Quebrando promessas



Capítulo 12: Quebrando promessas




Os dias foram se passando lentamente para Gina. Em sua segunda aula de reforço, ficou ainda mais claro que ela não conseguiria abrir os olhos de Draco por si mesma. Sim, teria que seguir o plano de Lidiane.




Na manhã de quarta-feira, as duas combinaram que Lidiane mandaria os bilhetes para Harry e Isabella no café da manhã do dia seguinte. A ruiva concordara com a garota e em seguida rumou para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.




Aquela quarta-feira passou voando para Gina. Quando deu por si, já estava indo tomar café no Salão Principal. Mal tocara nas torradas com geléia. Seu estômago estava embrulhado. Sentiu as mãos gelarem assim que o correio-coruja entrou no salão. Observou com atenção uma coruja-das-torres entregar para Harry um pergaminho e outra coruja entregar para Isabella outro pergaminho.




A ruiva endireitou-se na cadeira e fitou Lestrange discretamente. Viu a garota arquear uma sobrancelha conforme ia lendo o bilhete. Conseguiu ver Draco perguntando de quem era o bilhete e o que estava escrito. E não pudera deixar de sorrir quando viu a garota falando com simplicidade que era de Hagrid, falando sobre Sitkar.




“Obrigada Lestrange...Acabou de me dar o coração de Draco...” pensou Gina enquanto dava uma bela mordida em sua torrada. Aquele dia seria ótimo para ela. Tudo estava saindo como Lidiane preverá. O próximo passo agora era ela, Gina, falar com o loiro na aula de reforço. Essa seria sua última tentativa desesperada de fazê-lo enxergar a verdade.




No decorrer do dia, era possível ver a ruiva cantarolando baixinho pelos corredores enquanto rumava para outra sala de aula. No jantar, conversou animada com Colin Crevey. E assim que acabra de jantar, rumou para as masmorras.




Enquanto isso...




- Tenho que ir dar a aula agora, Bella... – murmurava Draco entre um beijo ardente.




O casal estava escondido atrás de uma estátua que havia nas masmorras. Isabella estava encostada na parede enquanto o loiro a prensava com o seu próprio corpo.




- Terminamos o que você começou mais tarde então... – disse ela abrindo os olhos lentamente.




Draco acariciou delicadamente a face da namorada. Abriu aquele sorriso para ela. Aquele sorriso que ela amava. Encantador...Fascinante...




- Vai me esperar então? – murmurou o loiro.




- Irei te esperar sempre que eu tiver que esperar...




- Bom saber disso...




Os dois riram divertidos. Saíram de trás da estátua de mãos dadas. Estava tudo em câmera lenta agora. Enquanto desatavam as mãos, bem devagar, olhavam-se nos olhos. Ambos sorriram suavemente e cada um tomou seu caminho.




Se soubessem o que estavam tramando contra o relacionamento deles, talvez jamais tivessem soltado suas mãos naquele momento. Mas cada um tomara seu caminho...e talvez podia ser para sempre...




Isabella caminhou silenciosamente pelos corredores do segundo andar. Entrou na sala em que Harry havia combinado com ela. Viu o garoto sentado na mesa do professor enquanto fechava a porta atrás de si.




- Oi Isa. – disse ele.




- Oi Harry. O que você quer falar? – perguntou ela tranqüilamente enquanto se aproximava.




Harry arqueou uma sobrancelha.




- Eu? Eu nada... Você que mandou esse bilhete para mim dizendo para eu vir aqui encontrá-la.




- O que? Eu não mandei bilhete nenhum para você, Harry. – disse Isabella confusa. – Eu recebi esse bilhete seu...




- Eu também não te mandei bilhete algum, Isa.




Os dois fitaram-se. Estavam confusos. Alguém sem nada para fazer devia estar brincando com eles. Ambos pensaram isso. Concordaram em ficar conversando, já que estavam ali.




Enquanto isso, Draco estava explicando para Gina como preparar a Poção Estimulante.




- Entendeu como se faz, Weasley? – perguntou o loiro indiferente.




- Mais uma vez vou lhe dizer que com você explicando, eu entendo absolutamente tudo. – disse Gina, flertando novamente.




- E mais uma vez vou ter que lhe dizer que eu sou comprometido com uma garota...




- É comprometido com uma garota que você nem mesmo sabe onde está e o que está fazendo agora. – disse a ruiva com firmeza.




- Você ficou maluca, Weasleyzinha? – indagou ele, perplexo.




- Vamos, responda então. Onde está a sua querida namorada? Sabe o que ela está fazendo agora??




- Claro que eu sei onde ela está. Está na sala comunal da Sonserina, esperando eu voltar dessa porcaria de aula...

- Ahhh, é mesmo? Engraçado Draco, pois eu fiquei sabendo que o Potter mandou um bilhetinho para ela...marcando um...encontro secreto.




Draco estreitou os olhos. Irritado. Calúnia!




- Juro que se você não parar de falar essas idiotices...




- Ela está lá, Draco...




- Eu não te dei permissão para me chamar pelo primeiro nome!




- ...está lá com o ele porque ela o ama de alguma forma. E ama muito mais do que amou seu pai, se é que ela o amou...Afinal, se ela o amasse mesmo, seu pai ainda estaria vivo. Todos sabem disso. E se ela te amasse e confiasse em você...Teria te contado sobre o encontro que está tendo na sala cinco do segundo andar. – disse Gina com firmeza nas palavras e no olhar.




Ela não vacilara um minuto. E pelo jeito, havia mexido com o loiro. Observou guardar seu material com violência enquanto falava, muito nervoso, que as aulas estavam canceladas. Ela nem tivera tempo de protestar, pois ele saíra como um furacão da sala de aula.




Draco correu para a sala comunal da Sonserina. Nunca desejara tanto ver Isabella. E se ela não estivesse lá? Então...tudo o que a Weasley tinha falado era verdade.




Irrompeu na sala comunal. Olhou para todas as direções. Nenhum sinal de Isabella. Correu para seu dormitório. Nada. Largou a mochila no chão e voltou apressado para a sala comunal. Obrigou uma garota do primeiro ano a entrar no dormitório de sua namorada e chamá-la.




- Não tem ninguém lá dentro... – disse a menina receosa, após sair do dormitório.




Draco sentiu os joelhos fraquejarem. Ela não podia estar com ele. Não a sua Bella. Saiu do salão comunal sob o olhar triunfante de Lidiane.




O loiro ia andando com passos silenciosos. Uma vontade louca de chorar foi tomando conta dele enquanto as imagens de Isabella apareciam em sua mente.







“Eu vou te dizer o que estou sentindo por dentro







Eu poderia mentir para mim mesmo, mas o que eu sinto é verdadeiro







Não há como negar que quando olho em seus olhos







Garota, eu perco minha cabeça quando estou do seu lado.”







Draco chegou no saguão de entrada. Estava escuro e completamente deserto. Começou a subir os degraus da escada de mármore. Tantas lembranças. E grande parte delas eram boas. Ao chegar no segundo andar, cruzou o corredor que levava para a sala cinco. Ficou parado diante da porta.




O loiro aproximou-se da porta e abriu-a lentamente. Deixou-a escancarada. E viu. Isabella e o Potter sentados na mesa do professor, conversando e rindo divertidos. Mas, ao notarem a presença de Draco, pararam de rir automaticamente.




- Draco... – dizia Isabella enquanto levantava-se da mesa.




A garota deu um passo em direção ao namorado, mas observou-o sair pisando duro. Era possível ver a decepção no olhar dele. Aquilo empalideceu a garota.




- Isa...




- Agora não Harry...Preciso ir falar com ele...




Enquanto descia as escadas, Draco podia confirmar que o ódio e o amor estavam separados por uma linha. E aquela linha havia acabado de se romper. Podia sentir seu amor por Isabella ir virando ódio. Como ela podia? Depois de tudo o que passaram e não contar sobre o maldito bilhete do Potter? Mas isso não era o pior. O pior era que o que a Weasley havia falado sobre seu pai era verdade. Se não fosse por Isabella, Lúcio ainda estaria vivo.




Podia ouvir a garota chamando-o enquanto descia as escadas numa velocidade incrível. Mas não parou de andar. Apenas parou quando adentrou na sala comunal da Sonserina. Haviam poucos alunos lá.




- Draco. – chamou Isabella mais uma vez.




O loiro virou-se para ela. No olhar que lhe lançava, fez a garota perceber uma mistura enorme de sentimentos. Ódio. Decepção. Mágoa. Aquilo era o que predominava.




- Deixe eu explicar...Não faça tempestade num copo d’água...




- Explicar o que?! Hein??




Aquilo chamou a atenção dos alunos que estavam ainda acordados. Inclusive a atenção de Lidiane.




- Eu juro, eu ia te contar...Fizeram uma brincadeira de mal gosto comigo e com o Harry...




- Acha que vou acreditar nessa besteira?!




- Draco, pare com isso.




- Eu fui enganado por você. Como você ousou olhar em meus olhos e falar que me amava depois de matar o meu pai?!




Isabella estremeceu. O que havia acontecido com ele? Não era possível que ele ficasse naquele estado somente porque não contara à ele que ia se encontrar com Harry.




- O que? Você perdeu completamente o juízo Draco...




- Assassina! Se não fosse por você, meu pai estaria vivo!




- Eu não admito que você fale assim comigo! – exclamou a garota, irritando-se.




- Eu estou pouco me importando se você admite ou não.




Draco podia ouvir os ecos das promessas que fizera à Isabella. Todas elas agora se quebravam, como se fossem feitas de cristal. Quantas juras de amor...E para quê? Ela era o ser mais desprezível do mundo. E foi preciso que a Weasley o fizesse ver isso.




Isabella sentia seu coração sangrar. Era uma sensação horrível. Está certo que os dois haviam brigado algumas vezes. Mas não daquele jeito. As palavras do loiro a feriam. E não haveria bálsamo no mundo que curasse aqueles ferimentos que se tornavam cada vez mais profundos.




- Draco...Você está fora de si...Vamos conversar...







“Preste atenção antes que eu vá







É melhor para você







Você apenas tem que olhar e verá toda a verdade.”







- É Malfoy para você. – murmurou ele friamente enquanto tirava a aliança de compromisso e jogava-a no fogo crepitante da lareira.




Isabella olhava fixamente a aliança do loiro derretendo lentamente.




- Você é a pior pessoa que eu conheço. E precisei que a Weasley me mostrasse isso. – disse Draco e em seguida rumou para o seu dormitório.




O loiro bateu a porta com força. Tirou o sapato e jogou-se na cama. As lágrimas escorriam pelo seu rosto. Estava tudo acabado então.




Enquanto isso, na sala comunal...




Isabella tirou lentamente sua aliança. Fitou-a por alguns instantes e guardou-a no bolso. Olhou ao seu redor. Todos a encaravam. Saiu da sala comunal completamente triste, magoada. Seu coração parecia que ia secar de tanto que sangrava naquele momento.




Estava tão absorta em seus pensamentos que nem notou que estava sendo seguida pelos corredores sombrios das masmorras. Ela queria saber o motivo pelo qual a Weasley havia feito aquilo. Podia sentir as lágrimas escorrerem livremente por sua face. Encostou-se na parede gélida e sentou-se no chão.




- Ora ora ora...Lestrange. – disse Lidiane enquanto aproximava-se.




A garota ergueu a cabeça e seu olhar cruzou-se com o de Lorkoff. Havia um brilho de vitória no olhar daquela garota.




- O que você quer?! – perguntou Isabella exaltada.




Lidiane sorriu sinistramente.




- Vejo que a Weasley fez um bom trabalho. Ela te desmascarou...




Isabella levantou-se e encarou-a.




- Foi você! Você mandou a Weasley...




- Apenas a aconselhei. Ela está caidinha por seu namorado...ou melhor...ex-namorado...




- Como você ousou fazer isso?! Eu vou...




- Tenho os meus motivos para ter feito isso, não se preocupe, um dia vai saber porque fiz isso. Mas, para matar sua...curiosidade...vou falar o principal...Você tirou de mim algo valioso. E eu me vinguei. Tirei de você o que você mais amava...




- Me deixa sozinha! – exclamou Isabella, não agüentando mais ouvir a voz daquela garota.




- Você está sozinha. – murmurou Lidiane friamente.




A garota estava tão próxima de Isabella que esta conseguiu ver que o cinto que Lorkoff usava era mais que um cinto, era uma bainha de invisibilidade. Dava para ela distinguir o punho da espada que ela carregava.




Isabella observou-a afastar-se e sumir na escuridão. Respirou fundo e virou-se. Começou a andar pelas masmorras, sem prestar atenção no caminho. Até que esbarrou em alguém. Mas não conseguia ver ninguém na sua frente, apenas o corredor.




- Isa...Somos nós... – murmurou Harry enquanto tirava a capa de invisibilidade e ficava visível assim como Rony e Hermione.




O trio fitava a garota. Ela chorava silenciosamente. Harry, quando a vira sair da sala cinco, ficou extremamente preocupado e correu para a Torre da Grifinória, reunira Rony e Mione e os três decidiram ir ver se Isabella estava bem. Claro, com a ajuda do Mapa do Maroto.




- O que aconteceu Isa? – perguntou Hermione muito aflita.




- O Draco...ele...ele... – murmurava ela com a voz embargada pelas lágrimas.




Harry abraçou-a e confortou-a. Sentiu ela retribuindo o abraço.




- O que ele te fez?? Fala Isa! – disse Rony extremamente preocupado também.




- Terminou comigo...




Os três entreolharam-se. Isabella concordou em entrar em uma sala para conversar com eles. Lá dentro, contara o que havia acontecido. Ocultou a conversa que tivera com Lidiane. Aquele seria um problema dela. Não iria envolver mais ninguém. Em relação à Gina, confessa que fora a ruiva que tinha dito algo a Draco que o fizera agira daquela maneira.




Os três estavam horrorizados. O que dera em Gina para ter feito aquilo? Eles acompanharam Isabella até a sala comunal da Sonserina e em seguida retornaram para a Torre da grifinória.




Não havia mais nenhum aluno acordado.




- Mione, vá chamar a Gina. – pediu Harry.




A garota concordou e seguiu para o dormitório feminino. Rony estava decepcionado com a atitude da irmã. Os dois ficaram conversando mas pararam quando Hermione voltou acompanhada por Gina. Os quatro sentaram-se em uma rodinha.




- O que foi gente? – perguntou a ruiva.




- Por que você disse aquelas coisas para o Malfoy? – perguntou Rony sem rodeios.




- Isso não te interessa Rony. – respondeu Gina.




- Interessa sim senhora! A Isabella está sofrendo por causa disso, sabia?!




- Não me importo com os sentimentos dela, por que eu deveria?! Ela não se importa com os meus.




- Como assim? – perguntou Hermione desconfiada.




Gina encarou os três. No olhar dela estava a resposta. E os três entenderam muito bem.




- Virgínia Weasley! Como você…




- Cala a boca Rony! Você nunca ligou para mim, sempre correu atrás do Potter. E agora...




Aquilo deixara o trio completamente petrificado. Era espantoso o jeito como Gina estava agindo.




- Isso não é verdade! – exclamou Rony tão vermelho que suas sardas sumiam.




- É sim senhor! Eu vou dormir! Perdi meu tempo aqui com vocês!




- Vir...




Rony ia impedi-la de sair, mas Harry o segurou.




- Deixa Rony. De cabeça quente não vamos resolver nada. – disse o moreno.




Rony afundou-se na poltrona. Como ela, uma Weasley, podia amar um Malfoy?































N/A: Gente desculpa a demora para postar esse cap. É que foi difícil escolher esse caminho para a trama Até a próxima!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.