A última batalha...

A última batalha...



N/A: no fim do capítulo tem nota da autora.


05. A última batalha...

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- Cala a boca, Riddle! Você se intitulou Lorde pra fugir da sua insignificância. – Harry falou com voz firme e num feitiço não-verbal deixou o bruxo das trevas temporariamente confuso.

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# Durante a batalhe final em Hogwarts...

Voldemort precisava controlar a situação. No pouco tempo que duelaram já havia se ferido e estava em pequena desvantagem sobre o garoto. Temia perder essa batalha. A última batalha. Precisava de uma vantagem e não podia correr os mesmos riscos de antes, onde alguém se sacrificou pelo garoto ou o ajudou de alguma forma, portanto precisavam estar sozinhos. Por muito tempo Voldemort estudou um feitiço complexo, um tipo de chave de portal aleatória, que levava apenas duas pessoas conectadas por uma única varinha. Quem conjura o feitiço mantém-se como o guardião da chave, mas não é possível ter controle sobre o destino imposto pelo feitiço. A partir do momento em que o feitiço é executado, ele segue seu curso automático, uma linha de destinos num curto intervalo de tempo, desorientando e confundindo ambos os bruxos conectados, porém o adversário é muito mais afetado. Esse feitiço seria sua salvação, tiraria Potter dos olhos cuidadosos de seus amigos e o levaria para um local totalmente desconhecido, e ali poderia finalmente vencer.

- Q-Quer saber, Potter? Já cansei dessa brincadeira. – visivelmente irritado com as provocações do garoto, Voldemort decidiu usar o que estudara nos últimos meses enquanto se preparava para o duelo final. Como última cartada, surpreendendo o garoto e todos ao redor, ele bradou: - PORTUS INFERNUM !!! – um raio de cor azul-escuro atingiu o peito de Harry e no segundo seguinte não existia mais nada ali, nem Harry, nem Voldemort, nem raio...

Controlava as chaves, mas não era possível conhecer o destino dos portais, apenas seguia a magia enquanto via seu adversário ficar cada vez mais desorientado e confuso pela ação física do feitiço. Assim que saíram de Hogwarts, o feitiço os levou ao norte da Polônia, numa floresta fria com o chão coberto de folhas e neve, mas mal tocaram o chão e já foram transportados a outra floresta. Um bosque repleto de coníferas ao norte da Geórgia. E depois a outro lugar. O leste desértico do Uzbequistão. E outro. Os campos escalonados do sul da China. E por fim, às margens de um rio no oeste da Tailândia, o último destino.

Voldemort sentiu-se um pouco tonto pelo turbilhão que passou durante a ‘viagem’, mas Potter encontrava-se num estado muito pior. Já ferido do duelo anterior e agora enjoado com a súbita viagem e o conhecido desconforto da chave de portal, Harry viu, pelo canto dos olhos, Voldemort muito satisfeito com o que causara, e na ponta de sua varinha era possível ver um esboço esfumaçado do mapa mundi que indicava onde estavam. Tailândia! “Tailândia? Tão longe?” – pensou o garoto furioso. Nada vinha à sua mente, sentia-se estranhamente cansado, enjoado e tonto, mas não podia dar-se por vencido, precisava reagir o mais rápido possível, aproveitando que seu rival estava se vangloriando de seu grande feito.

- Enfim sós, Potter... Aqui ninguém poderá te salvar de seu terrível fim... – o bruxo falava com a voz fria, porém era facilmente notável sua satisfação. Observava o garoto jogado no chão alguns metros distantes. Parecia exausto e perdido.

Harry manteve sua mente bloqueada o máximo possível e preparou-se para atacar. Demonstrava estar bastante frágil, portanto contava com o elemento surpresa ao atacar seu oponente. Tomado pela fúria e pelo desejo de acabar com aquela palhaçada de guerra de uma vez por todas, antes que Riddle pudesse pensar em qualquer outra coisa para falar, Harry bradou com violência na voz:

- SECTUSEMPRA!!! – o feitiço saiu nítido e certeiro. Atingiu em cheio o peito alvo do bruxo, o ombro e o pescoço.

- Moleque insolente!!! CRUCIO!!! – apontou para o garoto e despejou nele toda sua raiva, dando ao feitiço uma força assustadora.

Mas o jovem bruxo não pareceu se importar, ele estava cego de ódio. Ignorou a dor cruciante e o sangue que escorria dos cortes profundos que rasgavam sua pele. Mentalizou novamente todo seu desejo de terminar de vez com aquela guerra estúpida e repetiu o feitiço que lhe castigava:

- CRUCIO! – o sorriso sinistro e maligno sobressaía da expressão de dor. Sentia-se totalmente desorientado, confuso, além de dolorido por todo o corpo. Já não pensava com clareza e só queria chegar ao fim daquilo. Antes que o bruxo das trevas desse o segundo grito de dor, o garoto gritou com mais determinação que antes: - SECTUSEMPRA!!! – e viu com satisfação mais cortes surgirem pelo corpo magro e já manchado de sangue do bruxo à sua frente.

- EXPUL...

- PROTEGO TOTALUM!!! - Harry conjurou uma potente proteção antes que Riddle terminasse de dizer a maldição.

- Moleque idiota... ACHA QUE PODE ME VENCER? – o bruxo gritava ferozmente e urrava de ódio e de dor, fazendo os cortes profundos em sua pele cravarem ainda mais fundo na superfície da carne. Mantinha a varinha firmemente estendida, mas seu visível estado de cansaço e tantas manchas de sangue entregavam o óbvio: ele não agüentaria muito mais tempo. Precisava pensar em algo rápido e definitivo. Doloroso. Fatal. Uma bolha azulada envolvia o garoto protegendo-o de qualquer ataque externo. Precisava de algo poderoso para desestabilizar a proteção. Com a voz fraca pela perda de sangue, exclamou: - COFRINGO!

Harry apenas agitou a varinha reforçando o feitiço protetor. Ria debochado do homem que caía aos seus pés, ferido e atordoado.

- Onde está agora o grande bruxo das trevas, Riddle? Você é ‘quem’ mesmo? Onde estão seus seguidores idiotas e a louca Bellatriz? – zombava Harry, se divertindo com a dor que provocava no inimigo e no fim que se aproximava. Mesmo que também caísse, pelo menos ficaria a certeza de ter cumprido seu papel. – Ohhh... estão presos... ou mortos, não? – provocou mais uma vez, calculando que seria a última vez. Era hora de cumprir a profecia e encerrar sua missão.

Riddle respirou fundo mais uma vez e sua boca abriu-se como se fosse surgir ali um sorriso. Inclinou a cabeça um pouco para a direita analisando seu adversário e internamente parabenizando-o pela excelente performance. Acabara de se lembrar de algo que poderia usar contra o garoto: não queria finalizar aquilo com um simples ‘Avada’, ele queria algo pior que a morte. Queria que o garoto desejasse a morte. Lembrou-se de uma versão maligna do Obliviate, um feitiço de magia negra que não se conhecia os efeitos reais, pois nunca o havia executado. Puxou na memória o encantamento e se concentrou. Por estar muito debilitado, talvez o feitiço saísse mais fraco que o esperado, mas mesmo assim resolveu tentar. Só de imaginar que o garoto poderia ficar eternamente preso nos seus piores traumas já era o suficiente e a própria história do garoto estava ao seu favor, pois ele tinha traumas, medos e desgraças para uma vida inteira de sofrimento. Reuniu o restante de forças que tinha para falar.

- Você é fraco, Potter. Falta-lhe coragem para me vencer... – o bruxo distraía o garoto.

Porém arrependeu-se de sua ousadia no instante que vira uma nuvem negra percorrer o verde cristalino das íris de seu oponente. A nuvem negra que traria seu fim. Antes de ouvir o menino-que-sobreviveu pronunciar sua maldição preferida, o bruxo das trevas exclamou:

- OBLIVIATE ABSURDUM!!!

Ao mesmo tempo em que ouvia:

- AVADA KEDRAVA!!!

O jato de luz verde que saiu da varinha do rapaz inundou-o de asco por si mesmo, sentindo-se mergulhar em podridão. Entretanto, não foi uma sensação muito duradoura. O raio amarelo que dois segundos atrás saíra da varinha de Voldemort atingiu o peito do garoto. Momentaneamente tonto e sentindo o corpo pesar mais e mais, Harry Potter caiu de joelhos na terra, levou as mãos à cabeça apertando-a com força, com verdadeira intenção de esmagá-la para tirar dali as visões que agora invadiam seu cérebro.

- “ABSURDUM... ABSURDUMMM...” – a palavra ecoava entre os gritos de suas dores e angústias.

Ouvia agora apenas dores e angústias.

***

Gina sentiu-se subitamente vazia. Sentiu frio. Medo. Dor. A ruiva levou a mão ao coração com a intenção de fazê-lo parar. Parar de pulsar. Ou parar de doer. Um gemido fraco e baixo escapou de sua garganta, deixando seu irmão ainda mais preocupado.

- Gi... Você está bem? – Gui se abaixou novamente para encará-la nos olhos tristes.

- Foi só um mal-estar. – ela respondeu sem ter certeza do que estava sentindo. “É uma dor muito forte pra ser apenas um mal-estar.”, ela pensou sem expressar seu medo. “Como se meu coração sangrasse por dentro... Deixe pra lá, garota. Levante-se”, disse para si mesma, reunindo o pouco de energia que ainda tinha.



Um borrão de imagens invadiam a mente do moreno que permanecia inerte no chão. Seu corpo cansado protestou violentamente quando o rapaz fez menção de se levantar, suas pernas não suportaram o peso do corpo e estremeceram, levando o garoto novamente ao chão. As mãos, sujas de sangue e coberta de cortes, mal conseguiam segurar a varinha entre os dedos, deixando-a rolar para trás de seu corpo.

* “Algo muito doloroso passou pela cabeça de Harry. Ele viu de novo um lampejo ofuscante de luz verde, com mais clareza do que se lembrava antes e se lembrou de mais uma coisa, pela primeira vez na vida – uma risada alta, fria e cruel.” *

Harry volta às lembranças de seu maior trauma de infância – o assassinato de seus pais – e revive todos os piores momentos de sua vida. Isso faz com que o garoto fique com as memórias e conhecimentos de uma criança de um ano de idade, os traumas de uma infância onde sofria com o descaso dos tios e maus tratos do primo grandalhão, o sofrimento e sentimento de perda com a morte de seu padrinho. Em sua mente havia apenas dor, sofrimento, brigas, perda, guerra e morte...

Pelo tempo que conseguiu ele rastejou pelo campo à procura de algum lugar de conforto, mas só o que encontrava eram as dores de sua alma. Não sabia que deixara para trás o corpo inerte do mais cruel bruxo das trevas que já existiu. Deixava também sua varinha mágica, que era sua arma e seu escudo.

Sozinho na cidade de Bangkok, capital da Tailândia, muito machucado, sem saber nada sobre si, com memórias apenas dos piores momentos de sua vida, o moreno era um alvo fácil para qualquer malfeitor. O que de fato aconteceu...

* * *


N/A: Obrigada pelos coments, meus queridos!!!!!! Eles iluminam meus dias (e noites).

Clau, JOSY, Luc Dragon - Obrigadíssima!!!!!!!!!!!!!!!!!

SaRoCCaS... esse cap. é dedicado a você! Obrigada pelo carinho.


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