Capitulo 6



Obs:Oiiiiii....Pensei melhor e, como terminei o capitulo hoje, resolvi postá-lo imediatamente....Espero que curtam ele...



Capitulo 6

Imaginar Harry caçando Brody deixou Hermione cismada pelo resto do dia. Brody era doce e gentil, incapaz de envolver-se em algo tão detestável quanto tráfico de drogas!

Precisava manter o disfarce de Harry. Mas espere aí. Harry não dissera ao seu agente, Kennedy, investigar um caso na Thorn Oil Corporation? Alguma coisa não tinha sentido. Por que ele mentira para Kennedy?

Percebeu que não encontraria respostas sozinha.

Estava já arrumada quando pelo interfone, atendeu Harry. Quando ele chegou ao seu apartamento e bateu na porta, seus nervos estavam em frangalhos.

Ela abriu a porta, e ele examinou-lhe de maneira não muito lisonjeira. Ela achava-se bem vestida. Ele, por outro lado, estava lindo de smoking.

-Você nunca solta o cabelo – disse Harry brevemente. – E já usou este mesmo vestido em duas dentre três festas em nossa casa.

-É o único vestido bom que tenho, Harry – ela disse firmemente.

-Luna adoraria fazer alguma coisa para você, se você deixasse.

Ela queria desistir, sentiu-se perto das lágrimas.

Ela arfou, quando ele repentinamente a fez girar e curvou-se para beijá-la com um fervor apaixonado e triturador. Ela nem teve tempo de reagir. Terminou tão rápido como começou, apesar de suas pernas bambas e sua falta de ar. Ela ficou parada olhando para ele com os olhos escancarados, chocados e enevoados em seu rosto pálido.

Os olhos verdes dele resplandeceram nos dela quando ele examinou sua reação.

-Pare de permitir que eu te humilhe – disse ele inesperadamente. – Não levantarei seu ego, mas você precisa se defender. Você não é um tapete, Hermione. Pare de permitir que passem por cima de você.

Ela ainda tentava respirar e pensar.

-E agora você parece uma vítima de acidente – murmurou ele. – Acho que estou coberto de bato rosa – ele acrescentou, apertando um lenço na mão dela. – Limpe-me.

-Não... sai – ela gaguejou.

Ele arqueou uma das sobrancelhas e esperou por uma explicação.

-É de longa duração. – ela devolveu-lhe o lenço.

Ele soltou o coque, atrevido, e os cabelos caíram suavemente em ondas até os ombros.

Harry retomou o fôlego.

-Linda – ele murmurou, com o pente seguro de uma maneira aborrecida em uma das mãos enquanto passava a outra mão pelos fios de cabelo macios.

-Levou uma eternidade... para conseguir prendê-lo – protestou ela sem energia.

-Adoro cabelo comprido – curvou-se, inclinando o queixo dela para cima para beijá-la com incrível ternura. – Deixe-o assim.

As mãos dela tremiam. Ele também viu isso, e sorriu.

Harry enlaçou seus dedos nos dela e desceram pelo corredor.

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O auditório estava lotado.

Pelo visto, muita gente gostava de Debussy. Harry não era uma dessas pessoas, mas era um pequeno detalhe agüentar aquela tortura por Hermione.

Claro que existia a possibilidade de que estivessem ali porque Harry queria vigiar Brody. Hermione não podia acreditar que um homem tão bom e agradável tivesse alguma coisa haver com narcotráfico, mas que outra explicação havia para que Harry insistisse em passar muito tempo em sua empresa se não fosse porque suspeitava de Brody?

Aquilo tudo estava muito confuso. Hermione ocupou seu lugar junto a Harry e esperou que começasse o concerto.

Uma vez às escuras, enquanto a orquestra interpretava peças que a encantava, Harry pegou a mão de Hermione que não pode evitar suspirar de prazer.

-Quer sair para estirar as pernas? -perguntou Harry no intervalo.

-Sim – respondeu Hermione. Ela levantou-se, ainda emocionada com sua proximidade, e caminhou com ele. Desta vez, ela notou, ele não segurou sua mão.

Uma vez no saguão, Brody os viu e foi na direção deles acompanhado por sua namorada.


Hermione se deu conta de que era muito bonita e elegante e desejou ser como ela. Parecia de origem hispânica.

-Olá! - saudou-os Brody encantador. – Querida, apresento-a a minha secretária, Hermione Granger... perdão... Hermione é minha assistente administrativa e este é seu namorado, o senhor...

-Potter - disse Harry.

-Apresento a minha namorada, Cara Dominguez.

-Encantada de conhecê-los - respondeu Cara em tom aborrecido.

-O mesmo digo eu - disse Hermione.

-Cara trabalha no marketing - continuou Brody tentando criar uma conversação - Tem um posto muito importante no Bradford Marketing Associates, que é uma filial da Ritter Oil Corporation.

-E você a que se dedica, senhor Potter? - perguntou Cara a Harry.

-Trabalha em segurança - respondeu Brody voluntariamente.

-Trabalho no Departamento Antidrogas - respondeu Harry surpreendendo a todos. – Sou agente secreto e passo muito tempo fora do país – acrescentou ele com a cara mais lavada que Hermione já vira. – Não preciso trabalhar absolutamente, é claro – disse ele com um sorriso frio –, mas gosto do status de cumpridor das leis.

Hermione não sabia onde olhar, tentou disfarçar pois Harry sempre tinha insistido com ela e Luna que não dissesse jamais onde trabalhava.

-Ah, sim? - disse Cara desconcertada por sua sinceridade. – E está trabalhando em algum caso nestes momentos?


-Mais ou menos - respondeu Harry. – Estamos investigando uma empresa que tem conexões em Houston – acrescentou deliberadamente.

Cara parecia muito interessada.

-Não será a Thorn Oil Corporation? - perguntou.

Harry a olhou surpreso pois tinha passado aquela informação errada de propósito ao agente Kennedy para pô-lo a prova.

-Ouvi por aí – riu Cara – Não se preocupe, sou discreta.

-Certo – Brody soltou um risinho, fazendo do fato uma piada. Ele não sabia até agora como Harry ganhava a vida.

Harry riu também.

-Tenho que me divertir de vez em quando – confessou ele. – Meu pai era rico. Eu e minha irmã fomos seus únicos beneficiários.

Cara o fitou com crescente interesse.

-Vive em Houston, senhor Potter?

Harry assentiu.

-Está gostando do concerto? - interveio Brody incômodo pelo modo que sua acompanhante olhava para Harry.

-É maravilhoso - respondeu Hermione.

-Acredito que o balé vai representar Quebra-nozes em novembro -apontou Cara sorrindo para Harry - Se gostarem de balé, pode ser que nos veremos de novo então.

-Pode ser - respondeu Harry. – Também mora em Houston, srta. Domingues?

-Sim, mas viajo muito – disse ela com uma descuidada indiferença. – Meus contatos vão longe.

-Ela acabou de voltar do México – disse Brody com um sorriso nervoso.

-É verdade. Ajudando minha mãe – disse Cara firmemente. – Depois que meu pai... morreu, ela perdeu a casa e não tinha para onde ir.

-Sinto muito – Hermione disse a ela. – Perdi meus pais há alguns anos. Sei como se sente.

-Temos que ir, querido - disse Cara olhando Brody, agarrando a mão do namorado e se afastando dali.

Harry olhou rapidamente para Hermione.

-Seu chefe pareceu chocado.

-Por que falou que trabalha para o Departamento Antidrogas? -perguntou Hermione surpresa.

-Não falei nada que Cara não soubesse - respondeu Harry de maneira enigmática. - Vamos voltar - acrescentou tomando a mão dela.

-É um concerto muito bonito – ela comentou.

-É? Odeio Debussy – murmurou ele de maneira nada surpreendente.

Não voltaram a se falar até que saíram do concerto e estivessem no carro rumo a casa de Hermione.

-Por que me convidou esta noite para sair se não gosta de concertos?

-Tinha minhas razões -respondeu Harry. - O que você achou da namorada de seu chefe?

-É simpática, mas manipula Brody como quer.

-Como faz a maioria das mulheres. O que acontece com seu chefe é que não sabe se impor.

-Como não? Tem que fazer constantemente pois se vê obrigado a demitir funcionários.

-Ele não é para você, Hermione, com namorada ou sem namorada - disse Harry de repente. - Morreria de aborrecimento com um homem assim.

-É minha vida e faço o que quero dela - protestou Hermione.

-Tem razão.

Ao chegar no apartamento dela, Harry a acompanhou até a porta.

-Compre um vestido novo - disse-lhe.

-Por quê? -perguntou Hermione surpresa.

-Porque vamos ver o Quebra-nozes no mês que vem. Se me recordo bem é um de seus balés preferidos.

-Realmente é o meu preferido.

-Muito bem, então não há mais nada a dizer - disse Harry olhando a hora. - Tenho que fazer alguns telefonemas. Combinamos de almoçar na quarta-feira?

-Tudo bem - respondeu Hermione.

Harry tomou-a entre seus braços de repente e ficou olhando em seus olhos até que Hermione os fechou e deixou que a beijasse. Era um beijo ávido. Ele torcia sua boca na dela até ela ceder e dar-lhe o que ele queria. Um longo e ofegante momento depois, ela levantou a cabeça.

-Não está mal - murmurou Harry suavemente - Mas deveria praticar um pouco mais. Durma bem.

Ele a soltou e foi embora enquanto ela tentava encontrar a voz. Não olhou para trás uma vez sequer. Hermione ficou ali olhando até Harry entrar no elevador e a porta se fechar.

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No sábado pela manhã, Hermione ocupava-se no apartamento quando o telefone tocou.

-Hermione? – Luna perguntou suavemente.

-Sim, como você está, Luna?

-Continua com raiva de mim, não é? -suspirou Luna. - Me perdoe pela última vez...

-Não estou com raiva - assegurou Hermione.

Houve um longo suspiro.

-Acreditava que Rebeca ia me ajudar em relação aos desenhos mas só faz questão de nossa amizade porque está interessada no meu irmão. Suponho que sabe que está furiosa porque Harry e você estão se vendo.

-Não tem motivos para ficar com ciúmes - assegurou Hermione com frieza. – Pode aviá-la. Era tudo que você queria?

-Hermione, não foi por isso que liguei! – exclamou Luna – Harry queria se assegurar que você viesse a sua festa de aniversário.

-Impossível -respondeu Hermione firmemente.

-Mas... mas ele está te esperando. – gaguejou Luna. - Ele me falou que você prometeu que viria, mas que eu tinha que ligar e ter certeza de que você apareceria.

-Suponho que convidou Rebeca também, certo?

-Bem... sim, acreditei que Harry a convidaria e então a convidei- admitiu Luna.

-E suponho que me convidou para deixá-la com ciúmes.

Luna demorou uns segundos para responder.

-Hermione, o que aconteceu? Não me telefona mais, não me encontra para almoçar, não responde meus recados. Se não está com raiva de mim, o que está acontecendo?

Hermione ficou olhando o chão. Precisava de um esfregão, pensou distraída.

-Harry falou que estava cansado de me encontrar quando voltava ao rancho, e que você em especial não me convidasse para sua festa de aniversário.

Houve um terrível silêncio.

-Meu Deus - gemeu Luna. – Você ouviu o que ele disse naquela noite!

-Ouvi tudo, Luna - respondeu Hermione firmemente - Talvez ele esteja certo, Luna. Vocês dois tomaram conta de mim quando eu não tinha ninguém, mas me aproveitei de vocês durante todos estes anos acreditando que fossem minha família. De certo modo, estou muito agradecida a Harry por ter aberto meus olhos. Fui uma idiota.

-Hermione, ele falou sem pensar. Sei que não magoaria você de propósito.

-Aquela noite, eu tinha bebido muito e me comportei como uma estúpida. Nós duas sabemos que Harry não agüenta mulheres bêbadas, mas agora que compreendi tudo não penso em ir na sua casa e abusar de sua hospitalidade...

-Mas Harry quer que você venha! Ele me falou isso! - protestou Luna.

-Não quer não, Luna - respondeu Hermione melancólica. - Não entende o que está ocorrendo, mas estou ajudando Harry com um caso. Está me utilizando enquanto vigiamos um suspeito. Sou parte de um disfarce. Não há nada entre nós. Jamais poderá haver. Todos sabemos que não seu tipo de mulher.

-E o que vou dizer quando ele perceber que você não está aqui?

-Não precisa dizer nada. – disse Hermione naturalmente. - Ele não espera que eu vá. Só comente se ele perguntar. Outro dia, quem sabe, explico para ele. Agora, Luna, tenho que desligar. Estou muito ocupada - mentiu Hermione.

-Poderíamos almoçar juntas na semana que vem - sugeriu Luna.

-Não, não me parece uma boa idéia. É melhor que você busque amigos da sua classe social. Eu não sou parte de sua família, e você não me deve nada. Agora, adeus!

Hermione desligou o telefone e o deixou mudo para o acaso de Luna voltar a ligar. Sentia-se mal, mas tinha decidido que era melhor cortar todos os laços com aquela família, pois assim que Harry tivesse seu caso resolvido estava claro que não ia voltar a vê-la e a deixaria literalmente sozinha. Ela sairia de suas vidas. Era o único modo sensato de superar seus sentimentos por Harry.

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Quando Harry chegou no rancho, a casa estava cheia de gente.

-Suponho esteja cansado - comentou sua irmã. - Deixe as malas aí e entre. Estão todos esperando na sala com o bolo.

Harry entrou na sala de jantar, onde umas vinte pessoas estavam esperando. Ele procurou com o olhar e, de repente, começou a ficar mau-humorado.

-Não vejo Hermione – disse ele imediatamente. – Onde ela está? Ligou para ela?

-Sim - murmurou sua irmã -, mas ela não veio. Por favor, Jim, podemos falar disso outra hora? Rebeca sim veio.

-Rebeca que se dane - respondeu Harry apertando os dentes, olhando furioso pra sua irmã. - Por que ela não veio?

Luna suspirou de modo triste.

-Porque ela ouviu a conversa que tivemos na cozinha na última festa -respondeu Luna lentamente. – Disse que você estava certo sobre ela não pertencer a nossa classe social, e que ouviu você dizer que a última coisa que queria era tropeçar com ela na sua festa de aniversário. – ela estremeceu ao perceber a dor dele.

-Ela me ouviu - disse Harry, engasgando com as palavras. – Meus Deus, agora entendo por que me olhou daquele jeito na manhã seguinte e por que estava se comportando de maneira tão estranha.

-Não quer sair comigo para almoçar e não quer vir aqui. Nem sequer quer que eu volte a ligar. Sinto como se tivesse perdido uma irmã - comentou Luna com tristeza.

Harry se sentia muito pior. Sentiu-se mal até a alma. A última coisa que queria na vida era que Hermione ouvisse o que ele falou naquela noite. Tinha reagido assim porque estava zangado consigo mesmo por ter perdido o controle. Chegava a ser irônico que ele se encontrasse pensando nela o tempo todo.

Agora entendia por que Hermione parecia incômoda quando estavam a sós. Desejou poder voltar no tempo e não ferir aquela moça tão doce, terna e meiga que havia gostado dele uma vez e que teve que suportar ouvir ele dizer que ela lhe dava nojo.

-Eu deveria ser fuzilado! – disse ele asperamente. – Fuzilado!

-Não faça isso. É seu aniversário - recordou Luna. - E todos os convidados vieram celebrá-lo com você.

Harry não disse mais nada. Entrou na sala e deixou que todo mundo o felicitasse, mas não se sentia feliz. Sentia como se tivessem arrancado seu coração.

Aquela noite, enquanto Rebeca falava com Luna, telefonou para Hermione. Bebeu dois uísques puros para tentar aplacar a dor.

-Alô. – ela atendeu

-Você não veio - disse ele.

Ela não esperava que ele percebesse. Engoliu em seco e com dificuldade.

-O convite foi só por aparência - conseguiu responder. - Na verdade, sei que você não queria que eu fosse.

-Não veio porque preferiu ficar com Brody? – disse Harry com sarcasmo. – É por isso que não apareceu?

-Não - murmurou Hermione. - Não fui porque não penso em voltar a tentar me encaixar em sua ocupada vida social, com sua classe social. – ela acrescentou de maneira exaltada. - Eu não gosto desse ambiente. Eu não gosto das mulheres que enganam seus maridos e os maridos que enganam a suas mulheres. Certamente, essa não é minha idéia de uma festa divertida!

-Embora não acredite, tampouco é a minha - respondeu Harry. - Eu prefiro comer um hambúrguer e conversar com meus companheiros.

Aquilo surpreendeu Hermione, que preferiu não acreditar.

-Não acredito que Rebeca goste disso – ela apontou.

Harry riu com frieza.

-Gostaria, se isso fizesse com que eu casasse com ela. Sou rico, você não se deu conta?

-É difícil não se dar conta -respondeu Hermione.

-Rebeca gosta de viver o presente. Quer diamantes e sair para jantar em restaurantes caros quatro noites por semana. Cinco nas férias.

-Com certeza você também gosta disso.

-Ah, sim?

-Harry, tenho coisas para fazer. Quer algo mais? – acrescentou ela formalmente, tentando forçá-lo a desligar. A conversa ficava difícil.

-Não sabia que tinha ouvido o que disse a minha irmã na noite da última festa, Hermione - disse Harry, a voz aflita e com dor. - Não sabe quanto sinto. Você não sabe como era minha mãe.

Luna já lhe dissera.

-Eu só bebi um pouco de champanhe - interrompeu-o Hermione. – Não costumo beber, então a bebida me dominou. Peço perdão pela maneira que me comportei.

Houve outra pausa.

-Eu adorei - admitiu Harry.

Hermione não pôde responder.

-Fale comigo! - grunhiu Harry.

-O que quer que diga? – ela perguntou, insegura. - Você tem razão. Não pertenço a sua classe social e nunca pertencerei. Disse que sentia nojo de mim, que eu era um estorvo e você era ri...

-Hermione! – seu nome soou como se tivesse sido arrancado de sua garganta. – Hermione, não faça isso! Eu juro que não estava falando sério. Você nunca foi um estorvo.

-Tarde demais - disse Hermione pesadamente. - Não penso em voltar para o rancho jamais, Harry, nem por você e nem por Luna. Quero viver minha vida. Tomar meu próprio caminho no mundo.

-E não quer que façamos parte dela? – ele perguntou

-Não - suspirou Hermione.

-Mas esperará até que o caso esteja resolvido – acrescentou ele após um minuto. – Certo?

Hermione quis discutir, mas recordou os dois meninos alvejados e assentiu.

-Só até lá.

Houve um som áspero, como se ele estivesse prendendo a respiração e de repente a soltou.

-Tudo bem.

-Harry, onde está? – era a voz de Rebeca.

-Já vou, Rebeca! Estou falando no telefone.

-Vamos abrir os presentes. Venha!

Hermione o ouviu amaldiçoar e sorriu.

-Acreditei que você estava contente na sua festa de aniversário - murmurou ela.

-Não muito, porque meu melhor presente está em Houston ocupada em casa - respondeu Harry.

Hermione sentiu que o coração pulsava rapidamente. Teve que lutar para não reagir.

-Eu não sou o presente de ninguém, Harry – ela o informou. - Tenho que desligar. Felicidades.

-Completei trinta e quatro anos - continuou Harry. - A única família que tenho é minha irmã. Dois de meus companheiros acabam de ter filhos e têm a mesa cheia de fotografias de seus filhos e de suas mulheres. Sabe o que tenho na minha mesa, Hermione? Rebeca num vestido de baile.

-Com certeza seus companheiros casados trocariam de lugar com você...

-Não é isso que quero dizer! Eu não pus essa fotografia sobre minha mesa. Foi Rebeca. No lugar da fotografia de minha mulher e de meus filhos, tenho uma aspirante a debutante que quer ser dona de Paris.

-Foi escolha sua – ela salientou.

-Enganou-se, ela me deu a foto – houve uma pausa. - Por que você não me dá uma foto?

-Claro. Por que não? Diga-me de quem você gostaria de ter uma foto, e verei se posso achar para você.

-De você, idiota!

-Não tenho fotos.

-Por que não?

-Porque não tenho quem faça isso. Nem sequer tenho uma máquina fotográfica.

-Teremos que solucionar isso - murmurou Harry - Você gosta de ir ao parque? Poderíamos nos encontrar para correr na segunda-feira pela manhã nesse ao lado de sua casa. Aquele com a escultura idiota.

-É arte moderna. Não é idiota.

-Você tem direito a dar sua opinião. Você corre?

-Na verdade, não.

-Tem moletom e tênis?

Ela suspirou irritada.

-Bem, sim, mas...

-Sem mas. Verei você na segunda bem cedo. – houve uma pausa. – Vou até pedir perdão.

-Isso seria um milagre.

-Falo sério. – acrescentou ele tranqüilamente. – Nunca me arrependi tanto do que disse a Luna naquela noite.

Vindo do Harry, aquilo era mais que uma desculpa. Ele jamais se desculpava por nada. Isso seria um acontecimento memorável.

-Tudo bem - respondeu Hermione depois de uma pausa.

Ele suspirou forte.

-Poderíamos começar do zero – propôs Harry de maneira firme.

-Harry, você vai sair daí? – insistiu a voz petulante de Rebeca.

-Não teria que falar com ela primeiro? - disse Hermione.

-Direi a ela... para sair da merda do escritório! – ele enfureceu-se repentinamente, e houve o som de algo pesado batendo na parede, depois o som da porta se fechando.

-O que você fez? – Hermione exclamou.

-Atirei um livro na cabeça dela. Mas não se preocupe. Não era um livro do qual eu gostava. Era alguma coisa sobre política colombiana.

-Você poderia tê-la atingido!

-Sou bom de tiros.

-Não deveria arremessar objetos nas pessoas.

-Mas não sou civilizado – lembrou-lhe. - Necessito de alguém para me suavizar.

-Já tem Rebeca.

-Não por muito tempo se ela abrir a porcaria da porta novamente. Nos vemos na segunda-feira então?

Houve uma longa hesitação, mas ela finalmente disse.

-Tudo bem.

Quando desligou, Hermione olhou para o telefone perplexa. Se deu conta de que sua vida acabava de tomar um rumo imprevisível e não soube porque. Pelo menos não naquele momento.



Obs:Ta aí o capitulo 6 pessoal!!!Espero que tenham gostado!!!Próximo capitulo na segunda ou na terça...Bjux!!!!

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