Um duelo entre serpentes

Um duelo entre serpentes



Capítulo 14: Um duelo entre serpentes



No primeiro sábado de novembro, dia 5, houve uma visita ao povoado de Hogsmead. Todos os alunos do terceiro ano para cima foram.

Isabella foi com Harry, Rony e Hermione. Os quatro estavam caminhando calmamente pelo vilarejo.

- Vamos para a Zonko’s. – pediu Rony pela terceira vez.

- Está bem. Vamos. – disse Harry rindo.

Os quatro passaram a manhã inteira se divertindo na loja de logros e brincadeiras. Quando estavam indo almoçar no Três Vassouras...

- Gente...eu quero ficar um pouco sozinha. – disse Isabella.

Harry e Rony concordaram e saíram. Hermione ficou parada, apenas observando a amiga.

- Vamos dar uma volta? Nós duas vamos conversar um pouco. – disse Mione com firmeza.

Isabella suspirou, mas acabou concordando. As duas começaram a andar. Ambas em silêncio. Entraram em uma cafeteria e pediram chocolate quente. Pegaram seus copos e sentaram-se à uma mesa.

- Sobre o que quer conversar, Mione? – perguntou Isabella, quebrando o silêncio que estava entre as duas.

- Sobre você. – respondeu a garota, um tanto receosa agora. – Eu passei um bom tempo me perguntando se eu devia ou não tocar nesse assunto...

- Que assunto?

- Draco Malfoy.

Isabella fitou-a atentamente. Bebeu um longo gole de chocolate quente.

- O que quer falar exatamente?

- Quero saber como você está. – respondeu Hermione baixinho.

Observou Isabella abaixar a cabeça.

- Isa, você guardou toda a dor para você mesma. Não se abriu com ninguém...

- Eu ainda o amo. – murmurou Isabella ainda de cabeça baixa.

- Esse amor é passageiro Isa...

- Eu não estou falando de amor passageiro, Hermione. – disse Isabella enquanto levantava a cabeça e encarava a amiga. – Eu estou falando de amor. Amor por um homem que você fecha os olhos e se atira no abismo se ele pedir. – murmurou. – É desse amor que eu estou falando...É esse amor que eu sempre senti...

As duas ficaram em silêncio por alguns instantes.

- Estou me esforçando. Juro por Merlim, eu estou me esforçando. Mas é difícil esquecer tudo. Quando eu estava com ele, eu via o mundo com outros olhos. Dor era algo que ele mantinha afastada de mim. – disse Isabella após beber mais um gole de chocolate quente.

Hermione ficou em silêncio, apenas escutando e se comovendo com as palavras da amiga.

- Naquela noite...quando ele terminou comigo...eu vi.

- O que? O que você viu?

Isabella olhou nos olhos de Hermione.

- É tão difícil assim de ver? É tão difícil ver que todo minuto que passa é uma chance de mudar tudo? Mione...eu vi que um simples gesto é capaz de mudar toda uma vida...Eu vi que uma simples palavra é capaz de mudar todo o curso do futuro.

Hermione sentiu duas lágrimas escorrerem de seus olhos e rolarem por sua face.

- Agora eu irei responder a sua pergunta. – disse Isabella. Respirou fundo e continuou. – Eu estou bem...apesar de tudo. Estou bem pois tenho três amigos maravilhosos que não ficam lá na frente me esperando para aplaudir minhas vitórias...Tenho três amigos que caminham ao meu lado e me ajudam a levantar quando eu caio e participam das minhas vitórias. E...se não fossem por Harry Potter...Ronald Weasley...e...Hermione Granger...eu não teria ido tão longe...não teria me levantado tão rápido...

Hermione se comovia mais e mais com o que ouvia.

- ...E sou muito grata a você...por dar-me coragem para desabafar. Obrigada, Mione.

A garota estava sem palavras. Ela nunca tivera uma amiga, mas agora tinha Isabella, e Isabella tinha à ela. E aquele laço de amizade ficava a cada dia mais firme.

As duas terminaram de tomar o chocolate quente. Saíram da cafeteria e se despediram. Hermione rumou para o Três Vassouras enquanto Isabella ia em direção ao Cabeça de Javali. Continuou andando até chegar à loja do Sr. Diggles, o Ferreiro.

Isabella queria comprar uma espada. Desde o dia em que vira Lidiane com uma, ela sentiu que precisava de uma espada também. Entrou na loja. Já estivera lá uma vez com Lúcio quando tinha doze anos. Ele lhe comprara uma espada e a ensinara a manejá-la com perfeição. Sabia que se pedisse para Narcisa enviá-la, ela ficaria preocupada. Sendo assim, optou por comprar uma nova.

Ficou observando o interior da loja. Era escura, suja e empoeirada. Apesar da loja ter esse aspecto, a qualidade das espadas eram excelentes. Dirigiu-se ao balcão. O velho Sr. Diggles não havia mudado nada. Continuava usando roupas medievais, seu cabelo branco sempre preso em um rabo de cavalo.

- Srta. Lestrange! Mas que honra em recebê-la aqui novamente. Faz alguns anos que não a vejo. – disse o velho após reconhecê-la.

- É verdade, sr. Diggles. Bom, vim comprar uma espada.

- O que houve com aquela que ganhara do Sr. Malfoy?

- Está em minha casa.

- Sim. Bem, que tipo de lâmina você quer?

- Prata e longa.

- E o punho?

- Prata...com alguns detalhes em ouro.

- Vou buscar.

Sr. Diggles foi até o porão da loja. Voltou alguns minutos depois.

- Tenho essas três. – disse enquanto as colocava no balcão.

- Quero essa. – disse Isabella após analisá-las atentamente, uma a uma. – Qual o preço?

- 630 galeões. Arredondo para 700 se quiser levar uma bainha de invisibilidade que custa 150 galeões.

Isabella abriu a bolsa e tirou sete saquinhos de couro. Entregou-os para o velho.

- Em cada saco há 100 galeões. – informou ela.

- Está bem.

Sr. Diggles mostrou-lhe as bainhas. Isabella escolheu uma e logo afivelou-a na cintura. Assim que colocara a espada na bainha, ambas ficaram invisíveis. Saiu da loja em seguida. Ainda queria ficar sozinha. Foi caminhando até a Casa dos Gritos. Ao chegar lá, sentou-se em uma pedra e ficou admirando sua espada.

Ela lembrou-se de quando Lúcio a ensinara a manejar uma espada. Uma lágrima escorreu por sua face. Ainda doía lembrar-se de seu padrinho. Aquela seria uma ferida que jamais cicatrizaria.

Isabella ouviu passos atrás de si. Virou-se e viu Lidiane caminhando em sua direção, empunhando sua espada. Levantou-se da pedra e empunhou sua espada também.

- Fiquei muito surpresa ao vê-la entrar na loja de armas brancas. – dizia Lidiane com seu costumeiro tom cínico. – Será que sabe duelar tão bem quanto joga quadribol?

Lidiane aproximou-se perigosamente de Isabella e desferiu um golpe em seguida, mas a garota havia defendido com perfeição.

- Pode apostar que sim, Lorkoff. – murmurou Isabella friamente.

As duas começaram a duelar violentamente. Estavam tão entretidas no duelo que nem repararam em Neville Longboton e Luna Lovegood que se aproximavam da Casa dos Gritos de mãos atadas.

- Merlim! – exclamou Neville assustado com o que estava vendo.

- Precisamos chamar o Harry. – disse Luna.

Neville concordou e os dois saíram correndo. Sabiam que Harry estava no Três Vassouras, afinal, os dois estavam vindo de lá. Ao entrarem no pub, correram até a mesa onde Harry estava com Rony e Hermione.

- Harry!

- Neville, o que foi?? – perguntou Harry preocupado.

Draco estava próximo à mesa deles. Não pôde deixar de ouvir.

- É a Isabella! – exclamou Neville baixinho.

- O que tem ela?! – perguntou Hermione assustada.

- Ela está duelando com a Lorkoff na Casa dos Gritos. Um duelo de espadas! – respondeu Luna agitada.

Mais do que depressa o trio saiu em disparada do Três Vassouras. Draco foi no encalço deles. O loiro perguntava-se por que estava indo, mas não obteve respostas. A voz de seu coração havia se calado. Quanto a Neville e Luna, ambos ficaram no pub, descansando da corrida.

Quando os quatro chegaram na Casa dos Gritos, viram que Isabella e Lidiane estavam quase matando uma a outra. Harry e Hermione seguraram Isabella enquanto Draco e Rony puxavam Lidiane para longe de Isabella.



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