O namorado de Gina



3. O NAMORADO DE GINA

No dia seguinte, Gina acordou com um humor péssimo. Afinal, havia brigado com Ron e com Harry, e ainda tinha o fato de sua consciência estar mais pesada que o normal por conta do acordo com Malfoy.

-Gina, o café está na mesa!

Mesmo com todo esse mau humor, ela desceu. Deu de cara com Rony nas escadas da Toca, e este lhe olhava com um olhar de quem está se desculpando. Ele sempre fazia esse olhar quando estava tramando alguma coisa e não tinha total certeza se daria certo.

“O que o Rony está planejando? Ah, mas eu vou descobrir!”

Tomou seu café calmamente e em silêncio e saiu para o trabalho no Ministério, junto com Harry e Hermione. Estes dois estavam com um humor de dar inveja, mas Gina conhecia Harry o suficiente para ver que ele estava envolvido com Rony no que quer que seja. Ele sempre desviava o olhar quando estava tentando alguma coisa. E, dessa vez, ela tinha certeza que era um meio de descobrir sobre a Marca Negra em seu braço. Mas não daria certo.

-Harry, você está estranho hoje... – exclamou Hermione, e Gina lhe lançou um olhar extremamente raivoso.

-Não é nada Mione.

Gina se distanciou da dupla e foi para sua sala, ver se tinha algum trabalho para ser feito. Nada, sua mesa estava vazia. Tudo estava bem, até que sentiu que alguém a observava. Ao olhar para cima, deu de cara com Draco.

-O que quer aqui, Malfoy?

-Quero falar com você.

-Diga.

-Como você pode ser tão burra a ponto de deixar seu irmão ver a Marca?!

-Eu não deixei ele ver!

-Não, então como ele sabe da existência dela?

-Porque o Harry contou!

“Eu e minha boca grande...”

-E COMO VOCÊ PODE DEIXAR O POTTER VER?!

Gina olhava para Draco, e este parecia estar com raiva. Mas não podia contar para ele que Harry viu a Marca quando ele estava em cima dela e ela estava pelada. Então, enrubesceu, e Draco pareceu entender na hora o que tinha acontecido.

-Ah, não, Weasley! Não me diga que você e o Potter...

-Não rolou nada, se é o que quer saber.

-Deixa eu adivinhar: ele não quis mais depois que viu a Marca Negra. Acertei?

Ela olhou para baixo, e ele soube que acertou. Portanto, era melhor continuar com seu discurso, para animá-la e receber alguma explicação:

-Eu não acredito que o Potter broxou só porque viu a Marca!

-Ele não broxou.

-Não, só te rejeitou na hora “H”.

-Malfoy, saia daqui. Por favor.

-Weasley, eu não acredito que você ainda defende...

Nesse momento, justamente Harry abriu a porta, e lá ficou, parado, apenas olhando os dois e recebendo os mesmos olhares em troca.

-Gina, trabalho pra você.

-Olá, Potter.

-Oi, Malfoy. Vamos, Gina.

-Vamos.

Gina ia saindo com Harry, mas não sem antes lançar mais um olhar furtivo ao outro rapaz, que os seguiu rapidamente para fora da sala, indo embora logo em seguida.

***

-Gina, o que o Malfoy estava fazendo lá com você?

-Não te interessa.

Depois dessa, Harry preferiu ficar em silêncio. Chegaram até a sala do chefe de ambos, que lhe entregou uma porção de relatórios de entrada em Azkaban para preencher. Saíram ainda em silêncio, e cada um foi para a sua sala.

Bem, pelo menos era isso que Gina pensava. Harry havia colocado sua capa de invisibilidade (era em situações como essa que ele se lembrava do quão bom fora não ter se desfeito da mesma) e seguido Gina para dentro de sua sala. Ela se sentou na cadeira atrás da mesa, e começou a mexer nos relatórios que o chefe lhe havia entregado. Harry ficou atrás dela, vendo atentamente o que a ex-namorada fazia. Tudo ia bem, até que Gina encontrou um bilhete de Malfoy:

“Me espere depois do trabalho no Três Vassouras.

D.M.”

“Quem ele pensa que é?” pensava Gina, decidindo que iria, mesmo que a contragosto.

“O que será que o Malfoy estava fazendo aqui?”

E a pergunta ficou no ar, enquanto Harry ajeitava sua capa e saia, fazendo o mínimo de barulho possível.

***

O Três Vassouras estava lotado. Draco olhava impaciente para o relógio, esperando que Gina chegasse. Quando olhou para a porta, viu a ruiva parada na porta, o procurando com os olhos. Fez um sinal, e ela foi se sentar junto com ele.

-O que quer Malfoy?

-Acho que você já me fez essa pergunta hoje.

-Sim. E ainda não obtive nenhuma resposta plausível.

-Certo, Weasley. Vamos ao que interessa. Eu quero rever as propriedades do nosso trato.

-Quer acrescentar alguma coisa, Malfoy?

-Sim.

-Mas o que você...

Nesse exato momento, Harry entrara no pub com a capa de invisibilidade. Gina ouviu o sininho da porta tocar e, ao não ver ninguém, concluiu quem era. Olhou nos olhos de Draco, e disse a ele mentalmente:

“Harry está aqui.”

“Mas como?! Eu não vejo ele.”

“A capa, idiota.”

“Eu pensei que o velho tivesse tomado a capa dele.”

“Não, Malfoy, Dumbledore não tomou a capa do Harry.”

“E agora?”

“Eu tenho um plano. Mas acho que você não vai concordar.”

“Weasley, o que você...”

“Me beije”

“O quê?! Pirou?!”

“Não, Malfoy, eu não pirei. Agora, me beije, antes que o Harry chegue aqui.”

Meio que a contragosto, Draco se inclinou sobre a mesa e pressionou seus lábios contra os dela. Gina, instintivamente, abriu a boca, deixando espaço para a língua de Draco passar e começar a acariciar a sua. Mesmo de olhos fechados, Gina percebeu que Harry estancara no lugar, ao lado da mesa deles, pois seus passos cessaram.

Dentro de sua cabeça, ela dizia a Draco que agüentasse mais um pouco, e ele parecia estar entendo, pois continuou com a cena. De repente, Gina ouviu passos, que deveriam ser de Harry, caminharem para longe, e o sino novamente tocou. Ele havia saído.

“Pronto, Malfoy”

Mas Draco parecia não ouvir sua voz, e continuava com o trabalho que estava fazendo antes dentro da boca dela, sem nem ao menos responder alguma coisa. Gina sabia que ele deveria ter uma boa desculpa para tal ato, e continuou a fazê-lo, até que ele afastou o rosto do dela, sorrindo meio abobado.

“Malfoy, mas o que...”

“Não olhe agora, mas seu irmão está parado na porta nos olhando.”

“Qual deles?”

“O paga pau do Potter”

Rony. Droga. E agora, o que faria?

“Weasley, agora seus irmãos vão me matar, e a culpa é sua!”

“Eles não vão te matar. Só o Rony” respondeu ela, sorrindo maquiavelicamente.

“Se ele conseguir. Mas, afinal, por que fez isso? Eu sei que eu sou lindo e sexy, mas não precisava fazer tudo isso.”

“Ah, Malfoy, vá às favas. Você queria que o Harry ouvisse nossa conversa, ou que ele desconfiasse de nós dois?! Esse era o meio mais fácil.”

-O QUE SIGNIFICA ISSO?! – gritara Rony, que havia chegado até a mesa dos dois sem que nenhum percebesse.

-Rony, eu posso...

-VOCÊ, SEU COMENSALZINHO DE MERDA, LEVOU A MINHA IRMÃ PRO LADO DO MAL! AH, MAS VOCÊ ME PAGA!

Dizendo isso, o ruivo pulara no pescoço de Draco. Bem, ele pularia se Gina não tivesse se jogado no meio dos dois. Não que temesse por Draco, mas sabia que o loiro não hesitaria em usar alguma maldição imperdoável no irmão.

-RONY, PARE JÁ COM ISSO! – gritou. E, para sua surpresa, o irmão mais velho obedeceu – Mal... Draco é meu namorado, aceite você ou não!

-Namorado? – repetiu Rony, como se não acreditasse no que acabara de ouvir da irmã.

-Sim, Weasley, namorado.

Draco se divertia ao ver a briga dos dois por causa dele, mas parou imediatamente de rir mentalmente quando recebeu um olhar metralhador de Gina.

-Mas Gina... Ele é um Comensal!

-EU NÃO SOU MAIS UM COMENSAL!

“Não é?” disse Gina par ele, e agora foi a vez dela sorrir por dentro.

“Pra ele, eu não sou” recebeu como resposta do loiro.

-VOCÊ É SIM MALFOY!

-PAREM JÁ COM ISSO, OS DOIS! E SAIAM JÁ DO MEU BAR!

Madame Rosmerta mandou, e Rony, Gina e Draco, sem opção, obedeceram e saíram do bar. Harry estava sentado em um degrau da escada, e parecia desolado. Gina ficou com pena dele, pois sabia que era tudo culpa dela. Já Draco, não podia ficar mais feliz ao ver o inimigo assim.

-Rony – começou Gina – Draco é meu namorado, e nem você nem ninguém vão poder impedir isso!

O irmão deu meia-volta e saiu, sem dizer nem uma palavra. Harry ainda estava sentado ali, e Gina fez um sinal para que Draco os deixasse sozinhos por um tempo. Ele saiu, mas disse que ela ainda lhe pagava, pois agora teria que pagar de seu namorado.

-Harry...

-Você está mesmo namorando o Mafoy?

-Harry, eu...

-Me responda, Gina.

-Sim.

Ele a olhou nos olhos, e ela pode ver o quando doía para ele que ela dissesse isso. Mas não podia dizer que não, ainda mais para ele.

-Mas Gina, ele ainda é um Comensal...

-Como assim?

Gina tinha que saber até que ponto da história Harry tinha conhecimento. Queria muito que ele já soubesse de tudo, e então a parte dela no acordo estaria anulada, enquanto que ele não podia fazer nada para estragar seu disfarce.

-Gina, o pai dele é um Comensal. A tia dele é um Comensal. A mãe dele é provavelmente um Comensal. Todos os amigos dele são Comensais. Por que ele sairia diferente?

“Rápido Gina, invente alguma coisa!”

-Porque eu o fiz mudar.

Harry a encarou por um longo tempo, até se levantar e dizer:

-Boa sorte, então, se acredita nisso.

E a deixou sozinha, sentada no degrau da escadinha do Três Vassouras.

***

Draco estava exausto, mas ainda precisava falar com a Weasley. Deitou-se em sua cama e escreveu para ela uma carta, dizendo o que ele queria que ela mudasse no acordo. Amarrou na perna de sua coruja e abriu a janela para que ela fosse, e não tornou a fechá-la novamente.

Ficou deitado na cama, até que a coruja retornou com a sua resposta:

“Malfoy,

As mudanças foram feitas, mas valem pra você e para mim. Assim sendo, você terá que proteger o meu segredo, e eu protegerei o seu; terá que responder positivamente as perguntas que os Comensais fizerem sobre mim, e assim o farei por você; e terá a chance de me pedir três favores incontestáveis, não sendo sobre a Ordem, e eu terei o privilégio de dispor de três favores seus também, não sendo sobre Voldemort e o restante dos Comensais.

Tudo certo, então?

G.W.”

Certo. Agora sim, o acordo estava de uma maneira democrática. Quem diria, um Malfoy pensando em democracia!

***

-Gina, nós precisamos conversar – disse Harry a ela quando a ouviu entrar pela cozinha.

-Claro Harry.

Harry caminhou até o quarto de Rony, que estava aberto assim como ele pedira anteriormente, e Gina o seguia. Os dois entraram no aposento, e Harry sentou-se na cama. Gina não o fez, pois não se sentia a vontade, ao lembrar do que quase fizeram na noite anterior.

-O que quer falar, Harry?

Mesmo sabendo do romance de Gina com Malfoy, Harry tinha que tentar pôr em prática seu plano.

-Senta aqui, Gina.

Ela sentou-se e ele chegou mais para perto.

“Mas o que é que o Harry está pensando?!”

-Gina, eu acho que não é certo esse seu namoro com o Malfoy.

-Por que não seria?

-Porque eu sou o cara certo pra você. E uma vez que o cara certo sou eu, ele não poder ser outra pessoa.

-Quer dizer que você é quem deve ficar comigo, e não Draco?

Doía na alma chamar o Malfoy pelo primeiro nome. Harry pareceu não perceber nada, então não respondeu. Bem, se beijo for resposta, ele respondeu, e muito bem. Era instinto, e Gina retribuía. Mas estava consciente de que não deveria. Afinal, mesmo que o namoro fosse de mentira, era Draco quem ficaria com fama de corno. Mas, bem, ela estava beijando Harry Potter! Continuaram por um tempo, enquanto Harry ia lentamente deitando sobre ela, assim como fizeram há uma noite atrás.

-Harry, não...

-Gina, mas eu te amo!

-Mas eu amo Draco! Harry, você é meu melhor amigo, mas o Draco é o meu namorado!

-Se eu sou seu melhor amigo, então por que contou ao Malfoy da sua missão antes de contar pra mim?

“Então ele quer saber da missão assim, me seduzindo?! Ah, Harry Potter e Ronald Weasley, vocês ainda me pagam!”

-PORQUE ELE É MEU NAMORADO!

-VOCÊ NÃO PARECIA SE LEMBRAR DISSO ONTEM, NÃO É MESMO?!

“Droga! Eu tinha me esquecido completamente dessa parte!”

-Harry, eu não quero brigar com você, o.k.? Mas eu já disse que eu não posso contar sobre a missão!

-Pra ele você pode.

-Eu não contei pra ele! Ele descobriu sozinho, e não me trouxe até o quarto do meu irmão pra tentar dormir comigo e conseguir a informação!

Harry fez cara de cachorro que fica na chuva e saiu do quarto, como se a conversa houvesse terminado, mas Gina sabia que aquela história ainda ia dar muito pano pra manga. E quando eu digo muito, eu não estou exagerando.

“Merlin! Por que é que eu fui inventar a história do beijo pra salvar a minha pele?! Agora eu entrei numa confusão maior ainda, e levei o Malfoy junto!”


N/A: nem demorei, não é? É que hoje eu fiquei a tard toda em ks, e pde escrever o 2 e o 3. Desse pra frente é que a história começa a tomar formato, começa a ficar D/G MESMO!!

Eespero que estejam gostando da Fic!

Bjx

PS: agora só vou postar na semana que vem, entao aproveitem bem esse

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