e seu amigo Rony não tivessem descoberto este livro, ora, Gina Weasley teria levado toda a culpa.


Gina estremeceu.


Ninguém teria sido capaz de provar que ela não agira de livre e espontânea vontade...
O Sr. Malfoy ficou calado. Seu rosto de repente se transformara numa máscara.
— E imagine — continuou Dumbledore — o que teria acontecido então... Os Weasley são uma de nossas famílias puro sangue mais importantes.


Os Weasleys sorriram.


- Nós sabemos.


Imagine o efeito que isto teria em Arthur Weasley e na sua lei de proteção aos trouxas, se descobríssemos que sua própria filha andava atacando e matando alunos nascidos trouxas...


- É muita politica.


 Foi uma sorte o diário ter sido descoberto e as memórias de Riddle apagadas.


- Uma sorte para eles, um azar para Malfoy.


Caso contrario, quem sabe quais seriam as consequências...
O Sr. Malfoy fez um esforço para falar.
— Teve muita sorte — disse secamente.
Mas ainda às suas costas, Dobby continuava a apontar, primeiro para o diário, depois para Lúcio Malfoy e por fim dava murros na própria cabeça.


- O que ele está fazendo?
E Harry subitamente entendeu. Fez sinal a Dobby e este recuou para um canto, agora torcendo as orelhas para se castigar.
Harry fez uma careta.


— O senhor não quer saber como foi que Gina chegou a esse diário, Sr. Malfoy? — perguntou Harry.
Lúcio Malfoy voltou-se contra ele.
— Como vou saber como essa menininha burra chegou ao diário?


- Burro é você – xingou Gina.


 — perguntou.
— Porque foi o senhor quem deu o diário a ela — disse Harry. — Na Floreios e Borrões. O senhor apanhou o velho exemplar de Transfiguração que ela levava e escorregou o diário para dentro dele, não foi?


- Filho da mãe – quase todos xingaram.
Ele viu as mãos brancas do Sr. Malfoy se fecharem e se abrirem.
— Prove — sibilou.
— Ah, ninguém vai poder fazer isso — disse Dumbledore, sorrindo para Harry. — Não agora que Riddle desapareceu do livro. Por outro lado, eu aconselharia você, Lúcio, a não sair distribuindo o material escolar que pertenceu a Lord Voldemort.


- É uma boa ideia – murmurou Neville.


 Se mais algum objeto chegar a mãos inocentes, acho que Arthur Weasley é um que vai providenciar para que seja rastreado até você...


- Meu pai botando moral – riram os gêmeos.
Lúcio Malfoy ficou parado por um instante, e Harry viu distintamente sua mão direita fazer um gesto involuntário como se quisesse alcançar a varinha.


- Com certeza, ele está com vontade de amaldiçoar Dumbledore.


Em vez disso, ele se virou para o elfo doméstico.
— Vamos embora, Dobby!
Abriu a porta com violência e quando o elfo veio correndo para alcançá-lo, ele o chutou porta afora.


- Aí.


Eles ouviram Dobby guinchar de dor por todo o corredor.


Alice e Hermione começaram a xingar Malfoy.
Harry ficou parado um instante, pensando com todas as suas forças. Então lhe ocorreu...
— Profº. Dumbledore — disse apressado. — Por favor, posso devolver esse diário ao Sr. Malfoy?


- O que você vai aprontar? – perguntou James curioso.


- Nada, pai – disse Harry com um falso sorriso inocente.
— Claro, Harry — disse Dumbledore tranquilamente. — Mas se apresse. A festa, já se esqueceu?


- Na verdade, sim – falou Neville.


Harry agarrou o diário e saiu correndo da sala. Ouvia os guinchos de dor de Dobby se afastando para além da curva do corredor. Rapidamente, duvidando que seu plano pudesse dar certo, descalçou um sapato,


Frank sorriu, já entendendo o que ele iria fazer.


 depois a meia pegajosa e imunda e meteu o diário dentro dela. Em seguida correu pelo corredor escuro.
Alcançou os dois no alto da escada.
— Sr. Malfoy — disse sem fôlego, derrapando ate parar — Tenho uma coisa para o senhor... E forçou a meia fedorenta na mão de Lucio Malfoy.
- Eu pagaria para ver a cara de Lucius nessa hora – Sirius riu.


— Que di...?
O Sr. Malfoy arrancou a meia do diário, atirou-a para o lado, depois olhou, furioso, do livro estragado para Harry.
— Você vai ter o mesmo fim sangrento dos seus pais um dia desses, Harry Potter


- Não ouse falar de James e Lily – rosnaram Sirius, Remus, Alice, Dorcas, Frank e Lene.


— disse baixinho. — Eles também eram tolos e metidos.
James e Lily não reagiram.


- Bem, metido James é, mas não tolo – falou Remus.


- Ei! – brigou o maroto.


- É verdade – replicou Remus.


E virou-se para ir embora.
— Venha, Dobby. Eu disse, venha.
Mas Dobby não se mexeu. Segurava no alto a meia pegajosa e nojenta de Harry, admirando-a como se fosse um tesouro inestimável.
— O meu dono me deu uma meia — disse o elfo cheio de assombro. — O meu dono deu a Dobby.


Alice sorriu.
— Que foi? — cuspiu o Sr. Malfoy. — Que foi que você disse?
— Ganhei uma meia — disse Dobby, incrédulo. — Meu dono atirou a meia e Dobby a apanhou, e Dobby... Dobby está livre.


Os marotos bateram palmas.


- Finalmente livre de Malfoy!
Lúcio Malfoy ficou imóvel, encarando o elfo. Então, atirou-se contra Harry.


- EPA!
— Você me fez perder o criado, seu moleque!


- Já sabemos – Sirius revirou os olhos.
Mas Dobby gritou:
— O senhor não fará mal a Harry Potter!
Ouviu-se um forte estampido, e o Sr. Malfoy foi lançado para trás.


- Isso aí Dobby!


Harry fez uma careta, triste, se lembrando do que o elfo fez para salvá-lo.


Rolou pelas escadas, três degraus de cada vez, e aterrissou como se fosse um monte disforme no patamar de baixo. Ele se levantou, o rosto lívido, e puxou a varinha, mas Dobby ergueu um dedo longo e ameaçador.


- Uma varinha contra um dedo – Regulus levantou uma sobrancelha. Ele sabia que magia dos elfos domésticos era muito forte, mas. mesmo assim, a situação era engraçada.
— O senhor irá embora agora — disse com ferocidade, apontando para o Sr. Malfoy. — O senhor não tocará em Harry Potter. O senhor irá embora agora.
Lúcio Malfoy não teve escolha. Com um último olhar rancoroso aos dois, puxou a capa para junto do corpo num rodopio e desapareceu depressa de vista.


- Lúcio foi derrotado por um elfo – riu Sirius, que não gostava particularmente dessas criaturas, apesar de gostar do elfo dos Potters. O modo que os Potters tratavam ele foi o melhor exemplo de como a família de James e a dele eram diferentes.


- Flashback On-


Sirius estava na casa dos Potters há alguns dias, tendo fugido de casa e lá tudo era maravilhoso. A Sra. Potter – Dorea – e o Sr. Potter – Charlus – o tratavam muito bem, e Sirius suspeitava que se tivesse nascido lá, teria ficado ainda mais mimado do que James.


- Dorea, quer ajuda para tirar a mesa? – ofereceu Sirius, educadamente depois do almoço.


- Não, filho, está bem assim – Dorea sorriu. Ela amava Sirius, o tratava como filho e o chamava de filho porque era isso que ele era para ela. Porque afinal Sirius era da família dela, ela ainda era uma Black embora os parentes não concordassem – Feno irá tirar. Feno! – chamou.


- Quem é Feno? – perguntou Sirius, confuso.


- O elfo da família – explicou Dorea carinhosamente – Ele é ótimo. Eu fico muito feliz que ele esteja com a gente, não sei o que faríamos sem ele – sorriu.


Sirius nunca tinha ouvido ninguém falar tão carinhosamente sobre um elfo doméstico antes e estava um pouco chocado. Sempre viu elfos como criaturas sem importância que estavam somente fazendo o seu dever.


O elfo aparatou na sala e ele tinha um aspecto mais saudável do que qualquer outro que Sirius já tinha visto. Ele parecia realmente feliz.


- Senhora?


- Você poderia tirar a mesa, por favor? – pediu Dorea.


Sirius estava assustado. Ela perguntou e não mandou? Ela pediu por favor? Isso nunca teria acontecido na casa dele. Foi então que Sirius entendeu que as pessoas boas não se importavam se a outra era “inferior” elas sempre iriam tratá-las de modo igual.


- Flashbak Off -
— Harry Potter libertou Dobby! — disse o elfo com voz aguda, erguendo a cabeça para Harry, seus olhos redondos refletindo o luar que entrava pela janela mais próxima. — Harry Potter deu liberdade a Dobby!


- Votem em Harry Potter, libertador do elfos domésticos! – Fred falou.


Todos riram.


- Obrigado pelo apoio político, Fred.


- Sempre que quiser, Harry.
— Foi o mínimo que pude fazer, Dobby — disse Harry sorridente. — Só me prometa que nunca mais vai tentar salvar minha vida.


- Nunca tinha pensado que diria isso – observou Harry.
A cara feia e escura do elfo se abriu de repente num sorriso largo e cheio de dentes.
— Eu só tenho uma pergunta, Dobby — disse Harry enquanto o elfo puxava a meia com as mãos trêmulas. — Você me disse que toda essa história não estava ligada a Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, lembra-se? Bem...
— Foi uma pista, meu senhor


- Pena que ninguém entendeu.


— disse Dobby arregalando os olhos. — Estava lhe dando uma pista. O Lord das Trevas, antes de mudar de nome, podia ser nomeado livremente, entende?


- E como era para adivinharmos isso? – Lily perguntou irritada.
— Certo — disse Harry sem muita convicção. — Bom, é melhor irmos andando. Vai haver uma festa e minha amiga Mione já deve estar acordada a essas horas...


Hermione sorriu.
Dobby atirou os braços em torno da cintura de Harry e apertou-o.
— Harry Potter é muito maior do que Dobby pensou!


- Na realidade, ele é bem baixo – brincou Neville e eles riram.


— soluçou. — Adeus, Harry Potter!
E com um estampido final, desapareceu.
Harry estivera em muitas festas de Hogwarts, mas nenhuma igual a esta.


 - Isso é alguma coisa – falou Regulus.


Todos estavam de pijamas,


- Estranho, mas legal – falou Alice.


- Foi mesmo – Harry, Rony, Fred, Jorge, Hermione, Gina e Neville falaram.


 e a comemoração durou a noite inteira. Harry não sabia se a melhor parte fora Mione correndo para ele aos gritos de "Você solucionou o mistério! Você solucionou o mistério!"


- Louca – brincou Rony e Hermione bateu nele.


ou se fora Justino saindo às pressas da mesa da Lufa-Lufa para apertar sua mão com força e pedir desculpas infindáveis por ter suspeitado dele,


- Viu, é pra aprender a não ser burro – falou Alex.


 ou se fora Hagrid aparecendo às três e meia, dando socos tão fortes nos ombros de Harry e Rony que os garotos quase foram parar em cima dos pratos de gelatina caramelada,


- Isso deve ter doído – observou Dorcas.


 ou se foram os quatrocentos pontos que ele e Rony tinham ganho para a Grifinória,


- Nem um pouco de exagero – resmungou Snape.


garantindo, assim, a posse da Copa da Casa pelo segundo ano consecutivo,


Frank, Regulus e Snape fizeram uma careta.


 ou se fora a Profª. McGonagall se levantando para anunciar que todos os exames tinham sido cancelados como um presente da escola ("Ah, não!" exclamou Mione),


- Porque nunca cancelaram os nossos exames? – os marotos reclamaram.


ou se fora Dumbledore anunciando que, infelizmente, o Profº. Lockhart não poderia voltar no próximo ano,


- Ainda bem.


- Nenhum professor dura mais de um ano, mesmo – falou Rony.


 porque precisava se afastar para recuperar a memória. Muitos professores participaram dos aplausos que saudaram esta última noticia.


Todos riram.
— Que pena! — disse Rony, servindo-se de uma rosquinha com geléia. — Eu estava começando a gostar dele.


- Falsidade...
O restante do trimestre final passou numa névoa resplandecente de sol.
Hogwarts voltou ao normal com apenas algumas diferenças — as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas foram canceladas ("mas tivemos bastante treinamento nisso", disse Rony a uma Mione irritada),


- Era para ser a melhor matéria – ela murmurou indignada.


 e Lúcio Malfoy foi dispensado do cargo de conselheiro.


- Que pena – ironizaram.


 Draco parou de se exibir pela escola como se fosse dono do lugar.


- Mas ele voltou ao normal no outro ano – resmungou Harry.


Pelo contrário, parecia cheio de rancor e mágoa. Por outro lado, Gina Weasley voltou a ser absolutamente feliz.


- Eu sou demais – Gina riu.


- Louca – brincou Hermione.
Demasiado cedo, chegou a hora de voltar para casa no Expresso de Hogwarts. Harry, Rony, Mione, Fred, Jorge e Gina conseguiram uma cabine só para eles.


- Onde Lino tava? – perguntou Rony, curioso.


- Uma garota – responderam os gêmeos maliciosos.


Aproveitaram ao máximo as últimas horas em que tinham permissão para fazer mágicas antes das férias.


- Essa lei de não fazer magia é idiota – resmungou Hermione.
Brincaram de snap explosivo, queimaram os últimos fogos Filibusteiro de Fred e Jorge e treinaram como desarmar uns aos outros com feitiços. Harry estava ficando muito bom nisso.


- Você é – todos corrigiram e ele corou.
Estavam quase chegando a King’s Cross quando Harry se lembrou de uma coisa.
— Gina... Que foi que você viu Percy fazendo, que ele não queria que contasse a todo mundo?
— Ah, aquilo — disse Gina entre risinhos. — Bom... Percy tem uma namorada.
Fred deixou cair uma pilha de livros na cabeça de Jorge.


- Foi uma notícia chocante – explicou Fred.


- Como alguém poderia namorar aquela coisa? – concluiu Jorge.
— É aquela monitora da Corvinal, Penelope Clearwater. Foi para ela que esteve escrevendo o verão todo. Eles têm se encontrado escondido por toda a escola.


- Mas por que esconder? – perguntou Sirius.


- Percy é meio doido – Gina deu de ombros.


 Um dia eu peguei os dois se beijando numa sala vazia. Ele ficou tão perturbado quando ela foi... Sabe, atacada. Vocês não vão caçoar dele, vão?


- Os gêmeos perturbando? Nunca – ironizou Rony.


— acrescentou ansiosa.
— Eu nem sonharia — respondeu Fred, que parecia um menino cujo aniversário tivesse chegado mais cedo.


- Foi ótimo – ele sorriu.
— De jeito nenhum — disse Jorge, abafando o riso.


- Perturbemos muito Percy – Jorge riu.
O Expresso de Hogwarts reduziu a velocidade e finalmente parou.
Harry tirou uma pena e um pedaço de pergaminho e se virou para Rony e Mione.
— Isto se chama um número de telefone — disse a Rony, escrevendo duas vezes, rasgando o pergaminho em dois e entregando um pedaço a cada um. — No verão passado, contei ao seu pai como se usa um telefone, ele vai saber.


- Ou não.


Me liguem na casa dos Dursley, está bem?


Todos gemeram, lembrando que teriam que ler sobre os Dursleys.


Não vou suportar outros dois meses tendo só o Duda para conversar...


- Ninguém suporta.
— Mas os seus tios vão se sentir orgulhosos, não vão?


- Não.


 — perguntou Mione quando desembarcaram do trem e se juntaram à multidão de alunos que se dirigia à barreira encantada. — Quando você contar o que fez este ano?


- E quem disse que ele vai contar? – perguntou James.
— Orgulhosos? — falou Harry. — Você enlouqueceu? Depois de todas aquelas vezes que eu podia ter morrido e não morri? Eles vão ficar furiosos...


Lily, James, Remus e Sirius rosnaram.
E juntos eles atravessaram a barreira para o mundo dos trouxas.


- Fim do livro.


- Eu acho que a gente já devia dormir – sugeriu Rony.


- Boa ideia – concordou Frank, cansado.


Aos poucos, todos começaram a ir dormir ou ir para outro lugar da casa. Marlene foi a última a sair. Ela foi até o pequeno lago que tinha na casa dos Potters porque precisava respirar.


Sentada na beira do lago, observa o rosto dela na água, tentando não pensar. Por que ela era apaixonada por Sirius Black? Tudo bem que ele era quase perfeito para ela, mas ela sabia que ele não conseguiria ter um relacionamento sério. E por mais que tentasse e em alguns momentos ele parecesse gostar dela, em outros era totalmente indiferente. Aquilo estava sendo demais para ela.


- Noite difícil? – perguntou uma voz grossa e Marlene se virou e viu Alex Pettyfer parado na frente dela.


- Não... – mentiu ela e ele riu – Só meus pensamentos – falou, quietamente.


Alex a encarou e hesitou, como se estivesse pensando em algo, e se sentou do lado dela.


- Ei, o que houve? – perguntou preocupado.


- Eu só... Não aguento mais – confessou Marlene, sabendo que ele não entendia o que ela estava falando – Isso é muito complicado e uma droga.


Alex ficou em silêncio por um momento.


- Você não precisa me dizer o que está te preocupando, mas, se quiser, estou aqui – falou.


Marlene sorriu para ele, um sorriso triste. Ele estava ali, mas não era ele que ela queria.


- Eu estou apaixonada por Sirius – contou como se confessasse um crime.


Alex a encarou, nem um pouco surpreso. Ele sabia disso, e achava que todos daquela casa também.


- Eu não vejo problema nenhum nisso.


- Você já gostou muito de alguém que não gostava de você? – perguntou a garota, desviando do assunto.


Alex respirou fundo, enquanto as memórias invadiam a sua mente.


- Sim.


Marlene pareceu surpresa.


- Você é tão bonito que eu nunca pensei que isso pudesse acontecer com você - falou ela.


Alex riu, ele queria contar para ela a verdade, por um segundo, mas não podia.


- Eu não sou tão bonito assim – Marlene abriu a boca para protestar – E de qualquer jeito, isso acontece com várias pessoas lindas. Se fosse só sobre aparência, seria muito simples, mas amor é muito mais complicado que isso. Amor é... – ele hesitou – Amar tanto uma pessoa que mesmo brigando, com raiva, seu coração ainda queira a ver de novo. Amor é querer o melhor para a pessoa e mesmo que, às vezes, seja o pior para você. Amor é estar lá para a pessoa – falou e não pode evitar a lembrança que surgiu na mente dele.


Ela estava linda, mais uma vez.


- Por favor, me deixe, A – pediu com uma voz suave – Você sabe que não vai dar certo.


Ele abriu a boca para protestar, mas nesse momento ouviu um barulho e no segundo depois tudo explodiu. Algum destroço o atingiu com tudo e ele caiu no chão, quase sem respirar. Ele ouviu gritos, gritos dela e tentou se levantar, mas não conseguia. O corpo dele estava todo dolorido.


- Eu te amo – gritou ela e ele sabia que era para ele - Se eu não sobreviver... eu te amo... mas me esqueça! – pediu e essa foi a última vez que ele ouviu a voz dela.


 - Alex! – gritou uma voz o trazendo para o presente – Você está bem? Está frio!


Alex deu um sorriso fraco para Marlene.


- Desculpe, estava me lembrando de algo – falou com uma voz rouca.


- Deus, você me assustou – riu a garota.


Ele se deitou no chão, olhando para as estrelas. Nunca tinha conseguido ver tantas. 


- Eu estou bem – mentiu e ela o encarou – Bem, eu vou ficar.


- Assumindo que você também está com o coração partido... Estamos ferrados? – perguntou ela.


- Sim – ele riu e ela riu também.


Alex parou de rir e encarou a garota.


- Marlene...


- Sim?


- Eu tenho certeza que Sirius gosta de você também – sorriu.


Marlene se deitou do lado dele.


- Você acha?


- Eu tenho certeza – afirmou – Sirius... só está tentando achar um jeito dele ajeitar isso. Dê um tempo que eu tenho certeza que tudo se resolverá – falou.


Ela ficou um tempo, pensando no que ele disse. Estava feliz que Sirius se sentisse do mesmo jeito e se ele só precisasse de um tempo, isso ela podia dar.


- Eu acho injusto que você sabia tudo sobre meu coração partido e eu não sabia nada sobre o seu – falou ela, cansada dos próprios problemas.


Alex ficou calado.


- Por favor...


- Eu não posso contar, sinto muito – ele falou, de repente sério.


- Alex, você e os seus irmãos precisam começar a confiar na gente – falou triste.


- Nós confiamos em vocês, se não nunca teríamos juntado vocês para ler sobre a vida de Harry.


- Mas então...


- É complicado – respondeu simplesmente.


Marlene ficou calada por um tempo, ela sabia que ele não diria mais nada sobre isso.


- Ela valia a pena? – voltou ao assunto anterior.


Os dois observavam as estrelas, maravilhados.


- Valia. Ela era incrível – sorriu.


----


- Qual é o problema, Harry? – perguntou Gina.


Harry hesitou. Sabia que era um pouco egoísta.


- Eu só... Eu não gosto de ter meus pensamentos lidos por todo mundo, é estranho, sabe? Mesmo que eu confie em todos vocês – murmurou.


- Eu entendo – Gina falou – É normal, Harry. Qualquer um se sentiria assim.


- Mas eu tenho que fazer isso, pelo bem de todos – falou cansado.


- Podia ser pior – replicou ela.


Harry a encarou.


- Como?


- Podia ser os pensamentos de Voldemort – Gina falou e Harry riu.


Ficaram em silêncio por um tempo.


- Eu te amo, Gina – falou Harry.


- Eu também te amo, Harry – falou se aconchegando no namorado.


----


Alice não conseguia dormir. Seu filho e seu namorado já tinham ido dormir, mas ela estava preocupada demais para conseguir dormir também. Estava preocupada com a relação de Sirius e Marlene e com a guerra. Ela sabia que a guerra estava ficando mais próxima.


Foi até a janela do quarto dela e de lá viu duas pessoas deitadas perto do lago. Surpresa reconheceu Lene e Alex. Eles estavam conversando e pareciam animados. Alice deu um sorriso, gostava de ver amiga feliz assim. Mas também sabia que não era culpa dela e nem de Sirius ela não estar muito bem, eram várias coisas. Mas Sirius podia ajudar...


Decidida, saiu da janela e pegou um roube, cobrindo o pijama.


Caminhou em direção do quarto de Sirius, James e Remus, quase se perdendo entre os corredores da mansão. Achou – teve certeza que era o quarto certo por causa do barulho - e bateu na porta do quarto.


- Sim? – perguntou James, abrindo a porta e parecendo surpreso de vê-la ali.


- James, você pode chamar Sirius para mim? – pediu.


- Claro – sorriu, confuso – SIRIUS! VEM CÁ! – gritou.


- Caramba, James, estou com dor de cabeça – xingou Sirius – O que foi?


- Eu quero falar com você – falou Alice e James foi embora.


- Sobre o quê?


- Marlene.


Sirius fez uma careta, mas saiu do quarto. Eles foram até um quarto vazio.


- Sirius, você sabe que eu te amo – começou – Mas você tem sido um idiota com Marlene.


- Eu o quê?


- Tem sido um idiota. Não consegue ver que ela gosta de você? Porque a trata de um jeito tão frio ás vezes? – perguntou.


Sirius pareceu constrangido.


- Eu nunca quis ser um idiota – falou.


- E... – perguntou Alice.


Ele respirou fundo.


- Eu quero mudar, Alice. Eu quero ser feito o James, que consegue ter um relacionamento, mas...


- Mas o quê?


- Mas... eu não sei se consigo – falou Sirius inseguro.


- Você vai ter que conseguir por Marlene – falou Alice e sorriu para o amigo – Ela te ama, idiota. Não a deixe ir embora, por medo – falou e saiu.


Sirius observou ela ir embora confuso. Medo?


___


- Eu acho que Alex está melhor, Josh – falou Lyssi, sorrindo.


- Eu também acho – o irmão sorriu.


- Eu acho que ele está finalmente conseguindo ver uma vida sem ela – Lyssi falou mais baixo.


- Ele vai ficar bem. Ele tem a gente – Josh abraçou Lyssi.


- Vamos todos ficar bem – Lyssi confirmou.


 

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