Aragogue



Nota: Desculpem pela demora. É que as férias foram mais complicadas que eu pensei e Agosto no meu colégio é um mês que eu não tenho tempo nem para respirar. Tenho revisão, prova, aula no sábado e simulado. Tudo no mesmo mês. (agora mesmo eu devia tá estudando mas LHP precisava de um cap novo). Não posso prometer postar o próximo rápido, mas juro que no mês depois desse, vou postar tudo rápido. Desculpem.
Review:
LilyLuppin2~~~> Eu sei, o coitado não fez nada. Obrigada! Beijos!
Capítulo 15 - Aragogue


O verão espalhou-se lentamente pelos jardins que cercavam o castelo; o céu e o lago, os dois, ficaram azul-clarinhos, e flores do tamanho de repolhos se abriram repentinamente nas estufas.


Todos suspiram. Hogwarts era linda.


Mas sem a visão de Hagrid caminhando pelos jardins com Canino nos calcanhares, a paisagem vista das janelas do castelo não parecia normal para Harry;


James concordava. Não podia imaginar uma Hogwarts sem Hagrid.


aliás, era pouco melhor do que o interior do castelo, onde as coisas pareciam terrivelmente erradas.


Lily deu um sorriso triste para o filho.
Harry e Rony tentaram visitar Mione, mas as visitas à ala hospitalar agora não eram permitidas.


Todos ficaram revoltados.


- Nesse momento é importante deixar que eles fiquem juntos! – reclamavam.


- Ninguém ia nem tentar fazer isso com os Marotos – falou Sirius perigosamente.  


Regulus concordava com eles. Se ele não pudesse ver a melhor amiga dele nessa situação, ele iria pirar.


— Não queremos mais nos arriscar — disse Madame Pomfrey,


- Não acho que alguém atacaria uma enfermaria – falou Dorcas, pensativa.


 com severidade, por uma fresta na porta da enfermaria. — Não, sinto muito, há grande possibilidade de o atacante voltar para liquidar os pacientes...


- Não acho que isso seja prioridade máxima – Snape riu.
Com a saída de Dumbledore, o medo se espalhou como nunca antes,


- Foi uma ótima decisão – ironizou Josh.


 de modo que o sol que aquecia as paredes do castelo por fora parecia se deter nas janelas de caixilhos. Quase não se via na escola um rosto que não parecesse preocupado e tenso, e qualquer risada que ecoasse pelos corredores soava aguda e artificial e era rapidamente abafada.


Isso lembrou a todos da guerra, mas era diferente.
Harry repetia constantemente para si mesmo as ultimas palavras de Dumbledore


- Obsessivo.


"Só terei realmente deixado a escola quando ninguém mais aqui for leal a mim... Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem”. Mas de que adiantavam essas palavras?
A quem exatamente pediriam ajuda quando todos estavam tão confusos e apavorados quanto eles?


- Aurores? – sugeriu Lene.
A dica de Hagrid sobre as aranhas era muito mais fácil de entender — o problema era que não parecia ter restado uma única aranha no castelo para se seguir.


- Estranho – falou Alice.
Harry procurava por todo lado aonde ia, com a ajuda (um tanto relutante) de Rony.


- Eu tenho fobia de aranhas – confidenciou Rony.


- Nós sabemos – falaram os gêmeos.


Eles eram atrapalhados, é claro, pelo fato de não poderem andar sozinhos, tinham que se deslocar pelo castelo com um grupo de alunos da Grifinória. A maioria dos seus colegas parecia satisfeita em ser acompanhada de aula em aula por professores,


- Isso é o mais assustador – falou Alex.


 mas Harry achava isso muito aborrecido.


- Alguém que pensa.
Havia, porém uma pessoa que parecia estar se divertindo muito com a atmosfera de terror e suspeita.


- Vou imaginar que foi Draco – disse Lyssi.


 Draco Malfoy


- Eu falei – sorriu.


andava se pavoneando pela escola como se tivesse acabado de ser nomeado monitor-chefe.


- E no futuro ele é nomeador monitor – falou Hermione com desgosto.


 Harry não entendeu por que andava tão satisfeito até a aula de Poções, duas semanas depois de Dumbledore e Hagrid terem ido embora, quando, sentado atrás de Malfoy,


- Pena de você, Harry.


- Obrigado, Alice.


 Harry ouviu-o se gabar para Crabbe e Goyle.
— Eu sempre achei que meu pai era a pessoa que iria se livrar de Dumbledore — disse sem se preocupar em manter a voz baixa.


- Estúpido – falou Regulus – Nunca se fala nada disso tão abertamente.


 — Falei com vocês que ele achava que Dumbledore era o pior diretor que a escola já tinha tido. Talvez a gente tenha um diretor decente agora. Alguém que não queira manter a Câmara Secreta fechada.


- Isso é uma antítese – falou Hermione, rindo. Quando todos a encaram, completou – Apresentação de ideias opostas.


McGonagall não vai durar muito tempo, ela só está substituindo...
- Pelo menos é ela que está no lugar dele – falou Lily, aliviada. Ela adorava a professora McGonagall, ela era sempre tão justa.


Snape passou por Harry, sem fazer comentários sobre a cadeira e o caldeirão vazios de Mione.


Sirius ia comentar, mas preferiu ficar calado.
— Professor — perguntou Draco em voz alta. — Professor, por que é que o senhor não se candidata ao lugar de diretor?


- Eu não acho uma boa ideia – falou o próprio Snape para a surpresa de todos – Não conseguiria lidar com isso e não o professor de quem os alunos mais gostam.


- Mas pelo menos você é organizado – falou Lily.


- E inteligente – completou Alex.


Snape sorriu.
— Vamos, Malfoy — respondeu Snape, embora não conseguisse refrear um sorrisinho. — O Profº. Dumbledore foi apenas suspenso pelo Conselho. Quero crer que estará de volta conosco logo, logo.


- Se ainda tiver uma escola para ele voltar – falou Lyssi baixinho.
— É claro — disse Draco, rindo-se. — Acho que o senhor teria o voto do meu pai, professor, se quisesse se candidatar, vou dizer ao meu pai que o senhor é o melhor professor que temos, professor...


- Nem um pouquinho baba ovo – resmungou Sirius. Ele odiava pessoas assim.
Snape sorriu enquanto andava pela masmorra, felizmente sem ter visto que Simas Finnigan fingia vomitar no caldeirão.


Harry, Rony e Neville riram, se lembrando daquele dia.
— Fico surpreso que os sangues-ruins não tenham feito as malas — continuou Draco. — Aposto cinco galeões que o próximo vai morrer. Pena que não tenha sido a Granger...


Hermione baixou os olhos.
A sineta tocou nesse instante, o que foi uma sorte; ao ouvir as últimas palavras de Draco, Rony tinha saltado do banquinho


Hermione sorriu para o namorado.


 e, na agitação para reunirem mochilas e livros, seus esforços para se atracar com Draco passaram despercebidos.


- Sorte uma vez na vida.
— Me deixe agarrar ele — rosnou Rony, enquanto Harry e Dino o seguravam pelos braços. — Nem estou ligando, não preciso da minha varinha, vou matar ele com as mãos...
- Seria rápido demais para o que ele merece– falou James.


— Vamos depressa, tenho de levá-los à aula de Herbologia — disse rispidamente Snape à classe


- Você deve ter ficado feliz de ser babá de um bando de adolescentes... – ironizou Frank, mas não era nada pessoal.


- Acho que entendi. Pelas circunstâncias. 


e logo saíram, com Harry, Rony e Dino fechando a fila, Rony ainda tentando se desvencilhar. Os amigos só acharam que era seguro soltá-lo quando Snape já levara a turma para fora do castelo e estavam atravessando a horta em direção às estufas.


- Isso me lembra alguém – falou Remus olhando para James, que fingiu não perceber – Sirius vive se metendo em brigas, mas quando James se mete é mais difícil acalmá-lo.


- Hey! – protestaram os dois.  
A aula de Herbologia foi muito tranquila; faltavam agora dois alunos na classe: Justino e Mione.
A Profª. Sprout mandou todos podarem figueiras cáusticas da Abissínia.


- A gente estudou isso? – perguntou Frank e ninguém soube responder.


 Harry foi despejar uma braçada de galhos mortos na composteira e deu de cara com Ernie Macmillan. Ernie tomou fôlego e disse, muito formal:
— Eu só quero dizer, Harry, que lamento muito ter suspeitado de você.


- Tarde demais.


Sei que você nunca atacaria Hermione Granger


- Claro.


e peço desculpas por tudo que disse. Estamos todos no mesmo barco agora, e, bom...
Ele estendeu a mão gorducha e Harry a apertou.


- Um início de uma grande amizade – brincou Gina.
Ernie e sua amiga Ana vieram trabalhar na mesma figueira que Harry e Rony.
— Aquele tal de Draco Malfoy — disse Ernie quebrando galhinhos secos — parece muito satisfeito com tudo isso, não é? Sabe, eu acho que ele bem poderia ser o herdeiro de Slytherin.
— Você é tão inteligente! — disse Rony, que pelo jeito não perdoara Ernie tão depressa quanto Harry.


A sala riu.      
— Você acha que foi Malfoy, Harry? — perguntou Ernie.
— Não — respondeu Harry com tanta firmeza que Ernie e Ana arregalaram os olhos.


- É meio estranho você está defendendo o Malfoy – falou Jorge – Mesmo você sabendo que não foi ele.


Harry deu de ombros.
Segundos depois. Harry viu uma coisa.
Várias aranhas de bom tamanho estavam andando pelo chão do lado de fora da vidraça, deslocando-se numa estranha linha reta


- Mas o quê...?


 como se tomassem o caminho mais curto para ir a um encontro combinado. Harry bateu na mão de Rony com a tesoura de poda.
— Ai! Que é que você...
Harry apontou para as aranhas, seguindo o trajeto que faziam com os olhos apertados contra o sol.
— Ah, é — exclamou Rony, tentando parecer satisfeito, sem conseguir.


- Ou seja, ele estava verde – brincou Harry.


— Mas não podemos segui-las agora...
Ernie e Ana ouviam curiosos.
Os olhos de Harry se apertaram e ele focalizou as aranhas.
Se elas prosseguissem naquele curso, não havia dúvida onde iriam parar.
— Parece que estão indo para a Floresta Proibida...


Marlene olhou incrédula para eles.


- Vocês vão realmente seguir aranhas para dentro de uma floresta proibida? – e quando eles ficaram em silêncio, confirmando, ela acrescentou - É muita estupidez para só duas pessoas.


- Estávamos desesperados – falou Harry.


- Muito. Ou eu nunca teria ido – disse Rony.
E Rony pareceu ainda mais infeliz com essa idéia.
Ao fim da aula a Profª. Sprout acompanhou os alunos até a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Harry e Rony deixaram-se ficar para trás para poder falar sem serem ouvidos.


- Não é muito privado, mas fazer o quê?
— Teremos que usar a capa da invisibilidade outra vez — disse Harry a Rony. — Podemos levar Canino conosco. Ele está acostumado a entrar na floresta com Hagrid, talvez possa ajudar.
- Acho meio difícil, mas...


— Certo — concordou Rony, que revirava a varinha nos dedos, nervoso. — Hum... Não dizem que tem... Não dizem que tem lobisomens na floresta?


Imediatamente, James e Sirius olharam para Remus.


- Cuidado com os perigosos lobisomens – falou, divertido.


- Desculpe – pediu Rony.


Fred, Jorge, Gina, Neville e Hermione riram. Os outros ficaram sem entender.


— acrescentou quando se sentavam nos lugares de sempre, no fundo da classe de Lockhart.
Preferindo não responder àquela pergunta, Harry disse:
— Mas lá também tem coisas boas.


- Uma a cada cem – falou Alice.


 Os centauros são legais, e os unicórnios...
Rony nunca estivera na Floresta Proibida antes. Harry entrara somente uma vez


- Noobs.


e alimentava esperanças de não repetir a experiência.
Lockhart entrou aos saltos na sala, e a classe ficou olhando para ele. Todos os outros professores na escola pareciam mais sérios do que o normal, mas Lockhart estava, no mínimo, animado e confiante.


- Total estupidez. Demonstrar coragem diante do perigo é bom, mas não sofrer alterações psicológicas... demonstra o quanto a pessoa é mentalmente insana – falou Regulus, recitando uma das lições Black.


Sirius lançou um olhar azedo ao irmão. Odiava qualquer coisa relacionada ao resto da família porque era doloroso lembrar-se deles e saber que eles estavam melhor sem ele. Não era fácil abandonar a própria família e ninguém consegue não se importar pelo menos um pouco com aquelas pessoas que estiveram perto de você. 


- Eles ainda te amam – falou Regulus, como se lesse os pensamentos dele.


E essas foram as palavras mais dolorosas que Sirius já ouvira na vida. Traziam esperança, confusão, raiva e carinho ao mesmo tempo. O fazia ter que encarar o seus sentimentos, o levou a loucura. 


- Bem, eu não – mentiu e ninguém conseguiria dizer pela sua cara. Ninguém fora Regulus, Lene e James. Mas o irmão era o único que estava prestando atenção. Lançou um olhar decepcionado ao irmão com a mentira, como se esperasse que Sirius admitisse pelo menos a verdade. Mas ele não faria isso.
— Vamos, garotos — exclamou, sorrindo para todos os lados. — Por que essas caras tristes?


- Porque está acontecendo uma série de ataque que pode significar morte, talvez? – resmungou Lene.
Os garotos trocaram olhares exasperados, mas ninguém respondeu.
— Vocês não percebem — disse Lockhatt, falando lentamente, como se todos fossem um pouco retardados


- O retardado agindo como se os outros fossem retardados - bufou James.


— que o perigo passou! O culpado foi levado embora...
— Quem disse? — perguntou Dino em voz alta.
— Meu caro rapaz, o Ministro da Magia não teria levado Hagrid se não estivesse cem por cento convencido de que era culpado


- Ou não.


 — disse Lockhart, num tom de voz de alguém que explica que um mais um são dois.
— Ah, teria levado, sim — disse Rony, ainda mais alto do que Dino.
— Me lisonjeia dizer que sei um tantinho mais sobre a prisão de Hagrid do que o senhor, Weasley


- Acho que não.


— disse Lockhart num tom presunçoso.
Rony começou a dizer que achava que não, mas parou no meio da frase quando Harry o chutou com força por baixo da carteira.
— Não estávamos lá, lembra?


- Lembrar-se de não estar em um lugar em que você esteve é um pouco irônico – falou Alex.


- O quê? – perguntou Lene, o encarando como se ele fosse um ET.


Ele repetiu o que tinha falado e desistiu quando percebeu que ninguém entendeu.


— resmungou Harry. Mas a animação desagradável de Lockhart, suas insinuações de que sempre achara que Hagrid não prestava,


James fechou o punho, irritado.


 sua confiança de que a história toda agora chegara ao fim,


- E para variar ele estava errado.


irritou tanto Harry que ele teve vontade de atirar Como se Divertir com Vampiros bem no meio da cara boba do professor.


- É uma ótima ideia, pa... – falou Alex e Lyssi o encarou -... parabéns! – completou, rindo. Adorava provocar a loira. Era claro que ele não ia chamá-lo de nada desrespeitoso.


N/BIA: É uma piada interna minha com Gi, ignorem. 


Em vez disso contentou-se em rabiscar um bilhete para Rony: 
Vamos hoje à noite.
- Muito específico você – brincou Gina.

Rony leu o bilhete, engoliu com força e olhou de esguelha para a carteira vazia em que Mione normalmente se sentava. A visão pareceu fortalecer sua decisão,


- QUE FOFO! – gritaram as meninas da sala juntas e Rony corou. Os meninos começaram a brincar.


Hermione sorriu e beijou o namorado.


- Obrigada por ser o melhor – falou sorrindo.


 e ele concordou com um aceno de cabeça.
A sala comunal da Grifinória andava sempre muito cheia ultimamente, porque a partir das seis horas os alunos da casa não podiam ir a lugar algum.


- Era muito legal – disse Fred irônico.


E, também, tinham muito o que conversar,


- Sempre.


 por isso a sala só se esvaziava depois da meia-noite.
- Vocês deviam aproveitar para fazer uma festa – falou Sirius se insinuando.


- Sirius! – brigou Harry – Você esqueceu por que estávamos ali? – perguntou irritado. Ele sabia que era só uma brincadeira. Mas ninguém devia brincar sobre isso. Jamais.


- Sim – admitiu Sirius.


Harry foi buscar a capa da invisibilidade no malão logo depois do jantar e passou a noite sentado em cima dela,


- Não deve ter sido legal – comentou Lene e Harry deu ombros sorrindo. Lene riu.


esperando a sala se esvaziar. Fred e Jorge desafiaram Harry e Rony para umas partidas de snap explosivo, e Gina se sentou para apreciar, muito quieta na cadeira que Hermione geralmente usava. Os dois amigos perdiam todas as partidas de propósito, tentando terminar o jogo depressa,


- Ridículos – falaram os gêmeos.


 mas mesmo assim, já era mais de meia-noite quando Fred, Jorge e Gina finalmente foram se deitar.


- Vocês não cansam nunca – perguntou Lily.


- Não – responderam os três juntos.
Harry e Rony esperaram até ouvirem os ruídos distantes das portas dos dormitórios se fechando antes de apanhar a capa, atirá-la sobre seus corpos e sair pelo buraco do retrato.
Foi outra travessia difícil do castelo, evitando esbarrar nos professores.


- Essas são as melhores – falaram os marotos.


Finalmente chegaram ao saguão de entrada, puxaram o trinco das portas de carvalho, esgueiraram-se entre as duas folhas tentando impedir que elas rangessem e saíram para os jardins banhados de luar.


- Muito poético, Harry – fingiu aplaudir James.


- Você é meu pai, não devia estimular isso? – falou Harry.


- Não, isso é com a sua mãe – a sala riu.
— Claro — disse Rony abruptamente quando atravessavam o gramado —, podemos chegar à floresta e descobrir que não há nada para seguir. Aquelas aranhas talvez nem estivessem indo para lá.


- Até parece.


 Sei que parecia que se deslocavam naquela direção geral, mas...
A voz dele foi emudecendo cheia de esperança.
Os garotos chegavam à casa de Hagrid, que parecia triste e pobre com as janelas às escuras.


- Como uma casa parece triste? – perguntou Regulus.


Harry não respondeu.


Quando Harry empurrou a porta, Canino ficou louco de alegria de vê-los. Preocupados que ele pudesse acordar todo mundo no castelo com seus latidos fortes e ressonantes, eles lhe deram quadradinhos de chocolate,


Alice sorriu.


 que grudava os maxilares, de uma lata em cima do console da lareira.
Harry deixou a capa da invisibilidade em cima da mesa de Hagrid.
James bateu no filho.


- Como você ousa deixar algo tão precioso assim por ai?


- Ninguém ia roubar – falou.


- Mas é a capa!


Não precisariam dela na floresta escura como breu.
— Vamos, Canino, vamos dar um passeio — disse Harry dando palmadinhas na perna, e Canino saiu de casa dando saltos de felicidade atrás deles, correu para a orla da floresta e levantou a perna contra um enorme sicomoro.


- Que fofo! – Alice falou e todos a encararam.
Harry puxou a varinha, murmurou "Lumos!" e brilhou uma luzinha na ponta, suficiente para deixá-los ver o caminho à procura das aranhas.
— Bem pensado — disse Rony. — Eu acenderia a minha também, mas você sabe, provavelmente iria explodir ou fazer outra maluquice qualquer...
- Eu ainda não acredito que Molly deixou você usar essa varinha – falou Alex, em um tom de repulsa.


- Ela não tinha como comprar outra – Rony defendeu a mãe.


- Era melhor vender um dos seus livros escolares que usar uma varinha como essa – Alex replicou.


Harry bateu no ombro de Rony, apontando para o capim. Duas aranhas solitárias corriam para longe da luz da varinha procurando a sombra das árvores.
— Muito bem — suspirou Rony resignado com o pior.


- Eu tenho medo de aranha – se defendeu.


- Elas são minúsculas – falou Dorcas, incrédula.


- Mas podem causar grandes danos.


- Estou pronto. Vamos.
Então, com Canino correndo à volta, cheirando raízes e folhas de árvores, eles se embrenharam na floresta. Orientados pela luz da varinha de Harry, seguiram o fluxo constante de aranhas que iam pelo caminho. Seguiram-no por uns vinte minutos,


- Haja fôlego.


 sem falar, procurando ouvir outros ruídos que não fossem os dos gravetos estalando ou das folhas rumorejando. Então, quando o arvoredo se tornou mais denso que nunca, de modo que já não avistavam as estrelas no alto,


- Isso deve ter sido agoniante – falou Lene. Harry assentiu.


 e a varinha de Harry brilhava solitária num mar de trevas, eles viram as aranhas que os guiavam abandonarem o caminho.
Harry parou, tentando ver onde as aranhas estavam indo, mas tudo fora do seu pequeno círculo de luz estava escuríssimo. Ele nunca se embrenhara tão fundo na floresta.


- Nem eu – completou Rony.


Lembrava-se vivamente de Hagrid aconselhando-o a não se afastar do caminho da floresta da última vez que estivera ali.


- E se Hagrid considera perigoso – estremeceu Lily, preocupada tanto com Harry quanto com Rony.


Mas o guarda-caça se achava a quilômetros de distância, provavelmente sentado em uma cela de Azkaban, e também lhe dissera para seguir as aranhas.


- Um pouco confuso – concluiu Lyssi.
Alguma coisa úmida encostou na mão de Harry, e ele deu um pulo para trás, esmagando o pé de Rony, mas era apenas o nariz de Canino.


A sala riu.
— Que é que você acha? — perguntou Harry a Rony, cujos olhos ele mal conseguia vislumbrar, refletindo a luz de sua varinha.
— Já chegamos até aqui — disse Rony.


- Pior frase – falou Frank.
Então os dois acompanharam as sombras velozes das aranhas entrando pelo meio das árvores. Não podiam mais andar muito depressa; havia raízes e tocos de árvores no caminho, pouco visíveis na escuridão quase total. Harry sentia o hálito quente de Canino em sua mão. Mais de uma vez tiveram que parar para que Harry pudesse se agachar procurando as aranhas.


- Essa é uma frase que eu pensei que nunca ouviria na minha vida – resmungou Remus.
Caminharam pelo que pareceu pelo menos meia hora, as vestes agarrando nos galhos baixos e espinheiros. Passado algum tempo, repararam que o chão parecia estar descendo,


- Isso não é bom.


 embora o arvoredo estivesse mais denso que nunca.
Então Canino soltou de repente um latido que ecoou por todos os lados, fazendo Harry e Rony darem um pulo de fazer a alma se soltar do corpo.


Todos riram, mas estavam preocupados.
— Que foi? — perguntou Rony alto, olhando a escuridão à volta e segurando o cotovelo de Harry com força.
— Tem alguma coisa se mexendo ali adiante — sussurrou Harry. — Escute... Parece uma coisa grande...


Todos ficaram mais tensos ainda.
Eles escutaram. A uma certa distância para a direita, a coisa grande estava partindo galhos à medida que abria caminho por entre as árvores.
— Ah, não — exclamou Rony. — Ah, não, ah, não, ah...
— Cale a boca — mandou Harry muito nervoso. — A coisa vai ouvir você.
— Me ouvir? — exclamou Rony numa voz estranhamente aguda. — Ela já ouviu o Canino!


Gina sorriu fracamente para o irmão.
A escuridão parecia estar empurrando para dentro das órbitas dos olhos deles enquanto aguardavam aterrorizados.


- Você é dramático – falou Rony.


Ouviram um ronco esquisito e em seguida o silêncio.
— Que acha que ela está fazendo? — perguntou Harry.
— Provavelmente está se preparando para atacar.


Gina se aproximou do namorado, mesmo sabendo que ele ficou bem, precisava ver isso.
Os dois esperaram, tremendo, mal atrevendo a se mexer.
— Você acha que foi embora? — cochichou Harry.
— Sei lá...
Então, para a direita, eles viram um clarão repentino tão intenso, na escuridão, que os dois ergueram as mãos para proteger os olhos. Canino latiu e tentou correr,


- Covarde.


 mas ficou preso num emaranhado de espinhos e latiu ainda mais alto.
— Harry! — gritou Rony, a voz esganiçando de alivio. — Harry é o nosso carro!


- Mas o quê...?
— Ande!
Harry acompanhou o amigo como pôde em direção à luz, esbarrando e tropeçando nas coisas e um instante depois saíram numa clareira.
O carro do Sr. Weasley estava parado, vazio,


- Bem na hora – falou Lily, aliviada. Pelo menos agora eles teriam onde se esconder.


no meio de um círculo de árvores grossas sob uma ramagem densa, os faróis acesos. Quando Rony avançou boquiaberto, ele foi ao encontro do garoto, exatamente como um canzarrão turquesa cumprimentando o dono.


- Hey! – gritou indignado enquanto todos riam dele.


- Desculpa, cara – falou Harry.
— Estava aqui o tempo todo! — disse Rony encantado, andando à volta do carro. — Olhe só para ele. A floresta fez ele virar selvagem...
As laterais do carro estavam arranhadas e sujas de lama.


Sirius fez uma careta. Ele adorava carros – mesmo sendo algo trouxa – e não acreditava que um pudesse ser tratado assim.


Pelo jeito ele passara a rodar na floresta sozinho. Canino pareceu não gostar nada do carro; ficou colado em Harry, que sentia o cão tremer.


Hermione olhou confusa para o livro. Por que um cachorro reagiria assim? Nem um do mundo trouxa fazia isso.


A respiração mais calma outra vez, Harry guardou a varinha nas vestes.
— E nós achamos que ele ia nos atacar! — disse Rony, apoiando-se no carro e lhe dando palmadinhas. — Fiquei muito tempo imaginando onde teria sumido!


- Uma boa pergunta.
Harry apurou a vista à procura de sinais de aranhas no chão iluminado, mas todas fugiram da claridade dos faróis.
— Perdemos a pista. Vem, vamos tentar encontrá-las.
Rony ficou calado. Nem se mexeu. Tinha os olhos fixos em um ponto a uns três metros acima do chão da floresta, logo atrás de Harry. Seu rosto estava lívido de terror.


- E eu achava que estava tudo bem – falou Jorge, infeliz.
Harry nem teve tempo de se virar.


- Por que isso não me acalmou? – murmurou Lily, histérica.


Ouviu um som estalado e alto e de repente sentiu uma coisa comprida e peluda agarrá-lo pela cintura e erguê-lo do chão, deixando-o de cara para baixo.


- Meu filho! Tira as mãos do meu filho! – Lily gritou.


- Eu estou aqui mãe – lembrou Harry e ela se acalmou mais.


Debatendo-se cheio de terror, ele ouviu o mesmo som e viu as pernas de Rony abandonarem o chão, também, e Canino choramingar e uivar — no instante seguinte, ele estava sendo arrebatado para o meio das árvores escuras.


A cabeça pendurada, Harry viu que a coisa que o segurava andava sobre seis pernas


- Seis... pernas? – Lene falou chocada.


 imensamente compridas e peludas, as duas dianteiras agarravam-no com firmeza sob um par de pinças pretas e reluzentes.


- Uma aranha muito grande? – sugeriu Frank.


- Basicamente – assentiu Rony.


 Atrás, ele ouvia outro bicho igual, sem dúvida carregando Rony.


- Foi o pior dia da minha vida – resmungou Rony. Ele ainda tinha pesadelos.


 Estavam entrando no coração da floresta.


- E fica pior.


Harry ouvia Canino lutando para se libertar de um terceiro monstro, ganindo alto, mas Harry não poderia ter berrado nem se tivesse querido;


- Você não queria? – perguntou Sirius encarando Harry.


parecia ter deixado a voz no carro lá na clareira.
Ele nunca soube quanto tempo ficou nas garras do bicho; só soube que de repente a escuridão diminuiu o suficiente para deixá-lo ver que o chão coberto de folhas agora estava pululando de aranhas.


- Lindo – ironizou Lene.


Esticou o pescoço para o lado e percebeu que tinham chegado à borda de uma vasta depressão, uma depressão que fora desmatada, de modo que as estrelas iluminaram claramente a pior cena que ele jamais vira.


- Imagine como foi para mim – resmungou Rony.
Aranhas, aranhinhas como aquelas que cobriam as folhas embaixo. Aranhas do tamanho de cavalos, com oito olhos, oito pernas, pretas, peludas, gigantescas.
O maciço espécime que carregava Harry desceu uma encosta íngreme em direção a uma teia enevoada em forma de cúpula, bem no meio da depressão,


- Ótimo – gemeu Lily.


enquanto suas companheiras acorriam de todos os lados, batendo as pinças excitadas à vista do carregamento.
Harry caiu no chão de quatro quando a aranha o soltou. Rony e Canino caíram com um baque surdo ao lado dele.


- Pelo menos estávamos juntos – sorriu Harry.


 Canino não uivava mais, encolhia-se em silêncio onde caíra. Rony era a imagem exata do que Harry sentia. Tinha a boca arreganhada numa espécie de grito silencioso, e seus olhos saltavam das órbitas.


- Queria uma câmera – brincou Fred, mas estava preocupado com o irmão.
O garoto de repente percebeu que a aranha que o soltara estava falando alguma coisa.


Lily fichou chocada. Aranhas mágicas falavam?
Fora difícil entender, porque ela batia as pinças a cada palavra.
— Aragogue! — a aranha chamou. — Aragogue!
E do meio da teia enevoada em forma de cúpula, emergiu lentamente uma aranha do tamanho de um filhote de elefante. Havia fios cinzentos na pelagem do seu corpo e nas pernas negras, e cada olho, em sua feia cabeça provida de pinças, era leitoso. A aranha era cega.


- Isso tudo é muito estranho para mim – disse Regulus e colocou a mão entre cabeça.
— Que é? — disse, batendo rapidamente as pinças.
— Homens — bateu a aranha que apanhara Harry.
— É Hagrid? — perguntou a aranha


- Mas por que uma aranha pensaria em Hagrid, ao não ser que... oh, não... Hagrid costumava ir ai – falou Alice nervosa.


 aproximando-se, os oito olhos leitosos movendo-se vagamente.
— Estranhos — bateu a aranha que trouxera Rony.
— Mate-os — bateu Aragogue preocupada. — Eu estava dormindo...
— Somos amigos de Hagrid — gritou Harry. Seu coração parecia ter saltado do peito e ido bater na garganta.
Clique, clique, clique fizeram as pinças das aranhas por toda a depressão.


Lene se encolheu e Sirius colocou o braço ao redor dela.


Vamos dizer que ela não se concentrou mais na leitura.
Aragogue parou.
— Hagrid nunca mandou homens à depressão antes — disse lentamente.
— Hagrid está enrascado


- Isso é verdade.


 — disse Harry respirando muito rápido. — Foi por isso que viemos.
— Enrascado? — exclamou a aranha idosa, e Harry pensou ter sentido preocupação no clique das pinças.


- Isso é muito... estranho – concordou Snape com o que Regulus tinha falado.


— Mas por que o mandou?
Harry pensou em se levantar, mas decidiu o contrário; achou que as pernas não o aguentariam.


Hermione franziu o cenho e estava prestes a falar algo que Rony a interrompeu.


Então falou do chão, o mais calmo que pôde.
— Na escola acham que Hagrid andou fazendo uma... Uma coisa com os alunos. Levaram ele para Azkaban.
Aragogue bateu as pinças furiosamente, e a toda volta da depressão o som foi repetido pela multidão de aranhas;


Lyssi olhou horrorizada.


 era como um aplauso,


- Boa comparação – Gina brincou.


 exceto que, em geral, aplausos não faziam Harry sentir náuseas de medo.
— Mas isso foi há anos — disse Aragogue preocupada. — Anos e anos atrás. Lembro-me muito bem. Foi por isso que o fizeram sair da escola. Acreditaram que eu era o monstro que morava na chamada Câmara Secreta. Acharam que Hagrid tinha aberto a Câmara e me libertado.


- E mesmo assim Hagrid ainda visita ele.
— E você... Você não veio da Câmara Secreta? — perguntou Harry, que sentia um suor frio na testa.
— Eu! — exclamou Aragogue, batendo as pinças zangada.


- Isso é uma ofensa? – Dorcas perguntou confusa.


- Aparentemente – Remus assentiu.


 — Eu não nasci no castelo. Vim de uma terra distante. Um viajante me deu de presente a Hagrid quando eu ainda estava no ovo.


- Desconfie de viajantes – aconselhou Remus.


 Hagrid era só um garoto, mas cuidou de mim, me escondeu num armário do castelo, me alimentou com restos da mesa. Hagrid é um bom amigo e um bom homem. Quando fui descoberta e responsabilizada pela morte da garota, ele me protegeu.


Estúpido, pensou Snape.


 Tenho vivido aqui na floresta desde então, onde Hagrid ainda me visita. Ele até me arranjou uma esposa, Mosague, e você está vendo como a nossa família cresceu, tudo graças a bondade de Hagrid...


- Ele ajudou a destruir o mundo – resmungou Rony.
Harry reuniu o que restava de sua coragem.


- Não tão grifinório – brincou Regulus, mesmo estando muito preocupado com o garoto. Não adiantaria nada ficar sério agora, quando tudo já tinha acabado.


Harry riu, agradecido pela distração.
— Então você nunca... Nunca atacou ninguém?
— Nunca — falou rouca a aranha. — Teria sido o meu instinto, mas por respeito a Hagrid, eu nunca fiz mal a um ser humano.


- Mentira – falou Rony.


Não conheço parte alguma do castelo a não ser o armário em que cresci. A nossa espécie gosta do escuro e do silêncio...


- Nunca adivinharia – provocou Fred
— Mas então... Você sabe o que matou aquela garota? — perguntou Harry. — Porque a coisa que matou está de volta atacando pessoas outra vez...
Suas palavras foram abafadas por uma eclosão de cliques e o ruído de muitas pernas longas a se agitar com raiva; grandes sombras escuras moveram-se a toda volta.


- Calem a boca – Lene falou irritada.
— A coisa que mora no castelo — disse Aragogue — é um bicho que nós aranhas tememos mais do que qualquer outro.


- Se essas coisas temem o animal... – Lily disse tremendo e James a abraçou, imitando Sirius.


 Lembro-me muito bem como supliquei a Hagrid que me deixasse ir embora, quando senti a fera rondando pela escola.
— O que é? — perguntou Harry pressuroso.
Mais cliques altos, mais movimentos; as aranhas pareciam estar fechando o cerco.
— Nós não falamos nisso!


- Vocês acabaram de falar.


— disse Aragogue com rispidez. — Não mencionamos seu nome!


- Você-Sabe-Quem versão animal – disse Jorge com ar de filósofo e a sala explodiu em risadas.


 Eu nunca disse nem a Hagrid o nome daquele temível bicho, embora ele tenha me perguntado muitas vezes.
- Lascou.


Harry não quis insistir no assunto, não com as aranhas se aproximando por todos os lados.
- Boa ideia, filho.


- Obrigado, pai.


Aragogue parecia ter-se cansado de falar. Estava recuando lentamente para sua teia em forma de cúpula, mas as outras aranhas continuaram a se aproximar devagarinho de Harry e Rony.
— Bem, então vamos embora — falou Harry, desesperado, a Aragogue, ouvindo as folhas farfalharem às suas costas.
— Embora? — repetiu Aragogue lentamente. — Acho que não...


Lily fechou os olhos.
— Mas... Mas...
— Meus filhos e minhas filhas não fazem mal a Hagrid, porque eu assim ordeno. Mas não posso negar a eles carne fresca, quando ela entra com tanta boa vontade em nosso ninho. Adeus, amigo de Hagrid.


Todos olharam horrorizados e até Alex parou de ler.
Harry virou-se depressa. A poucos passos, erguendo-se acima dele, havia uma parede maciça de aranhas, dando cliques, os muitos olhos brilhando nas cabeças feias.
Mesmo enquanto pegava a varinha, Harry percebeu que não ia adiantar. Havia aranhas demais, mas ao tentar se levantar, pronto para morrer lutando,


James sorriu para o filho.


ouviu uma nota alta e longa, e um clarão de luz atravessou a depressão.
O carro do Sr. Weasley roncou encosta abaixo, os faróis acesos, a buzina tocando, derrubando aranhas para os lados; várias foram atiradas de costas, as múltiplas pernas sacudindo no ar. O carro parou cantando os pneus diante dos garotos e as portas se abriram.


- Eu amo esse caro! – gritou Sirius, feliz.
— Apanhe o Canino! — gritou Harry, mergulhando no banco da frente; Rony agarrou o cão pela barriga e atirou-o, ganindo, no banco de trás, as portas se fecharam.
Rony nem tocou no acelerador, pois o carro não precisou disso;


Sirius sorriu ainda mais.


 o motor roncou e eles partiram, atropelando mais aranhas. Subiram a encosta a toda velocidade, saíram da depressão e logo estavam correndo pela floresta, os ramos fustigando as janelas do carro enquanto ele rodava com inteligência pelos vãos mais largos, seguindo um caminho que obviamente conhecia.


- Eu quero um desses – reclamou.
Harry olhou de esguelha para Rony. A boca do amigo continuava aberta num grito silencioso, mas seus olhos não estavam mais arregalados.


Todos imediatamente olharam para Rony que corou.
— Você está bem?
Rony olhava fixo para frente, incapaz de responder.


- Ok, acho que isso respondeu.
Eles rodaram pelo mato rasteiro, Canino uivando alto no banco de trás, e Harry viu o espelho lateral se partir ao tirarem um fino de um grande carvalho.
Depois de dez minutos de estrépito e saculejões, as árvores foram se espaçando e Harry pôde novamente ver pedaços do céu.
- Foi como ser livre de novo – falou e depois ficou desconfortável se lembrando de Sirius. Do outro Sirius.


O carro parou tão de súbito que eles quase saíram pelo pára-brisa. Tinham chegado à orla da floresta. Canino atirou-se contra a janela tal era a sua ansiedade para sair


- Não fomos os únicos com medo – falou Harry sorrindo.


e quando Harry abriu a porta, ele disparou por entre as árvores para a casa de Hagrid, o rabo entre as pernas. Harry desceu também e, passado pouco mais de um minuto, Rony pareceu recuperar a sensibilidade nas pernas e o seguiu, ainda de pescoço duro e olhar fixo.


-Foi traumatizante! – se defendeu.


Harry deu uma palmadinha de agradecimento no carro enquanto ele dava marcha a ré na floresta e desaparecia de vista.
Harry voltou à cabana de Hagrid para apanhar a capa da invisibilidade. Encontrou Canino tremendo debaixo de um cobertor no seu cesto. Quando Harry saiu de novo, encontrou Rony vomitando violentamente na horta de abóboras.


- Não sei qual é melhor – falou Frank, divertido.
— Siga as aranhas


- Eu nunca deveria ter ouvido Hagrid – falou Rony.


- Se você não tivesse, eu não estaria aqui – reclamou Hermione.


- Então, valeu a pena.


— disse Rony, fraco, limpando a boca na manga.


 

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Comentários (3)

  • julia weasley potter 21

    A fic está ficando perfeita to ansiosa para o próximo cap 

    2014-09-03
  • Fernanda Gusman

    A Fic está maravilhosa, como sempre. Continuem postando !!! Beijos, Fe.

    2014-08-13
  • Anne Grace

    A fic é incrível, muito realista com os fatos, mas eu acho que por mais que a Gina seja forte ela devia estar mais abalada, ela está se mantendo forte, mais principalmente neste final, já que ela já aguentou muito e por ser a pior parte você poderia coloca-la mais desestabilizada, mas de qualquer forma está incrível, eu espero que você poste logo...

    2014-08-12
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