O diário de Gina

8. O DIÁRIO DE GINA

Na manhã seguinte, Gina acordou tarde, e desceu direto para almoçar. Comeu na companhia agradável de Lúcio Malfoy, seu suposto sogro, em silêncio. Subiu novamente, e encontrou uma coruja negra batendo o bico na sua janela.

“Uma carta de Draco”

Desdobrou o pergaminho, e o que leu a deixou totalmente de boca aberta. Cada vez eu ela pensava que o conhecia, se surpreendia ainda mais. E dessa vez não foi diferente.

***

Draco acordou às dez da manhã, sem sono algum. Dormiu muito mal, e não foi pela mudança da cama. Mas, pelo menos, dormiu bastante, e acordou-se tentado a imaginar a senha do diário de Gina. E imaginou.

“Não, não pode ser. Ela nunca colocaria esse nome como senha.”

Levantou-se de um pulo, correu até a gaveta da penteadeira e pegou uma pena. Bem, era o único jeito de descobrir se estava certo ou errado.

“Tom Riddle”

“Resposta Correta”

-Eu não acredito que você colocou ele como senha, Gina! – disse Malfoy, pensando em voz alta, enquanto abria o diário da suposta namorada.

“Não, antes tenho que contar que consegui!”

Correu até a gaveta e rabiscou num pedaço de pergaminho o fato.

“Vamos ver o que Gina acha disso!”

***

“Querida Gina,

Agora sei porque seu diário me lembrou tanto o que meu pai colocou entre seus livros no meu segundo ano. É o diário de Voldemort, não é? Só que sem a parte da horcrux e tudo mais. Tom Riddle, quem diria?

Draco”

-Maldito seja você, Draco Malfoy!

“Draco Malfoy!

Largue já esse diário! Não ouse lê-lo, ou se verá comigo quando nos encontrarmos! É uma coisa muito pessoal e você estará invadindo a minha privacidade, portanto, não ouse chegar nem perto dele, ouviu bem?!

Gina”

-Draco Malfoy, você está com grande problema!

***

-Bem vamos lá.

Draco segurou delicadamente o diário da amiga nas mãos, e estava a ponto de abri-lo, quando viu uma coruja pousar no parapeito da janela. Parda. Era Gina. Logo que olhou, viu que era um berrador. Fez um feitiço silencioso, e abriu-o. Quase caiu para trás com o tanto que a garota havia gritado com ele por meio da carta. Bem, só por isso, ele leria o diário. Sem contar, é claro, a curiosidade que possuía:

“20 de novembro de 1993

Eu sei que um pedaço de papel não fala, mas eu encontrei nesse caderno meu melhor amigo. Tom Riddle. Melhor amigo, até que descobri que ele era, na verdade, um pedaço da alma de Voldemort. Mas, já que não há mais nem sombra disso nesses pedaços de papeis, restaurei-o e vou construir aqui um diário. Por isso, a senha Tom Riddle.”

Batidas na porta, era a Sra. Weasley. Jogou o caderninho embaixo da cama novamente e desceu para almoçar, atrasado. Por um ponto, foi bom, pois não encontrou nenhum irmão da namorada, comendo somente com a dona da casa, e em silêncio. Estava ansioso para voltar ao quarto e ler o restante do diário. Terminou de comer e subiu rapidamente, antes que a Sra. Weasley tivesse mais uma de suas grandes idéias, como tivera na tarde anterior.

Pegou o diário nas mãos novamente, escreveu a senha e começou a lê-lo. Havia algumas coisas interessantes, como por exemplo:

“Eu sei que eu não sou quem o Harry quer, mas fazer o quê? Eu ainda gosto dele. Eu sei que ele prefere a Cho Chang, da Corvinal, e não tira os olhos dela, mas eu sou completamente apaixonada por ele...”

“Às vezes, eu me pego olhando para as outras mesas, procurando por alguém que faça meu coração bater mais forte, mas eu só sinto isso quando olho para o Harry...”

“Cara, eu não entendo. Como o Rony não chega logo na Mione? Mais do que na cara, os dois se amam! Mas, lógico, meu irmão é um cabeça de vento e não faz nada...”

Mas todas as páginas eram coisas antigas, do tempo em que ainda estava em Hogwarts. Cansado por não achar nada que lhe interessasse, folheou o caderno, em uma busca nada minuciosa de algo. Foi quando um vento forte bateu, levantando alguns papeis e mudando a página do diário de Gina para a escrita mais recente:

“18 de outubro de 2003

Sei que faz tempo que não escrevo, mas eu ando precisando desabafar...”

“Cinco dias atrás... Bom saber” pensou Draco, continuando a leitura:

“Eu não sei mais o que fazer. Vodemort ainda não foi destruído, e eu agora sou auror e ajudo na Ordem da Fênix. Mas, o problema maior, é que um loiro entrou em minha vida. Sim, um loiro. Eu sei que nunca gostei muito de loiros, mas com esse parece ser diferente. Vou explicar desde o início.

Dumbledore me deu uma missão, e eu teria que me tornar uma Comensal da Morte para sondar os planos de Voldemort. Até aí, tudo bem. O problema é que, esse loiro é um Comensal, e nos encontramos exatamente em um encontro de Comensais. Ele, espião de Voldemort na Ordem, e eu espiã da Ordem junto com os Comensais. Da pra acreditar?! Mas bem, o problema maior foi que ele descobriu que eu sou espiã, ao mesmo tempo que eu descobri que ele era o mesmo. Fizemos então um acordo, de não revelar nada sobre as respectivas missões e protegermos um ao outro.

Para ajudar, Harry vê a Marca Negra no meu braço esquerdo e conta pro Rony, que conta pra ele, que vem imediatamente me acusar. Para que nem Harry e nem Rony desconfiassem de nossas missões e muito menos de nosso acordo, começamos a fingir que somos namorados.

Eu estou aqui, escrevendo, às seis da manhã, porque passei a noite toda em claro, tentado pensar em algo coerente. Eu tive que sair de madrugada por conta da minha missão, e o encontrei. Voldemort já sabe que nós estamos namorando, e tem alguém além dele espionando a Ordem. Eu simplesmente não sei o que fazer.

O pior de tudo é que, hoje, nos beijamos duas vezes sem ninguém por perto, por vontade própria, sendo que da última vez quase fomos além, se não fosse minha mãe chegar na hora H. Sim, minha mãe me viu quase nua em cima do meu ‘namorado’ no quarto dele. E eu estou completamente confusa.

Eu acho que estou gostando dele. Não sei se como namorado, mas pelo menos como amigo. E confesso que até gostaria que minha mãe não tivesse chegado bem naquela hora. Os beijos dele são uma delícia, tem gosto de chocolate branco. E você sabe como eu amo chocolate branco. Mas, cara, ele é um Comensal! Certo, eu também sou, mas ele é um de verdade! E eu ainda não contei a pior parte. Além de Comensal da Morte, ele é, nada mais nada menos, que Draco Malfoy! DRACO MALFOY! Eu e ele não podemos ficar juntos, é tão difícil entender isso?! Mas eu quero, mais que tudo, ficar com ele. Mais do que se pode imaginar. Eu sei, Rony e Harry não aprovariam, mas eles que se danem! Eu quero o Draco, e isso não vai mudar, nem que eles me tranquem num quarto cheio de diabretes! Eu não acredito que eu estou falando isso, mas eu me sinto mais do que atraída pelo Draco! Pra você ver, eu já nem chamo mais ele de Malfoy!

Me ajuda a por na cabeça que ele é Draco Malfoy? Que foi ele que começou aquele pesadelo da Câmara Secreta? Que foi o pai dele que quebrou o meu tornozelo? Que era ele que me zoava na escola pelas minhas roupas? Que ele me chamava de Weasley Pobretona? Me ajuda... Eu acho que não estou conseguindo lembrar disso!

Eu acho que estou apaixonada por Draco Malfoy”

Draco deixou o caderno cair, depois que terminou de ler. Gina estava apaixonada por ele, mas não tinha certeza do que sentia. Ele também não sabia sobre seus sentimentos por ela.

Deitou-se na cama, pensando ainda no que fazer, e adormeceu, pensando:

“Ah, Gina Weasley! O que você fez comigo?!”

***

Gina estava desesperada. Não sabia o que fazer se Malfoy lesse seu diário. Afinal, a última parte era quase totalmente sobre ele. Bem, era totalmente sobre ele. Mas não importa se era todo dele ou somente um pedaço, Malfoy não poderia ler seu diário de qualquer maneira.

Esperava no quarto, andando de um lado para o outro, uma coruja de Draco chegar. Para ela, demorou uma eternidade, mas na verdade a espera foi de apenas meia hora. Logo, ouviu o barulho da mesma coruja negra batendo com o bico na janela, e pegou o pergaminho:

“Gina,

Não se preocupe, eu não vou ler. Não era preciso mandar um berrador. Mas, se mandar outro, eu juro que eu leio. Como foi mais um dia com meu pai? E não, ele não é acostumado a jogar Crucio nas visitas, é só brincadeira minha. Espero que esteja bem.

Draco”

Gina relaxou ao ler a carta. Ela ainda tinha lá suas dúvidas quanto ele ler ou não seu diário, mas sabia que se ele lesse mesmo, não perderia a chance de rir da cara dela. Bem, era isso que ela esperava ser verdade.

“Espero te conhecer bem nesses assuntos, Draco.”

***

Deitado em sua cama, ou melhor, na cama de Gina, Draco lia e relia a última parte do diário da mesma. Resolveu que mandaria outra carta para tranqüilizá-la, dizendo que não havia lido o caderninho. O que não era nem de longe verdade. Mas ele não queria brigar com ela, e se sentiria mal se zoasse sobre a parte em que ela diz que está apaixonada por ele. Gente, ele ainda era Draco Malfoy, e não podia sentir esse tipo de pena. Tanto quanto um Malfoy não pode morar na casa dos Weasley.

“Eu acho que estou apaixonada por Draco Malfoy”

Essa frase não saía de sua cabeça, e ele pensava no que sentia por Gina.

“Amor? Nunca. Desejo? Talvez. Ódio? Não mais. Atração? Muita. Paixão? Não tenho a mínima idéia. Gina, o que você fez comigo menina? Você me amoleceu!”

***

“Draco,

Aqui na Mansão Malfoy está tudo bem. Nem ao menos vi seu pai direito hoje, e isso contribui muito. Mas ainda sinto falta do meu quarto e da minha família. Acho que você sente falta daqui também, estou certa? Afinal, aqui é o seu lar. Tudo anda bem aí? Responda, estou preocupada.

Gina”

Terminando de escrever, Gina amarrou o pergaminho na pata da sua coruja parda, que levantou vôo. Ficou na janela, observando-a, até que o sono veio e ela dormiu, ali mesmo.

***

Depois de ler a carta, Draco achou que deveria escrever outra. Mas estava tarde, e Gina já deveria estar dormindo, então referiu deixar para o dia seguinte.

Ela não agüentava mais imaginar Gina lá, deitada em seu enorme quarto na Mansão, tentando dormir. Mas também não conseguia pensar nela vagando pela casa. Se contentou com a imagem que via em sua frente.

Batidas na porta. Abriu-a, dando espaço para um desesperado Rony passar.

-Malfoy, eu preciso da sua ajuda.




N/A: E aí tao gostando da fic?? Espero q sim
Eu nem ia postar o cap. 8 og, mas eu resolvi dar um presentinho d Natal pra vcs e acabei postando...

Agradeço os recadinhos, e espero receber muito mais desses!!

Bjxx

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