A batalha final - Parte I



13. A BATALHA FINAL

-A batalha final?! – perguntou Gina, incrédula.

-Sim, agora. Os Comensais invadiram Hogwarts e Voldemort está junto com eles, logo é a batalha final!

Draco praticamente arrastava Gina até o castelo. Não queria que ela lutasse, mas ela insistia em ir com ele, portanto não havia outra opção. Quando a sua ruivinha metia uma coisa na cabeça, ninguém tirava! Como a cabana não era nada longe do castelo, dentro de dez minutinhos eles já estavam no jardim do mesmo, observando o caos que ali estava. Quase não se via mais as pessoas que lutavam, tamanha era a quantidade de luzes que saiam das pontas das varinhas.

-Gina – começou Draco, olhando nos olhos da amada – lembra bem do nosso contrato, não?

-Lembro.

-Eu tenho o direito de te pedir três favores. O primeiro que eu te peço é que você tenha cuidado. Por favor.

Gina se inclinou e deu-lhe um beijo apaixonado, que ambos confundiram com um beijo de despedida. Bem, talvez fosse mesmo um beijo de despedida. Afinal, era a batalha final. Muita gente morreria nessa guerra, e eles não podiam descartar a possibilidade do pior acontecer.

-Eu te amo Draco!

-Eu também. Se alguma coisa acontecer comigo, quero que se case com o Potter.

-O QUÊ?!

-É meu segundo pedido. Mas se eu continuar vivo, ignore o que eu acabei de falar.

Gina consentiu com a cabeça, ainda confusa com toda essa história. Não, agora sim é que Draco não poderia morrer. Os dois se separaram, meio que a contragosto, e Gina correu até Rony, ajudando-o e surpreendendo o Comensal que lutava com ele.

-GINA!

Rony soltou um grito ao perceber que era a irmã que o ajudara, e deu-lhe um abraço apertado, dizendo que sentiu sua falta. Mas a batalha não parava para que eles se abraçassem, e logo um Comensal veio estragar a alegria dos dois.

Enquanto isso, Draco corria de um lado para o outro, tentando achar Harry. Logicamente, ele deveria estar duelando com Voldemort. Mas não foi bem isso que ele estava vendo. Harry estava sim travando uma batalha, mas com Lúcio Malfoy.

-PAI! – Draco, já sabendo o que deveria fazer, aproximou-se do pai – deixe que essa batalha é minha.

Lúcio sorriu de lado, ao ver que o filho não mudara completamente. Harry observava a cena, surpreso com a mudança de Malfoy. Bem, nem tão surpreso assim.

-QUER DIZER QUE EU ESTAVA CERTO, NÃO É MALFOY?! – Harry precisava gritar, pois o barulho que se instalava ali e os gritos das pessoas que tombavam inconscientes no chão estavam tapando todo o espaço de som do local.

-DE CERTA FORMA SIM, POTTER.

Harry ficou boiando, como Draco esperava.

-EXPELIARMUS! – gritou o moreno, mas Draco foi mais rápido e desviou, vendo o feitiço passar pertíssimo de sua orelha direita.

Tentava olhar nos olhos de Harry, mas ele não deixava. Quando por fim conseguiu, pediu que não desviasse o olhar. Mentalmente, é claro.

“Potter! Potter! Não, não desvie!”

Ele parou, abaixando a varinha, um tanto surpreso.

“Quero que lute comigo. Mas não para ferir, ou para matar.”

“Como assim?!” a voz de Harry ecoava, mas ele não sabia que Draco podia ler esse pensamentozinho.

“Potter, eu tenho um plano. Mas você vai ter que fingir lutar comigo.”

“Mas... Você não é um Comensal?!”

-Em partes, Potter. Em partes.

“Eu não entendo...”

“Eu sou um Comensal. Mas eu não sou um, entenda! Para eles, eu sou um Comensal, mas na verdade eu não sou!”

-Entendo.

“Até que enfim!”

“Conte seu plano, Malfoy.”

E assim, enquanto lançavam feitiços um na direção do outro, Draco contou mentalmente sua idéia à Harry, que logo teve seu sorriso alargado ao concordar com o plano.

***

-SECTUMSEMPRA! – gritava Gina, que agora duelava separada de Rony, tendo como oponente Belatriz.

-AVADA KEDAVRA! – gritou a outra, quase que ao mesmo tempo que Gina.

-ESTUPEFAÇA! – vindo de trás de Gina, alguém gritou, salvando-a.

Belatriz caiu no chão, inconsciente. Gina se virou para encarar o ruivo que se encontrava atrás de si, sorrindo e correndo para se jogar em seus braços.

-GUI!

Este a abraçou, sorrindo também. Depois de averiguar se a irmã estava inteira, soltou-a e começou a esclarecer toda a história:

-Você não está mais na Ordem? Eu vim para cá há alguns dias, e não vi você por lá durante todo esse tempo.

-Desde quando você está aqui?

-Desde... Desde o dia dezoito.

-Outra hora eu conto o que aconteceu. Agora nós temos muito o que fazer.

Os dois trocaram um olharzinho cúmplice e seguiram seus caminhos separados, prontos para achar outro oponente.

***

“Acho que agora é o momento”

Harry virou-se para olhar ao seu redor, enquanto que Draco fazia o mesmo. Logo, o moreno enxergou Voldemort, que travava uma luta árdua com Dumbledore. Os dois foram até lá, correndo. No primeiro momento que os viu, Dumbledore gritou:

-HARRY E DRACO FIQUEM LONGE DAQUI!

-ESSA BATALHA É MINHA! – gritou Harry de volta, e Dumbledore simplesmente abriu espaço para que os dois passassem e se posicionassem na frente do Lord das Trevas.

Isso sim, seria a verdadeira batalha final.

***

-GINA! – Gina virou a cabeça para olhar seu pai, que gritara por ela, correndo ao seu encontro e lhe dando um abraço forte. Forte até demais, se considerarmos que ainda havia uma batalha a ser lutada.

-Weasley...

“Ah não, droga!”

Artur e Gina se viraram para encarar Lúcio Malfoy, que observava a cena com uma cara de nojo de dar inveja.

-Deixe comigo, Gina, eu cuido dele.

-Não, não, não... Não quero estragar o momento família, mas não é com você que eu quero ter o prazer de duelar.

-O assunto é comigo, pai. Deixa, eu cuido disso.

Meio que a contragosto, Artur se afastou, vendo que a esposa passava por certo apuro com Belatriz, que acabara de acordar. Lúcio e Gina mantinham seus olhos um no outro, como que analisando casa detalhe.

-Ainda não sei como pude te beijar, Malfoy – exclamou Gina sem querer, ao concluir sua análise.

Lúcio soltou uma sonora gargalhada, e empunhou sua varinha novamente, assim como Gina o fez.

-Não adianta negar, Weasley. Você bem que gostou.

-Nunca!

Os dois voltaram a se encarar, um olhando fundo nos olhos do outro. De repente, ambos gritaram ao mesmo tempo:

-ESTUPEFAÇA!

-CRUCIO!

Mas, infelizmente, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. E dessa vez não foi diferente. Gina caiu no chão, se contorcendo de tanta dor. Era como se uma parede de pregos estivesse se fechando, e seu corpo estivesse bem no meio dela. Parecia que adagas penetravam todos os poros de seu corpo, enquanto que álcool era jogado nela. Mordeu seu lábio, não podia gritar e mostrar seu desespero, não na frente de Lúcio Malfoy. Sentiu o gosto de sangue, e não agüentou a dor que começou a sentir na boca, e soltou um alto e agonizante. Ouviu a risada sonora de Lúcio, enquanto a parede de pregos que quase fechara seu corpo começava a se separar.

-GINA!

Ainda no chão, Gina pôde ver uma grande chama correndo em direção a ela. Pela voz, Gui. Lúcio parecia extasiado, mas não parecia surpreso por ter um Weasley ajudando sua irmãzinha. Maldito instinto grifinório, ele deveria pensar. Gina estava quase ficando inconsciente, tamanha era a dor que sentia em seus músculos pelo esforço feito anteriormente. O que mais lhe assustava era que Lúcio parecia não estar nem pensando na hipótese de fazer algo ao seu irmão. Havia alguma coisa de errado ali, mas ela ainda não tinha certeza do que era.

-Gui... – ela murmurou, não conseguia falar com firmeza.

-Gina, eu estou aqui.

Ela viu apenas a ponta de uma varinha apontada para seu nariz, e tudo então ficou escuro.

***

-Vai usar o jovem Malfoy como escudo hoje, Potter?

-Não. Já não existem mais horcruxes. Somos só eu e você.

-Por enquanto, Potter. Por enquanto.

-Claro que apenas por enquanto. Logo serei só eu.

“Bela frase modesta, Potter.”

“Cala a boca, Malfoy”

-Concordo com você, jovem Malfoy. Potter não é nem um pouco modesto.

Os dois somente se entreolharam, ainda com as varinhas apontadas para Voldemort. Todos os outros, que antes travavam batalhas com o lado oposto, pareciam ter parado de fazê-lo, deixando o jardim completamente silencioso, e a tensão somente subia em Harry e em Draco.

-Eu ainda não creio que você, Draco, um dos Comensais da Morte mais conceituados, traiu seu próprio sangue.

-Eu trairia se aceitasse todas as suas ordens, assim como meu pai faz.

“Boa”

“Isso é que chamam de estilo sonserino de se livrar de enrascadas, Potter.”

“Pois eu acho que você não se livrou de enrascada alguma, Malfoy.”

Draco fechou a cara, e olhou feio para Harry. Desta vez, os esforços de Voldemort foram em vão, e não o permitiram ouvir a conversa mental dos dois.

-MESTRE! – alguém, de dentro da multidão, vinha na direção deles, gritando.

Todos se viraram para olhar quem era, e o queixo de Harry quase caiu, assim como o de Draco. O moreno desviou o olhar, para ver um Rony atônito, um Sr. e uma Sra. Weasley completamente surpresos e dois gêmeos ruivos vermelhos de tanta raiva. Draco já desviou o olhar dos olhos castanhos do rapaz para seus braços, que carregavam um corpinho inerte, com desgrenhados cabelos ruivos tampando-lhe a face.

Se Rony, Fred, Jorge, Artur e Molly estavam apenas observando a cena, Carlinhos não estava ali, e Gui era o carregador do pequeno corpinho, que mais parecia um embrulho, então... Harry e Draco trocaram um olhar, espantados, e disseram mentalmente e ao mesmo tempo:

“Gina”

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