Verdade...



10. Verdade...

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Nas primeiras horas da manhã Gina já estava acordada, sentada próxima a uma grande árvore, um pouco distante da barraca. Ela sorria levemente quando ouviu alguém chamando seu nome.

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Sentada na sombra de um enorme salgueiro-chorão, Gina sorria levemente, ainda presa em seus sonhos. Na verdade, não eram exatamente sonhos... era a conexão que procurava.

- Gina? – Hermione falou baixinho para não assustar a amiga.

- Hummm... Bom dia, Mione. Tudo bem?

- Eu é que te pergunto... Você foi dormir tarde e acordou tão cedo. Está tudo bem?

- Está! Talvez esteja melhor do que os outros dias... – ela respondeu misteriosa. – Onde está o Booke?

- Café da manhã... – ela apontou para perto da barraca onde os outros estavam reunidos preparando o desjejum. – O Booke pediu que buscássemos umas frutas e fui com o Malfoy, já que você estava aí tão concentrada... Já está quase pronto e vim te chamar.

- Mione... – ela falou abrindo um sorriso enorme.

- Fala Gina.... Você tem certeza que está realmente bem?

- O Harry está na Tailândia, Mione. Na grande capital, próximo a um rio. Sei que tem alguma coisa errada, mas pelo mesmo tenho certeza de que está vivo! Preciso falar com o Booke. – levantou-se e saiu, deixando Hermione boquiaberta com a informação dita de forma tão convicta.

Booke seguiu Gina para que ela lhe explicasse o que tinha acontecido. Tonks preparava o café e algumas torradas e Rony arrumava as xícaras em cima da mesa enquanto Hermione e Draco lavavam as frutas, conversando animadamente.

- Draco... por favor... – Booke chamou acenando para Draco. – Traga aquela minha caixa verde, por favor.

- Termina aí? – ele perguntou para Hermione que fez que ‘sim’ com a cabeça, e ele foi até Booke.

Três xícaras se quebraram... e o ruivo estava com o rosto muito vermelho...

Próximo ao salgueiro, Booke, Gina e Draco montavam um aparelho sobre uma caixa e ouviam a discussão perto da barraca. Rony brigava com Hermione, que ficou sem entender o motivo, e estenderam a discussão por alguns minutos. Draco, observando de longe, sorri travesso, pois desconfia qual seja o motivo, visto que era notável a proximidade que surgira entre ele e a castanha. Nesta hora ele e Gina ajudavam Booke a calibrar o equipamento para usar mais tarde quando um aparelho derreteu do nada. Sem aviso, sem apitos. Ao olharem para trás viram Hermione bufando de raiva e Rony com uma mão na face esquerda, escondendo a marca quente dos dedos de Hermione. Booke comenta em voz baixa com Draco:

- Interessante! Da outra vez que um aparelho derreteu foi por causa de ciúmes. Isso realmente desorienta qualquer um, não é mesmo?

- Deve ser... – Draco respondeu indiferente.

- Mas se estamos só nós aqui, quem o ruivo teme que lhe tire a garota? – perguntou maroto para o loiro.

Este, fazendo-se de desentendido, apenas balançou os ombros, como se não se importasse.

- Sabe, eu não entendo vocês. – Booke continuou. - Vocês brigam o tempo todo, e você, particularmente, parece ser bastante odiado por todos, mas mesmo assim o ruivo tem ciúmes da garota por ela conversar com você uma ou duas vezes entre as dezenas de farpas que trocam diariamente.

- Esses ruivos são mesmo estranhos e complicados... Não liga não.

- Malfoy? – Gina falou com a voz aguda, mas um pouco divertida pelo tapa que seu irmão levou. – Talvez complicados demais pra sua cabecinha loira...

- Hummm... Talvez as ruivas sejam um pouco mais espertas...

Ela não falou nada, mas ainda assim riu da cara debochada que ele fez. Sorriu balançando a cabeça para os lados e pensou que este era um dia muito bom para ser estragado por um moleque prepotente como o loiro aguado do Malfoy. Depois que Booke lhe disse para se preparar pois partiram em meia hora, ela foi até Hermione ver como ela estava.

- Eu não sei o que deu no seu irmão, Gina! – a castanha desabafava com a amiga enquanto desmontavam a barraca e guardavam as mochilas. - Ele me ofendeu! Isso não é novidade nenhuma praquela cenoura crua, mas nunca havia me atingido dessa forma. Ele... ele me magoou, Gi...

- Mione... ele está com ciúmes... Você sabe como ele é ciumento, não sabe? Você sabe o quanto eu sofri na mão dele...

- CIÚMES, Gina? Do QUE? De QUEM? Estamos sozinhos nessa floresta em algum lugar do fim do mundo! Estou desesperada de medo do que possa estar acontecendo com meu melhor amigo, meu irmão de coração. E aquele legume vem brigar comigo sabe-se-lá-por-quê!!! E por que ele teria ciúmes de mim? De mim? De quem ele mal repara na existência!!! Só se for pelo mesmo motivo que pegava no seu pé, o sentimento de irmão-protetor, mas não lhe dá o direito de me ofender! E ciúmes de quem, Gina? Tudo bem que eu dei bastante atenção ao dr. Booke, ele é mesmo muito inteligente, encantador, muito bonito, interessante e tudo mais, mas pelo amor de Deus, o homem é casado! E fala da esposa o tempo todo e com tanto carinho! Além de ser bem mais velho que eu. O Rony só pode estar louco. É ridículo esse ciúme dele!

- Mione... – Gina tentou chamar, mas não foi ouvida pela amiga.

- Ridículo! Não tem cabimento nenhum! Ele me ofendeu Gi... eu não pude suportar. Oh! Céus! Eu bati nele, e bati forte. Mas ele mereceu! Ah, sim! Ele mereceu! Não posso acreditar nisso, Gina. É simplesmente ridículo esse ciúme dele!

- MIONE... – Gina chamou mais alto e dessa vez foi ouvida. - Não é do Booke esse ciúme... presta atenção!

- O qu... – ela perguntou confusa, mas antes de terminar a frase, arregalou os olhos ao entender onde a ruiva queria chegar. - NÃO! N-Ã-O!!! Ficou maluca?

- Quem mais restou aqui? Da Tonks é que não vai ser, não é?

- Mas... é o... Malfoy! D-r-a-c-o-M-a-l-f-o-y! Argh!!! Entendeu?

- Perfeitamente!!! – respondeu com seu tradicional sorriso travesso e malicioso. - “Argh” por quê? Talvez só os ruivos te chamem a atenção... Tudo bem!!! – defendeu-se do olhar cáustico que recebeu e continuou antes que Hermione a interrompesse. – Então... vamos ver o que eu entendi: Loiro, alto, corpo esguio, tórax e abdômen definido... Definido sim! – completou ela ao ver a cara espantada da amiga. - Eu sei que você também estava prestando atenção quando ele estava no rio... Hummm... Olhos profundamente azuis acinzentados, mãos delicadas, inteligente, atencioso quando quer, cínico e frio, e com a língua bastante afiada para ofensas em geral, mas é interessante também e talvez... tenha a língua afiada para outras coisas... Tudo bem... Tudo bem... – defendeu-se novamente, entre risos, quando a castanha estampou no rosto uma expressão feroz. – Continuando... aprendeu a gostar de conversar com você, sorri sempre que te vê, se propõe a ficar com você quando saímos em dupla... bom, acho que são motivos suficientes pro meu irmão!

- Você é maluca!

- Meninas? – Tonks as encontrou perto de uma árvore e viu as mochilas de todos nos pés das garotas e também a mochila onde guardavam a barraca. – Vamos, já está tudo pronto.

- Já estamos indo,Tonks! – Gina gritou para a auror e se levantou, sacou a varinha e silenciosamente fez as mochilas flutuarem. - Presta atenção, Mione! Se não são os livros pra te distraírem, é um jogador búlgaro de quadribol, ou uma guerra idiota, ou as florestas no fim do mundo... mas existem mais coisas por aí além daquele legume ruivo... – ela falou sorrindo e deixou a amiga para trás.

O grupo partiu para a Tailândia. Depois de algum tempo de procura encontram o galpão que Gina descrevera em sua visão. Chegaram ao mesmo tempo em que Harry andava acompanhado por mais sete homens e entraram em um galpão abandonado no porto velho. Somente cerca de vinte minutos depois é que conseguiram entrar no clube, bem a tempo de ver Harry destruir três adversários ao mesmo tempo. E o tutor Lek brigar com ele porque ele novamente não matou os oponentes, dizendo que ele era fraco, pois nunca havia matado nenhum dos rivais.

Assim que Lek colocou as algemas nos pulsos de Harry, Gina correu para alcançá-lo, mas foi impedida por Rony e Hermione, que a seguraram fortemente, alegando ainda não ser o momento certo.

Harry vê um tumulto ao longe e sente alguma coisa, mas não conseguiu definir o que era. O rapaz ruivo e a garota de longos cabelos cacheados o encaravam com um tipo de sentimento que ele não conhecia no momento, mas não reconheceu os jovens de nenhuma forma. Sentiu um perfume familiar que nada combinava com suas lembranças onde só havia o cheiro ferruginoso do sangue de seus cortes ou de seus adversários, o aroma triste da terra manchada de lágrimas e o odor nauseante do álcool para desinfetar os ferimentos.


N/A: hihihi... 10 comentários para o próximo... indiscutivelmente!

(tem gente que pede 100, então não reclamem e colaborem)

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