Capitulo 9



Capitulo 9

Hermione recordou o que Harry havia dito e conseguiu não rir ante as palavras de Brody. Como podia ser tão ingênuo?

-Por narcotráfico? - disse Hermione interpretando seu papel. - Cara?

-Foi o que eles disseram - respondeu Brody. - Pelo visto, havia vários guardas de segurança da Ritter por ali e quando começou o tiroteio devolveram os disparos. Suponho que foram eles que avisaram à polícia. O certo é que seu amigo Potter estava ali quando prenderam Cara.

-Sim, eu sei. Ouvimos os disparos do outro lado da rua e Harry saiu correndo do carro para ajudar.

-Sim, vi quando fui acompanhar a Cara no estacionamento - disse Brody envergonhado. - Contaram-me que um dos narcotraficantes levava uma arma automática e que você impediu que matasse Harry indo para cima dele com o carro. Suponho que um gesto tão valente por sua parte quer dizer que realmente gosta dele.

-Sim, gosto muito - confessou Hermione.

-Cara me falou que você deve realmente estar louca por ele por ter feito aquilo.

-Pobre Cara - disse Hermione tentando trocar de tema. - Sinto muito pelo que está acontecendo. Por que acreditam que ela tem algo haver com aquilo? O que aconteceu é que ela estava no local inadequado num momento inoportuno.

Brody pareceu relaxar.

-Isso é o que ela diz. Harry não participou daquela batida propositalmente, não é?

-Estávamos no carro, junto ao estacionamento e não tínhamos nem idéia de que haveria alguma batida policial - respondeu Hermione.

-Então é por isso que ele estava lá - murmurou Brody ausente. - Supus que devia ser um pouco parecido. Cara não sabia quem eram outros, mas quem a deteve foi uma mulher.

-Já sabe que terá que tomar cuidado com as mulheres do Texas - sorriu Hermione.

Aquilo fez Brody sorrir.

-Pelo jeito sim. Provavelmente na operação deveria haver também um agente do Departamento Antidrogas. Cara tem um amigo que trabalha no escritório de Houston e tentou fazer contato com ele, mas pelo visto não está na cidade. Parece que ele realmente a está evitando. – ele lançou um olhar estranho a Hermione. - Imagino que não seja Harry. Tem idéia de quem poderia ser?

-Não - respondeu ela na cara-de-pau. - Posso assegurar que Harry não é porque me conta tudo e eu saberia.

-Claro.

Hermione se perguntou se o amigo que Cara tinha no Departamento Antidrogas seria Kennedy.

-E o que Cara vai fazer? - perguntou como se estivesse preocupada.

-Suponho que contratar um bom advogado - respondeu Brody.

-Espero que tudo se resolva bem. Sinto muito, Brody.

Ele suspirou fundo.

-Sim, eu também. Bom, tenho que ir telefonar para Cara. Você realmente está bem?

-Sim, de verdade - sorriu Hermione.

-Até mais tarde - sorriu Brody afastando-se pelo corredor.

Ela observou-o sair aliviada. Improvisara muito para ter certeza de que ele não associaria Harry à vigilância no armazém.

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Quando Harry telefonou, Hermione disse que poderia ia na cafeteira para tomar algo rapidamente.

-Você se converteu numa lenda entre os policiais - sorriu Harry maliciosamente quando eles estavam bebendo cappuccino.

-Eu? - exclamou Hermione.

Ele sorriu.

-“Secretária de empresa petroleira se lança contra um homem armado para salvar seu namorado”.

Hermione corou e olhou furiosa para ele.

-Ponto um: não sou secretária, sou assistente administrativa. Ponto dois: você não é meu...

-Não fui eu quem começou o rumor – ele soltou um risinho. De repente seus olhos se tornaram sérios. - Mas a parte de que você é uma heroína, eu endosso com entusiasmo. Você gostaria de acrescentar mais fatos à sua lenda?

Ela prestou atenção.

-Está brincando? O que quer que faça?

-Soltaram Cara esta tarde e estamos certos de que cedo ou tarde vai conversar com um de seus subordinados em algum lugar público onde não poderemos gravá-la. Quero que quando isso ocorra, passe por ali como por acaso e ponha um microfone de baixo de sua mesa.

-Uau! Coisa de Jane Bond! - exclamou Hermione encantada.

-Jane? – ele quis saber.

Uma mulher chamada James seria uma novidade.

-É verdade. Isso quer dizer que aceita?

-É obvio, mas, por que não pede a um de seus homens?

-O último profissional entusiasmado que enviamos para fazer esta pequena tarefa tropeçou e caiu na mesa que nosso alvo ocupava.

-E se eu fizer a mesma coisa? – ficou preocupada.

Ele sorriu suavemente.

-Você não tem um osso desajeitado sequer no seu corpo, Hermione. Mas mesmo que tivesse, Cara conhece você. Poderia suspeitar de mim, mas jamais suspeitaria de você.

-Quando começo?

-Eu avisarei – ele prometeu. - Enquanto isso, mantenha os olhos e os ouvidos bem abertos. Pelo visto, um dos sócios de Cara é garçom de um pequeno café chamado The Beat...

-Eu vou muito lá! – exclamou ela. - Têm um café riquíssimo e há música ao vivo. Além disso, quem quiser pode subir ao palco e ler seus poemas... eu mesma fiz isso na semana passada...

Harry parecia impressionado.

-Subiu em um palco e leu um poema seu diante dos freqüentadores? Não sabia que continuava escrevendo.

-São coisas muito pessoais - respondeu Hermione incômoda.

Ele começou a parecer arrogante.

-Sobre mim?

Hermione olhou furiosa para ele.

-Posso assegurar que quando escrevi esses poemas você era a pessoa de quem menos gostava no planeta.

-Puxa! – ele estava pensando novamente. - De qualquer modo é melhor que continue cliente assídua do local. Assim, ninguém suspeitará.

Ele soltou um risinho. Esticou o braço e entrelaçou seus dedos com os de Hermione. Seus olhos verdes examinaram os dela por um longo momento.

-Dá para notar estes cortes no seu rosto. – ele disse baixinho. – Está doendo?

-Nada em comparação com o que teria doído se tivessem matado você diante de mim.

Os olhos dele começaram a resplandecer de emoção.

-Isso é exatamente o que pensei quando vi você lançar o carro em cima daquele cara e percebi como estava o pára-brisa por causa das balas -respondeu Harry apertando sua mão.

Hermione ficou sem fôlego. Harry jamais havia admitido tanta coisa antes.

Ele riu acanhado e soltou sua mão.

-Estamos muito melodramáticos. O tamanho da dor não importa, e eu ainda tenho uma papelada para preencher - disse olhando o relógio. - Não posso prometer nada, mas o melhor que podemos fazer no final de semana é ir ao cinema.

-Por mim, adoraria - respondeu Hermione. - Quanto ao outro assunto, diga-me assim que souber.

Ele franziu as sobrancelhas.

-Eu não gosto da idéia de voltar a colocar você em perigo.

-Não se preocupe, estou acostumado a ir nesse café freqüentemente. Não estou arriscando nada. – “Exceto meu coração, mais uma vez”, ela pensou.

Ele suspirou.

-Muito bem. Mesmo assim, não baixe a guarda. Avise-me se alguém seguir você.

-Fico arrepiada atrás do pescoço – ela assegurou-lhe. – Terei cuidado. E você faça o mesmo – ela acrescentou firme.

Ele sorriu suavemente.

-Farei o possível.

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No dia seguinte, Harry ligou para ela e pediu que fosse ao café rapidamente.

-Nos vemos no estacionamento - disse-lhe. - Venha de táxi e depressa, Hermione.

-Tudo bem, estou indo agora mesmo - respondeu Hermione.
Ela se apressou em trocar de roupa e correu para o elevador.

Minutos depois, reuniu-se com Harry fora do café.

Ele se endireitou quando ela se aproximou. No estacionamento bem iluminado, ela pôde ver seus olhos. Estavam preocupados.

-Já estou aqui –disse ela, só para dizer alguma coisa. - O que quer que faça?

-Não estou certo de que quero que faça alguma coisa - respondeu ele sinceramente. - Isto é muito perigoso. Agora mesmo, Cara não tem razões para suspeitar de você, mas se você esconder o microfone na mesa e ela descobrir, poderia querer matá-la.

-Escute só. Lembro que foi você que me mostrou a foto dos dois meninos que mataram - respondeu Hermione. - Sei qual é o jogo, Harry. E estou disposta a aceitar.

-Você está tremendo - murmurou Harry.

-Sim - riu Hermione. - E meu coração está acelerado, mas mesmo assim quero seguir adiante. O que tenho que fazer?

-Entre no carro que contarei...

-Cara está lá dentro? - perguntou ela uma vez dentro o carro.

-Sim, na mesa que está mais perto da porta da cozinha, à esquerda do palco - explicou-lhe Harry lhe entregando uma caneta.

-Não, obrigado, levo duas na bolsa...

-É um microfone.

-Quer que o deixe sobre a mesa?

-Quero que o deixe cair baixo da mesa - particularizou Harry. - Estou advertindo-a que se eles verem, estamos perdidos. Não somos os únicos a saber como são os jogos deles.

Hermione entendia a situação. Estava começando a dar-se conta de que Cara não era imbecil.

-Muito bem, vou me aproximar e cumprimentá-la e me assegurarei de deixá-la em um lugar onde não possa sentir com o pé. O que acha?

-Muito bem, mas tenha certeza que ninguém se dará conta do que você está fazendo.

-Terei muito cuidado.

Harry estava se arrependendo. Hermione era valente, mas valentia não era a única coisa que importava naquela missão. Recordou como tinha salvado a sua vida na noite que tinham detido Cara. Hermione poderia ter morrido. Após o incidente, Harry não tinha dormido bem. Estava se dando conta que não podia viver sem ela. Hermione era como uma jóia rara.

-Por que está olhando assim para mim? - sorriu Hermione com curiosidade. - Não sou tola. Prometo que não desapontarei você.

-Não era por isso - respondeu Harry. - Está certa de que quer seguir adiante?

-Certíssima.

-Tudo bem – ele hesitou. - Que desculpa vai dar para estar no café?

Ela lançou-lhe um sorriso cheio de brilho.

-Justamente depois que você me ligou, eu liguei para John, o proprietário, e falei que tinha um poema novo. Afirmei que tinha vergonha de ler diante de muita gente e ele me falou que hoje não havia muita gente e que passasse quando quisesse.

-Você improvisa muita bem.

-Estou observando você há anos - brincou Hermione. - O certo é que tenho um poema novo para ler. Assim, Cara não suspeitará.

Harry a beijou com paixão.

-Não vai acontecer nada.

-Diz isso para me tranqüilizar ou para tranqüilizar você? - sorriu Hermione.

-Aos dois - respondeu Harry com ternura voltando a cabeça. - Ao trabalho.

-O que faço quando Cara sair?

-Pegue um táxi e volte para casa. Nos vemos lá. Se alguma coisa sair errado – ele acrescentou de maneira firme. – Ou se ela agir de modo suspeito, não saia do café e me chame pelo celular, certo?

-Entendido.

Hermione saiu do carro e aspirou a fresca brisa da noite. Com um aceno discreto, ela se virou, alisou seu casaco e foi para a porta do café. Não havia dito a Harry que seu novo poema era sobre ele.

Ao entrar, não olhou ao seu redor e foi diretamente à mesa onde estava acostumada a sentar. Levava a caneta apertada em uma mão. Quando se sentou, olhou ao seu redor e viu Cara em uma mesa com outra mulher. Sorriu-lhe e Cara franziu o cenho.

Hermione manteu o sorriso e levantando-se para aproximar-se de sua mesa.

-Tive a impressão de tê-la visto e vejo que não me enganei - saudou-a alegremente. - Não sabia que costumava vir aqui. Brody não me falou nada.

Cara a olhou com receio.

-Você vem muito aqui?

-Muitíssimo - respondeu Hermione sinceramente. - John adora o que escrevo.

-Você escreve? - perguntou Cara assombrada.

-Poesia - sorriu Hermione.

-Você? - disse Cara em tom insultante.

A mulher que a acompanhava, mais velha do que ela, não dizia nada.
Hermione sentiu medo e lutou para que não notassem. Suas mãos suavam. Nesse momento, John foi falar com ela limpando as mãos no avental.

-Olá, Hermione! - saudou-a. - Não tem com que preocupar-se. Além destas duas senhoritas, os outros são os de sempre. Com certeza vai ser fenomenal.

-Agora que falei com você me sinto muito melhor - respondeu Hermione.

-São amigas suas? - perguntou John olhando a Cara com interesse.

-Cara é a namorada de meu chefe - respondeu Hermione.

-Que sorte têm alguns - murmurou John em voz baixa.
Cara relaxou e sorriu.

-Sou Cara Domínguez - apresentou-se. - E esta é meu amiga Chiva.

John se aproximou da mesa para apertar a mão e Hermione fingiu que perdia o equilíbrio e aproveitou para deixar cair a caneta embaixo da mesa.

-Perdoe-me, Hermione, encontrar duas senhoritas tão encantadoras me deixa desajeitado - desculpou-se John soltando um risinho.

Ela sorriu para ele.

-Não tem problema. Não me machuquei.

-Então, suba no palco e nos deleite com seus poemas. O cappuccino de baunilha francesa como sempre?

-Sim, e grande, com um croissant!

-Por conta da casa - disse John. – É um incentivo a você.

-Obrigada! - exclamou Hermione.

-De nada. Encantado em conhecê-las, senhoritas.

-O mesmo digo - respondeu Cara olhando Hermione com muito menos receio - Então escreve poesia, né? Gostaria muito de ouvir.

Hermione deu um risinho.

-Não sou muito boa, mas o público daqui está acostumado a ser muito paciente e gentil. Até mais tarde.

Cara sorriu e a outra mulher não disse nada.

Hermione tirou o casaco e subiu no palco tentando ignorar que seu joelhos tremiam. Rezou para que Harry ouvisse a conversação das duas mulheres. Assim que ligou o microfone e tirou o papel do bolso, Cara e sua amiga começaram a falar a toda velocidade.

Hermione sorriu para o público e começou a ler. Não devia estar tão mal pois as pessoas pareciam prestar atenção nos seus versos. De fato, quando terminou de lê-los, ouve uma salva de palmas.

Cara e sua amiga estavam muito concentradas em sua conversação e não fizeram caso. Hermione voltou para sua mesa e tomou seu cappuccino de costas para a mesa onde estavam Cara e a outra mulher para que acreditassem que não as estava vigiando.

Alguns minutos depois, John se aproximou dela e deu um tapinha nas costas.

-Foi genial, menina! - exclamou. - Uma pena que sua amiga não tenha escutado.

-Ela não gosta muito de poesia - respondeu Hermione.

-Suponho que terá sido isso. Nem sequer terminou o café.

-Já foram?

-Faz cinco minutos - continuou John. – Não foi uma grande perda, se você quer saber.

-Obrigado pelo lanche, John, e pelos estímulos.

-Eu gostaria, se não importar, que me desse uma cópia desse poema.

Hermione o olhou com os olhos muito abertos.

-De verdade?

John encolheu os ombros.

-Pareceu-me muito bom e tenho um amigo que tem uma pequena publicação de poesia e eu gostaria mostrar a ele.

-Obrigado, John! - disse Hermione entregando a folha de papel.

-De nada, aviso assim que souber de alguma coisa - disse John. - Esta caneta é sua? - acrescentou tirando o microfone-caneta do bolso. - Estava de baixo da mesa de suas amigas e estive a ponto de pisar em cima.

-Sim, é minha – disse ela, pegando-a dele. – Muito obrigada.

-Espero não ter quebrado. Caso não funcione mais me avise, assim lhe dou outra.

-Não tem problema nenhum, John, não é mais que uma caneta - disse Hermione com indiferença.

-Vou chamar um táxi para você.

-Ótimo.

Hermione esperou que chegasse o táxi com a cabeça cheia de esperanças, e não somente por Harry.

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-Quebrou? - perguntou Hermione para Harry uma vez a sós em sua casa.

-Levarei-o ao laboratório para que olhem - respondeu Harry.

-Conseguiu ouvir alguma coisa?

Harry sorriu encantado.

-Ouvi tudo e gravei. Sem você jamais teria obtido toda esta informação. Só há um problema.

-Do que se trata?

-A Cara acha que sua poesia não presta. – disse ele com um brilho nos olhos.

-Pouco me importa, mas John me falou que vai mostrar meu último poema a um editor que é amigo dele. Ele gostou bastante.

-Eu também, Hermione - disse Harry.

Ela ficou nervosa, mas imaginou que era impossível que Harry soubesse que o poema era inspirado nele, assim que, se limitou a agradecer.

-Cada dia me convenço mais de que sou feita para a espionagem - murmurou.

-Pode ser que tenha razão, mas não sei se meus nervos agüentariam.

-Você achou que eu estragaria tudo – ela imaginou.

-Não foi isso. Não gosto de colocá-la em risco, Hermione.

-Não gostaria de viver num mundo que não tivesse você também – disse ela. Então, livrando-se do constrangimento, ela riu e acrescentou: - Realmente não conseguiria viver sem a provocação.

-Eu também – ele verificou o relógio. – Não quero ir – disse ele inesperadamente. - Mas tenho que voltar para o escritório e escutar atentamente a fita. Amanhã tenho uma reunião com minha unidade. Você prossiga como se não tivesse acontecido nada. Simplesmente, você se encontrou com Cara em seu café preferido, de acordo?

-De acordo – ela assegurou-lhe.

-Amanhã ligo para você.

-Todos dizem isso - brincou Hermione.

-A quem você se refere? - disse Harry da porta.

-Como?

-Quem mais falou que ia ligar? – ele insistiu.

-Para começar, o presidente, que quer que eu lhe dê uns conselhos sobre política externa – respondeu Hermione.

-Incorrigível - riu Harry piscando um olho. - Tranque bem a porta! - gritou já no corredor.

Hermione fechou com chave e o ouviu dar risinhos mais uma vez. Apoiou-se contra a porta e suspirou. Tinha conseguido. Havia feito o que Harry tinha pedido e o havia feito bem. Harry estava orgulhoso dela.
Hermione estava surpresa pela quantidade de vezes que Harry tinha sorrido para ela naquelas últimas semanas. Ele sempre foi um homem reservado e taciturno, mas era óbvio que gostava de estar com ela.

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No dia seguinte, Brody parecia muito preocupado.

-Você está bem? - perguntou-lhe Hermione.

Brody passeou nervoso por seu escritório, voltou-se para ela e a olhou com curiosidade.

-Está envolvida em algum tipo de operação secreta ou algo parecido?

-Como? - disse Hermione com os olhos saltados.

Brody pigarreou.

-Sei que ontem esteve no mesmo café que estava Cara com uma amiga. Estava-me perguntando se estava espiando elas...

-Brody, estou acostumada a ir ao The Beat muito freqüentemente -assegurou-lhe Hermione, surpresa. - Harry adora ir ao teatro ou a concertos, mas também gosto de poesia. Vou a meses nesse café. Não é um segredo. O proprietário me conhece muito bem.

Brody relaxou e sorriu.

-Menos mal. Isso é o que me disse Cara, mas tendo em conta que seu namorado e você estiveram comendo no mesmo restaurante que nós, que logo nos encontramos no concerto e que Harry trabalha para o Departamento Antidrogas...

-Coincidências - disse Hermione, apaziguadora. - Não são mais que coincidências. A não ser que acredite que estou seguindo você - acrescentou ela com deliberada ênfase, baixando os olhos recatadamente.

Brody ficou pensativo.

-Eu... nunca tinha me ocorrido que você...

-É um homem encantador, Brody, e Cara o trata muito mal - comentou Hermione indignada. - É muito bom para ela.

Brody se sentia visivelmente sobressaltado, lisonjeado e nervoso.

-Perdão, mas como sabia que Harry trabalhava para o Departamento Antidrogas, bem, acreditei que estava espiando Cara com sua ajuda...

-Pois qualquer um diria que sou um agente secreto! - exclamou Hermione rindo. - Além disso, Harry jamais me deixaria fazer algo assim perigoso.

-Me perdoe - suspirou Brody. - Estou vivendo numa situação um tanto estranha e me passam coisas muito estranhas pela cabeça. Cara havia dito que o dono do café te conhecia bem e que simplesmente tinha ido ali para ler... bem... uma poesia muito ruim. Ela pensou que talvez ele estivesse interessado por você.

-Não era poesia ruim! E ele estava interessado em Cara, não em mim – ela respondeu com a dose exata de ressentimento.

-Ele estava?

-Avisei-o que ela era sua namorada, não se preocupe – disse ela, e conseguiu parecer pesarosa.

-Hermione, estou lisonjeado – ele balbuciou.

Ela levantou uma das mãos.

-Não vamos falar sobre isso, Brody. Agora, se quiser, podemos continuar trabalhando - sorriu Hermione.

Brody assentiu e Hermione sentiu um enorme alivio. Aquilo tinha sido um aviso importante. Não era Cara que suspeitava dela e sim Brody.



Obs:Capitulo 9 postado para vocês!!!!Espero que tenham curtido!!!!E já aviso que a fic está no fim. Faltam apenas mais dois capitulos.O que é uma pena mesmo.... E respondendo a pergunta da Kelly**Dodges, sim os oito anos já passaram e o Harry já está apaixonado pela Hermione!!!!Bom, hoje era só!!!Bjux!!!!

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