O colar

Capítulo 13 - O colar (mais um nome tosco de cap)

Era torturante o olhar questionador do lord das trevas. Mas o que ele poderia fazer? Havia pedido mais uma vez para protelar levar Jack a presença do mestre negro...

- Severus... Assim você me decepciona... Aceita colocar-se a frente de um serviço tão perigoso por Draco, e no entanto recusa-se à trazer a senhorita Jackeline Rich para minha presença. O que esta acontecendo ao meu servo leal? Isso é insubordinação ou você simplesmente não conseguiu cumprir a missão e vem mentindo para mim desde então? – Falou o lord das trevas num sibilar ameaçador. - É tão incompetente que ainda não conseguiu cumprir a promessa de conquistar a filha dos Rich para traze-la para o nosso lado? – Disse a besta num sibilar perigoso. E sem aviso prévio, ele disse num silvar maligno:

– Crucius.

No momento seguinte Snape estava caído no chão com as mãos apertando os olhos fortemente.

O circulo de comensais observava Snape retorcendo-se no chão.

Depois do que pareceu uma eternidade, Severus ouviu ao longe uma voz feminina quebrar o angustiante silêncio onde somente o barulho do corpo dele debatendo-se se fazia ouvido.

- Senhor! Meu Lord! Por favor – Suplicava Narcissa Malfoy.

Ela estava prostrada ao lado de Snape. Ajoelhada em suplica.

- Meu lord, eu sei o por que Severus reluta em traze-la aqui. Perdão senhor! – ela disse.

Snape não conseguia se levantar. Apenas virou-se de barriga para cima. Não abriu os olhos, pois ainda sentia os efeitos da maldição concentrada desta vez na cabeça.

- Se pode me explicar tamanha insubordinação Narcissa, então comece. Já estou perdendo a paciência. – O lord negro falou num sussurro ameaçador. – E espero que seja um bom motivo.

- Snape cumpriu a missão. – Disse Narcissa. – Ele trouxe-a para o lado das trevas.

O circulo de comensais agitou-se. Perguntas como: ”o que ela está dizendo?”, “como ela tem certeza” e “o que será que ela sabe” podiam ser ouvidas entre os sussurros.

- SILENCIO! – Voldemort exigiu, e todos calaram.

- Mãããe! – Chamou uma voz sussurrada ao fundo da sala.

- Quieto Draco! – Narcissa ordenou ao filho. E voltando-se à Voldemort ela falou:

- Senhor... Draco contou-me que vê a moça pelo castelo... Ele disse-me que ela... Ela está...

- Sim? – Estimulou Voldemort como uma fera cercando a presa.

- Disse que a moça está... Rich está esperando um filho. E disse que Já viu o professor Snape acompanhando-a às festas daquele fanfarrão do Slugorn.

Excerto à alguns ofegos, o silencio era total na mansão Malfoy (Nova residência do Lord das trevas, e consequentemente, ponto de encontro dos comensais).

Snape, um pai, era algo que ninguém podia conceber plenamente.

- Quer dizer que vem me escondendo esse fato Severus. – Disse o Lord negro.

Snape não falou nada. Ocupava-se no momento em tentar abrir os olhos que ainda queimavam de dor, e em seu coração só havia o ódio por Narcissa e ter revelado seu segredo.

- AAAHAHAHAHAHAHAH – A risada histérica cortou o silêncio. Era Belatrix Lestrange.

- Quer dizer que Snape deixará um herdeiro... – Falou a bruxa aproximando-se do mestre de poções que ainda jazia no chão. – Traga sua mulherzinha e seu filho. Aposto que ambos adorarão conhecer a tia Bela – Falou a mulher num tom demoníaco e propositalmente irritante.

- Severus. Levante-se e explique. – Disse o Lorde negro regozijando-se com as novas.

Ao perceber o novo tom de Voldemort, os outros comensais relaxaram-se e começaram a rir entre si.

- Lucius, ajude-o – Ordenou Voldemort.

Lucius (recém liberto de Azcaban), que até então permanecera à um canto segurando o ímpeto do filho de juntar-se à mãe, destacou-se.

Tinha a cara claramente enojada por estar sendo usado como um elfo doméstico. Mas não questionou. Juntamente à esposa Narcissa, ele amparou Snape, fazendo que o grande homem levanta-se trôpego do chão lustroso de mármore negro.

- Agora diga Severus... É verdade o que Narcissa disse? A moça ‘já’ está grávida?

- Sim. – disse Snape ofegante. A cabeça doía muito para que ele pudesse tentar mentir ou inventar qualquer coisa...

- E suponho que o filho seja seu... – Disse Belatrix debochada.

- Sim! – Snape disse entre os dentes – A criança tem ‘meu’ sangue. – Ele completou livrando-se das mãos do casal Malfoy. De alguma forma, aquelas palavras que acabara de dizer deram-lhe força para ficar em pé sem ajuda de Narcissa e Lucius.

- Ah... Só estou perguntado... Conheço sua história... E lembro-me de ‘certa grifinoria’ - Disse Bela provocativa. – Pelo que sei, você nunca teve talento com as mulheres... Se me lembro bem, você era chamado de Ranhoso... – Ela disse desdenhosa...

Snape sentiu o sangue fluir. Maldita mulherzinha imunda! Atrevia-se a mencionar sobre Lily naquela boca porca!

- Oh sim querida Bella... E se me lembro bem seu apelido também não era dos melhores... Senhorita buldogue. – provocou - Mas adolescência é um período de que poucos guardam boas recordações. – Ele falou rouco e com os olhos cerrados. Ainda sentia-os doloridos pela maldição.

O rosto de Bella se contorceu. Ela travou os maxilares de forma a ficar com a cara ainda mais bruta.

- Vamos parar com isso. – Sentenciou Voldemort calmamente – Severus, aprecie a hospitalidade dos Malfoys – finalizou o lord das trevas dirigindo-se à Snape, que agora amparado por Lucius, deixava-se ser guiado pelos corredores da mansão às cegas.

Era um triunfo para o Lorde negro. Snape não estava mentindo quando lhe disse que havia trazido Jackeline Rich para o lado das trevas... Ele não o obedecia por completo apenas por que havia cumprido tão bem a missão, que acabara fazendo um filho na mulher. Obviamente, assim como muitos outros comensais com família, Snape estava receoso de levar o filho à presença dele. O que não era em absoluto uma ofensa. Na verdade, Voldemort adorava ser temido dessa forma. Mas agora que sabia a verdade, podia ficar mais tranqüilo. Cedo ou tarde iria ver a mulher... Cedo ou tarde...

Em seu canto, a mulher de feições brutas observava seu Lorde compenetrado. Para ela, era óbvio que seu ‘querido mestre’ desejava ver a vagabunda que o maldito Snape estava evitando de trazer à tempos. Como um arrepio de prazer, ela ‘viu’ um plano passar por sua mente. Seu mestre ficaria orgulhoso dela. – Com um sorriso diabólico, ela aproximou-se de Draco.

- Sobrinho... Que dizer que já viu essa mulherzinha zanzando por Hogwarts... Me diga: Como Snape anda se portando com você?

Draco sentiu um arrepio passar pela espinha, mas respondeu:

- Ele ainda continua me importunando... Ele anda mais do que nunca metendo aquele nariz dele em tudo! Ansioso por descobrir meus planos.

- Eu não lhe disse que ele quer roubar a gloria de nossa família? Ele tomou o lugar de prestigio de seu pai... – Bela envenenou um pouquinho - Acho que agora você irá precisar muito mais de minhas aulinhas – Disse a bruxa com um olhar sórdido. – Oclumencia é uma arte muito necessária contra morcegos abelhudos como seu professor de poções...

Draco acenou afirmativamente com a cabeça. Então, feliz, Belatrix guiou o garoto para mais uma aula de oclumencia. Quem sabe se intoxicando o moleque com comentários sórdidos, e colocando-o contra o odioso Snape, ela também não poderia se aproveitar de informações sobre a morcega albina que Snape emprenhara.

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- Ai que mesmice! – Jack murmurou tristonha para as paredes... Estava entediada. Jogada sobre a cama com a cabeça pendendo para fora do colchão.

Ela olhava para o teto tristemente. Havia estudado o dia todo... A noite era a pior parte do dia, pois ela não podia sair para confraternizar o jantar junto com as outras pessoas do castelo, e já estava cansada de mais para voltar aos estudos... Se ao menos tivesse uma TV...

Era sempre assim: Depois de um dia movimentado de aulas e estudos, uma noite vazia e maçante.

Estava beirando os cinco meses de gravidez. Havia explorado grande parte do castelo através dos quadros com passagem secreta da sala precisa... Mas agora, era diferente: A barriga estava impossivelmente grande. Madame Pompy chegara a suspeitar que ela estivesse grávida de gêmeos, mas depois de um exame detalhado, concluiu que era apenas um bebe grandão que Jack carregava. Dessa forma ela não mais podia explorar o castelo como antes, quando a barriga era apenas um caroço no ventre.

Dali a menos de uma semana seria o dia das bruxas. Slugourn chamara-a para mais uma festa em seu escritório... Ela já vibrava desde já. Sempre que havia as tais festas, ela podia conversar com alguns bruxos famosos que Slug trazia à escola, e as vezes com Severus (muito raro, pois o diretor da Sonserina nas poucas vezes que comparecia, era quase que arrastado pelo velho e gorducho Slugorn) Mas até o dia da festa ela teria que driblar a solidão das noites sozinha e em seus aposentos.

O inverno iniciara-se inclemente. A lareira acesa estalava algumas brasas quando Jack ouriu a batidinha na porta:

- TOC TOC TOC.

Jack levantou-se e forçou a previsão. Viu-se abrindo a porta para Tonks.

Levantou-se da cama e abriu a porta. Tonks olhou-a com felicidade.

- TONKS! SUA BRUXA! – Disse Jack pulando no pescoço da amiga.

- SHIIII!!! – Tonks repreendeu. – Eu disse pro Filtch que iria apenas ver Dumbledore!

- Ahmmm então você vai embora rápido? – Perguntou Jack desconsolada.

- Claro que não! – Respondeu Tonks. – Já falei com Dumbledore... Ficarei com você esta noite! É minha noite de folga. Vamos fofocar!

- A-DO-ROOO! – Disse Jack puxando Tonks para dentro do quarto.

- Mas e ai? O que me conta sua bruxa? – Perguntou Nymphafora com um sorrisinho de canto de lábios.

- Acho que você que deve me contar as novas... Afinal, não sou eu que estou com um sorriso besta na cara – Disse Jack debochada.

- AHHH EHHH NÉÉÉ??? – Tonks falou rindo de dentes abertos.

- Vamos! Eu sei que você quer falar... – Disse Jack.

- Nhaiiimmm o Lupin... Ele... – Tonks estava estranhamente tímida.

- Ahhh sua safaaadaaaa! Você colocou o lobo na coleira! – Jack disse sorrindo devassamente.

- NÃOOO! – Tonks respondeu adquirindo uma tonalidade vermelha na face. E sem motivo algum ela trançou as pernas e caiu de cara no chão.

- PEGOU O LOBINHO! PEGOU PEGOU PEGOU PEGOUUUU!!! – Jack cantarolou a provocação e subindo na cama começou a pular.

- MOCRÉIA! NUNCA MAIS TE CONTO NADA! – Tonks gritou agarrando Jack com cuidado (afinal, a mulher estava grávida) e fazendo cócegas até que Jack jogou-se vencida sobre a cama.

- Então me conte! – ela pediu ofegante a uma Tonks que agora exibia um sorriso triste.

- Nós nos beijamos... Mais uma vez nos beijamos... Mas ele disse que não podemos ter nada... Disse que não quer me colocar em risco... – Tonks disse apagada.

- Homens... – Jack falou como se esclarecesse todos os mistérios do universo.

- Disse que nunca daria certo... Que é velho de mais, perigoso de mais, que nunca poderíamos ter família, pois ele teme passar a licantropia como descendência... Essas coisas. – Tonks disse desanimada.

- Que burro! – Jack falou irritada - Tonks tem certeza que ele foi mordido por um lobisomem e não por um asno?

- IAHAIHAIHAIH – Tonks gargalhou – Só você mesmo Jack!

- Você disse para ele que há ‘métodos’ de não se gerar descendência? E vocês tem a opção de adotar... Sabe, vocês bruxos complicam muito. – Jack falou entre bufadas desgostosas.

- Você também é bruxa moça. – Tonks corrigiu.

- Mas como fui criada entre trouxas eu resguardo a inteligência pratica do mundo moderno. Magia não faz muito bem para vocês. Parece que estão presos à idade média... – Ela disse deitando-se de lado para encarar Tonks que estava deitada de barriga para cima observando o teto.

- Talvez... Mas chega de falar de mim... Fale de você... E Snape? – Tonks perguntou.

Jack remexeu-se.

- Outro panaca. – sentenciou. – Acho que fizemos as pazes... Mas não dá para entende-lo. Em um dia estamos bem, e no outro ele me hostiliza... Sabe, desde que ele, e na verdade eu também, descobriu que sou da Lufa-lufa, ele não perde uma oportunidade de fazer insinuações de que sou uma estúpida por causa disso. Ele me irrita as vezes! – Jack disse sentindo o ódio fluir nas veias.

- Só as vezes não é mesmo? – Disse Tonks brincalhona.

Jack enrubesceu e disse como quem não quer nada:

- Amanhã terei aula extra de poções com ele... – Nymphadora riu e cutucou-a nas costelas alegremente - Eu andei falando com Dumbledore... – Jack continuou ignorando a cutucada que havia recebido de Tonks - Ele está me treinando em oclumencia para que eu possa me encontrar com Voldemort... Mas... – Jack ia prosseguir falando, mas um uivo de desespero de Tonks cortou-lhe o raciocínio.

- DUMBLEDORE QUER QUE VOCÊ SE ENCONTRE COM AQUELE-QUE-NÃO-DEVE-SER-NOMEADO?! ISSO É ULTRAJANTE! O QUE DEU EM DUMBLEDORE? ELE ESTÁ FICANDO LOUCO??? – Despejou Tonks.

- Não... é que... – Jack tentou, mas novamente foi interrompida:

- VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA! ELE É MUITO PERIGOSO!!! VOCÊ NÃO CONCORDOU COM ESSA LOUCURA NÃO É MESMO???

- Horas! Mas é claro que concordei! Muita coisa depende desse meu encontro... Se eu não for, Severus pode... – Jack deteve-se com o olhar perplexo de Tonks e ficou vermelha. Ainda não havia dito em voz alta para ninguém o real motivo de concordar com aquele plano maluco. Ela estava morrendo de medo por si e pelo filho... Mas Severus dependia de que ela fosse ao encontro do tal de Voldemort... O que ela poderia fazer???

- Jack... Como somos panacas... – disse Tonks balançando a cabeça. – Nos duas dispostas a nos arriscar por dois bruxos cabeças duras.

- Pois é... – Disse Jack entre suspiros conformados. – Estamos perdidas.

- Ainda bem que eu tenho você aqui Tonks... – Jack falou calmamente.

Tonks sentou-se e olhou emocionada para Jack deitada.

- Ainda bem que eu tenho você também Jack... Estava precisando de alguém menos sério... Que me entendesse... – disse a metamorfomaga.

Um silêncio constrangedor entre as duas amigas...

Jack sentou-se desajeitada pela barrigona.

- AHHH vamos parar com essa melação! Vou chamar Dobby e pedir uma janta para nós três – Ela disse acariciando o ventre inchado pelo filho que carregava.

Minutos depois as duas jantavam felizes uma grande porção de ensopado élfico enquanto Tonks passava à Jack algumas dicas de feitiços úteis de beleza, como manicure, corte de cabelos, e etc.

Quando já estavam exaustas de fazer feitiços para pintar unha e tingir cabelo uma na outra, Tonks soluçou dando uma risada ela disse:

- Ei... Trouxe um presente pra você.

Jack olhou curiosa para a amiga mexendo nos bolsos da grande jeans.

- Nhá... Agora estou com vergonha... Por que um presente? Não é meu aniversário!

- Considere um presente de desaniversário. – Disse Tonks colocando um aparelho diskman no colo de Jack.

- Mas Tonks... Eu li um livro chamado “Hogwarts uma história” que diz que equipamentos eletrônicos trouxas não funcionam em Hogwarts... Por causa da grande magia antiga do castelo e blá blá blá...

- AHÃ... Mas este não é um equipamento totalmente trouxa. Ele funciona com magia! Olhe: - Disse Tonks colocando o fone nos ouvidos de Jack. – Você dá um toque de varinha assim – ela mostrou – e diz: - ENERGY.

Instantaneamente o aparelho rodou o cd que estava dentro.

- NOSSA! – Disse Jack entusiasmada.

- Pois é! Uma adaptação do senhor Arthur! – a metamorfomaga falou sorrindo de dentes abertos. – Eu pedi para que ele o adaptasse por que eu estava cansada de comprar aqueles troços chamados ‘bateria’.

- NÃO ACREDITO! É PERFEITO! – Jack sorriu de orelha a orelha. – Mas não posso aceitar... – Disse finalmente.

- Mas por que não??? – Tonks perguntou com um vinco entre as sobrancelhas.

- Por que é seu! E depois, como você vai fazer??? – Jack colocou o aparelho no colo de Tonks.

- AHHH Eu tenho outro! Eu pedi para que o senhor Arthur adaptasse um modelo mais recente pra mim... Ai você pode ficar com esse... – Nimphadora respondeu empurrando o diskman para as mãos de Jackeline novamente.

- NHAIIMMM OBRIGADO MESMO!!! – Jack falou sincera.

- Olha, falei com Dumbledore e fui à tua casa buscar teus cds! Tomei a liberdade de incluir alguns títulos de meu gosto. – Tonks falou animada.

Jack pegou o grande porta cds feliz.

- Você pensa em tudo!

- Eu sabia que você iria gostar... Não tem muito o que fazer para pessoas da nossa idade nessa escola... E vendo que você não trabalha aqui, e não pode participar da vida social do castelo... Achei que seria uma boa para as horas vagas!

- Eu estava mesmo precisando disso! – Falou Jack pulando umas musicas no cd.

- E olhe: - Tonks emendou. Levantou-se e colocou um feitiço selador de som no quarto, tirou os fones do aparelho e murmurou: - Sonorus.

A musica do aparelho inundou o quarto. Estava muito alto. Jack teve que gritar para falar com Tonks:

- AIII QUE PERFEITO!!!

- UMA PEQUENA ADAPTAÇÃO DE MINHA AUTORIA! – Tonks gritou. - Findar! – Ela ordenou com a varinha apontada ao diskman, e completou: - Assim você desliga...

- MUITO ABRIGADO TONKS! – Jack gritou agarrando a amiga.

Ela pegou o porta cd, escolheu um título:

Olha só:

- Sonorus – Jack murmurou, e uma musica trouxa levanta-defunto começou a tocar:

Do what I want 'cause I can and if I don't because I
wanna .
Be ignored by the stiff and the bored because I'm
gonna.
Spit and retrieve 'cause I give and receive because I
wanna.
Gonna get through your head what the mystery man said
because I'm gonna.
Hate to say I told you so.
Alright.
Come on.
I do believe I told you so.
Now it's all out and you knew,
'Cause I wanted to.
Turn my back on the rot that's been planning the plot
because I'm gonna.
No,
Need,
For,
Me to wait because I wanna.
No,
Need,
Two,
Three and too late because I'm gonna.
Hate to say I told you so.
Alright.
Come on.
I do believe I told you so.
Do what I please gonna spread the disease because I
wanna.
Gonna call all the shots for the "No"s and the "Not"s
because I wanna.
Ask me once I'll answer twice cause what I know I'll
tell because I wanna.
Sound device and lots of ice I'll spell my name out
loud because I wanna.
Oh yeah....

Odeio dizer que te avisei
Faço o que quero, porque posso e se não posso, porque
quero
Serei ignorado pelos teimosos e entediados
Cuspir e recuperar, porque eu dou e recebo, porque
quero
Vou entrar na sua cabeça, o que o homem misterioso
disse,
porque eu vou
refrão:
Odeio dizer "eu avisei"
Tudo bem
Vamos lá
Eu acredito que eu te avisei
Agora tudo vazou e você sabia,
porque eu quis
Porque eu vou dar as costas para a impaciência
que está planejando a conspiração
Não preciso esperar, porque eu quero
Não preciso
Dois
Três
e muito tarde porque eu vou
Faço o que quero, vou espalhar a doença,porque eu
quero
Vou chamar todas as tentativas para o "não" e "não"
porque eu quero
Pergunte uma vez, eu responderei duas, porque o que eu
sei,
Eu te contarei, porque eu quero
Aparelho de som e um monte de gelo
Eu soletrarei meu nome bem alto porque eu quero

As duas amigas subiram na cama e pularam e dançaram no colchão macio juntas, como se tivessem voltado à adolescência.

Depois de um tempo, exaustas, elas deixaram-se cair na cama, desligaram o diskman e dormiram como pedras.

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Jack acordou de alma lavada no dia seguinte.

Olhou a volta. Tonks já havia saído. Do lado do abajur um pequeno bilhete, que continha apenas uma palavra e a assinatura no recado:

Detona!

Ass: Tonks

- Maluca – Jack falou para o alto. Alisou a barriga levemente. O bebe mexeu-se delicadamente.

Jack levantou-se com calma.

Estava cada dia mais pesada. Era loucura, mas aquele bebe parecia maior do que deveria...

Banhou-se e saiu para a primeira aula do dia. Uma aula de reforço com Severus... Ela concluíra que ele havia maltratado-a para protege-la, então perdoou e aceitou ter aulas com ele...

O que poderia fazer? Já havia assumido para si mesma que gostava do sebozinho... Talvez se ficassem juntas, ela poderia lavar-lhe o cabelo com um xampu anti-resíduos... Ela até podia imagina-lo em uma banheira com a cabeça cheia de espuma, ela mesma ao lado dele esfregando-lhe a nuca, e ele exibindo a cara mais carrancuda do mundo. - Ela sorrio com a idéia de lavar a cabeça de Snape e levantou-se.

Vestiu-se com um vestido branco delicado e um casaquinho de lã com detalhes cor de rosa. Muita má intenção num pequeno gesto. Era um vestido comportado no quesito comprimento e decote... Mas não no quesito transparência... O vestido era feito do tecido lezy. As pequenas florzinhas com relevo davam a ela uma ar suave, coisa que como Jack pode perceber, agradava Severus.

Machista – ela pensou sorrindo. Ele era do tipo que gostava de mulheres delicadas... Era certo que ela não se encaixava bem nesse quesito... Mas sempre podia fingir. – Pensou sorrindo...

A aula seria nos aposentos dela... Lugar muito mais claro que as masmorras. Ela recusara-se a ir até Severus, alegou que não seria um ambiente salubre para ela e o filho, mas na verdade o que queria era a vantagem da claridade sobre o tecido fino do vestido...

Andava sentindo coisas estranhas com o próprio corpo... Antes imaginava que se engravidasse ficaria casta, e que perderia o desejo... Mas pelo contrario: Os hormônios da gravidez fazia com que ela desejasse mais ainda estar com um homem... Talvez fosse devido a sensação de proteção que dormir com o sexo oposto traz... Talvez ela estivesse instintivamente querendo proteger o filho...

Ela despertou do devaneio com a batida persistente tão conhecida em sua porta.

Severus – ela pensou feliz. Passou a mão nos cabelos para assenta-los e correu (como pode) para a porta.

- Professor Snape está liberado – Ela falou apontado a varinha para porta e em seguida abrindo-a.

Snape exibia uma carranca de desagrado. Estava aborrecido por ter que deslocar-se das masmorras para o quarto da Lufa-Lufa maluca.

- Pensei que estaria dormindo... Lufa-Lufas não são conhecidos pela pontualidade. – Ele disse mordaz.

Jackeline colocou as mãos na cintura e inconscientemente empinou a barriga.

Severus deixou os olhos caírem sobre Jack. Ela estava com um vestido comportado... Olhou-a cuidadosamente dos pés a cabeça. A barriga maior a cada dia... Sentiu um calor no peito e uma vontade de tocá-la... Mas a razão alertou-lhe ele era Severus Snape. Então apenas cruzou os braços puxando a capa de mestre como se se agasalhasse por causa do frio de início de inverno.

O aposento tinha grandes janelas e era decorado com motivos campestres, de forma a deixar o ambiente intensamente claro. Ele notou rapidamente o berço branco que agora encontrava-se perto da grande cama de casal.

Jackeline sentiu-se satisfeita ao ver Snape compenetrado. Os olhos negros correndo por todo o quarto e em seguida pousando sobre ela... Ele parecia estar inspecionando-a.

- Acho que não seria apropriado fazer-mos poções aqui... Dumbledore disse que iria abrir uma sala de estudos para mim... Falou que mandaria elfos arrumarem a sala ao lado e faria uma passagem do meu quarto para lá... Portanto acho que hoje iremos passar apenas a parte teórica não é? – Disse Jack.

- Não seria mesmo apropriado – Disse Snape – Não no seu estado... Poções podem deixar vapores tóxicos no ambiente, e a exposição demorada a eles pode causar danos a saúde de seres mais delicados... Como o que você carrega ai na sua – Ele não disse a palavra barriga, mas apontou para o ventre de Jack olhando para outra direção.

Jack apertou os olhos. Homem irritante.

- Sim. Poderia ser inapropriado para o “ser” que eu carrego. Para o MEU filho – Ela disse friamente, e em seguida virou-se e dirigiu-se para uma escrivaninha posta na parece perpendicular a grande Janela do quarto e ficou de lado para escrivaninha, e consequentemente de costas para Snape.

O vestido era comportado... Mas devido a luz que vinha da janela e atravessava o tecido, ele podia ver a sombra cor de carne das pernas dela levemente abertas... E novamente a lembrança do corpo dela sobre o dele. Uma sensação estranha passou pelo peito e refletiu-se no meio das pernas. A percepção dessa sensação codificou a lembrança e conectou com a vista de frescor que ele tinha de Jack no momento, então o membro saltou atento.

Jack estava de costas, mas podia sentir os olhos de Snape nela. Um arrepio deliciosamente quente fez com que ela se apoiasse na escrivaninha de forma desajeitada.

E ele a viu amolecer a postura e apoiar-se na escrivaninha. Ela não parecia estar precisando de qualquer tipo de ajuda... Parecia apenas mais relaxada... Mas ele ousou usar aquele movimento dela como desculpa para aproximação.

- Você está bem? – Ele perguntou indo até ela e parando o mais próximo o possível das costas dela. Queria sentir um pouco do calor que o corpo dela emanava, sentir o cheiro que a pele dela desprendia... Não ousaria toca-la...

Jack sentiu a barra da capa de Snape roçar levemente no próprio calcanhar, o que fez vibrar-lhe os sentidos. Ele estava tão perto... Ela precisava tanto de um toque... Ela podia sentir um leve golpe de ar na nuca cada vez que ele expirava, e aquilo era uma tortura maravilhosa... Ele não a havia tocado... Mas havia perguntado se ela estava bem...

De fato, ela estava muito bem... Mas esquecendo a rudeza com que ela acabara de trata-la, ela dissimulou e pendeu o corpo para traz até tocar as costas no peito dele. Então quando sentiu o calor dele ela disse:

- Não sei... – Disse ela amolecendo o pescoço e deitando a cabeça para traz de forma a apoiar-se em um dos ombros dele.

Severus amparou-a imediatamente segurando-a pela cintura. Aquela reação que ela havia tido em apoiar-se na escrivaninha realmente tinha sido reflexo de um mal estar??? Ele acreditara que ela estivesse bem... Havia apenas se aproximado no intuito de se aproveitar da situação... Mas surpreendeu-se quando ela titubeou e apoiou-se nele. Era errado, mas como não sentir a pele dela abaixo do tecido leve do vestido? E ela estava com a pele fria... Por que será que havia colocado aquela veste tão fresca num dia de inverno tão intenso? O corpo dela pendia molemente contra ele, como se se entregando incondicionalmente aos cuidados dele...

O que fora apenas uma sensação gostosa ao vê-la agora era uma ereção atenta, e que parecia prestes a explodir de excitação. Ele tomou cuidado em ampará-la sem que ela se se encostasse ao ponto médio de seu corpo. Causaria grande constrangimento se ela, passando mal, percebesse que ele estava excitado...

- O que esta sentindo? – Ele perguntou com a voz baixa.

Jack sentiu um arrepio com a voz aveludada, e algo morno umedecendo o meio das pernas.

- Estou um pouco atordoada... Acho que é o frio... – Ela disse com a voz fraquinha de prazer e soltando mais o corpo de encontro ao dele.

Ele preocupou-se ao ouvir a voz dela tão baixa... Inclinou o tórax para frente de forma a apóia-la mais, e de a evitar que ela se encostasse no membro rijo, que ao ouvir que ela estava daquela forma por causa do frio, deu uma idéia pérfida a Snape de como ele poderia esquenta-la, mas ele disse simplesmente:

- Deveria ter vestido algo mais pesado Lufa-lufa. Os invernos em Hogwarts são agressivos. – a ironia presente para disfarçar o desejo.

Ela sentiu que ele evitava que ela se apoiasse totalmente nele... E a forma como ele falara com ela... Ele era tão irritante as vezes! Por que ele insistia em usar o fato dela ser da Lufa-lufa como algo pejorativo?

Mas o maldito estava tão quente... Ela queria sentir o quadril dele contra o dela... Mas ele provavelmente não estava sentindo o que ela estava sentindo... Ela estava enorme... Gravidez não é algo que atraia muito os homens – ela pensou lamentosa – Devia ter se lembrado da própria condição antes de se insinuar...

- Ai... As minhas costas estão sofrendo. Fico imaginando... – Disse ela baixinho – Se estou desse tamanho com cinco meses, imagine quando estiver com nove... Devo estar horrível – Ela jogou com as palavras e decidiu afastar-se. Apoiou-se na escrivaninha e deu alguns passos para a janela. Sentindo a dificuldade em separar-se do calor do peito dele... Era dolorosamente difícil...

Oh inferno supremo. – Snape pensou. – Será que ela não via como estava deliciosamente linda?

Ele observou-a. A claridade da janela agraciando-lhe os cabelos claros. Ela era suave como a brisa de inicio de inverno que vinha da janela. Fresca e sedutoramente macia. Ele queria toca-la. Queria se perder dentro dela. Ele com a rigidez agressiva, envolvido pela pele macia quente e úmida dela...

Deliciosa! – Ele pensou salivando. A respiração saindo fervendo dos pulmões. A febre enchia-lhe a ereção e causava-lhe certa dor incomoda. O que mais queria era derramar-se dentro dela.

Ela esticou os braços tentando alcançar a borda dos vidros da janela para fecha-los de forma a evitar o vento frio que vinha da janela, no entanto a barriga impedia que ela se curvasse o suficiente para frente.

Ele não podia mais agüentar o desejo. Foi até a janela, parou atrás de Jack novamente, mas dessa vez encostou-se. Pressiono-a contra o batente da janela. O membro dolorosamente desejoso em romper as camadas de tecido entre a pele dele e a dela para entrar no corpo macio dela. Ele esticou os braços longos, puxou os vidros e fechou-os.

Jack sentiu que iria derreter quando o sentiu. Havia pensado que ele não estava desejando-a como ela o estava desejando...

Ele trancou a janela e com as mãos livres tocou-a dos lados da cintura numa caricia de dedos firmes, enfiou o nariz entre os cabelos dela e tragou o aroma atraente que eles desprendiam. – Que se danasse a razão que lhe dizia para não fazer nada daquilo. Ele a queria. Ele a teria.

Jack encostou-se mole contra ele, esfregou as nádegas contra o corpo dele em busca do prazer.

Ele poderia gozar se ela continuasse fazendo aquilo.

Deliciosa.

Andou de costas para onde ele sabia estar a cama, puxando-a contra ele.

Ele a tocava, era tão gostoso. Ela sentiu as grandes mãos masculinas fazendo uma curva abaixo do ventre inchado com o filho deles.

A barriga grande e firme dificultava o acesso das mãos dele. Mas ele não se importou. Desejava-a mais ainda. A muito ele queria toca-la ali, na barriga. Era uma curiosidade estranha. Ele abraçou-a contra o próprio peito de forma mais firme e com a mão esquerda tateou-a sobre todo o ventre. Era parte dele que ela levava. Uma parte dele misturara-se a uma parte dela e dera origem a um novo ser...

Ele sentiu a borda da cama. Sentou-se e puxou-a para que ela se sentasse no colo dele.

Ela sentiu os lábios úmidos dele provando-a no pescoço. Ofegou. Ele estava proporcionando a ela uma mistura de prazer e proteção. Algo estranho massacrava-a agora. Uma dor no peito, um nó na garganta... O que seria aquilo?

Ele puxou-a cuidadosamente para cama e deitou-se ao lado dela. Buscou finalmente os olhos azuis, e com espanto notou as lágrimas quentes que estes desprendiam. Ele teria se afastado se ela não exibisse um sorriso tão aprovador em contraposição às lágrimas. Um leve movimento e a varinha escondida na manga da roupa dele já estava posicionada. Ele tentou Legilimencia... Mas só encontrou os olhos azuis na mente dela bloqueando completamente a invasão que ele tentava infringir.

Ele sentiu uma dor. Ela já estava mais do que pronta em oclumencia... Logo Dumbledore iria propor-lhe leva-la ao Lord das Treva... A mãe de seu filho... – ele pensava aflito, quando um par de mãos frias e pequeninas puxou-o pela nuca.

Jack puxou-o e tocou os lábios nos dele.

Ele olhou-a com o desejo renovado, e mais forte. O pensamento da probabilidade de perde-la o machucava, fazia com que ele quisesse-a de forma animalesca. Sugou os lábios dela, esfregou contra ela o membro rijo. Queria prende-la dentro daquele quarto. Impedir que ela saísse de lá, que visse outras pessoas... Se pudesse enjaula-la ele o faria... Só ele teria acesso a ela. Só ele. Ele dar-lhe-ia de comer, de beber e ensinar-lhe-ia artes bruxas, iria protege-la e a teria sempre.

Ele a teria sempre!

ELE A TERIA PRA SEMPRE!

Quando a quisesse ela estaria lá! Como algo que pertencia a ele. Ele iria a ela, a deitaria na cama, e se perderia nela todas as noites. Ela quente e molhada como na primeira vez que a teve.

Focinhou-a no pescoço em busca do cheiro que a pele dela desprendia, tocou-a do lado da barriga e fez um caminho curvo para o baixo ventre, puxou o vestido fino e enfiou a mão por baixo deste, e afastando a calcinha macia de algodão, ele finalmente chegou ao monte Vênus.

Acariciou-a. Aprofundou um dedo.

Jack ofegou de prazer, afastando os joelhos para dar acesso a mão habilidosa.

Merlin com ela estava molhada! – Ele pensou salivando, animalizado enquanto explorava a intimidade dela com um par de dedos. A razão mandava-o ir com cuidado, ela carregava o filho deles... Mas se pudesse, certamente a colocaria de quatro e se acabaria nela. O mais forte e duramente que pudesse, até que o corpo dela, belo como terra fértil, transbordasse com sua semente.

Como ela o queria. Virou-se para ele fazendo com que ele tirasse a mão que a tocava libidinosamente. Ela trabalhou nos botões das vestes de mestre. Mas perdeu a paciência e foi direto para o botão e zíper da calça dele. Achou a roupa intima dele, enfiou a mão para dentro...

Ele viu o desespero das mãos dela. Os dedinhos frios envolveram sua ereção. Ele sentiu o peito arder na infâmia de ser desejado tão desesperadoramente por ela.

Safada deliciosa.

Ela libertou-lhe a ereção, afastou o tronco e juntou o quadril ao dele. A manobra era necessária devido ao ventre inchado dela.

Um golpe de varinha dele, e ela estava totalmente despida.

Ele estava apenas com parte das vestes abertas. Continuaria assim. Dava-lhe certa sensação de poder o fato de tê-la completamente e entregar-se parcialmente.

Deitada de lado, de frente para ele, ela passou uma das pernas por cima do quadril de Severus. Ele tateou-a com a ereção em busca do encaixe. Era maravilhosa a sensação da pele macia e quente dela. Estava lisa devido a umidade que desprendia. Ele achou o ponto, agarrou a perna que ela havia passado por cima dele e puxou-a, aprofundando-se no calor acolhedor do corpo dela.

Cuidado e desejo era uma combinação estranha para ele. O desejo chamava a agressividade, mas a consciência do estado dela pedia o cuidado, e este por sua vez chamava para si o carinho.

Então ele teve pela primeira vez uma mulher com carinho.

Movimentos leves e lentos.

Estranho a intensidade do prazer que sentia. Muito forte. Ele tinha que se controlar devido ao medo de machuca-la. Puxava o corpo dela para si, o ventre dela inchado levemente pressionado contra o abdome dele. Ele retirando-se até a metade e em seguida entrando lentamente nela outra vez...

Ela estava com os lábios levemente separados em deleite. A mão dele puxando-a por uma das pernas... Era delicioso sentir-se dele.

Única coisa que sentia falta era de poder encostar o peito ao dele e beija-lo (algo impossível devido a barriga). Mas compensava o fato de ele ter segurado-a na cabeça por uma das mãos... Quatro dedos puxavam-na pela nuca, enquanto o dedão brincava carinhos no canto da face dela.

A distancia da parte superior do corpo deles, também permitia a ela ver as expressões no rosto dele. O maxilar travado, as sobrancelhas levantadas, os olhos negros hora fechados para delirar alguma sensação particularmente saborosa, hora abertos investigando-lhe as expressões.

Ele parecia preocupado também com o que ela sentia... Mas ela não o desapontava: A face relaxada com o desejo, os lábios úmidos rosados arfando, os olhos claros revirando-se numa mistura de luxuria e admiração.

A delicadeza com que se tratavam prolongando a chegada do ápice do prazer...

Mas não importava o tempo naquele momento.

Severus apenas perdia-se nela. Nos olhos dela. Nos movimentos de ambos. Nas arfadas que enchiam o quarto. O barulho de algo úmido. O cheiro sedutor da relação demorada.

Um calor no peito ao vê-la fechar os olhos e toca-lo nos lábios. Ela estava delirando o prazer que ele lhe proporcionava. Tão bonita. Os cílios castanhos claros e delicados emoldurando os olhos azuis e vivos. Os dentes branquinhos destacados devido aos lábios cor cereja... O narizinho pequeno e empinado suspirando... Cada detalhe dela era perfeito aos olhos dele. A pele macia, as coxas grossas, os seios fartos, braços roliços e aconchegantes...

Como a queria... MERLIN COMO A QUERIA.

Protege-la, cuidar dela, tê-la para sempre...

Ele puxou-a mais pela perna dando uma investida particularmente forte, mas não agressiva.

O que seria aquilo que estava sentindo?

Não quis pensar em como tudo o que sentia parecia-lhe estranhamente conhecido de tempos pretéritos de sua vida...

Ele apenas retirou-se um pouco do corpo dela para novamente invadi-la...

Não podia ser.

Na verdade não ERA!

Não era nada aquilo que apertava-lhe o coração e travava a garganta. Simples assim. O coração dele não tinha espaço para outra. O que havia sentido à muitos anos atrás era algo diferente do que sentia agora... – ele tentou se convencer - O que sentia por Jack era simplesmente um desejo de possessão misturado ao provável instinto paternidade – Severus idealizou empurrando com a mente aquelas conclusões que tentavam subir para a superfície de sua racionalidade, e que eram completamente contrarias a que ele tentava engendrar na própria mente.

Concentrou-se mais nas sensações deliciosas que o corpo dela proporcionava a ele.

- Severus – Ela o chamou apertando os dedos de forma aflitiva nos ombros dele.

Ele percebeu que ela respirava rapidamente, os olhos fechados e as sobrancelhas altas na testa. Ela empurrava o próprio quadril contra o dele, como se pedindo por mais. E ele não a decepcionou: aumentou o ritmo puxando-a para si.

A respiração dela, os movimentos que os lábios dela faziam era hipnóticos.

Por tudo que era mágico! Ela era linda! Deusa do tempo, do vento, do sol, da água, da terra, das matas, flores, e frutas saborosas! O sentimento que o invadia era antropofágico. Ele queria devora-la para ver se se tornavam um. Precisava dela colada a ele para sempre.

Ela arfou e um grito fino preencheu o quarto, quando ela jogou a cabeça para traz livrando-se momentaneamente da mão que ele a prendia pela nuca.

Vê-la explodir o prazer o excitou mais, ele agarrou-a novamente pela nuca, mas dessa vez segurando-a pelos cabelos úmidos de suor. Ela estava mole na cama. Entregue, a face relaxada e despreocupada com o que continuava a acontecer... Ela estava molhada até o meio das coxas. Ele queria poder ir mais forte, mas não queria machucá-la.

Tinha os músculos do corpo tão rijos quanto o membro excitado. A contraposição do corpo relaxado e saciado dela, contra o corpo tenso e aceso dele era extraordinária.

Ele aumentou o ritmo.

Jack sentiu os choques devido da penetração continua em seu corpo deliciado. Apertou-se para diminuir o ritmo que ele havia aumentado...

Ele sentiu-se envolvido mais firme que antes. Ela o estava apertando muito. Céus, era maravilhoso! Ele diminuiu o ritmo, mas a pressão que ela fazia elevava-o. O crescente invadiu-o nunca dissipando-se. Estava muito de vagar para que explodisse o prazer. Assim continuou cada vez mais forte. O coração num tamborilar hostil...

Jack viu a face de Snape contorcer-se. Ele travou a mandíbula, estava com os dentes apertados e os olhos fechados de forma agressiva.

Ela apertando-se agora inconscientemente, apenas pela situação densa de vê-lo tão tenso.

Ele grunhiu quando o que parecia impossível aconteceu: O prazer que sentiu subiu ao um platô estagnando-se momentaneamente. Ele sentiu os próprios líquidos viajar dentro da ereção. Ele pausou inserido completamente dentro dela. Achou que não iria acontecer, mas a sensação de prazer finalmente explodiu incontestável jorrando para dentro dela, e ele urrou correndo a mão pela coxa dela que ele passara o tempo todo puxando para si, e agarrando-a pela nádega desta perna para afundar-se o máximo o possível dentro dela.

No momento seguinte sentiu os músculos relaxarem e desmontou-se exausto sobre a cama.

Agora estava tão mole quanto Jack.

Largou-a vagarosamente e deitou-se com a barriga para cima. Estava morrendo de calor devido as roupas que ele não terminara de tirar, mas Jack estava com a pele queimada pelo frio. Ela estava nua largada na cama. Ela aproximou-se. Ele puxou a varinha de uma manga e pensou num feitiço, trazendo para cima deles lençóis e cobertas que estavam no chão.

Ela agasalhou-se e aconchegou-se nele. Alguns minutos se passaram. Tudo era silêncio... A aula particular de poções a muito havia sido esquecida.

Ele olhou para a janela... Poucas folhas secas que haviam resistido até o final do outono haviam sido arrancadas pelo vento e agora rodavam num redemoinho de vento e batendo contra a vidraça. O inverno mais denso se aproximava... E com isso a necessidade de fazer o que deveria fazer. Dumbledore o sentenciara a uma tarefa ingrata... Como poderia ele acabar com a vida do único que lhe foi um verdadeiro amigo? Mais uma vez ele sofreria as conseqüências de ser Severus Snape.

Naquele momento desejou ser outra pessoa...Quem sabe pudesse desfrutar o resto de sua vida com Jack e ‘seu’ filho... Mas ele não podia dar-se ao luxo do cogitar. Aquilo era apenas um sonho tolo...

Ele não se importou em ficar na cama com Jack... Era dia de visita dos alunos à Hogsmade... O castelo estava vazio. Ele poderia passar quanto tempo quisesse ali. Era sua folga, e pensando bem, há muito não desfrutava de um descanso tranqüilo como aquele...

A pressão do ventre dela contra o lado da cintura dele...

De repente um movimento. Ele assustou-se acordando dos pensamentos, pois era um local incomum para tanto. Olhou para Jack. Ela estava dormindo, um braço em baixo do próprio travesseiro e outro sobre o peito dele. Então não havia sido ela...

Ele afastou-se da barriga dela e enfiou o rosto curioso em baixo do lençol para saber o que havia se movimentado... Mas só havia a barriga de Jack lá no lugar onde havia sentindo o movimento... Ele tocou-a na superfície de pele esticada e...

OUTRA VEZ!

Um movimento, e agora ele sabia de onde havia vindo. De dentro da barriga dela. Só podia ser o bebe deles... Ele não imaginava que um bebê pudesse se mover de forma a ser tão perceptivo a outra pessoa que não a própria mãe... Mas aquela ponta suave que havia se formado do lado da barriga de Jack mostrava-lhe que ele não sabia nada a respeito de gravidez.

Ele tocou a pele de Jack na parte que havia se elevado com o chute do bebe. Instantaneamente aquela ponta abaixou-se, atestando que a criança havia encolhido o pezinho.

Snape estava maravilhado. As sobrancelhas pasmas tão levantadas que chegavam a se esconder em baixo da cortina negra de cabelos lustrosos.

Tocou-a novamente, mas agora o bebe parecia ter-se aquietado.

Descobriu a cabeça e concentrou-se agora em Jack. Algo morno preencheu-lhe o peito. Deitou-se ao lado dela e continuou a observar. Tão bonita...

Aproximou-se dela. Finalmente ela tinha o corpo aquecido. Encostou os lábios aos dela... Ela tinha lábios tão macios... Tocou-a nos seios, pareciam maiores que antes... Talvez fosse devido a gravidez... O rosto dela rosado por causa do frio tinha uma expressão serena. Ele enterrou o rosto em baixo do pescoço dela. Jack apenas se aconchegou e abraçou-o inconsciente.

Ele suspirou e deixou-se ficar nos braços macios dela. Resignado, confortado, sentindo algo que nunca sentiu antes: Ser desejado.

Não podia deixar que ela fosse ao encontro do Lord Negro. Não podia.

Estava decidido.

Algumas horas mais tarde, ele levantou-se calmamente para não acorda-la. Com a varinha, ele ajeitou os botões da própria roupa e saiu.

Iria direto a sala de Dumbledore.

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- Entre – Snape ouviu a voz do velho. Arrumou os cabelos com os dedos e ajeitou as vestes, em seguida tocou a maçaneta e entrou no escritório circular.

- Severus... Ainda bem que veio ao meu escritório... Precisava mesmo falar com você... Não o vi durante o café da manhã, nem mesmo durante o almoço – Disse o velho sem tirar os de uma revista trouxa idiota. – Gostaria de falar-lhe longe dos retratos... Talvez pudéssemos nos encontrar fora do castelo...

- Senhor – Snape cortou o assunto de Alvo e disse calmamente: – Vim falar-lhe algo sério. Eu decidi que.. Assumo os riscos para que a senhorita Rich não vá ao encontro do lord das trevas... Ela... Não pode ir – Ele concluiu.

Dumbledore fechou a revista, colocou-a num canto da mesa e olhou curioso para o mestre.

Snape viu o cintilar irritante dos olhos azuis e os lábios com um leve sorriso do velho. Mais que inferno! Ele era um oclumente! Dumbledore não conseguia invadir-lhe a mente! Então por que, ou melhor, COMO o velho parecia sempre saber o que havia acontecido e o que ele pensava a respeito?

- Severus... Ela esta pronta... Entendo que queira protegê-la, mas... – Dumbledore tentou dizer, mas Snape bufou impaciente e revirou os olhos como se o que Alvo acabara de dizer fosse a maior tolice do mundo.

- Eu não quero protegê-la. Se ela é tão idiota ao ponto de querer se arriscar eu não dou a mínima – ele jogou com as palavras sabendo que nem ele mesmo acreditava nelas - mas acho que ela não tem o direito de arriscar com ela a criança que carrega. – Snape evitou chamar o bebe de seu filho. Conectar o fato do filho dela ser dele também tornava mais desesperadora a necessidade que ele tinha de proteger Jack.

Dumbledore apoiou um cotovelo na mesa e apoiou a cabeça na mão enquanto sorria levemente e disse:

- Por que esta ruborizado Severus?

Mas que pergunta despropositada era aquela? – Pensou Snape sentindo o rubor acentuando-se mais na face pálida.

- Nunca imaginei que eu fosse vê-lo dessa forma... O que andou fazendo esta manhã professor? – Dumbledore perguntou divertido.

Snape achou que fosse cair quando apoiou-se na cadeira que estava a frente da mesa do diretor. Ele dissimulou e puxou a cadeira como se tivesse acabado de decidir que iria se sentar. Precisava de uma resposta... Então falou:

- Fui até Jack como o senhor me pediu... Para dar-lhe aulas de poções – Ele falou entrando no modo “professor rabugento”.

- E deu aulas de poções? – Alvo perguntou inocentemente.

- Hora que pergunta velho!!! – Snape falou irritado, mas evadiu rapidamente do assunto:

- A questão é que ela não pode ir. Eu não concordarei com isso! O senhor pode dar-me todas as desculpas e motivos do mundo. – Snape falou com certa agressividade - Pode voltar com o argumento de que ela estará mais segura fingindo que esta do lado negro depois que este ano acabar, mas eu não concordo! E não permitirei! E o senhor bem sabe que a minha opinião, neste caso, deve ser levada em conta também! – ele disse obviamente referindo-se ao filho de Jack, que era dele também - Eu farei o possível para postergar o encontro dela com o Lorde das trevas, e quando chegarmos ao final do ano, e eu tiver que fazer essa tarefa maldita que o senhor bondosamente me designou – Snape falou com ironia – Eu poderei dizer a ele você havia feito uma rota de fuga para ela, e que ela está escondida. Ele estará feliz e com os olhos nublados pelo que eu terei “feito por ele”. Acredito que ele achando que eu o ajudei ao matar o mago branco mais poderoso do mundo, poderei continuar com o disfarce e assim continuar ajudando Potter.

Dumbledore suspirou... O plano de Severus era bom, e provavelmente daria certo... Mas a questão era ter que enrolar Voldemort até o final do ano letivo... Ele sabia o que significava tentar iludir Voldemort: Snape seria seguidamente torturado... Severus mais uma vez se sacrificava em nome do que sentia... – Dumbledore pensou consternado. Mas que poderia fazer? A decisão deveria vir das partes envolvidas, no caso Severus e Jackeline... E se Snape já havia se posicionado... Não havia mais nada a fazer, pois ele não poderia tentar fazer Jack convencer o mestre do contrário...

- Muito bem Severus – Disse Alvo tristemente. – Faremos de sua forma então... Mas devemos falar com a senhorita Rich. Iremos providenciar para que um élfo da residência dos Rich seja o fiel do segredo da mansão... Ela terá que passar muito tempo lá... Deveremos fazer uma rota de fuga para ela...

Snape suspirou aliviado ao ouvir as palavras de Alvo.

- Certo. Vamos chama-la no dia da festa do Slugorn... Assim teremos paz para conversar, assim os alunos estarão preocupados em comentar que celebridade do mundo bruxo aquela morsa trará para o castelo desta vez. – Snape falou levantando-se resoluto.

- Severus – Chamou Dumbledore quando Snape estava prestes a sair do escritório circular.

- Sim?

- Precisamos conversar sobre o meu pedido e sobre certo aluno de sua casa. – Dumbledore falou.

- Certo. Hoje a noite então?

- Não... Hoje tenho que sair... Aliás, vou me aprontar agora – Disse Dumbledore levantando-se de forma a transparecer cansaço.

- Então logo mais eu o procuro para que possamos marcar um dia para conversar – Disse Snape já dirigindo-se até a porta.

- E Severus – Dumbledore chamou novamente quando Snape já estava parado a porta com a mão na maçaneta. – Coma alguma coisa... Acredito que essa manhã tenha sido exaustiva para você... – Falou Dumbledore divertido.

Snape não se deu o trabalho de se virar e retrucar, por que sabia que provavelmente denunciar-se-ia devido ao rosto coberto pelo rubor... O maldito velho devasso e manipulador! Ele devia ter olhos nas paredes do castelo. Só podia ser isso! – Ele pensou encostando a porta atrás de si descendo em seguida a escada de pedra em espiral.

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Era final de tarde quando Jack levantou-se. Espreguiçou. Estava com o corpo nu em baixo das cobertas, atestando que não havia sonhado. Ela tateou a cama de olhos fechados. Severus já havia saído.

Ela não se importou. Esticou o braço em busca da varinha que estava no criado mudo. Fez um feitiço para acender a lareira. Estava morta de fome. Havia apenas tomado o café da manhã antes de Severus chegar pela manhã... Havia perdido o almoço, e já estava quase na hora do chá da tarde. Pediria bolinhos, sonhos, chá de camomila, e croissants de queijo e chocolate. – Ela cogitou faminta.

Esperou em baixo das cobertas até que a lareira aquecesse o ambiente. Vento e granizo chicoteavam a vidraça da janela. Ela levantou-se, colocou um roupão decidida a ir tomar um banho bem quente. Aproximou-se da janela... O barulho do granizo na vidraça hipnotizou-a. Ela se aproximou do vidro para ver o tempo...

Um tilintar longínquo dentro de sua cabeça. Ela forçou a mente para uma previsão... Não sabia o porquê estava fazendo aquilo... Apenas fez.

O vento rugiu feroz, e ela viu-se no meio de uma estradinha... Reconheceu o lugar: A estrada vicinal para Hogwarts... A mesma que ela havia percorrido com Luna e Neville... Ouviu algumas vozes distantes... O vento forte envergando a ponta dos pinheiros, a lama aparentemente congelada não tinha efeito congelante sobre seus pés calçados apenas com pantufas felpudas. Pessoas aproximavam-se dela. Pareciam sentir muito frio. Ela percebeu que o granizo, assim como a lama congelada, não a afetava... Ela ainda sentia o calor do quarto proporcionado pela lareira, e era apenas isso que lhe dava a consciência de que tudo aquilo era uma de suas premonições...

Duas meninas aproximavam-se. Pareciam discutir sobre um embrulho...

- Não é da sua conta Liane! – a garota segurando o pacote falou para amiga.

As garotas aproximavam cada vez mais de Jack. O granizo caia mais denso, de forma que Jackeline mal podia enxergar direito o que acontecia alem da dupla que se aproximava...

A garota que Jack havia ouvido ser chamada de Liane pela menina do pacote tentou retirar a força embrulho das mãos da amiga, que por sua vez resistiu...

O embrulho caiu no chão e sem nenhuma explicação, a garota que antes carregava o pacote foi ao ar aterradoramente. Os braços abertos como se numa crucificação. Ela tinha os olhos fechados, o rosto vidrado e o vento chicoteava-lhe os cabelos no rosto.

Ela estava suspensa no ar a dois metros do chão... Jack não conhecia tudo sobre o mundo mágico, mas uma pressão em seu coração revelou a ela que aquilo não era normal.

De repente um grito agudo cortou o ar, a menina arregalou os olhos sinistramente como se estivesse com a alma presa ao inferno.

Jack foi atravessada como se fosse um dos fantasmas do castelo por um menino ruivo, uma garota de cabelos crespos e o menino Harry Potter, que ela já conhecia de vista.

A garota não parava de gritar, os garotos puxaram-na pelos pés, e ela caiu berrando e esperneando como se tivesse caído num caldeirão de óleo quente.

Agora Jack sentia as mãos frias, como se tocasse algo frio, e sem maiores explicações ela sentiu um vento congelante no rosto e alguns pedaços de granizo. O que sentia não era tão intenso quanto a tempestade que via, mas mesmo assim Jack tentou forçar a mente para voltar a realidade... Mas não conseguia...

O garoto Harry Potter levantou-se e gritou:

- Fiquem ai! Vou buscar ajuda!

Ela o viu correr por ela novamente. Parecia estar indo em direção ao castelo.

Tentou novamente submergir da premonição, mas parecia presa aquela realidade paralela.

A menina no chão se contorcendo e berrando desesperadamente, os olhos esbugalhados, a tal garota Liane chorando sem parar, o garoto ruivo tentando aquietar a menina que se debatia convulsa no chão, a mocinha de cabelos lanzudos tentando vários feitiços sobre a garota que esperneava... Mas nada dava certo.

Depois do que pareceu uma eternidade, Jack reconheceu Harry e Hagrid vindo ao socorro da menina.

- Para traz! – Gritou Hagrid.

- Aconteceu alguma coisa com ela – Soluçou Liane – Eu não sei o que!

Hagrid olhou para a menina caída, e sem mais pegou-a no colo e correu para o castelo.

A menina de cabelos crespos abraçou a menina Liane, amiga da garota que havia sido enfeitiçada.

- Você é Liane não é?

A garota confirmou.

- Aconteceu de repente ou...?

- Foi quando aquele embrulho rasgou – soluçou Liane apontando para o embrulho de papel pardo agora empapado no chão.

Jack atentou ao embrulho. Percebeu um brilho esverdeado... Sentiu medo instantaneamente. Algo naquilo era estranhamente familiar a ela... Forçou a mente para tentar lembrar... Mas não tinha jeito... Ela reconhecia aquilo... Mas não tinha nenhuma lembrança... Era tão estranho!

De repente o garoto ruivo estendeu o braço para apanhar o embrulho. Jack soluço e num ímpeto tolo jogou-se para frente como se querendo impedir que o moleque apanhasse o que agora ela percebia ser um belo colar de pedras verdes. No momento que se jogou para frente sentiu o corpo desequilibrar e pendeu pendurado pelo quadril ameaçadoramente na beirada da janela, sentiu o batente da janela machucando-lhe o baixo ventre, e ao longe ouviu a voz do garoto Potter dizer:

- Não mexe nisso!

E no momento seguinte Jack estava de olhos arregalados percebendo que pendia para frente na janela da torre onde seu quarto se encontrava. As pernas penduradas, o precipício da janela aterrador diante de seus olhos...

Ela gritou e tentou com todas as forças guindar-se totalmente para dentro novamente.

Chacoalhou as pernas e apoiou-se no batente ao lado, assim conseguiu tocar os pés no chão outra vez.

Estava esbaforida. Olhou em direção aos portões do castelo. Sabia que aquilo estava prestes a acontecer. Poderia ela impedir que a garota tocasse o colar? Provavelmente não, visto que não podia aparatar dentro dos limites de Hogwarts. O que faria?

Correu para a beirada da cama, arrancou o roupão e enfiou de qualquer jeito o vestido que usara mais cedo. Correu para dentro do próprio banheiro e chamou a pintura da ex-diretora da Lufa-Lufa. Minutos depois ela estava correndo por um túnel direto para a sala precisa.

Seria muito mais rápido pelas passagens secretas, pois não teria que esperar uma eventual escada mudar de lado novamente para que voltasse a correr...

Chegando lá gritou desesperada para os quadros:

- Alguém! Qual de você tem passagem para a sala do diretor Dumbledore???

Os quadros olharam-na com zombaria.

Ela não agüentou. Chorou desesperada e vociferou:

- Seus excrementos coloridos! EU PRECISO SABER! A VIDA DE UMA GAROTA DEPENDE DISSO! ABRAM UMA PASSAGEM PARA O ESCRITÓRIO DO DIRETOR PARA MIM!

Um retrato de uma menina bonitinha, com olhos azuis tão cintilantes quanto os de Dumbledore falou:

- Alvo saiu... Tente algum diretor de casa.

- Obrigado –disse Jack apavorada. Mas quem? Severus!

- Quero uma passagem para os aposentos do professor Snape!

- Mais que atrevimento – Disse um retrato de um homem muito belo, todo vestido de verde e prata.

- AGORA! – Jack ordenou.

O quadro virou na moldura mostrando uma passagem pequena. Jack teria que rastejar por ela... Mas não havia tempo para pensar. Jogou-se para dentro, a barriga mais desajeitada do que nunca.

Os joelhos ralaram, até que ela deparou-se com uma curva, onde um escorregador de pedra lisa de limo se descortinou na escuridão.

Jack não teve duvidas: Sentou-se arrumou o vestido em baixo das pernas e escorregou.

Gritava desesperada a cada curva. Tentava proteger a barriga aqui e ali, quando uma curva brusca aparecia irremediável.

O limo estranhamente brilhante no teto permitia que ela visse o caminho. Ao virar uma curva ela percebeu que estava indo reto em direção a uma parede de pedras. Tentou parar forçando os ante-braços contra as laterais, mas a descida era muito íngreme, e ela só conseguiu ralar os cotovelos com tal ato. Ela achou que bateria de frente com as rochas. Julgou-se tola. Havia posto em risco a vida do filho. Como poderia proteger a barriga do impacto?

Sua idiota! Você é uma bruxa! – Seu cérebro gritou. Ela arrancou a varinha do punho do vestido e gritou sem esperança para a parede que já estava a menos de três metros:

- ALORROMORRA!

Instantaneamente a parede abriu-se como se fosse uma porta! Havia dado certo! Ela não podia acreditar.

Ela nem pensou no que haveria depois da parede. Nem cogitou um arame farpado, precipício, ou fosso com estacas...

...

Severus havia voltado do escritório de Dumbledore à cerca de uma hora. Havia tomado banho e pedido o chá da tarde pela lareira para os elfos da cozinha. Entrava no quarto quando o quadro do terceiro diretor da casa da Sonserina que ficava em cima de sua cama abriu-se como uma portinhola e de lá um vulto voou para cima de sua cama.

...

Quando a passagem abriu, Jack voou para cima de uma cama macia e arrumada com lençóis e colchas verdes.

Severus reconheceu rapidamente a mulher.

Ela estava imunda, com os cabelos desgrenhados, os olhos vermelhos como se estivesse chorando, marcas de sangue na região dos cotovelos e dos joelhos.

- O que aconteceu?! – Snape perguntou correndo para ela. - Como você... – Snape ia perguntar sobre a passagem, mas Jack desatou a falar:

- UMA VISÃO! UMA MENINA! ELE TOCOU UM COLAR! UM COLAR AMALDIÇOADO! HAGRID, POTTER, O RUIVO, E A CABELUDA. AJUDA! ELES PRECISAM DE AJUDA! AQUELA MENINA PODE MORRER! EU SINTO! AQUELE COLAR, ALGO ME DIZ QUE EU O CONHEÇO... MAS NÃO SEI DE ONDE... SÓ SINTO QUE NÃO É BOM! NÃO É BOM! ELA PODE MORRER! - Jack gritou desesperada se ajoelhando na cama e agarrando as vestes de Snape.

- Quem? E onde? – Snape perguntou arrancando os punhos de Jack de suas vestes e segurando-os firmemente para que Jack o olhasse nos olhos.

- N-não sei... E-ela tinha uma amiga chamada Liane... Elas estavam juntas e...

- Catia Bell – Snape falou mais para si mesmo do que para Jack. Ele lembrava que Liane e Catia era inseparáveis assim como o trio de ouro da grifinoria.

- Onde? – Snape insistiu.

- N-na estrada para Hogwarts acredito que neste exato momento ela esteja pendurada no ar. – Jack disse entre soluços.

- Então temos que agir com os primeiros socorros! – Snape disse indo até a lareira. – Cozinhas – Ele disse e enfiou a cabeça para dentro das chamas verde esmeraldas. Jack pode ouvir o que Snape dizia:

- Quero o elfo que cuida da ala da Sonserina. AGORA!

Com um pop um elfo com os olhos mais esbugalhados que os de Dobby apareceu a frente deles.

- Elfo, leve-nos para o laboratório de poções! – Snape disse pegando as mãos do elfo, que apenas acenou com a cabeça e agarrou a mão de Snape e de Jack.

No segundo seguinte estavam os três num laboratório cheio de caldeirões de diversos tipos e tamanhos e com ingredientes em estantes por toda a sala.

- Jack – Snape chamou a moça que respirava pelo nariz e soltava lentamente pela boca para evitar a ância de vômito que o ato de aparatar havia causado sobre o estomago frágil pela gravidez. – Preste a atenção. Preciso saber os sintomas da garota. Me diga, o que exatamente aconteceu com ela?

- Ela...Ela tocou o colar... Mas não entendo, ela estava de luvas e...

- Tem certeza que foi o colar que causou o dano?

- Sim claro! – Ela disse certa em seguida acrescentou titubeante – E-eu acho que conheço aquele colar...Mas não me recordo de onde...Sei apenas que é algo que...Que é mau... E-eu não sei de onde eu conheço isso...Eu não tenho nenhuma recordação... Eu tentei lembrar mais...

- Jack, isso não importa no momento. – Snape falou paciente, porem cismado com o que Jack falara. Se ela estivesse certa, aquele colar era pura arte das trevas...Como Jack poderia achar que conhecia tal artefato?

- Preciso então saber como era o colar, e como Catia se portou ao toca-lo.- Ele disse.

Ele era verde, muito brilhante... Muito mesmo... E a menina ela... Ela tocou e rapidamente subiu ao ar. Com os braços abertos e gritou! Gritou muito! Como se estivesse no inferno... Ai quando os garotos puxaram-na ela debateu-se convulsamente... Ela não reconheceu ninguém a sua volta... Nem a amiga.

Snape lembrou-se de certa poção verde que desenvolvera junto ao próprio Lorde das trevas durante a primeira guerra. Havia desenvolvido tal poção a partir de esmeraldas de uma Mina mágica do sul da França. As pedras dessa mina tinha por característica absorver a energia mágica, tanto para o bem quanto para o mal. E se a poção já era letal, imagine as pedras puramente imantadas em magia negra...

Ele correu para o armário de antídotos. Buscou alguns vasilhames. Precisaria de algumas ervas essenciais. Que não havia ali no estoque... Afinal, não era de se esperar que um objeto tão perigoso caísse nas mãos de uma aluna....

Alias, COMO aquele colar poderia ter ido parar nas mãos de Cátia Bell? – Ele pensava enquanto ligava o fogareiro do caldeirão com um feitiço e buscava mais ingredientes.

- Elfo, preciso destas ervas o mais rápido o possível! – Disse ele pegando um papel e enfeitiçando uma lista que ele acreditava necessária para o sucesso do preparo da poção.

Rapidamente entregou o papel e disse:

- Esses ingredientes só serão encontrados em lojas da travessa do tranco! Vá rápido! – Ele ordenou, e com um estalo o elfo sumiu.

Jack estava pasmada. As lágrimas escorrendo no rosto enquanto observava admirada Severus trabalhar. Ele ia de um lado a outro, acrescentava ingredientes e feitiços cantados ao caldeirão.

De certa forma era assustador o domínio que ele tinha sobre tudo aquilo. Compotas de materiais viscosos, pedaços de animais, facas, caldeirões...

Jack devorava os livros de poções, mas noventa por cento do que Severus estava fazendo no momento era novidade para ela. Ele esvoaçava de um lado para outro graciosamente, e de vez em quando, com um golpe de pescoço ele tirava os cabelos do rosto.

Não havia se passado nem dez minutos desde que Jack e Severus haviam chegado ao laboratório, quando madame Pompy irrompeu da lareira:

- PROFESSOR! UMA MENINA! ELA ESTÁ MUITO MAL! ELA SOFREU ALGUM DANO CAUSADO POR UM ARTEFATO DAS TREVAS! PRECISO DE SUA AJUDA... NÃO SEI O QUE FAZER COM ELA!

- Madame, providencie um leito e traga-a aqui. – pediu Severus.

- S-sim senhor – Disse Pompy.

Segundos depois Catia Bell entrava amarrada em uma maca empurrada por Pomfrey.

- Ela acabou de chegar... Será que algo poderá ser feito professor? Magia negra geralmente se espalha irremediavelmente se não for evitada a tempo... Não sei se ela sobreviverá... – Disse Pompy aflita.

Severus havia parado de mexer com a poção. Havia terminado o primeiro estágio. Dirigiu-se a menina e começou a cantar feitiços para estagnar a disseminação da maldição. Ele sabia bem como magia negra agia no corpo humano... –pensou lembrando-se do estado de Alvo.

Uma batida insistente na porta. Pompy abriu dando espaço para que McGonagall entrasse com um cachecol embrulhado nas mãos.

- Professor Snape – Ela disse – Foi nisto que a garota tocou! – Disse Minerva abrindo o cachecol com cuidado e exibindo o suntuoso colar de esmeraldas.

Jack olhou hipnotizada. Conhecia aquilo, sabia que era algo perigoso... Mas não tinha lembrança nenhuma de já ter visto o colar antes... Era muito estranho.

- O colar é o veneno. – Jack falou aproximando-se de Minerva. – Se ela o houvesse pego nas mãos completamente nuas, ela já estaria morta.

Todos olharam admirados para Jackeline, que piscou acordando de divagações e olhou para Cátia, deitada na maca.

- Olhe – Jack disse pegando uma das mãos da garota e mostrando um pequeno furo na luva de lã.

Severus pensou em perguntar-lhe com ela sabia disso, mas um estalo atestou que o Elfo havia chego.

- Eu trazer todas ervas senhor – Disse o elfo oferecendo um maço de plantas a Snape, que rapidamente pegou-as e começou a trabalha-las.

Em menos de cinco minutos a poção estava pronta.

Ele indicou para que Pompy ministrasse a mistura enquanto ele fazia feitiços potencializadores.

Quando Pompy terminou de dar a poção magicamente para a garota, a menina debateu-se e começou a suar. Gritou desesperada como se estivesse sendo torturada com agulhas em baixo das unhas.

- SEGUREM-NA – Severus rugiu. Elevou a varinha e iniciou um feitiço que entrou pelos olhos da garota como se fosse uma corda de luz vermelha. Ele puxou a varinha para traz com força, e parecia que o feitiço se romperia, mas ao invés disso o cordão luminoso vermelho puxou para fora dos olhos de Cátia, uma sombra medonha, que ao ser retirada, soltou-se do feitiço de Severus e rastejou como algo asqueroso para baixo de uma prateleira escura.

No momento seguinte Cátia parecia desmaiada, mas a face exibia uma expressão tranqüila.

Snape voltou-se rápido para onde a sombra rastejou e gritou o feitiço:

- Expeto Patronus!

E a luz de uma bela corsa prateada irrompeu de sua varinha.

A sombra rastejante deu um assovio alto parecido com um grito quando foi pisoteada pela corsa, e dissipou-se e sumiu em luz prateada.

Segundos depois a corsa também havia sumido.

- Este colar esta enfeitiçado com magia negra de dementadores – Snape falou. Os cabelos caídos no rosto, e uma leve gota de suor do lado direito da têmpora.

Minerva e Pompy estavam estáticas olhando para menina Cátia. Mas Jack estava mais preocupada em lembrar da bela corsa prateada. Aproximou-se do lugar onde o animal prateado havia sumido e olhou maravilhada...

Snape quebrou o silêncio:

- Essa menina precisa ser levada para o instituto Mungus para cuidados rigorosos.

- Claro professor – Disse Minerva levantando-se e indo para a lareira. – Agora que a menina estabilizou, vou para minha sala e chamarei pelo responsável de acidentes mágicos do instituto Mungus.

Pompy ficou no laboratório até que médibruxos trazidos por Minerva chegaram.

A menina Catia Bell estava sendo levada quando um dos médicos disse antes de sair:

- O atendimento e o ministrar da poção foram muito rápidos – Disse um dos médicos com um vinco entre as sobrancelhas. – Talvez fosse tarde de mais se ela não tivesse sido tratada tão rapidamente.... Só me pergunto como o senhor foi capaz de preparar tão rapidamente os primeiros socorros?...

- Tive ajuda – Snape falou secamente, e Jack remexeu-se na cadeira onde estava sentada incomodamente.

Minerva e Pompy saíram com os médicos sem prestarem muita atenção ao estado lamentável de Jack e ao colar que ficara esquecido sobre uma das bancadas. O estado lastimável da menina Catia Bell era o suficiente para apagar qualquer outro problema menor... Mesmo que este estivesse evidente.

Snape também estava um pouco atordoado quando falou:

- Bem senhorita Rich, acho que pode se retirar agora – Ele disse recolhendo materiais e colocando-os nos lugares novamente.

Jackeline achou uma grosseria o que Snape havia dito. Ela não estava acostumada aquele tipo de atitude oscilante entre o amor que haviam dividido pela manhã e a indiferença com que ele acabara de trata-la. Mas mesmo assim não retrucou. Estava muito cansada para tanto... Com o corpo dolorido, especialmente as costas, os joelhos e cotovelos ralados, o que mais queria no momento era tomar um banho demorado e passar uma pasta para curar ferimentos leves nas articulações raladas pelo dia movimentado...

Ela saiu do canto escuro onde se encontrava e caminhou resignada para a porta.

Severus levava o grande caldeirão onde preparara a poção para uma pia no fundo do laboratório quando viu Jack saindo. Assustou-se levemente. Com toda aquela turbulência, ele havia esquecido como ela chegara até ele.

Largou o caldeirão na pia e andou a passos rápidos para a porta, conseguindo pegar Jackeline pela curva do cotovelo antes que ela saísse totalmente da sala.

- Aaaiiih – Jack lamentou ao sentir o machucado latejar com a pegada de Snape, e voltando-se para ele com uma carranca nada amigável disse: – O que pensa que está fazendo? – Ela cuspiu.

- Impedindo que você saia deste jeito pelos corredores do castelo – Ele disse meneando a varinha e fazendo com que um grande espelho aparecesse as suas costas.

Ele se afastou, e Jack viu-se refletida: Estava desgrenhada, o vestido branco de grávida estava completamente sujo de tons castanhos e verdes nas costas devido aos musgos e sujeiras do túnel-escorregador do quarto do diretor da sonserina. O vestido também tinha marcas vermelhas na altura dos joelhos e nas mangas na altura dos cotovelos.

- Eu sei – ela disse resignada, e observou quando Snape sumiu com o grande espelho. – Mas não sou capaz de fazer feitiço de cura ou de limpeza nesse momento... Minha cabeça esta muito cheia... Só quero ir para meu quarto, arrancar essa roupa e tomar uma banho quente...

- Muito bem – Snape disse indiferente – Mas antes terei que curar esses arranhões – ele disse pegando o cotovelo que Jack reclamara de dor anteriormente.

- Ahhh deixe isso para lá... Nunca morri por causa de umas raladinhas... Não é agora que vou morrer.

- Vamos ver como você suportará água quente nessas “raladinhas” – Ele disse irônico.

Jack recordou o como isso ardia, e deu-se por vencida:

- Certo... Cure-me. – Ela andou para uma bancada e colocou um pé sobre uma careira e ergueu o vestido até acima da coxa.

Snape arregalou os olhos ao ver a perna nua.

Jack sorriu ironicamente e disse:

- Está impressionado?

Ele pigarreou, e sem nenhuma palavra foi providencialmente (por que seu rosto havia adquirido um rubor indesejado) a uma estante buscar ingredientes.

Jack sorriu para si mesma, subiu na cadeira e sentou-se sobre a bancada.

Agora, depois daquela manhã tão deliciosa que tiveram, ela sabia que podia provoca-lo. Ele a desejava a pesar de ela estar se achando uma perfeita “cobra que comeu o elefante”.

Quando Snape virou-se para ela, Jack colocou uma pé sobre o assento da cadeira que a havia ajudado a subir na bancada, e o outro sobre o encosto desta. Dessa forma, sob o pretexto de deixar um dos joelhos machucados mais alto para que Severus tratasse, ela expôs mais ainda a coxa branca.

Ao vê-la fazer a acrobacia, Severus sentiu o peito em chamas, o queixo caiu levemente. Ela parecia uma fêmea selvagem.

Ao ver a cara embasbacada de Snape, Jack levantou uma sobrancelha sardônica para ele.

- Muito bem – ele disse controlando o ímpeto de querer agarra-la e deita-la sobre a mesa para toma-la.

Retirou a varinha do punho, fez uma cara séria e retirou o sangue seco da ferida. Em seguida, abriu um pote com uma pomada, com dois longos dedos ele tirou uma porção e levou ao joelho de Jackeline.

Ela estava de queixo caído quando ele segurou-a por baixo da curva do joelho com uma mão, e espalhou a pomada fresca sobre o joelho com dois dedos da outra.

Os lábios separados em deleite com o toque dele. Olhava hipnoticamente para o trabalho que ele fazia em sua pele dolorida pelo ferimento.

Snape olhou para cima e viu o rosto pasmo de Jack... Ela estava graciosa, mas a cara de boba era impagável! Ele soube que estava mexendo com ela. Talvez pudesse empreender uma vingança. Ela o havia provocado, mas ao que parecia, ela estava tão suscetível a provocações quanto ele.

Levantou o tronco e parou ereto na frente dela, mas sem deixar de espalhar a pomada sobre o joelho ferido.

Jack sentiu a pomada fazer efeito. Já não ardia, e o lugar onde ela estava sendo massageada estava quente.

Severus tirou os dedos do joelho de Jack e continuou a observar sem dizer nada. Ela passou um bom tempo como se esperasse que ele voltasse a toca-la naquele lugar novamente.

- Vai levantar o outro joelho ou vou ter que me abaixar perante a senhorita? – Ele disse irônico.

- Olhe bem para mim – Jack falou levemente irritada – Estou grávida. De um filho SEU. O mínimo que eu esperaria era que você se curvasse para que eu não precisasse fazer o esforço de colocar a perna no alto.

Snape sorriu para si mesmo. Puxou uma cadeira, sentou-se, pegou a outra perna de Jack por baixo da coxa e levantou-a para colocar o pé dela sobre seu colo.

Quando Snape pegou-a pela parte de baixo da coxa, ela resfolegou e amoleceu, tendo que apoiar um braço para trás na bancada para suportar o relaxamento dos músculos que ela havia sofrido.

Snape sorriu safadamente com o modo que Jack agiu. Não estava acostumado com técnicas de sedução... Nunca precisara disso, pois sempre havia tido bruxas das trevas interesseiras dispostas a se entregar sem exigir nada em troca... Apenas pelo prestigio de se deitar com um comensal....

Ele enfiou dois dedos no pote. Os olhos de Jack acompanharam os movimentos atentamente. Ele levou a pasta até a pele dela e esfregou lentamente. Uma mão atrevida subiu um pouco na mentira de afastar o vestido do lugar onde a pomada estava sendo aplicada, porem a mesma não foi retirada de cima da coxa de Jack após o vestido ser afastado.

Jack sentiu o clima... Mas como Severus estava com a cabeça baixa, ela não sabia se ele estava mesmo dando inicio a ‘algo’.

Então aquietou-se e tentou buscar os olhos dele... Talvez se ela...

SIM! – Ela pensou rindo diabolicamente.

- Estou com frio nos pés... – ela disse inocente e mexeu o pé descalço no colo de Severus e levou-o em direção ao meio das pernas dele.

Snape percebeu o que Jack fazia instantaneamente tirou o pé dela e levantou-se.

- Pronto senhorita. – Ele disse com o rosto dissimuladamente sério e indiferente.

Foi um prazer para ele vê-la desmontar o sorriso safado que ela até poucos segundos exibia. Lufa-Lufa tola – ele pensou. Será que era cega? Não havia visto o volume que se formara nas calças dele?

- Está com frio nos pés? – Ele perguntou. Ela acenou positivamente. Ele meneou a varinha e no segundo seguinte ela vestia um belo par de meias verdes aquecidas magicamente.

A cara dela de desapontamento com as meias foi impagável!

- Não gostou das meias? – Snape perguntou cínico. Mas dessa vez Jack percebeu as intenções de Snape e disse:

- Não. Não gostei. Você tem um péssimo gosto para cores... Acho que eu preferiria algo amarelo, ou azul... Na verdade, acho que para cobrir e esquentar meus pés o bom mesmo seria um par vermelho. – Ele falou irônica.

- Hummm... – Snape articulou. Ponto para ela. Mas ele tinha um trunfo ainda.

Aproximou-se mais das pernas dela, pegou-a pelos joelhos e abriu-lhe as pernas abruptamente, colocando o próprio corpo entre elas.

Jack assustou-se momentaneamente, mas logo foi tomada por um rubor gostoso na face.

O estranho era que ele continuava a olha-la com indiferença...

- Vai me dar o cotovelo ou terei que esperar a noite toda? – Ele perguntou dissimulando enfado.

Jack mordeu o lábio inferior de raiva e ofereceu o cotovelo enquanto levantava a manga do vestido com selvageria.

Ele curou um após o outro.

Amaldiçoado! Ele tinha um toque maravilhosamente sedutor e sensual!

Severus estava adorando aquele jogo. Ia provoca-la mais! Muito mais!

- Vamos ver se não há outros ferimentos – Ele disse apalpando-a na cintura.

- Me poupe! – Jack falou impaciente.

Sem cerimônias ela agarrou-o num abraço de pernas e puxando-o pela nuca beijou-o.

Severus não estava preparado para tal rompante. Sorriu por baixo do beijo. E logo o sorriso transformou-se em risada. Aquela mulher era louca! E ele não podia deixar de adorar as maluquices dela...

Ao ouvir Snape rindo, Jack sentiu o peito inflamar com uma alegria estúpida. E sem saber exatamente o porquê, começou a rir no meio do beijo também.

O beijo extinguiu-se, e Jack deitou a testa sobre o ombro de Snape tomando fôlego em golfadas para se recuperar do riso.

- Você tem uma parafuso a menos Lufa-lufa... – Ele disse pegando-a pelo rosto e afastando-a levemente para conferir as expressões dela.

Jack levantou os olhos para o homem. Não havia mais nem sombra da risada que a cativara. Ele tinha os olhos sérios e perfurantes como sempre...

- Estou cansada – ela disse agora abraçando-o e aconchegando-se no peito dele.

- Gostaria de uma noite nas masmorras? – Snape convidou alheio. Se por um lado não havia mais nem sombra da risada na voz dele, por outro, algo macio na forma como ele a tratou era perceptível.

- Hunm... – Jack articulou.

- Vamos de lareira. Não quero correr o risco de algum aluno abelhudo nos ver. – Snape disse calmamente se afastando de Jack para olhar nos olhos dela.

- Não sei... Preciso de outra roupa para dormir, e um bom banho... – Ela disse puxando o lado do vestido para observar a sujeira que estava. – Aquele escorrega maldito estava imundo. Acho que pedirei para que Doby faça uma limpeza lá. – concluiu.

Snape afastou-se um tanto, e Jack pulou da bancada para ficar em pé no chão.

- Sei o que os alunos falam por minhas costas – Snape falou irônico – Mas por incrível que pareça, eu tenho banheiro em meus aposentos. E com certeza posso transfigurar algo meu em roupa de dormir para você – Ele completou pegando um vaso com pó de flu na borda da lareira. – A não ser que você realmente não queira – Ele disse de costas para ela.

Jack não notou qualquer alteração na voz de Snape, mas ele continuava de costas para ela segurando o pequeno vaso com pó de flú. Ela caminhou para ele, e pensou que para um homem da idade dele, ele era muito inseguro. Parecia não olhar para ela por temer a resposta... E não era obvio para ele o que ela responderia?

Ela abraçou-o. Ele tinha os músculos rijos.

- Eu adoraria passar a noite nas masmorras. – Ela disse com a felicidade gravada em cada sílaba.

Snape sentiu quando foi abraçado e continuou com a postura rija, mas quando ela deitou a cabeça sobre as costas dele e disse-lhe que aceitava seu convite, ele não pode evitar e amoleceu a postura levemente. A voz dela transparecia satisfação e felicidade... Ele não entendia ao certo por que Jack gostava tanto dele... Na verdade ele esperava que ela se negasse. Era exótico que alguém como Jack se interessasse daquela forma por ele.

E alem de tudo, aquele era um passo importante... Talvez ela não tivesse se dado conta – ele pensou – Convida-la para dividir a cama dele, cama na qual mulher nenhuma havia dormido antes, era mais do que aparentava. Ele estava convidando-a para entrar na vida dele em um ponto no qual ele nunca havia permitido a mulher nenhuma.

Ele estava, de certa forma, assustado com sigo mesmo. Ele jurara à anos que nunca haveria em sua vida outra mulher a qual ele daria a oportunidade de entrar em sua vida... Mas Jack estava desarmando-o aos poucos. Estava acessando-o pelas beiradas, fazendo com que ele pouco a pouco quisesse-a na própria vida. Ela não havia pedido para entrar, e ele nunca quis que ela entrasse... Mas ela manipulou-o inconscientemente, e ele entregava-se também de forma inconsciente. Para Snape, ele estava querendo apenas protege-la e ao seu filho, e nisso não havia nada de mais...

- Chame pelos aposentos do diretor da sonserina – Ele disse a Jack jogando o pó na lareira. Ela chamou, e sumiu nas chamas verde esmeraldas.

Snape lembrou-se. O colar. Foi até a bancada em que Minerva deixara o colar. Enrolou-o novamente no cachecol cuidadosamente, lacrou o embrulho e levou-o consigo pela lareira.

Ele não precisou dizer a ela que se sentisse a vontade. Ao chegar, não avistou Jack na ante sala. Viu a luz do próprio quarto acesa. Entrou. Ela não estava a vista. Um barulho de água atestou que ela estava num banho.

Ele foi ate a cama. Estava um pouco suja por causa da queda de Jack. Ele arrancou os lençóis num golpe de varinha, e com outro a cama estava arrumada novamente. O quadro estava encostado, atestando que a passagem se auto lacrava depois de um tempo aberta.

O quadro do ex-diretor da sonserina olhava para ele com os olhos brilhando de malícia, obviamente por ter notado que Jack passaria a noite nas masmorras.

- Eu também costumava trazer mulheres para Hogwarts... Fhineos não gostava, mas as vezes se fazia de cego... – A pintura disse sorrindo safadamente.


- Quadro abusado. – Snape falou com raiva – Se você espalhar qualquer coisa pelo castelo você pode se considerar um borrão de tinta.

- Não se preocupe – Disse o quadro temeroso, e no momento seguinte ele acrescentou de forma mal-intencionada: - Eu ficarei bem quieto...

Snape arqueou uma sobrancelha, e com um golpe de varinha, jogou sobre o quadro um feitiço que ele havia criado na adolescência:

- Mufliato!

O quadro olhou para Snape com indignação. Estava ouvindo zunidos indiscerníveis, como se estivesse em uma feira livre.

Snape sorriu diabólico. Pegou uma manta e cobriu o retrato pela moldura. Ouviu alguns xingamentos deste, mas com outro feitiço o som não mais se fazia ouvido.

Ele ouviu um barulho na porta do banheiro. Jack saiu enrolada a uma toalha.

- Bem... Está na hora de você transfigurar alguma roupa para mim. – Disse Jack. Ela tinha os cabelos molhados e a pele rosada atestando o banho quente.

- Claro – ele disse indo até o armário. Pegou uma camisa, aumentou-a no cumprimento, os botões sumiram e apareceram apenas dois atrás. A gola diminuiu e arredondou-se. Estava pronto. Uma camisola. Ele estendeu a peça a ela.

Ela pegou e ficou esperando.

- O que? – Ele disse com um vinco entre as sobrancelhas.

- Você não esta esquecendo de nada não? – Ela disse.

Com um rubor ele lembrou-se: Roupas íntimas.

Ele pegou uma peça dele e transformou-a em algo menor.

- Assim? – Ele perguntou mostrando o trabalho a ela.

- Não exatamente – Ela disse – Mas serve.

- Muito bem. – Ela falou. – Agora se me dá licença – ele disse pegando algumas roupas de dormir no armário e dirigindo-se ao banheiro – Agora é minha vez...

Quando Snape entrou no banheiro Jack vestiu-se. Ela não podia acreditar. Dormiria no quarto de Snape. Olhou o quadro coberto. Sorriu de forma marota e enfiou-se em baixo das cobertas, aconchegando-se entre os travesseiros.

Havia dormido de dia, mas não havia comido nada o dia todo, e além de tudo a tarde e o inicio da noite fora tão atribulados... Estava confortável na cama, e o aroma mentolado que os lençóis da cama de Snape desprendiam era tão reconfortante que dentro de poucos minutos ela estava dormindo novamente.

Snape terminou o banho e vestiu-se no banheiro. Parou por alguns instantes segurando a maçaneta, pensava no que faria, no que falaria, como seria, será que ele deveria virar-se e dormir? – Claro que não dormiria! - ele pensou perfidamente excitado – Mas deveria dizer algo a ela? Ele sentiu o desejo morno invadindo o peito... Queria tê-la intensamente, da mesma forma que a havia tido durante aquela manhã. Não sabia o que faria, mas decidiu sair logo para o quarto.

Quando entrou no aposento novamente ela já estava deitada entre as cobertas. Estava de lado, de costas para o lugar de onde ele havia saído. Ela não havia se movido... Ele aproximou-se da cama e deitou-se.

Aproximou-se dela. Ela estava tão quieta. Será que estava querendo provocá-lo? Como ele devia aborda-la? Decidiu aproximar-se e encostar-se a ela, assim ela ‘sentiria’ o desejo dele.

Quando ele encostou-se nela, ele enfiou o nariz buscando o aroma da pele dela.

Ela gemeu inconscientemente, e confortável, ela virou-se no sono para aconchegar-se nele.

Ela estava dormindo!!! – Ele pensou desestimulando-se instantaneamente. – Depois de tanto provoca-lo no laboratório? – ele sentiu uma leve irritação

Jack virou-se e colocou um braço sobre o peito dele. Ele sentiu algo morno ao vê-la dormir tão tranquilamente ao lado dele... A respiração dela fazendo um ruído arfante suave.

Snape suspirou e puxou a coberta para cima das orelhas de Jackeline...

Geralmente ele demorava a pegar no sono... Mas estava tão quente em baixo das cobertas, e a respiração de Jack tão tranqüila e harmoniosa... Era como um mantra... Ele apagou as velas com mágica, e aproximou mais do corpo dela. Logo uma escuridão aveludada caia sobre a consciência dele.

Ele dormira.



ssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

Cap longo = demora em sair o próximo.
Comenta galera.
Seus morféticos!
XD
bando de fanfarrões!
Tratem de comentar nessa porra!
Eh a única fic a qual tenho inspiração para escrever, mas se continuar com esses comentários parcos eu largo essa aqui tb.
¬¬
*cara de má*

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