Batalha na Ordem da Fênix



6. BATALHA NA ORDEM DA FÊNIX

A Ordem estava um caos. Objetos quebrados, pessoas caídas, a maioria Comensais, e os que ainda estavam em pé lutando, desesperados por se manterem vivos ou em liberdade. Draco segurou Gina pelo braço, e mostrando a Marca Negra aos Comensais, subiu com ela correndo. Eles sabiam que não era preciso se preocupar com os membros da Ordem, afinal, todos sabiam que Draco e Gina eram membros.

-Não se preocupe, não é a batalha final – disse Draco, ao notar que Gina estava se sentindo mal por não poder lutar.

-Como você sabe? Ah sim, esqueci! Você tem seus trunfos na manga, não é mesmo Malfoy? – disse uma irritada Gina, apontando o dedo indicador para a Marca Negra no braço esquerdo de Draco.

-Você também tem! – respondeu ele, ofendido.

-Malfoy, eu quero lutar!

-Se você lutar, vai acabar com seu disfarce, assim como eu, você não vê isso?!

-Sim, Draco, eu vejo. Mas eu me sinto inútil aqui!

-Eu sei, mas é o único jeito!

Gina então sentara-se na cama e colocara a cabeça nas mãos, com os olhos cheio de água. Estava prestes a chorar por não poder ajudar, mas não podia mesmo. Se duelassem, escolheriam um determinado lado, e eles não podiam fazer isso. Draco não podia duelar contra os próprios amigos, mas também não podia duelar contra a Ordem e estragar ser disfarce. Gina não podia ficar do lado da Ordem, os estaria acabando sua missão ali mesmo, e não podia escolher os Comensais e lutar contra seus próprios amigos. Mas eles teriam que fazer uma escolha, e esta foi feita bem depressa.

Draco puxou Gina pelo braço, levando-a até a porta, mas antes de abri-la, disse-lhe:

-Você vai duelar com o velho, que sabe da sua missão, e eu vou duelar com o meu pai, pra não estragar a minha e nem ficar de um lado que eu não quero.

Gina se inclinou um pouco, pois o outro era maior que ela, e deu-lhe um beijo nos lábios, um tanto quanto desesperado.

-Boa sorte – sussurrou, e Draco abriu a porta. Que a batalha começasse.

***

“Dumbledore! Dumbledore!”

Dumbledore estuporou Macnair, com quem estava lutando, e se virou para Gina, dizendo-lhe mentalmente:

“Duele comigo e não estrague seu disfarce”

-Estupefaça! – gritou Gina.

Um jato de luz vermelha saiu da ponta de sua varinha, enquanto que Dumbledore se jogava para a direita, indo parar em um vaso bem pra esquerda dele. Os dois estavam dando instruções e orientando o outro para onde ir, mentalmente. Vários membros e até mesmo Comensais estavam caídos no chão, estuporados.

Draco estava em um duelo de Malfoy para Malfoy, mesmo que fosse de mentira. Bem, não tão de mentira assim. Lúcio parecia não ouvir a instrução de Draco para duelar com ele apenas para enganar a Ordem, e jogava feitiços e maldições de uma maneira fortíssima, deixando o filho com alguns arranhões e cortes.

“Pai, o que está pensando?!”

Mas o pai não respondia. E nem respondeu, pois aparatou, junto com os outros Comensais, incluindo Gina.

***

“Ele os chamou de volta, Draco” disse-lhe Dumbledore, via mente.

“Eu sei”

“Mas Gina lhe deixou um recado”

-Que recado?

“Que você não deve se preocupar com ela, e eu acho a mesma coisa. Ela ficará bem, tenho certeza.”

-Ah, claro! Ela está no meio da vários Comensais da Morte, não é? Isso é totalmente aceitável.

“Claro que é, Draco. E você sabe muito bem que é.”

Draco limpou suas feridas, enquanto Dumbledore caminhava de um lado para o outro, na nova sede da Ordem da Fênix, não mais localizada no Lago Grimmald 12, mas sim em um apartamentozinho na Londres trouxa, encantado para servir todos os membros da Ordem.

-Eu só me pergunto, Draco, como eles entraram na sede.

Bem, ele também se fazia essa pergunta insistentemente. Se não fora ele quem contara como entrar na Ordem, deveria ser o espião secreto de Voldemort, certo? Aliás, ele nem sabia direito como entrar na Ordem da Fênix, apenas que somente os autorizados poderiam aparatar no local. Para saber um segredo desses, deveria ser um membro um pouco mais antigo.

-Eu também. Não tenho a mínima idéia.

-Gina não me falou nada sobre um espião aqui, mas é bem possível.

-Eu acho que sim, professor. Pelo que ela me contava, eu acho que sim.

-E o que ela te contava?

-Bem, ela... A Gina me contou que Voldemort já sabia que ela estava namorando comigo, sem que ela sequer contasse, e a recriminava por isso, por namorar um traidor como eu – bem, era em parte verdade o que Draco contava, e Dumbledore pareceu acreditar.

***

Gina se sentiu perdida ao chegar com os outros Comensais a uma nova caverna, dessa vez mais iluminada. Todos estavam cansados, e se sentaram, comentando sobre a batalha e sobre os membros que desconheciam da Ordem da Fênix. Assim estavam quando o Lord chegou:

-Quero lhes dar os parabéns, duelaram muito bem hoje.

Ela morria de curiosidade, mas sabia que não podia perguntar nada até que ele terminasse de falar. E ele continuou a falar justamente sobre a luta dela com Dumbledore, a quem ele se referia como “o velhote”.

-Fico muito feliz que esteja do nosso lado, Ginevra. Lutou muito bem hoje, ainda mais sendo que seu oponente era o velhote. Peço desculpas por não avisá-la antes, mas tudo aconteceu tão rápido.

Falando isso, Voldemort arrancou risos de todos, e ela não viu outra opção a não ser rir também. Afinal, se já estava no inferno, o mais aconselhável era dar um forte abraço no capeta. No caso, Voldemort. Mas ela não o fez, é claro.

-Draco deve ter ficado descontente com você, Lúcio. Afinal, ele não podia ajudar e você o estava atingindo bem em cheio.

-Ele estava apenas tomando meu tempo, meu Lord.

-Imagino. Mas creio que o objetivo dele era gastar o tempo dele, e não o seu. Não é mesmo, Gina? Você é quem deve saber sobre isso, estou certo?

-Sim, está – respondeu Gina, ignorando o frio na barriga que sentia – ele havia ficado muito bravo por não poder lutar conosco, mas eu o convenci de que era o certo a fazer.

-Vejo que tem um grande poder nas mãos, Ginevra. Dominar um Malfoy não é coisa fácil, ainda mais de tratando de Draco.

-Sim, eu sei.

E então o restante foi normal, apenas congratulando os Comensais por seus esforços e rindo dos membros da Ordem da Fênix. Pelo menos, Gina descobriu o motivo do ataque: apenas para mostrar que a batalha final está próxima. O restante do povo estava todo saindo, cada um indo para seu esconderijo, quando Voldemort pediu para falar a sós com Gina, que não teve escolha a não ser ir com ele.

-Tem onde ficar? – perguntou Voldemort, enquanto enchia uma taça de vinho e despejava goela abaixo, oferecendo uma a Gina, que aceitou por educação.

-Na verdade, não.

-Agora você tem.

Gina estava surpresa. Quem diria, Voldemort arranjando um lugar para Gina ficar!

-Onde? – perguntou, mais que depressa, ao ouvir o que ele lhe dissera.

-Mansão Malfoy.

-Mas... A Mansão não foi confiscada pelo Ministério?

-Sim. E por isso serve de esconderijo.

Bem, pelo que ele acabara de dizer, Gina deduziu que mais alguém morava lá.

-Esconderijo... Pra quem?

-Para o próprio dono dela, ora!

-Lúcio Malfoy?!

-Claro.

-Obrigado pela oferta, mas eu não posso.

-A velha rivalidade Malfoy e Weasley?

-Sim e não. Sim, porque ele leva isso muito a sério, e não vai muito com a minha cara. E não porque Draco é um Malfoy e com ele não existe rivalidade alguma.

-Quer dizer que o amor supera tudo, não é? – perguntou Voldemort, fazendo expressão de nojo.

-Eu não amo o Draco. É só diversão.

-Imagino. Mas, voltando ao assunto, você vai morar com Lúcio até arrumar outro esconderijo. E só vai fazer isso daqui uma semana, quando a poeira baixar.

-Mas...

-Mas nada. Vai morar com Lúcio, e ponto final.

Derrotada, Gina aparatou para a Mansão, que não exercia mais proteção alguma. Lúcio estava na sala de estar, tomando um vinho, e parecia estar indiferente. Gina se perguntou milhares de vezes se ele a estava vendo ali, e logo obteve resposta:

-Srta. Weasley, pode dormir no quarto de Draco. Primeira porta a esquerda.

Em silêncio, Gina subiu as escadas, notando vagamente como a Mansão era grande. Encontrou facilmente o quarto que procurava, e encontrou todas as suas coisas lá, incluindo uma coruja parda batendo insistentemente na janela.

Gina abriu-a, deixando a coruja passar, enquanto deitava-se na cama para descansar. A coruja a deixou desamarrar o pergaminho de sua pata, e ficou esperando por uma resposta. Era uma carta de Draco:

“Gina,

Você está bem? Não se machucou? Soube que vai morar com meu pai, mas não se preocupe, ele não é tão ruim quanto aparenta. Eu tomei a liberdade de mandar todas as suas coisas para o meu quarto, e você com certeza vai dormir aí até que tudo se acalme novamente.

Me mande notícias, estou preocupado.

Draco”

Gina apressou e escreveu outra carta para ele, perguntando se ele também estava bem. Não sabia por que, mas ficou felicíssima por ele ter perguntado como ela estava. Amarrou o pergaminho na pata da coruja e abriu novamente a janela, vendo-a levantar vôo e ir em direção à Draco.

***

Draco estava deitado em seu novo quarto, pensando no motivo de ter escrito aquela carta para Gina. Mas, afinal, ele estava preocupado com ela, e esperava ansiosamente por uma resposta, que não tardou a chegar:

“Draco,

Eu estou ótima, apesar de estar agora morando temporariamente com seu pai. Você está bem, não é? Se não estivesse, não me mandaria uma carta. Seu pai lhe machucou, não é? Voldemort o estava repreendendo por causa disso. Eu o mataria, se isso não estragasse tudo.

As coisas por aqui estão indo bem (pelo menos por enquanto, afinal, eu estou na casa de Lúcio Malfoy, não é mesmo?) e aí? Acabei de me conta de que nós trocamos de família. Está se dando bem sozinho? O restante do povo está bem? Mande-me notícias.

Gina”

Sorriu. Era bom saber que alguém no mundo se importava com ele, e melhor ainda era lembrar que esse sentimento era recíproco. Sua mãe se importava com ele de vez em quando, mas ele não se importava muito com ela, sempre dando mais atenção ao seu pai, que nunca retribuía-lhe o afeto. Lúcio só se importava em ser um Comensal da Morte, e em treinar seu filho para ser o mesmo. Mas Draco não queria ser um Comensal, e só havia percebido isso depois que conhecera Gina e passara a viver na Ordem. Ele via que as pessoas se importavam umas com as outras, e sentia isso também, diferente de como sempre fora ensinado. Bem, agora sabia o quão bom era ter um amigo.

E assim ele dormiu, feliz por ter descoberto isso. Afinal, antes tarde do que nunca.

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