O amor pode dar certo?



Capitulo – 11

O amor pode dar certo?

Era uma terrivelmente bela manhã de segunda feira. Ele estava na torre da sala de reuniões dos professores. Como sempre observava os jardins à procura da figura dela. Depois do fatídico encontro com Shacklebolt e Tonks, eles não mais haviam se falado. Mas ele observava-a de longe, e assim percebeu que a moça estabelecera uma rotina. Todas as manhãs ela caminhava perto do lago, sozinha ou entre os estudantes, dessa forma, ele criara uma nova rotina também: Observa-la todas as manhãs.

Às vezes, quando estava lecionando para suas turmas de DCAT do período da manhã, ele passava leituras silenciosas para que ele pudesse postar-se próximo a janela, e de vez em quando olhar para ela: Com os cabelos curtinhos e louros rebeldes ao vento, sempre com um livro em uma mão e a longa varinha de madeira clara na outra, caminhando descalça chutando a água na beirada do lago despreocupadamente...

De vez em quando ela parava perto de uma pedra ou arbustos, e ele podia ver as transformações que ela fazia nos objetos: Pedras flutuando, se transformando em pássaros, partindo-se ou se reparando. Recebendo feitiços multicoloridos que certamente faziam efeito apenas em pessoas ou animais... Ela estava muito aplicada a tarefa de aprender magia.

A semana havia passado com num passe de mágica, ele nem acreditava que Logo mais a tarde teria que encontra-la, que teria que falar com ela, olhar diretamente nos olhos azuis... Inferno. Maldito Dumbledore que inventara de ele dar aquelas aulas de poções...

Ele podia ter tentado recusar a tarefa... Mas a verdade era que ele queria vê-la mais de perto... Senti-la palpável como era, e não como um dos fantasmas perambulando intocáveis pelo castelo...

- Professor Snape, sei que o dia esta muito bonito lá fora, mas eu apreciaria muito que o senhor prestasse a atenção. Daqui a pouco todos estarão liberados para desfrutar da bela manhã de segunda feira que esta fazendo lá fora. – Disse Dumbledore aproximando-se da janela para observar. Ele viu Snape incomodo quando se aproximou para compartilhar a visão dos jardins. Ele sabia que belas manhãs ensolaradas de inicio de outono não atraiam o professor obscuro, e ficou satisfeito ao reconhecer a cabeleira loura de Jackeline, que caminhava na beirada do lago enquanto praticava feitiços.

- Hum... Bem. Acho que seria ótimo um mergulho no lago. Parece estar fazendo um calor agradável lá fora... – Dumbledore falou vagamente.

- Eu não perderia meu tempo com algo tão improdutivo – Snape resmungou.

Dumbledore fez que não ouviu e deu de ombros. Nada adiantaria ele, um velhote, tentar persuadir Snape a viver um pouco as coisas boas do mundo. Não. Isso teria que ser feito por outra pessoa com atrativos incontestáveis para o rabugento professor obscuro... Alguém que detivesse a capacidade de fazer o velho Snape colocar o nariz pra fora da janela para notar quando uma manhã estivesse particularmente bela.

- Bem... Então encerro a reunião por aqui. Como as primeiras aulas do dia foram canceladas, vocês terão algum tempo de folga antes das aulas do período da tarde. – Dumbledore falou – Ah... E Rophy, - Dumbledore chamou o elfo domestico que servira água e café aos professores durante a reunião. – Diga aos elfos da cozinha, que o bolo que serviram no desjejum mais cedo estava particularmente saboroso.

Snape virou os olhos com desdém. Dumbledore se preocupava com cada coisa sem sentido a aquela altura... Nem parecia um homem a beira da morte... Convocando reuniões pedagógicas matinais e atrasando horários de aula, comentando sobre banhos de lago, e sobre bolos servidos no café da manhã... Velhote insano...

Dumbledore aproveitou a nova distração de Snape para observa-lo. Ele voltara os olhos novamente para a janela. Obviamente a procura de Jackeline... Ele podia ate adivinhar o que o homem estava pensando: Em como o velho Dumbledore perdia tempo com coisas pequenas... Pobre mestre. Precisava de uma professora que o ensinasse a viver. A matéria mais importante da vida... Estranho como uma pessoa tão inteligente não soubesse a diferença entre viver e sobreviver.

Os outros professores já haviam abandonado a sala. No entanto Snape continuava lá. Estava alheio ao mundo real, compenetrado apenas em observar pela janela. Dumbledore ficou com ele. Estudando-o cuidadosamente. O que mais poderia fazer para ajudar Snape? – suspirou – Certamente sabia algo que ajudaria muito: Convencer a Jackeline contar a verdade ao mestre.

Dumbledore decidiu que não iria mais postergar: Iria chamar Jackeline e tentar convence-la a contar a verdade para Snape.

Quando ia se aproximar do professor para avisa-lo que iria sair, Dumbledore viu o homem de negro agarrar sofregamente o braço com a marca negra.

Uma dor lacerante no braço pegou-o de surpresa. Ele agarrou o lugar da marca negra sentindo a tão conhecida dor que esta produzia.

Maldição. Estava sendo chamado. Desgrudou os olhos dos cabelos dourados rebeldes com o vento, e olhou para dentro da sala novamente. A luz do sol o havia cegado momentaneamente. O ambiente escuro da sala dos professores estava indiscernível.

Apertou os dentes esperando a dor ceder e levantou-se.

Uma mão em seu ombro o alertou que não estava sozinho.

- Vá filho. Se você não chegar a tempo para as aulas da tarde, eu pedirei a outro professor para te substituir. – disse Alvo. - E tome cuidado.

- Obrigado Dumbledore – disse Snape. – Peça a Slugorn para me substituir com as aulas para senhorita Rich.

Pelo menos algo de bom em ser chamado: Provavelmente não teria que ver Jackeline por hoje.

- Não – Dumbledore falou – Essa missão e sua Severus.

Snape torceu o nariz.

- Muito bem então. Agora... Se me der licença... Meu ‘outro’ mestre me chama.

- Não brinque com algo assim – Dumbledore repreendeu.

Snape molhou os lábios e corrigiu:

- O lord das trevas deseja minha presença.

Em seguida saiu, deixando Dumbledore sozinho próximo a janela que ele tanto relutara em abandonar.

Foi de lareira para o caldeirão furado. Iria aparatar para a velha mansão Ridle da travessa do tranco.

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Aparatou na sala empoeirada e se jogou mecanicamente aos pés da criatura. A penumbra reinava devido a densas cortinas comidas de traça cobrindo o sol da tarde que lutava para entrar por algumas brechas nas janelas fechadas que caiam aos pedaços.

- Severus... Meu servo fiel. – disse a voz aterradora num silvar.

- Meu lord – Disse Snape levantando a cabeça apenas o suficiente para encarar as vestes cumpridas do Lord Negro.

- Estive pensando Severus... Não tive mais noticias daquela moça... Ah... Jackeline Rich... Gostaria de saber como meu plano esta se desenrolando... Você esta ensinado-a a odiar os Trouxas infames? E esta fazendo-a perceber o valor de sua raça bruxa?

- Meu senhor – Disse Snape – Creio que ela esta progredindo... Porem precisa de mais aulas – Snape falou. Queria evitar e postergar a vontade do Lord de conhecer sua nova “serva” o maximo que pudesse.

- Quase dois meses Severus – Disse o senhor da escuridão. Era perceptiva a insatisfação na voz de Voldemort.

- S-senhor... Eu estou progredindo. Preciso de um pouco mais de tempo... Talvez se...

- Levante-se Severus...

Snape colocou-se em pé de forma obediente.

- Você já a conquistou? Seduziu a moça? – Voldemort perguntou. – Nada me faria mais gosto que a união de vocês. – falou.

Snape sentiu os músculos do corpo rijos. O que faria?

Hora que pergunta! Mentir, como sempre! Se fosse obrigado a mostrar algo, liberaria pastes dos beijos que havia trocado com a moça antes do incidente que os separara.

- Sim meu lord. – Ele disse observando o corte que seria a boca de Voldemort curvar-se um pouco para cima. Mas os olhos, ele percebeu, não acompanhavam os movimentos da boca.

- Muito bem... Lembra-se do que eu lhe disse uma vez a muito tempo atrás? Que você encontraria uma sangue puro? Uma mulher de família bruxa tradicional... E ela é uma mulher de dons notáveis, como tenho certeza que percebeu. Acredito que ambos terão um lugar de destaque ao meu lado quando tomarmos o poder – Disse Voldemort.

Ao ouvir as palavras do Lord Negro, Snape sentiu o coração se dissolver. Era mortificante lembrar-se de seu amor do passado... E ouvir qualquer coisa que o lembrasse que ele a havia perdido, e que tinha determinada culpa nisso, matava-o um pouco por dentro.

- Desejo ver Jackeline Severus. Eu a quero aqui. Quero testar os poderes dela. – disse o Lord das trevas. A ganância gravada em cada silaba.

- Senhor, não posso trazê-la... Ela ainda não esta pronta... – Snape falou. Como traria Rich? A mulher era frágil... Estava horrorizada com ele, imagine se fosse forçada a ver Voldemort em pessoa!?

- Ousa me contrariar? – Disse Voldemort.

O Silvo baixo avisou a Snape da instabilidade de seu mestre...

- Senhor... Não. De modo algum... – Ele falou temeroso.

- Severus Severus... Eu o aprecio tanto... – Voldemort falou. Subitamente baixou a varinha.

Snape sentiu a dor lacerante: Mil facas afiadas e com laminas incandescentes em seu corpo. Uma dor terrível... Seu rosto sendo fatiado por finas laminas, e logo em seguida a ardência como se alguma substancia acida corroesse seu corpo de dentro para fora, nos dedos a sensação de ter as unhas arrancadas com alicate...

Queria morrer. Era só o que desejava. A dor parecia infinita... Pareciam horas de agonia...

Quando sentia que seu corpo se entregaria, assim como começou, subitamente parou. Mas ele sentia os espasmos de câimbra... Seus músculos estavam em fogo pela dor que a maldição causara e a garganta dolorida.

Seu mestre estava inspirado. A cruciatus mais terrível que já havia recebido... Se é que haviam maldiçoes crucius menos doloridas do que outras.

- Levante-se - disse Voldemort calmamente.

Snape, que nem percebera quando o corpo foi ao chão, só pode virar-se de barriga para cima e arfar.

- Você me trará a moça. Entendo que esteja querendo protege-la...

- N-não meu Lord – Snape conseguiu negar fracamente... Sentia os dentes doloridos, e um gosto nauseante de sangue na boca.

- Não tente negar Severus... Eu sou o Lord das trevas. O bruxo mais poderoso de todos os tempos. Pensa que não sei o que se passa na cabeça de meus comensais? Veja Narcisa. Apavorada por Draco estar convivendo em nosso circulo... – Disse Voldemort.

- E-eu não temo meu senhor! Sei que o que faz é o melh...

– Não Severus. Cale-se. E não tente negar. – Disse o lord negro. – Mas quero tranqüiliza-lo: Darei mais um tempo que a prepare satisfatoriamente para estar em minha presença... E não se preocupe. Eu não a machucarei... – Ele falou – Excerto se ela se negar a ficar de nosso lado – Ele concluiu.

- Sim meu senhor! – Snape respondeu.

- Agora saia. – Voldemort ordenou.

Snape arrastou-se como pode para fora do cômodo em que Voldemort se encontrava. Maldição! Havia saído tão rapidamente de Hogwarts, que se esquecera de passar em seu estoque para pegar uma poção analgésica. Então ele achou melhor encostar-se em um canto de um dos cômodos embolorados da mansão e esperar a dor ceder um pouco. Não conseguia nem se levantar no momento, quanto mais aparatar.

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Ela recebera um novo bilhete de Dumbledore avisando que a primeira aula de poções básicas com Snape fora adiada.

Melhor.

Se o visse, era capaz de falar-lhe poucas e boas!

Maldito homem mau! Por que tinha que ser tão intragável! Não era de se admirar que ninguém gostasse dele. Ele insistia em ser o pior tipo de pessoa possível!

Já passavam das três da tarde... O inicio do outono começava a avermelhar as folhas das arvores e tornava a grama em volta do lago opaca. Decidiu sair um pouco. Precisava respirar ar puro. Acostumara-se a caminhar pela manhã, depois da aula de Minerva... Mas hoje em especial ela decidira usar também o horário que seria destinado a aulas de poções para um passeio ao ar livre. Não havia saído do castelo durante a tarde ainda... Queria ver o crepúsculo, e pensar. Dumbledore marcara no mesmo bilhete em que avisara que Snape não poderia lhe dar aulas, que gostaria conversar com ela a respeito do bebe que carregava. Obviamente o velho tentaria dissuadi-la de manter a farsa... Então ela deveria se preparar com argumentos para negar os do diretor.

Ela pensara em contar a verdade para Snape... Mas quando o ‘viu’ em uma predição rápida atacando Quin e produzindo um profundo corte no rosto deste, ela mudou instantaneamente de idéia.

Caminhou para o lago com a cabeça fervilhando meios de contra argumentar ao diretor... A superfície azulada resplandecia com o sol da tarde... Quando chegou a beira, ela parou e permaneceu alguns minutos observando.

Algo que parecia um tentáculo gigante pulando chamou-lhe a atenção...

Coisa estranha...

Mas não devia ser nada. Talvez um peixe empolgado que deu um salto maior deixando um rastro de água no pulo...

Ilusão de ótica...

Tirou os sapatos e começou a andar pela beiradinha pedregosa do lago em direção ao portão. De vez em quando pegando uma pedrinha e atirando ao longe na água penas para vê-la quicar antes de afundar na água.

Tanta coisa a se pensar... Um bebe crescendo em seu ventre era algo tão mágico... E ela já havia chego a duvidar que um dia fosse se tornar mãe... Quem diria... Mãe solteira?

Sim.

Agora tinha que encontrar uma maneira de esconder a verdadeira paternidade de seu filho...

Céus... Como poderia esconder para sempre de todos a identidade do pai de seu bebe?

Talvez fosse melhor contar logo a verdade... E se seu filho crescesse e a odiasse por ela não poder contar a identidade do pai?

Ahh não! Ainda faltava muito tempo para isso.

Mas podia acontecer não?

Ohh céus. O que faria?

Alem disso, Snape talvez fosse apenas um homem rabugento, e não um homem mau...

Mas e a tentativa de assassinato? Ele a tentara matar! E também teria machucado Quin se ela não tivesse impedido!

Mas pelo que Tonks e o próprio Quin haviam dito sobre o tal ‘Voldemort’, ele podia estar mesmo muito confuso, e quanto a machucar Quin... Pode ter sido apenas ciúmes – Ela pensou saboreando a ultima idéia com um fascínio estranho.

Mas o que pode fazer um homem se confundir com algo tão grave?

Jackeline estava perdida em pensamentos: Becos sem saída repletos de “E SEs”.

A única coisa certa era o nome dele viajando durante a noite em seus sonhos, e durante o dia em devaneios acordados... Ele poderia ser um veneno doce.

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Não chamaria atenção para si. Decidiu aparatar diretamente nos portões de Hogwarts. Era período da tarde, e os alunos estariam em aulas. No maximo ele encontraria Filtch ou algum professor, que como ele, estava com a tarde vaga.

Teria que andar dos portões ao seu aposento, mas não despertaria os olhos curiosos no caldeirão furado... Era melhor assim. Nunca gostara de ser visto debilitado.

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Um barulho despertou-a das divagações. Ela conhecia bem aquele ruído. Procurou por alguém que pudesse ter aparatado... Mas nada... O estalido parecia ter vindo de algum lugar próximo aos grandes portões da escola.

Quem seria? Não havia nada a volta da escola. Nenhuma vila... Só poderia ser alguém que quisesse visitar o castelo... Entretanto, por que não aparatar diretamente na porta do saguão principal? Ou mesmo dentro do castelo?

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Ele tocou a fechadura do portão com a varinha e entrou.

Sentia as pernas moles e doloridas. O sangramento na boca não havia estancado... A maldição devia ter rompido vasos sanguíneos em sua garganta. E todos os nervos de seu corpo repuxavam como resquícios de câimbras dolorosas.

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Jackeline observou a figura de vestes escuras que conhecia entrando mais envergado do que de costume.

Aquele filho de uma bruxa... Ela o pegaria agora e falaria poucas e boas pelo que havia acontecido na semana passada. Ela o tentara achar durante a semana, mas ele, sempre que a via, fugia para uma sala ou passagem secreta do castelo. Ela ainda estava furiosa. Ele não tinha o direito de ofender Quin, e nem de pensar em machucar seu amigo. Ele pagaria!

Ela tinha que se forçar para odia-lo. Quem sabe se o hostilizasse, ele a maltrataria, e a decisão de excluí-lo para sempre de sua vida se tornasse uma tarefa mais fácil.

Ela decidiu: Iria ate ele agora. Deixaria tudo muito claro. Ela não contaria a ele sobre a verdade da paternidade da criança. Não havia motivos para isso. Não queria que um homem daqueles convivesse com seu bebe.

Antes de ganhar a criança sairia do castelo. Assim não precisaria dizer nada para ninguém sobre Quin ser ou não o pai.

Ela andou rápido espalhando água no vestido. Em certo ponto parou para colocar os sapatos novamente, mas sem tirar os olhos do homem, que caminhava devagar pela estradinha de terra.

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Andava devagar, mas andava... Subitamente foi ao chão.

MALDIÇÃO! Maldito caminho sem pavimentação! – Pensou. Falaria com Dumbledore sobre isso.

Tentou levantar... Malditas pernas que não obedeciam!

Forçou os membros inferiores, e por fim conseguiu:

Levantou-se trôpego.

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De repente o homem caiu como se fosse um boneco de trapos...

Ela parou o que fazia. Deu alguns passos para traz entrando um tantinho no lago novamente. Algo não estava certo.

Abaixou na beirada do lago encharcando as barras das vestes bruxas vermelhas... Queria se esconder, mas não havia uma maldita arvore para que ela pudesse se abrigar atrás do tronco.

Ela observou e esperou...

Ele demorava em levantar. Mexia-se como se estivesse se juntando num amontoado negro...

Não. Definitivamente havia algo errado com ele. Uma pessoa sadia não demoraria tanto para se recuperar de um tombo.

Decidiu aproximar-se.

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Ele sentia tanta dor de cabeça que era como se esta pesasse uma tonelada. Para ajudar, sentia o corpo todo tremendo e com espasmos.

Parou um pouco para respirar. Apoiou-se nos joelhos, juntou a saliva de gosto férreo devido ao sangue que a garganta expelia para a boca, e cuspiu vermelho no chão.

Seria a caminhada mais longa de sua vida.

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Ele parecia realmente mal.

Observou cuidadosamente quando ele colocou as mãos sob os joelhos e envergou o tronco para frente. A cortina de cabelos negros impedia-a de ver a expressão do rosto dele, mas ela notou quando uma gota espessa de liquido rubro foi expelida por ele pela boca.

Deus...

Ela correu para ele. As vestes cumpridas e molhadas fazendo com que ela trançasse os pés desajeitadamente com a corrida.

Tocou-o nos ombros.

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Uma mão amigável em seus ombros... Dumbledore?

Ele levantou o rosto com um rastro de sangue no queixo e viu Jackeline. Os olhos azuis vítreos brilhando mais do que o céu.

- Quer ajuda? – ela ofereceu.

Ela não iria hostiliza-lo? Ele havia maltratado-a.

Idiota.

Claro que ela não faria isso. Ele estava num estado deplorável. Ela no mínimo estava com pena.

- O que faz fora do castelo? – ele perguntou ríspido.

- Eu.. Só estava passeando um pouco. Estava embolorando lá dentro. – ela disse calmamente. Não queria brigar... Não com ele daquele jeito. – E você? Por que adiou nossa aula?

- Primeiramente, o que eu faço ou deixo de fazer não é de sua conta. E olhe para você – Ele falou torcendo o nariz - Está toda suja... – falou observando a barra das vestes vermelhas molhadas e com barro. – Você não tem vergonha de agir como uma criança??? – Ele perguntou amargo.

- Quer ajuda? – ela ignorou as ‘mau criações’ dele e perguntou novamente tentando ampara-lo. Ele tremia muito, ela notou.

- Me solte. Nunca precisei de ajuda. E não e agora que eu precisarei. – Ele disse tirando as mãos dela de si com selvageria.

Ele voltou a caminhar com dificuldade.

Ela permaneceu estacada no lugar, sentindo os punhos onde ele havia agarrado para expurga-la doloridos pela brutalidade dele.

Estava observando as costas dele se afastarem quando uma dor que ela não sabia de onde vinha queimou em seu peito.

Não era tristeza por ela. Era tristeza por ele. Pela solidão dele.

Nunca precisou de ajuda? Como assim?

Não. Agora entendia: Nunca teve ajuda de boa vontade. Nunca teve ajuda dada de graça, sem que quisessem algo dele em troca.

Como ela poderia não querer ajuda-lo? Como ela poderia esconder dele a vida que crescia em seu ventre?

Então ela compreendeu: Ele tinha direito.

Talvez, ao saber que seria pai, mudasse um pouco de humor... Talvez um filho pudesse mostrar a ele que não estava sozinho...

Ela se sentiu forte. Secou um par de lagrimas que haviam escorrido pelo queixo. Andou rápido ate ele. Alcançou-o depressa, pois ele estava muito lento.

Segurou-o no ombro novamente, e ele parou.

- Se continuar a me atrapalhar, eu só chegarei amanhã ao castelo senhorita Rich. – ele falou venenosamente.

Sem mais ela abraçou-o por traz sentindo os tremores que passavam pelo corpo dele. Não sabia o que havia acontecido, e nem queria saber. Só queria ajudar. Se doar. Não queria nada. Só ajudar.

O que estava acontecendo? – Ele pensou quando sentiu os braços dela em torno dele.

Não falou nada... Mas era estranho... A moça certamente tinha um parafuso a menos...

Sentiu ela se movendo mas sem deixar de abraça-lo. Agora ela estava de frente para ele. Encaixou o rosto em baixo do pescoço dele e ouviu sua respiração...

Para que lutar contra o que estava sentindo? Ela estava se prejudicando também ao negar que precisava do cheiro dele. Do gosto dele. Do calor dele. Do tato do corpo dele...

O que estava acontecendo??? – Snape se questionava.

Severus Snape estava mais perdido do que jamais esteve. Tinha o olhar vago, e não sabia o que fazer com as mãos. Ate que percebeu algo mais estranho ainda...

O que ela estava fazendo???

Estava esfregando o rosto macio contra o pescoço dele. Ele sentia a respiração dela diferente. Ela... Parecia que estava cheirando-o...

Ela o estava cheirando?

Merlin... Sim, era fato: Ela estava cheirando-o.

Quanta insanidade em uma pessoa só. – Ele concluiu.

No entanto estava tão gostoso. Ele sentia o corpo mais relaxado, então as dores estavam mais suportáveis.

Ela levou as mãos aos cabelos negros dele, e enterrou os dedos entre as mechas. Agora ela beijava-o no pescoço. Ela o puxou com carinho para que ele se abaixasse, e ela pudesse beija-lo na orelha.

Jack sorriu travessamente quando percebeu que ele não resistia. Colocou-se na ponta dos pés e provou um lóbulo da orelha dele.

Severus Snape sentiu uma fraqueza nas pernas que não tinha nada a ver com a cruciatus que havia recebido. Uma sensação de cócegas na garganta e arrepios na espinha o fez cambalear um tantinho contra ela.

Agora estava sendo puxado devagarzinho... Quando se deu conta os sapatos já estavam cheios de água.

Mais que maluquice ele estava fazendo? Por que se deixava ser manipulado daquela forma? E se alguém os visse? E se um aluno decidisse olhar pela janela?

Quando a água já estava na cintura ele sentiu-se sendo puxado para baixo com cuidado. A água não estava muito gelada, pois o sol de um dia intero havia agido para deixa-la agradável.

A água do lago acalmava os nervos sofridos, e diminuía a sensação de ardência que a maldição havia provocado nos músculos, e dentro da água, a gravidade não influía para deixa-lo cansado.

Ele pegou um gole de água, lavando a boca do sangue que ainda se formava.

Pobre homem... – Ela pensou enquanto passava uma mão sobre a boca que ele havia acabado de lavar, e descia para o queixo de forma a limpar o rastro de sangue que ela havia visto antes.

Estavam abaixados para que a água chegasse ao pescoço.

Negros e azuis se miravam. Gravando detalhes...

Os olhos azuis dela eram vítreos. Mas brilhantes que os de Dumbledore, apesar de não tão profundos quanto os do velho... E estavam marejados... Ela chorava? Confuso ele desceu os olhos negros para observar os lábios dela, mas com surpresa constatou que estes sorriam levemente. Como alguém podia chorar e sorrir ao mesmo tempo?

Ela aproximou o corpo do dele...

O que ele deveria fazer? Talvez pedir desculpas... Mas o que adiantaria? Ele sabia que ela iria acabar preferindo ficar com o pai da criança... Mães sempre acham que deixar o filho perto do pai de sangue é o melhor... E neste caso, era realmente o melhor a se fazer... Ele era um homem complicado. Um ex-comensal. Agente duplo. Com o pescoço diariamente em risco...

Ela viu apenas uma sombra de confusão nos olhos negros e profundos de Snape. Mas ele não disse nada...

O que ela deveria fazer? Sabia intuitivamente o porquê Severus estava daquela forma: Havia sido barbaramente torturado. E pelo jeito que ele agia aquilo era corriqueiro. Agora entendia o porquê havia sido atacada por ele... Ele sofria mais do que qualquer um sequer podia imaginar. Vivia no limiar entre o bem e o mal. Ela deveria contar a ele sobre o bebe? Se ela fizesse isso não estaria pondo em risco a própria vida e vida de seu filho? Oh céus. Mas o que era certo era certo: Seu bebe nunca seria totalmente feliz sem o verdadeiro pai. Decidiu que contaria.

- Severus. – ela falou baixinho enquanto esfregava os lábios o nariz e a bochecha direita no lado direito do rosto dele.

- Hum?

- O bebe não e de Quin.

Ele endureceu os músculos.

- O bebe é... É seu... Estou esperando um filho seu.

Snape sentiu as pernas tão fracas que não pode evitar de soltar-se e sentar no lago. A água cobriu-lhe o pescoço ate o nariz.

Em seguida ele levantou-se completamente:

- Não... – negou.

- Sim. – Ela afirmou. Moveu-se e buscou os olhos dele.

O par de buracos negros estava perdido em algum ponto do horizonte.

- Me desculpe por ter mentido... – Ela disse – Eu... Eu estava apavorada.

- Você deve continuar dizendo a todos que o bebe não e meu. – Snape disse Subitamente.

- O que? – Jack parecia indignada.

- É o que a senhorita ouviu. Não posso ser pai. Não quero ser pai. Nunca pedi por isso.

Jack levantou-se rapidamente também. As vestes molhadas pesando no corpo. Os olhos cheios de lagrimas. Sentia como se no peito uma farpa dolorida tivesse sido revolvida.

- O filho é seu Severus! Vai negar-lhe seu nome? Vai agir como um covarde?

- Olha quem vem me falar de covardia. A senhorita coragem em pessoa. Pelo que sei, ate alguns minutos atrás, o pai dessa ‘criatura’ que você carrega no ventre era Quin Shacklebolt. – Ele disse com toda ironia que poderia colocar na voz.

- CRIATURA??? – ela repetiu com a voz aguda. – Então é isso? Você acha que o bebe que carrego é apenas uma “CRIATURA”??? E acha mesmo que o bebe é de Quin?

- Eu não tenho que achar nada. Você mesma disse. – Snape falou com desdém.

- Severus – Agora ela parecia suplicar – Eu falei aquilo por que estava acuada... Eu havia acabado de descobrir que estava grávida... Eu não sabia quase nada sobre você... Na verdade acho que ainda não sei – Ela falou olhando para baixo e rapidamente olhando pare ele novamente - E no dia seguinte da concepção de nosso filho, você havia tentado me... – Ela suprimiu a palavra. – Eu não sabia se você era realmente uma pessoa confiável...

Snape sentiu como se o coração tivesse dissolvido. Estava abdicando a uma parte dele. Estava abdicando do fruto de sua carne... Mas era necessário.

Ao ver Jack tão compreensiva com sua dor, tão piedosa e carinhosa... Ele concluiu que não merecia aquilo. Alem disso, estar ao lado dela, e reconhecer aquele bebe, significava risco para a mulher e para ‘seu filho’. “Seu” – Ele saboreou com possessividade. - E ele não queria prejudicar Jack e o Bebe. Era um homem praticamente condenado.

Então fez algo em que era mestre: Machucar com palavras.

- Eu não tenho um filho. E nunca vou ter. Tenho certeza que você esta dizendo que este ser que carrega e meu por que o Auror não o quis reconhecer. – Snape falou exibindo um sorriso irônico tão horrível, que deformava seu rosto. - E eu o entendo... Essa criança pode ser de qualquer um... Veja você aqui nos meus braços de novo... Mesmo depois do que eu lhe fiz. – Ele finalizou com desdém.

Ao ouvir, Jack esquivou-se. As palavras dele a atingiram-na como pedradas.

- HOMEM MALDITO! NÃO SEI POR QUE EU RESOLVI LHE CONTAR A VERDADE! – ela falou exaltada – ESTAVA NA MINHA CARA QUE VOCÊ NUNCA AGIRIA COMO GENTE. VOCÊ NÃO PASSA DE UM MONSTRO.

Jack sentiu um duro nó na garganta, dolorido, queimando. Tinha o peito arfando, o coração dilacerado, como se tivesse sido apunhalada.

Tentou correr para fora do lago, mas a água impedia a velocidade. Antes de chegar à beirada ela caiu de cara na água.

Sem clemência, Snape forçou-se a rir do tombo que ela havia levado.

Ela endureceu a mandíbula e não pode mais suportar: Chorou de vergonha, ódio e tristeza.

MALDITO! MALDITO!

Ele queria morrer ao ouvir os gemidos de choro dela. Observou-a correndo para a porta principal do castelo: Encharcada, com as mão cobrindo o rosto e tropeçando aqui e ali no terreno irregular...

Ele só saiu da água quando ela sumiu dentro do castelo.

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- Jackeline... Jackeline querida.

Ela virou-se encharcada. As lagrimas misturadas à água que escorria dos cabelos.

- Diretor? – Ela falou virando-se com o rosto levemente abaixado para esconder as lagrimas. Entretanto, os soluços e a voz embargada denunciavam-na.

- O que ouve? – Ele perguntou preocupado.

- Nada. – Ela foi direta. Um tom de rispidez na voz.

Dumbledore suspirou. Tudo parecia tão difícil... O que teria acontecido? – ele pensou. E com um golpe de varinha ele secou as vestes da moça.

Jackeline sentiu as vestes secarem e ficarem confortavelmente quentes. Então ela levantou o rosto como se buscasse algo no teto, mas colocou uma mão sobre os olhos inchados. Não estava suportando. Deixou-se levar pelos soluços e chorou sonoramente.

Dumbledore aproximou-se preocupado. Não sabia o que havia acontecido, porém, para que ela estivesse chorando daquela forma, deveria ser algo grave...

Mais problemas... Justo agora quando ele iria tentar dissuadi-la a contar sobre o bebe para Severus.

- Vamos ao meu escritório querida – Ele falou amparando-a com um braço sobre os ombros soluçantes.

- Não – Ela recusou-se livrando-se dele.

- Eu preciso falar com você sobre... Sobre o seu bebe Jackeline. E é importante - ele falou.

Jackeline sentiu o ódio correndo acido nas veias. Soluçando, o nariz e os olhos vermelhos, ela vociferou:

- NÃO! EU NÃO VOU!

Dumbledore olhou para ela levemente espantado. Os retratos do castelo já se aglomeravam na moldura da figura de um monge.

- Senhorita Rich, eu não posso força-la, então falarei aqui mesmo: A verdade é o melhor caminho a se seguir. Às vezes é difícil não mentir, e às vezes é necessário omitir. Mas neste caso, onde a vida de um ser inocente é o centro, a verdade é primordial. A verdade é o caminho correto a se seguir querida – ele falou de forma ligeiramente severa, e baixando o rosto para olhar por cima dos oclinhos de meia lua ele concluiu: – E ouso a dizer, que a verdade neste caso pode arrancar alguém das trevas da tristeza.

- Eu sei a importância da verdade diretor – Jack falou amargamente e se aproximou do velho. – E quanto a salvar alguém da solidão... Bem, foi o que pensei quando contei a verdade. Eu expus meu coração. Mas quando eu ofereci meu peito aberto, recebi em troca uma punhalada traiçoeira. – ela disse com os olhos escorrendo lagrimas incessantemente. – E agora diretor, acho que eu é que cai nas trevas da tristeza, e ninguém está disposto a me tirar delas... Tudo me joga mais ainda para a escuridão. – Ela disse.

Dumbledore exibia um profundo vinco entre as sobrancelhas. Jackeline havia contado a verdade para Snape? Obviamente que sim. E estava dilacerada de tristeza. Severus havia feito algo para ela...

Ela não suportou o olhar questionador. Dumbledore olhava-a como se a radiografasse com os olhos.

- Senhor – ela chamou com mais humildade. – Onde fica a casa dos meus pais biológicos?

- Acredito que Tonks possa leva-la lá se você assim desejar – Dumbledore respondeu.

- Pois eu quero. Não desejo ter meu filho aqui. – Ela falou olhando para os retratos curiosos.

- Você não poderá sair daqui por enquanto... Talvez eu consiga escalar algum membro da ordem para sua proteção na época de você ter o bebe.... Mas aqui Pompy pode ajuda-la... A não ser que pretenda ter o bebe em um hospital trouxa.

- Eu só não quero ficar aqui. – Ela respondeu.

- Entendo...- Ele falou – Jackeline...Eu ainda não sei o que aconteceu... Mas o que quer que seja, eu tenho de lhe pedir um esforço a mais: Tente compreender o que parece incompreensível.

Jackeline voltou novamente os olhos gravados de amargura para o velho.

- Eu já fiz muito. – Respondeu secamente.

- Muito não é o suficiente neste caso. – Dumbledore falou amenamente. – Me prometa que vai pensar sobre agravantes. Lembre-se que a pessoa envolvida neste caso está sobre forte pressão... – Falou enigmaticamente.

Jackeline suspirou. Não queria brigar... Não queria lutar... Só queria descansar.

- Muito bem... Vou tentar pensar sobre isso... Mas não garanto que compreenderei. De onde venho as pessoas não machucam ou agem feito monstros só por que tem problemas. – Ela respondeu e virou-se saindo sem se despedir.

Dumbledore observou as costas da moça se afastando.

Ele ainda não sabia detalhadamente o que acontecera. Mas descobriria rapidamente. Ele decidiu ir para seu escritório. Snape iria procura-lo para relatar sobre o encontro com Voldemort. Então ele entenderia as facetas do problema.

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Ele ainda sentia os efeitos da maldição cruciatus. A dor ainda estava lá... Mas amenizada pelo inusitado banho de lago.

No entanto, o que mais lhe doía era a sensação de peso no coração.

Secou-se e caminhou vagarosamente. Foi primeiro para a enfermaria. Mas ainda tinha que relatar a Dumbledore o caráter de seu chamado. Então após tomar algumas poções contra dores musculares e calmantes, ele subiu as escadas resignado.

Tinha que encontrar uma forma de evitar que Jack fosse levada à Voldemort. Talvez Dumbledore o pudesse ajudar.

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- Entre – falou o diretor.

Snape entrou fechando a porta as suas costas.

- Senhor. – Ele disse entrando.

- Sente-se Severus. – Dumbledore pediu.

- Alvo, teremos alguns problemas – Snape despejou logo.

Dumbledore olhou-o sob o oclinhos de meia lua.

- Sim, sim, Severus... Sempre há problemas quando se trata de Voldemort – O velho falou observando Snape estremecer ao ouvir o nome do bruxo das trevas. – Mas antes, eu gostaria saber sobre Jackeline... Tenho a impressão que antes de me encontrar, você falou com ela não é mesmo?

Snape fechou a cara. Era esperança de mais achar que o velho ainda não sabia de nada... Esperança de mais. Obviamente.

- E o que o senhor tem a ver com isso? – Ele perguntou mal criado.

- Tenho muito a ver Severus – Dumbledore falou amenamente.

- Talvez o senhor tenha, mas eu não. Então voltemos aos assuntos sobre o lord das trevas.

- Você não tem nada a ver com senhorita Rich? – o velho perguntou secamente. A cabeça-durice de seu professor de DCAT o deixava irritado às vezes.

- Escute Alvo – Snape falou impaciente – Eu não estou disposto a discutir insanidades dessa maluca. Alias, acho mais importante nos preocuparmos com o que tenho para falar sobre você-sabe-quem. Mesmo por que envolve a senhorita Rich também: O Lord das Trevas deseja vê-la. – Ele despejou a noticia logo para que o velho parasse com o interrogatório e o ajudasse a proteger Jackeline..

Dumbledore estreitou os olhos. Então era por isso a urgência em falar sobre Voldemort... A preocupação de Snape com o chamado do Lord negro era evidente. Por mais que o mestre tentasse esconder o que pensava, o velho diretor sabia qual era a origem daquela ância...

- O que Voldemort deseja com Jackeline? – Dumbledore decidiu ir ao assunto que Snape queria discutir.

- Ele quer vê-la. Quer testar os poderes de predição dela. – Snape respondeu sentindo-se tranqüilizado quando o diretor deixou-o entrar no assunto.

- Então leve-a a ele – Dumbledore respondeu calmamente, como se estivesse pedindo para que Severus levasse-a para um passeio nos jardins do castelo. Se Snape negava-se a falar diretamente sobre o evidente problema de relacionamento que tinha com a moça, então ele o forçaria por outros meios.

- Como assim? – Snape perguntou indignado.

Como Dumbledore podia pensar em mandar Rich ao encontro do lord negro sem o mínimo de preocupação? O velho maluco não sabia que a mulher não estava preparada para isso? E o pior: Será que ele ainda não sabia que ela estava grávida? – ele pensou confuso. Então, decidido, ele falou calmamente:

- Dumbledore, a moça não esta preparada para isso. Talvez ela nem saiba o que falar... E se acabar enfiando os pés pelas mãos? E se ela acabar revelando algo que não deveria?

- Podemos mexer com a mente dela... Apagar, e implantar memórias falsas – Dumbledore falou vazio.

O queixo de Snape caiu. Mas rapidamente ele se recuperou:

- Apagar a mente dela? – ele perguntou desconfiado.

- Oh sim... Apagar e modificar. – Dumbledore afirmou. – É claro que não os conhecimentos mágicos... Talvez apagar alguns momentos que ela passou... Inclusive as memórias a respeito das previsões dela... – ele falou olhando significativamente para Snape.

- Mas isto não seria certo... Se as memórias são dela, o senhor não tem o direito de mexer com a mente dela...Pelo menos não sem o consentimento dela... Por um acaso propôs isso para ela? – Snape perguntou levantando uma sobrancelha.

- Não. – o diretor falou calmamente.

- E acha que ela aceitaria? – Snape perguntou.

- Não. – Dumbledore respondeu. – Mas nos não precisamos disso... Apagamos a mente dela... Qual diferença faria? Ela não saberia mesmo...

- Ela não é uma trouxa que nos viu fazendo mágica Dumbledore! Não podemos ficar mexendo com as lembranças dela dessa forma!

- Acho que você mudou mesmo Severus. A alguns anos você não se importaria com esse tipo de questão ética...

Snape mexeu-se incomodamente na cadeira e revirou os olhos. Ele sabia que estava sendo manipulado de alguma forma, mas não tinha certeza de “como”.

- Muito bem Severus. Como você se mostrou averso à simplesmente apagar a mente dela por uma questão de ética, então eu respeitarei. Afinal, nunca pensei que você fosse fazer isso algum dia. – Ele falou para o professor com um sorriso maroto nos lábios.

Snape levantou apenas o canto direito do lábio superior de forma a denotar desagrado. Mas Dumbledore apenas recostou na cadeira e lançou um olhar cintilante à Snape. Era muito curioso ver seu mestre exercitando como nunca oclumencia. Então, por fim o velho falou:

- Nos já sabíamos que Voldemort iria querer ver Jack... Era só uma questão de tempo. No entanto, em vista das novas premonições dela, creio que terei que dar-lhe mais aulas de oclumencia...

Snape olhou para o velho. Preparar Jack em oclumencia? Mas esta não era a questão. A questão é que tinha que protege-la. Ela não podia se encontrar com o lord das trevas. Ficaria louca!

- Senhor – Snape falou cuidadosamente. – talvez a questão não seja prepara-la para o encontro, e sim pensar uma forma dela não ir a ele... Ela não pode... Ela esta...

- Grávida Severus. Grávida do seu filho. – Dumbledore falou mexendo nas vestes a procura de um saquinho de jujubas de limão. – Não se preocupe, a mente dela permanece intacta. Mas teremos que prepara-la para este encontro.

- Ela lhe contou? – Snape perguntou indignado.

- Na verdade, ela me mandou uma carta assim que soube que esperava um filho... Mas me pediu segredo no que concernia a paternidade... Eu não concordei completamente, dizendo que gostaria de falar com ela sobre isso. Eu queria que ela lhe contasse a verdade... Eu pensei que teria que convence-la... Mas veja só: eu a subestimei. Ela decidiu contar para você antes que eu tivesse a chance de falar com ela... E pelo que você fez a ela em NY Severus, isso chega a ser estranho... Uma mulher normal nunca perdoaria seu algoz. Muito menos revelaria a este que estava grávida.

Snape levantou-se indignado. Ele sabia que tudo que Dumbledore falava era verdade, mas relutava em acreditar que Jack pudesse expor tamanha intimidade daquela forma.


- Isso não é de sua conta! – Falou raivoso.

- E quando será da minha conta Severus? – Dumbledore falou seriamente. – Quando ela estiver ameaçada de morte? – o diretor falou calmamente, mas com o olhar duro. – Por que se ela não for, é isto o que irá acontecer.

Snape sentou-se novamente na cadeira. Fora vencido.

- Acredite Severus, talvez ela esteja mais segura ao lado dos comensais do que do nosso. Principalmente quando este ano acabar. – o velho falou levantando a mão negra e seca - Eu sinto que sangue e dor se aproximam irremediavelmente. E se você deseja mesmo protege-la, como eu sei que você deseja, - ele disse olhando significativamente para Snape – Ela precisará ficar ao seu lado. Lembre-se que o lado das trevas não hesitaria em matar uma mãe com seu bebe se caso esta não estivesse de seu lado. Mas do lado da luz, esse sacrilégio nunca seria cometido.

Snape entendeu todas as indiretas. E a simples comparação que o diretor havia feito, o fez sentir um típico aperto no peito. Não havia raciocinado direito quando disse todas aquelas coisas para Jackeline a apenas algumas horas atrás no lago...

Se o lado das trevas achasse que ela ficaria do lado de Dumbledore, ela poderia ser morta... Afinal, ela era uma arma importante, e na ótica de guerra, antes destruir a arma que age para o inimigo, do que perecer perante a esta.

Além disso, Dumbledore, que era a única coisa que fazia Voldemort não agir a pleno vapor, estava com os dias em contagem regressiva.

É... Precisava manter Jackeline ao seu lado se queria mesmo protegê-la e com isso a seu filho. – Severus pensou.

Quando ele voltou da efusão nos próprios pensamentos, Dumbledore observava-o complacente, com as mãos sobre o abdome: Esticado e satisfeito em cima da cadeira de Diretor.

Velho manipulador.

- Certo então Dumbledore. O que devo fazer – Snape falou a contra gosto.

- Peça desculpas. – O velho disse esticando a mão boa e olhando apenas para as unhas.

- Desculpas? – Snape perguntou.

- Não para mim... Para Jackeline Severus – Dumbledore explicou divertido.

Snape torceu o nariz.

- Eu não lhe pedi desculpas... Isso foi uma pergunta! – Ele falou ao velho e em seguida fez uma careta de repudio à idéia de ter que se desculpar. Mas por fim falou:

- Muito bem. – E levantou da cadeira de convidado.

Ao sair, Snape não pode ver o sorriso de triunfo que se desenhou graciosamente nos lábios do idoso com o qual a pouco conversara.

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E VIVA O DUMBLEDORE MANIPULADOR!!!!
aushauhsuahsuhasuhauhsuahsuahsuh
Ei galera!
Tudo se complicou e meio que se resolveu no mesmo cap né?
Ehehehehehehe
Vamos ver se agora a Jack e o Sev finalmente se acertam...
Bom, o que está por vir agora será um desafio pra escrever, então talvez eu demore um pouco mais que o de costume.
Acho que vocês perceberam que a Jack vai se encontrar com o Voldy né?
Vamos ver o que vai acontecer... Jah aviso que vem drama ação e vingança por ai!
Auhauhauhauha
Tudo bem inspiradinho em Kill Bill!
*”Ansiosa”*
Nussa, tou morrendo de vontade de escrever esse cap inspirado em Kill Bill. Mas acho que vai demorar um téco... Talvez mais uns dois caps.
Ç.ç
Bão. Espero que tenham gostado deste aqui.
;D
COMENTEMMM
Ehehehehehehe
Bjokas pra todos que lêem!
XAU

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