Beijo...



N/A: c@ra�... Que difícil que é receber uma dezena de comentários.
Josy, obrigada pela insistência... kakakaka... está aí antes da hora porque você pediu.
Bjos a todos!!!

O último capítulo:



12. Beijo...

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Draco lembrou-se novamente da conversa com Booke no dia anterior. Conseguiu pensar em uma só palavra, mas poderia ser arriscado pôr em prática o que estava pensando, mas resolveu seguir sua intuição e agir. Usou o sentimento que vira no outro dia, na primeira vez que Gina sentiu a presença de Harry, e tomou para si aquele sentimento. Aproveitando que ela estava tomada pela agressividade e sentimento de fúria que não pertenciam ao seu coração e antes que ela lhe desse outra joelhada ele agarrou seu braço com força, prensou-a na árvore mais próxima e lhe beijou na boca com paixão. Não era nem de longe uma paixão real, mas seria suficiente para despertar outro sentimento, misturando o amor e a agressividade, pois até onde sabia, Raiva com Amor é igual a ciúmes.

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A mão esquerda do loiro segurava firmemente a braço fino da garota deixando a marca de seus dedos ali. A outra mão se entrelaçava nos cabelos ruivos dela, pressionando a nuca para aprofundar o beijo.

Um beijo agressivo, forte, recheado de raiva e medo. Ele apertava o braço dela para que ela não fugisse. Por outro lado, ela cravava suas unhas no ombro e no braço do rapaz, imprimindo sua raiva e descarregando sua agressividade, até que, aos poucos, as unham apenas pousavam suavemente sobre a pele pálida do loiro.

Delicada e lentamente Gina foi se afastando de Malfoy. Ele estava com os lábios avermelhados e mantinha os olhos fechados, abrindo-os devagar e respirando pesadamente. Ela trazia no rosto uma expressão confusa, algo entre susto, agradecimento, medo e felicidade.

- Isso nã... Você... Deu certo... mas... não... – ela falou com a voz levemente rouca. - Ele... me viu, Draco. Ele viu a gente... - Draco ainda estava com uma mão na nuca da garota e a outra na cintura e ficou com receio de soltar e vê-la cair e despedaçar como uma frágil boneca de porcelana. – E-ele ficou furioso, e depois ficou t-tão... t-triste.... – disse com lágrimas nos olhos, como se transmitisse a mesma tristeza que vira nos olhos verdes de Harry.

- Weas....

- Ele vai me odiar pra sempre se um dia voltar a se lembrar de mim... Eu nunca o havia visto tão frágil. – suas mãos, pequenas e leves, ainda permaneciam sobre os braços de Draco, pois a ruiva não se agüentaria nas próprias pernas. Seu corpo ainda não sentia a ardência e a dor, e ela encarava o loiro, mas sem olhá-lo de fato. Seus olhos castanho-claros filtravam a imagem à sua frente como se invadissem o azul-acinzentado de Draco e o obrigasse a expor sua verdade.

- Gina, eu sinto muito. – o rapaz tentou ser mais enfático e tocou-a no queixo para chamar-lhe atenção. - Mas achei que deveria tomar uma atitude diferente... Eu não imaginei que seria assim... não imaginei que você ficaria tão agressiva quanto ele... Você me deu medo, garota... – falou com um leve sorriso e foi soltando-a devagar, e como a garota não falou nada ele prosseguiu. – Eu precisava tomar outra atitude... Acredite em mim, eu não planejei isso...

- Eu acredito. Você fez bem, Draco... Foi ousado... Oh, eu que sinto muito... – ela falou com um sorriso tímido enquanto passava a ponta dos dedos no ombro do rapaz, onde se via um grande corte, e analisando mais atentamente viu um hematoma no queixo, uma mancha vermelha no canto dos lábios, outro corte no braço, e certamente teria alguns roxos e arranhões no peito, nas costas e na coxa, além das muitas partes doloridas depois de terem sido atingidas por socos, cotoveladas e joelhadas. – Parece que tudo foi diferente do esperado mesmo, não foi? Eu estava tão confusa... Me senti outra pessoa... eu... Obrigada. – tocou seu peito de leve e ficou na ponta dos pés para beijar-lhe o rosto. Aprumou o corpo sentindo mais disposta e centrada e respirou fundo antes de falar: – Agora vamos. – encarou-o novamente agradecendo de coração. Segurou sua mão com firmeza e o puxou consigo para procurar os outros.

Gina passou por Hermione, que os encarava com uma expressão de absoluto espanto, assombro ou indignação e mal piscava, e foi direto ao dr. Booke, que tal como a castanha, também estava surpreso com o que tinha acabado de ver.

- Booke! Tonks! Galpão 14 no porto velho... Foi uma idéia meio maluca, mas enfim deu cer... O QUE É ISSO? – olhou espantada para seu irmão imobilizado deitado no chão.

Tonks pareceu acordar do choque e murmurou o contra-feitiço. Rony levantou-se rapidamente, furioso, e ao ver Gina ao seu lado ele correu para abraçá-la perguntando como ela estava, esquecendo-se totalmente da bronca que havia preparado para disparar contra Tonks e Hermione.

- O que houve, Rony? – ela correspondeu o abraço carinhosamente, enquanto perguntava preocupada.

- O que aconteceu? Eu não vi nada... Como você está?

– Eu estou bem... Estou bem. Calma! O plano do Mafoy deu certo! Nós temos que ir... Harry está sozinho e parece ferido. – num movimento rápido de varinha desfez a barraca e Hermione prontamente a ajudou, retirando os feitiços protetores do lugar e juntando o restante das coisas, sendo seguida pelos outros que logo aprontaram todo o material para partirem tão logo quanto possível.

Em menos de dez minutos o grupo estava do lado de fora do galpão de número 14 discutindo sobre quem deveria entrar e tirar Harry de lá sem ser visto. Decidiu-se por Tonks e Hermione.

As duas bruxas aparataram no interior do galpão, dentro de um quarto pequeno e sujo, onde um rapaz aparentemente ferido e perturbado murmurava algo de olhos fechados. Elas não deram tempo ao rapaz, que acordou com o estranho som de “Creck”, para questionar quem eram ou de onde surgiram daquela maneira misteriosa. Ao observar o rapaz em posição para atacar e após se certificarem que estavam sozinhas, Hermione murmurou “Petrificus Totalus” e Tonks o amparou, tocaram no ombro de Harry e desaparatam para fora do galpão.

- Enervate! – Tonks murmurou assim que voltaram.

Tão logo o moreno sentiu seus pés tocarem o solo, ainda desorientado pela aparição repentina das duas mulheres e da estranha sensação que veio a seguir, o primeiro rosto que viu não lhe agradou nem um pouco.

Voou em direção ao loiro que o encarava, e a mão esquerda foi rápida e certeira ao fechar-se e atingir o maxilar do rapaz. Antes que a cabeça de cabelos platinados fosse para trás, o moreno a segurou com a mão direita e apertava a garganta do loiro com força e o outro braço se erguia acima de sua cabeça direcionando o cotovelo à principal artéria do pescoço. Os olhos gritavam de ódio e o coração, apertado e dolorido há tantos meses, sangrava pela memória que lhe perturbava a consciência há alguns minutos. Ficou ali, parado, respirando com dificuldade, encarando à sua frente os olhos cinza e frios mergulhados em terror, e ficou à espera da ordem de comando. Estranhamente, dessa vez ele sentia vontade de matar o oponente. Mas a voz que ouvira não foi de seu tutor Lek. Não... Foi uma voz bem diferente.

- Harry... – ela chamou delicadamente fazendo-o parar de repente, mas sem soltar o pescoço do loiro que mal se mexia. – Olha pra mim. – ela pediu com carinho.

A voz doce e amorosa lhe era familiar e tão agradável que ouvi-la despertou em sua memória uma seqüência de imagens.

“Um sorriso tímido na estação de trem. Uma garotinha de cabelos vermelhos corou furiosamente ao encontrá-lo na cozinha.”

“Uma câmara escura. A garota no chão. Um livro de capa negra. A cobra gigante. Um pássaro vermelho. Os amigos... A ruiva?...”


- Gina? – ele sussurrou sem entender ao certo o que aquele nome significava e inclinou a cabeça para o lado como se pudesse entender melhor a situação. Ainda encarava o loiro à frente e permanecia de costas para a voz doce que pronunciara um nome estranho.

- Sim... Harry, sou eu... – sua voz transbordava de alegria. - Olha pra mim.

O idioma que ela falava era diferente do que estava acostumado, mas para sua total surpresa ele a compreendeu perfeitamente. Ainda sem afrouxar o aperto no pescoço de Malfoy, Harry aos poucos se lembrava.

“Um dia ensolarado. Uma casa de fachada torta. O delicioso aroma do almoço. Abraços de felicitações de aniversário. Um beijo no rosto que o aqueceu por completo. O beijo de Gina.”

Pela segunda vez suas lembranças eram mais do que dores e angústias e medos. E como da outra vez, eram lembranças da mesma garota ruiva. Eram lembranças reais, boas, melodiosas, quentes e agradáveis. A linda garota ruiva.

“Harry olhou a sua volta; Gina estava correndo em sua direção; ela tinha um largo sorriso no rosto quando se jogou em seus braços. E sem pensar, sem planejar, sem se preocupar com o fato de ter 50 pessoas em volta, Harry a beijou. Depois de um longo momento — que lhe pareceu mais ou menos uma meia hora — ou possivelmente varias manhãs de sol— eles se separaram.

Harry foi afrouxando os dedos lentamente, livrando o pescoço de Malfoy permitindo que ele respirasse pesadamente forçando o ar para os pulmões, com a pele mais pálida que o normal. As costas nuas do moreno deixavam à mostra as cicatrizes recém adquiridas nos confrontos, os cortes ainda não fechados, o sangue. A postura de seus ombros e braços ao lado do corpo lembrava um animal arisco e selvagem, preste a correr para a segurança de sua toca.

“Toca?” – ele pensou em um refúgio, vindo à mente ora a casa com fachada torta, ora um enorme castelo com suas luzinhas nas janelas aquecendo a noite.

- Harry, sou eu, a Gina... – ela tocou-o no ombro com ternura e delicadeza. O toque das mãos pequenas e mornas da garota provocou sensações diversas em sua pele, alastrando-se por todo o corpo.

Harry virou-se muito lentamente apreciando as sensações que o toque suave da menina lhe proporcionava. Procurou o olhar da ruiva. Viu-a sorrir lindamente.

Draco deu dois passos para trás para respirar melhor e também para dar espaço ao reencontro tão desejado pela garota. Massageava o pescoço e o maxilar dolorido e limpava o filete de sangue que lhe escorria da boca. Nem questionou o fato de ter apanhado duramente por duas vezes no mesmo dia... Ele ainda assim sorria. Hermione foi até ele devagar e o ajudou a se limpar, permanecendo calada. Os olhos cinza, não tão frios agora, pareciam pedir desculpas, mas Hermione não deu muita atenção naquele momento e olhava para seu amigo moreno.

- Vo-você é Gina. – falou em inglês sem saber que conhecia aquele idioma. Seus olhos brilhavam novamente em verde-esmeralda, extasiados de felicidade e excitação, ultrapassando a densa névoa negra que ofuscava o brilho de seu olhar. – M-minha Gina?

Deixando de lado todo cuidado que tomara até então a garota se jogou nos braços do moreno, abraçando-o com força e carinho, passando sua mão pequenina por toda parte que encontrava para se certificar que aquele era mesmo o Harry, para ter certeza que aquilo não era um sonho. Sem se importar com o suor e o sangue que impregnavam a pele do rapaz ela o abraçava, apertava braços, mãos, ombros, beijava o rosto, o nariz, as bochechas, a testa, a orelha, o canto da boca.

- Sim Harry. SUA GINA!!! Sua Gina.... – ela murmurava entre os beijos de júbilo pelo reencontro infinitamente feliz.

Ele correspondeu ao abraço, temeroso de machucar aquele corpo tão delicado, e ao tocá-la, o contato de sua pele, ainda quente pelo combate há pouco vivido, com a pele macia e cheirosa da ruiva, novas imagens lhe invadiram a mente. O beijo da ruiva com o Malfoy que lhe causou tanta dor dez minutos atrás ficou esquecido num canto de sua memória enquanto outras tantas alegrias iluminavam seus olhos e preenchiam sua alma.

Com certa dificuldade Harry voltou a sorrir. Abraçava Gina, acariciava os cabelos vermelhos, sorria abobado com o riso dela.

Como um filme, suas memórias lhe atingiam o peito, os poros e a alma, inundando-o de extrema alegria. Todas as suas memórias!

Enfim descobrira que não havia apenas dor em sua vida.

* * *


N/A: hehehe…

Acabou. Acabou mesmo?

Gostaram? Mereço comentários agora? Tem epílogo?

Para uma das perguntas eu tenho certeza que a resposta é SIM... E espero de coração que seja SIM para todas.

O meu SIM é para o epílogo... que virá dependendo da aprovação do último capítulo.

Beijos enormes para todos que acompanharam.
Foi um prazer imenso viajar nessa historinha maluca e ver que alguém também viajou comigo. Ainda aguardo seus abraços, aplausos e carinho. Até o epílogo !?!?

Bjins.

Jacq Nasci.

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