Capitulo 8



Capitulo 8

Assim que chegou em casa, Hermione ligou para Harry.

-Pode vir imediatamente? – perguntou ela rapidamente.

Ele hesitou.

-Ao seu apartamento? Por quê?

Hermione não sabia se seu telefone estava grampeado. Não podia arriscar. Suspirou afetadamente.

-Porque estou usando uma camisola transparente e estou esperando com uma caixa de preservativos na mão...

-Hermione! - exclamou Harry surpreso e um pouco chocado.

-Ouça. Tenho que contar uma coisa - disse Hermione muito séria.

Harry hesitou novamente e então resmungou.

-Não posso agora...

-Com quem está falando, Harry? – veio uma voz abafada de algum lugar no fundo.

Hermione a reconheceu. Ficou furiosa por não poder fazer nada.

-Desculpe se interrompi – disse ela furiosa - Suponho que você e Rebeca têm muitas coisas que conversar.


Desligou o telefone e depois o desconectou. E pensar que tinha esperanças que Harry sentisse algo por ela! Estava claro que não era assim. Estava em sua casa a sós com Rebeca. Tanta emotividade não deixava dúvidas de que só estava se encontrando com ela, Hermione, para desviar suspeitas na Ritter Oil. O papo adocicado também era disfarce.

Por que não se deu conta antes que ele a estava usando? Os Potter sempre a tinham usado, por uma razão ou outra. Estava se comportando outra vez como uma idiota. Apesar de tudo o que haviam dito, era óbvio que Harry não estava interessado nela.

Hermione tentou não chorar e foi para seu computador decidida a investigar a vida da srta. Cara Dominguez. Depois de pedir perdão em silencio à polícia local, meteu-se em seu arquivo e consultou sua ficha.

O que averiguou era suficientemente interessante e ajudou que esquecesse Harry por alguns momentos. Pelo visto, Cara tinha um passado duvidoso. Tinha sido detida por posse de drogas com o propósito de tráfico, mas tinha conseguido que retirassem as acusações. Além disso, tinha antecedentes em outros países. Pelo visto, um tio seu era um dos maiores senhores da droga da Colômbia. Ela se perguntava se Harry sabia disso.

Ele se importaria? Estava com Rebeca. Maldita Rebeca! Hermione atirou uma xícara de café de plástico contra parede.

No momento em que bateu na parede, houve um barulho insistente no interfone.

-Quem é? – ela perguntou com raiva.

-Abra - disse Harry.

-Está sozinho? – ela perguntou com um sarcasmo que mal podia conter.

-Em mais aspectos do que talvez você possa imaginar - respondeu Harry com a voz profunda e subjugada. – Deixe-me entrar, Hermione.

Hermione abriu o portão para ele relutantemente e o esperou com a porta do apartamento aberta.

Harry estava de terno. Tinha uma aparência elegante e parecia muito irritado. Entrou no apartamento na frente dela e foi diretamente à cozinha.

-Ia levar você para jantar quando Rebeca apareceu em minha casa chorando como uma descontrolada e implorou para falar comigo - explicou pesadamente, examinando as panelas até descobrir uma que continha um belo ensopado de carne. Tirou uma tigela do armário e serviu-se. – Tem pão de milho? – perguntou sentindo o cheiro.

-Está assando – disse ela, passando o braço em volta dele, abriu o forno e mostrou uma travessa de pão de milho.

-Estou com fome.

-Você sempre está com fome – ela o acusou, mas sentindo-se muito melhor.

Ele a agarrou e procurou seu olhar revoltado.

-Não quero Rebeca. Já disse isso, e falei sério.

-Você me surpreende dizendo isso – ela murmurou. - Afinal está comigo somente para apanhar o narcotraficante que interessa.

Ele franziu as sobrancelhas.

-Você acredita mesmo que sou esse tipo de homem? - perguntou Harry, e magoado. - Admito que minha irmã e eu não nos comportamos muito bem em relação a você, mas jamais fingiria meus sentimentos para apanhar um delinqüente.

Hermione não disse nada.

-Nenhuma vaidade - murmurou Harry olhando-a aos olhos – Absolutamente nenhuma. Não consegue ver o que está bem debaixo do seu nariz.

-Meu queixo e nada mais...

Ele soltou um risinho, curvando-se para beijá-la com paixão como resposta.

-Se não se importar, eu gostaria de comer alguma coisa. Depois podíamos assistir à televisão por um tempo. Tenho plantão todas as noites da semana, mas na sexta-feira poderíamos ir ao cinema ou fazer algo parecido.

-Ao cinema? - disse Hermione com o coração acelerado.

-Sim ou, se preferir, podemos ir ao boliche. Eu gostava.

Hermione sentiu que a cabeça dava voltas. Harry realmente queria estar com ela! Entretanto, a fria realidade se abriu passo em sua mente.

-Não me perguntou para que queria você viesse - disse Hermione enquanto Harry servia dois pratos de ensopado de carne e os colocava na mesa.

-Não, não perguntei. Por quê? – perguntou ele, servindo-se de uma xícara de café recém-coado e aceitando dela um prato de pão de milho.

Ela sentou-se com um sorriso malicioso.


-Cara pediu a Brody que deixe que ela entre no estacionamento do armazém amanhã depois do trabalho, às seis e meia. Falou que era somente para deixar o carro, mas acho que está aprontando alguma.

Ele retomou o fôlego.

-Hermione, você é maravilhosa.

-Isso não é tudo - disse Hermione provando o café - Aos dezessete anos ela foi presa por suspeita de tráfico, e se livrou porque tiraram a denúncia. Para cúmulo, suspeita-se que um dos maiores narcotraficantes da Colômbia é tio dela.

-Como sabe tudo isso?

Ela corou.

-Não posso dizer isso. Sinto muito.

-Suponho que entrou nos arquivos protegidos de alguma pobre alma, não foi? – perguntou ele implacavelmente, mas com os olhos faiscantes.

-Não posso te contar - repetiu Hermione.

-Muito bem, não tem problema, deixemos assim - sorriu Harry, comendo o ensopado de carne e o pão de milho com um entusiasmo evidente. – Então imagino que eu e você ficaremos vigiando amanhã à noite.

Ela sorriu orgulhosamente.

-Sim, no veículo de segurança emprestado do seu chefe, porque meu primo está de visita e não podemos dar uns amassos no apartamento. Disse isso a Brody e ele dirá isso a Cara. Então se formos vistos perto do meu escritório, não acharão nada errado.

-Gênio puro – ele refletiu, examinando-a. – Como eu disse, você tem um dom natural para o trabalho de combate ao crime. Tem que tirar sua certificação de especialista em computação e trocar de profissão, Hermione. Está perdendo num trabalho de departamento pessoal.

-Recursos Humanos – ela lembrou-lhe.

-Rótulo novo, mas é o mesmo emprego.

Ela franziu o nariz.

-Talvez sim.

Acabaram o jantar num silêncio agradável, e ela apresentou um pequeno bolo para a sobremesa com pêssegos e creme batido.

-Se eu comesse aqui freqüentemente, engordaria – ele murmurou.

Ela riu.

-Provavelmente não. O bolo foi feito com ingredientes light. Faço rocamboles da mesma maneira. Não quero ficar com artérias entupidas antes dos trinta – acrescentou ela. – E principalmente não quero ter a aparência que tinha.

Ele sorriu para ela afetuosamente.

-Gosto da sua aparência antiga – disse ele surpreendentemente. – Gosto de você de qualquer jeito, Hermione – ele prosseguiu delicadamente. – Isto não mudou.

Ela não sabia se confiava nele ou não, e isto refletiu-se.

Ele suspirou.

-Será um longo cerco – disse ele enigmaticamente.

Mais tarde, sentaram-se confortavelmente no sofá para ver televisão. Houve uma reportagem sobre apreensão de drogas.

Ele comentou.

-É um negócio lucrativo. A ganância torno os homens animais, e as mulheres também, são capazes de usar crianças e planejar atrocidades.

Ela se aninhou junto a ele.

-Você não está atrás de Brody, certo? - perguntou Hermione. - Cara é a pessoa que te interessa.

Ele soltou um risinho e a embrulhou em seus braços.

-Você é esperta demais pro meu gosto.

-Aprendi com você, que é o perito – disse ela, levantando os olhos para olhar o seu lindo rosto.

Ele olhou-a atentamente antes de começar a beijá-la avidamente. Os braços dela envolveram seu pescoço e ela se agarrou desesperadamente enquanto o beijo a devorava.

Finalmente ele levantou a cabeça e afastou-se com visível esforço.

-Nada mais disso esta noite – disse ele com a voz rouca.

-Desmancha prazeres – ela murmurou.

-Você é que tem problemas de consciência, querida – disse ele de forma arrastada e significativa. – Estou disposto, mas você não suportaria o trauma.

-Provavelmente não – ela confessou, mas seus olhos estavam enevoados e tristonhos.

-Não fique assim – ele a reprovou. – Não é o fim do mundo. Gosto de você do jeito que você é, Hermione, com todas as suas particularidades. Tudo bem?

Ela sorriu.

-Tudo bem.

Ele a beijou na ponta do nariz e levantou-se.

-Tenho que fazer muitas coisas. Amanhã virei buscar você às seis e vinte e iremos ao armazém no carro secreto – ele hesitou. - Não sei se seria melhor que levasse também uma agente feminina...

-Não, senhor - disse Hermione muito séria ficando de pé. - Este caso é meu. Se não tivesse sido por mim, você não saberia nem aonde ir.

-Isso é certo, mas não quero corra perigo – ele acrescentou de maneira séria.

-Não terei medo.

-Tudo bem – disse ele finalmente. - Mas você não sairá do carro e ficará fora da linha de fogo!

-O que você disser - disse Hermione, concordando imediatamente.

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O estacionamento do armazém estava deserto. A única pessoa que havia ali era o guarda de segurança, que tinha aparecido duas vezes.

-Ele está fazendo o seu papel - disse Harry com frieza, envolvendo Hermione ainda mais em seus braços. - Sabe que vai vir alguém e está esperando.

-Sem dúvida - apontou Hermione.

-Escuta, trouxe dois celulares e vou deixar um com você caso você veja algo daqui que eu não veja de dentro - disse Harry entregando um telefone.

-Você realmente tem apoio? - perguntou Hermione preocupada.

-Sim, tenho a uma equipe inteira atrás de mim. Estão escondidos, mas posicionados.

-Graças a Deus!.

Ele mudou-a de posição de modo que pudesse olhar para a esquerda para o armazém enquanto aparentemente a beijava.

-Seu coração está batendo muito rápido - murmurou ela sob seus lábios frios.

-Adrenalina - murmurou Harry. - Vivo graças a ela. Não poderia suportar um trabalho de escritório.

-Não gosto muito também - sorriu Hermione.

Ele roçou sua bochecha com a dela quando passou por eles um carro em direção ao armazém. Pareceu diminuir a marcha por alguns segundos e acelerou.

-Esse é o carro de Brody - murmurou Hermione.

-E aquele atrás? -perguntou Harry se referindo ao pequeno conversível vermelho.

-O de Cara.

-É incrível que tenha uma Ferrari quando ganha trinta e cinco mil dólares por ano e diz que sua mãe é pobre.

-Eu estava pensando a mesma coisa - respondeu Hermione. - Me beije outra vez.

-Não há tempo, querida. - disse Harry puxando um walkie-talkie. – Atenção, todas as unidades em alerta. Alvo em movimento. Repito. Alvo em movimento. A postos.

Diferentes vozes responderam por turnos. No instante seguinte, o carro de Brody saiu do armazém e se perdeu rua abaixo. Assim que se perdeu de vista, apareceu uma caminhonete. Cara estava esperando na entrada, abriu-lhe a porta do armazém, indicou algo e deixou a porta aberta.

Harry esperou que os ocupantes da caminhonete saíssem e abrissem as portas traseiras antes de voltar a ficar em contato com seus companheiros.

-Todas as unidades em movimento. Repito: todas as unidades em movimento. Vamos lá!

Continuando, virou-se para Hermione.

-Não se mova daqui, feche as portas e não saia do carro até que eu chame por telefone para dizer que está tudo sob controle. Não entre no estacionamento em nenhuma circunstância, entendido?

Hermione assentiu.

-Tudo bem – disse ela. - Não deixe que o matem.

Harry a beijou.

-Não é minha intenção. Até mais tarde.

Harry saiu do carro e se reuniu com outra pessoa junto ao edifício que havia ao lado do armazém. Hermione não demorou para perdê-los de vista. Deslizou o assento e ficou escondida. Esperou até que ouviu um tiro e logo viu sair muita gente correndo.

Hermione sentiu seu coração parar de bater. Apertou os dentes e rezou para que não acontecesse nada a Harry.

Então, viu-o. Saía com outra pessoa e tinha algemados um homem e a uma mulher. Estavam falando entre eles quando Hermione viu uma figura solitária fora do armazém que se aproximava deles com uma arma automática.

Apressou em chamar Harry pelo telefone, mas o telefone não funcionava e o assassino estava se aproximando.

Só ocorreu uma maneira de Harry. Ficou ao volante, pôs o carro em movimento e foi em direção ao homem armado, que estava cruzando naquele momento a grade.

Quando o homem viu que o carro estava se jogando em cima dele, começou a disparar. Hermione deitou no assento e rezou para que as balas não atravessassem tão facilmente o motor como tinham feito com o pára-brisa.

Quando o carro bateu contra a parede, alguém abriu a porta. Hermione levantou o olhar e encontrou com o rosto pálido de Harry.

-Hermione! – ele falou asperamente.

Harry a tirou do carro e começou a apalpar o corpo em busca de feridas. Hermione tinha a cara e as mãos cobertas de sangue pelos cortes feitos pelos pedaços de vidro. Notou que Harry tinha as mãos trêmulas.

-Estou bem. – disse ela com a voz fraca. – E você?

-Eu também.

Mas ele estava nervoso, e isso transparecia.

-Ele ia atirar em você pelas costas - explicou-lhe Hermione.

-Eu falei para você me chamar pelo telefone! – ele se enraiveceu.

-Não funcionava!

Harry o pegou. Seus olhos se fecharam. O telefone não tinha bateria.

-E não grite comigo – ela também se enraiveceu com ele. - Não podia permitir que te matasse!

Harry a tomou entre seus braços, extremamente apertado, e a beijou com paixão. Depois apenas abraçou-a, sacudiu-a e prendeu-a junto ao seu corpo rijo com um desejo arrebatador.

-Sua louca – ele mordiscou sua orelha. –Sua mulherzinha corajosa, louca e maravilhosa!

Ela o abraçou também, agora contente e segura. Seus olhos se fecharam. Estava tudo terminado, e ele estava vivo. Graças a Deus!
Ele relutou em soltá-la quando dois outros homens apareceram, lançando-lhes olhares curiosos.

-Está bem, só tem alguns cortes por causa dos vidros.

-Isso realmente foi um ato de valentia! – disse Hunter, um dos companheiros de Harry. – Ela jogou o carro bem na direção das balas.

-Estaríamos mortos se ela não tivesse feito isso – disse o outro homem, com um sorriso. – Obrigado!

-De nada - sorriu Hermione timidamente.

-Deveria levá-la ao hospital para fazer alguns exames. Ela está sangrando - apontou Hunter.

-Ela poderia estar morta – disse Harry com raiva renovada ao olhar para ela.

-Isso não é maneira de agradecer alguém por salvar a sua vida – salientou Hermione.

-Provavelmente você está certa, mas correu um risco que não deveria – disse Harry impiedoso. – Vamos lá. Vamos pegar uma carona com um dos agentes.

-Talvez seu carro ainda funcione – ela disse, olhando para ele. – ou talvez não.

-Talvez não – Harry concordou. – Até logo, Hunter. Lane, obrigado pela ajuda.

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Quando o médico terminou de desinfetar os pequenos cortes, Harry pediu outro carro para levar Hermione para casa.

-Você prendeu Cara? - perguntou ela.

-Sim, mas ela não sabe que eu era o chefe da operação. Uma agente da polícia de Houston que prendeu ela. Prenderam-na junto com outros dois homens que ela jura de pés juntos que não conhece. Na caminhonete havia cocaína suficiente para que toda a cidade, de fato, os dois homens foram presos em flagrante.

-E ela?

-Não, vamos ter que ver a maneira de conectá-la com tudo isto. Isso quer dizer que vamos ter que investigar mais a fundo também seu chefe pois, embora inocentemente, deu acesso ao armazém - explicou Harry olhando-a como lhe pedindo desculpas.

-Não poderia ter simplesmente pedido ao guarda de segurança que desse acesso?

-Poderia ser, mas suspeito que Cara queria envolver Brody para o ter bem agarrado e poder fazer chantagem se ele não obedecer - respondeu Harry. - Não se preocupe, não deixarei que o levem a julgamento - sorriu ao ver a cara de preocupação de Hermione.

-Obrigado, Harry.

Harry se aproximou dela e examinou as feridas do rosto e dos braços.

-Minha querida - disse com amabilidade. - A ultima coisa que eu queria era que acontecesse alguma coisa com você.

-Se eu tivesse ficado parada, agora você estaria morto - respondeu Hermione. - O telefone não funcionava e você estava muito longe para me ouvir caso eu resolvesse gritar. Além disso – acrescentou ela com um risinho. –, eu não gosto de ir a funerais.

-A mim tampouco agrada - respondeu Harry puxando-a de modo arrebatador para junto de si e beijando-a até deixá-la sem fôlego. - Tenho que voltar para o escritório para atar alguns cabos soltos e você deve me acompanhar à delegacia de polícia mais próxima para prestar depoimento. É testemunha - disse Harry franzindo o cenho.

-O que aconteceu? – ela perguntou.

-Cara sabe quem é você, e pode averiguar onde vive – disse ele. - Poderia querer se vingar. Vou ter que arrumar segurança para você.

-Acredita que será necessário?

Ele assentiu pensativo.

-Temo que sim. Sabe qual o valor que seria arrecadado caso aquela cocaína tivesse saído à rua?

-Quanto?

-Cerca de trinta a trinta e cinco milhões de dólares.

Hermione assobiou impressionada.

-Agora entendo que não importam em matar pessoas. Era só um carregamento, não?

-Sim, embora muito grande. Agora mesmo, temos outra investigação aberta sobre os rebeldes colombianos, mas não posso falar dela pois é segredo de Estado - disse Harry acariciando o cabelo dela - Muito obrigado por ter salvado a minha vida - acrescentou depois de uma pausa. - Embora tenha sido uma loucura, salvou a minha vida e as de Lane e Hunter.

Hermione acariciou a face dele.

-De nada. Você teria feito o mesmo pela Luna ou por mim.

-Sim, verdade.

Harry continuava preocupado, assim Hermione o beijou com carinho. Ele levantou-a de encontro ao seu corpo e beijou-a até que os lábios dela ficassem doloridos.

-Poderia tê-la perdido esta noite - lamentou Harry.

-Posso jurar que não sou tão fácil de matar - sorriu Hermione.

-Em qualquer caso, quero que tome cuidado. Se Brody perguntar algo, e estou certo que vai fazer, não diga nada. Conte a ele que estava comigo quando tudo começou e que a única coisa que sabe é que houve um tiroteio, de acordo?

-De acordo.

Harry suspirou e a beijou pela última vez antes de colocá-la no chão.
-Tenho que ajudar os rapazes com a papelada. – disse ele relutantemente. - Preferiria ficar com você, mas é impossível. Feche as portas com chave e tenha o telefone em mãos. Se precisar de alguma coisa me telefone. Amanhã mesmo, terá vigilância policial.

-Não se preocupe, tenho uma lanterna muito grande, como a que você leva no carro, assim se alguém tenta entrar vai levar uma boa dor de cabeça de lembrança.

“Espero que não venham com pistolas”, pensou Harry.

-Não exagere na confiança. – ele advertiu. - Nunca subestime o inimigo.

Hermione respondeu com uma saudação militar.

Ele levantou seu rosto e a beijou com ardor.

-Incorrigível – ele declarou-lhe. - Mas não posso mais viver sem você, assim tome cuidado.

-Prometo que terei. Quero que você também me prometa isso.

Harry sorriu afetuoso.

-Não se preocupe, tenho planos para o futuro - assegurou-lhe. –Não tenho planos de morrer agora. Telefonarei para você amanhã.

-Tudo bem. Boa noite.

-Boa noite - despediu-se Harry. - Tranca bem a porta.

Hermione fechou a porta ruidosamente, e ouviu ele soltar um risinho ao descer o corredor. Assim que ele se foi, caiu em uma cadeira, tremendo ao recordar o que tinha acontecido naquela noite.

Estava viva e Harry também, mas recordava o assobio das balas e as feridas pelos pedaços de vidro.

Foi para cama, mas não dormiu bem. Harry telefonou muito cedo na manhã seguinte para ver se estava bem e dizer que a buscaria para almoçarem juntos.

Hermione se vestiu e foi trabalhar sabendo que seus companheiros iriam fazer muitas perguntas apesar dela tentar esconder os ferimentos. Não havia uma maneira de ocultar todos os cortes.

Não podia contar a verdade, assim mentiu e disse que tinha caído da escada.

Todo mundo acreditou exceto Brody. Assim que a viu, dirigiu-se a seu escritório. Parecia triste e preocupado.

-Você está bem? - perguntou-lhe. - Estive muito preocupado toda a noite.

Hermione o olhou com os olhos muito abertos.

-Como você soube?

-Tive que pagar a fiança de Cara esta madrugada - respondeu Brody. -Acusaram-na de narcotráfico. É incrível. Ela somente estava estacionando o carro quando esses lunáticos começaram a atirar!



Obs: Mais um capitulo para vocês!!!!Espero que tenham gostado!!!Até terça eu posto uma nova fic, e a atualização de "O Senhor da Paixão" só sai na quinta...Bjux!!!!

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