A casa.



Capítulo 12
A casa.


Ele ainda não havia conseguido se aproximar novamente de Jack para pedir-lhe desculpas como Dumbledore havia sugerido.

Se antes ele estava fugindo dela, agora era ela que sempre que ele tentava aproximar-se, ou na biblioteca (lugar do qual ela não mais saia) ou durante passeios matutinos a beira do lago, ou por corredores desertos da escola, ela esquivava-se e fugia para outro lado.

Sim, ela fugia. Mesmo quando estava de costas e ele tentava alcança-la furtivamente, ela fugia.

Provavelmente, mais do que nunca ela estava usando os poderes de predição. Não havia outra explicação ao fado de ela sempre conseguir escapar dele.

Dumbledore pressionava-o com indiretas, dizendo que a moça já estava muito desenvolvida em oclumencia, mas que ele, Severus, ainda não havia feito sua parte (pedir desculpas à moça)...

Mas o que ele poderia fazer??? Já se iam mais de um mês naquela brincadeira de ‘gato-e-rato’. Ela conseguira até mesmo driblar as aulas de poções que Dumbledore havia determinado que ele lecionasse à ela, com a suposta desculpa que sempre sentia indisposições da gravidez na hora da aula.

Ela fazia aulas de poções em outros horários com Slugorn...

Era incrível, mas ela parecia mais bela a cada dia. Snape pensava. Ele não sabia o que era aquela leveza no coração que sentia sempre que a via... Talvez fosse a consciência de que ela carregava um filho dele...

Um – filho – dele. Estranho o pensamento. Ele sabia que já sentia afeição por aquele ser que ela carregava... Sim. Era ‘apenas’ a criança que o fazia sentir daquela forma – Ele sempre pensava para se convencer. Afinal, ele só havia ‘amado’ uma pessoa em toda sua vida. E não havia mais espaço pra ninguém.

A barriga já destacava-se na silhueta dela. Três meses. Seu filho já tinha três meses.

Ela andava senhora de si, com a ainda pequena barriga de grávida empinada em baixo de vestidos com pala acima do busto.

O rosto sempre rosado e reluzente, os cabelos dourados e curtos esvoaçando conforme caminhava. Sempre praticando magia... Levitando livros pesados diferenciados de um lado para outro do castelo...

Ele poderia simplesmente bater a porta do quarto dela, mas ela não o receberia... Na verdade ele já havia feito isso... Mas ela nunca atendia... Obviamente fingindo não estar após prever o que possivelmente aconteceria se abrisse a porta...

Mulherzinha difícil! – Ele pensou pela milésima vez, ao vê-la pegando a direção de outro corredor e sumindo quando ele tentou se aproximar.

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Ela não sabia o que ele queria dela. A única coisa que sabia era que ele estava tentando encurrala-la sozinha. Talvez fosse para humilha-la mais ainda... Mas não. Não dessa vez!

Ele permanecia com a mente atenta. Sempre que sozinha ela dedicava alguns segundos para prever os próximos instantes. E quando andava sozinha pelo corredor ela sempre mantinha a atenção em qualquer barulho suspeito, conseguindo assim prever quando ele tentava alcança-la, e fugir para outro lado.

Certa vez, desesperada para uma fuga quase impossível, ela viu em uma premonição o garoto louro platinado (que agora sabia ser Draco Malfoy) saindo extremamente aborrecido de uma sala estranha, a qual ele nunca havia reparado antes. Ele parecia perturbado, mas no momento ela não podia se preocupar com aquilo. Naquele instante ela queria apenas fugir de Snape. Então ela dirigiu-se ao lugar do qual o garoto havia saído na premonição. Chegou em tempo de vê-lo pondo o pé para fora de alguma passagem, mas quando chegou no exato local de onde o rapaz havia saído, só encontrou uma velha e horrorosa tapeçaria de trasgos dançarinos. Desesperada ela passou pelo lugar desejando que ali houvesse mesmo uma sala com passagens secretas para qualquer lugar do castelo... Podendo ser até para seu quarto, e no momento seguinte a porta estava lá!

Havia encontrado sem querer a sala precisa. Quando entrou, o lugar era uma sala muito ampla, com diversos quadros. Porém, nos quadros não haviam pinturas de pessoas, apenas pinturas de ambientes variados. Ela testou algumas molduras, pois sabia que muitas passagens secretas eram escondidas atrás de quadros.

Pinturas grandes e pequenas... Até que ela notou uma peculiar. Uma pintura em que havia uma bela bruxa cheia de rococós nos cabelos. Lembrou-se subitamente de uma pintura que havia em seu banheiro! SIM!

Após conversar um pouco com a pintura, esta se apresentou dizendo que era Lady Ofélia, ex-professora e diretora da casa Lufa-lufa. Jack descobriu assim, que o quarto que ocupava havia pertencido à uma diretora da Lufa-lufa! Depois de conversar um pouco, Lady Ofélia girou a moldura oferecendo à visão de Jack uma passagem direto para seu quarto!

Havia sido fantástica a descoberta! Muitas vezes depois disso, Jack saiu do próprio quarto pela passagem secreta que havia descoberto através da sala precisa. E uma vez que entrava na sala precisa por seu quarto, percebeu que podia ter acesso à muitas outras partes do castelo pelas outras molduras (quando as figuras dos quadros se encontravam nas molduras da sala precisa). Inclusive para a biblioteca, para a cozinha, e para muitos corredores e para quartos particulares. Haviam pinturas até mesmo para as salas comunais, porém sempre que encontrava a figura de alguma sala comunal, esta pedia-lhe a senha para que ela pudesse entrar. Havia bisbilhotado em outras que davam acesso à domínios particulares, e viu que poderia invadir quartos alheios se assim desejasse, mas decidiu que ser encontrada invadindo o quarto de McGonagall, Dumbledore, Filtch ou qualquer outro, seria considerado ultrajante por estes. Então controlou a curiosidade e limitou-se a usar aquele segredo apenas para ir à biblioteca, para assaltar a cozinha durante a noite, e fugir de Snape quando este batia em seu quarto.

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- Muito bem Jack!!! – falou o anão velhote do canto onde estava esparramado devido ao feitiço que quase o nocauteou.

- Obrigado senhor Flintwink!

- Sabe mocinha, em outros tempos, na época em que ainda tínhamos um clube de duelos, a senhorita com certeza poderia ser uma instrutora e membro honorário vitalício! Poderia ensinar muito!

- Ohhh... Obrigado, mas acho que por causa do meu don, não seria nada justo participar desse tipo de competição...

- Ah, a premonição é um don favorável, mas mesmo quando você não a exercita consegue se manter a frente! A não ser que você ande trapaceando quando lhe peço para não usar da premonição... – Falou o baixinho com os olhinhos esbugalhados de excitação.

- Ahahaha... – Jack riu gostosamente e respondeu: - Não, não professor. A minha única preocupação é o bem estar de meu filho... Mas como o senhor colocou esse feitiço escudo, eu não tenho o que temer certo? O senhor mesmo me provou que não... Então eu bloqueio a minha mente... Mas acho que estou tão acostumada à premonição, que as vezes eu nem preciso dela para saber o que irá acontecer... Eu tive tempo para estudar os movimentos do senhor. Então sei que quando o senhor meneia com a varinha desta forma – ela mostrou o jeito – Sei que fará algum feitiço que me ataque nos pés, então eu bloqueio nesta direção. O mesmo acontece quando o vejo andando para o lado direito, neste momento sei que o senhor fará algum construtor, pois prepara a abertura para o lado que os feitiços construtores requerem... E assim sucessivamente... depende muito dos feitiços... E como tenho estudado muito... Presto bastante a atenção à esses detalhes.

- Interessante senhorita! Muito interessante! Acho sinceramente que a senhorita já pode ser aproveitada para trabalhos de monitoria de estudantes com dificuldades de aprendizado na escola... Andei conversando com Minerva, e ela concorda que você já se encontra em um nível equiparado à muitos alunos de sétimo ano! Claro que precisa estudar muito mais. Está conosco à apenas alguns meses...

- Oh senhor! Eu adoraria! Gostaria mesmo de ajudar alguns primeiranistas!

- Sabe, tenho alguns que estão com dificuldades em feitiços de levitação. Vamos marcar algumas aulas particulares para eles na sala de feitiços nos sábados. – disse o professorzinho anão.

- Oh CLARO! Basta me dizer os dias! Nas folgas dos alunos eu também não tenho afazeres.

- Então conversarei com eles ainda nesta semana. – disse o professor.

- Certo.

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- Não consigo Dumbledore! – ele falou pela milésima vez na semana.

- Você sabe o que implicará ela não ser apresentada a Voldemort Severus. – O velho falou cansadamente.

Snape arrepiou-se ao ouvir o nome do Lord negro nos lábios do ancião. Mas o que mais lhe irritou foi a insistência. Ele sabia do que seu ‘outro mestre’ era capaz de fazer quando contrariado. Mas se a teimosa Jackeline Rich fugia dele como diabo foge da cruz! Como com mil demônios ele poderia fazer qualquer coisa para se desculpar para depois propor-lhe que se envolvesse com um monstro?

- Eu sei Dumbledore. Mas eu simplesmente não consigo encontra-la... Ela sempre foge...

- Hora veja. Um homem feito – Falou o velhote com um sorriso de soslaio – Agindo como um adolescente...

- Não estou agindo como um adolescente – falou Snape calmamente. Mas era claro para Dumbledore que quando seu professor agia assim, era como uma cobra parada, prestes à dar o bote. Quanto mais calmo mais perigoso.

- Escute Severus. Vá até os aposentos dela. – o velho falou – Chame-a. Desculpe-se mesmo com a porta entre vocês. – Falou Dumbledore. E subitamente seus olhos cintilaram e um sorriso maroto se descortinou.

Snape sentiu-se incomodado. Sem o menor movimento de pescoço ele tentou observar a volta. Ele sabia que quando o velho estava com aquela cara de maníaco, era por que algo estava acontecendo, e ninguém mais alem do próprio ancião havia percebido.

Dumbledore aproximou-se e tocou o ombro de Snape de forma a direciona-lo a acompanha-lo na caminhada por outro corredor. Mas em um milésimo de instante, seus olhos azuis vivos, encontraram os azuis de água vítrea que ele acabara de notar saindo de uma discreta passagem secreta atrás de uma pilastra.

Jack notou as vozes. Quando saiu achou que poderia passar desapercebida. O lugar no qual saíra era muito escuro para os homens que estavam abaixo de uma tocha notarem-na. Ela havia ficado paradinha, apenas observando... Quando sem explicação os olhos de Dumbledore cruzaram com os dela e cintilaram.

Mas não era possível. Ela estava encoberta pelas sombras. E o encontro de olhar havia sido tão breve... Só podia ter sido por coincidência que os olhares dela e do diretor se encontraram.

Ela decidiu continuar onde estava e apenas ouvir o restante da conversa... Não havia entendido a primeira parte, pois ainda estava dentro da coluna onde era a saída daquela passagem secreta em particular.

- Severus, você não esta querendo o suficiente. – Disse Alvo provocativo.

- Dumbledore, eu a persigo durante todo o dia! Não sei o que ela faz. Ela parece ter poderes de uma Elfa doméstica! Simplesmente some como se pudesse aparatar em Hogwarts! Estou me esforçando! Não tenho culpa de que ela tem uma cabeça dura e oca como um coco!

- Hora, você não quer se desculpar verdadeiramente. – falou Alvo.

Snape bufou impaciente. Na verdade não queria mesmo... Mas não era questão de querer. Ele tinha que se desculpar com ela.

- Você tem razão. Eu realmente não quero. Eu TENHO que me desculpar com ela. Mas ela não quer nem mesmo me ver!

Jack assustou-se. De quem eles estariam falando? – ela pensou se enganando.

- Severus, eu sei que você falaria com ela se quisesse realmente. Você mais do que ninguém sabe ser mais persuasivo. Sabe, eu trabalho nessa escola a muito tempo. Me recordo da história de um garoto que ficou plantado e ameaçou dormir na porta da sala comunal de uma garota...

- Velho, segure sua língua! – Snape falou em tom de aviso olhando a volta pra ver se havia algum retrato de olho na conversa. – Eu não sou um moleque! Nunca me rebaixaria a tanto!

- Nem mesmo para salvar a mãe de seu filho? – Dumbledore perguntou alheio.

Não havia duvidas. Ela tentara se enganar. Mas realmente estavam falando dela. Malditos... Quer dizer que Snape estava caçando-a apenas por que queria desculpar-se? Mas afinal por que ele pedir desculpas poderia salva-la? Mas o mais importante: Salva-la do que?

- Olha, acho que ela deve ser protegida – falou Snape – Ela não teria capacidade de conviver com o Lord das trevas. Ela enlouqueceria antes!

Como? Snape achava que ela não tinha capacidade de que? O que o tal Voldemort tinha a ver com ele querer pedir-lhe desculpas?

- Snape, já tivemos essa conversa antes. O Lord estava atrás dela antes, ele não hesitará em mata-la se achar que ela não o serve. Jackeline é uma arma de guerra para ele. E se for para se colocar a frente do lado da luz, ele a caçará, e a matará.

- Velho... Podemos coloca-la em uma casa protegida por um fiel. Estive pensando nisso. A residência dos Rich seria perfeita. Um elfo doméstico da família dela poderia ser colocado como fiel do segredo. Ela poderia ficar lá até o final da guerra...

- Seria uma boa idéia Severus. – Falou Alvo calmamente. – Resta saber se ela aceitaria ficar trancafiada por tempo indeterminado, e o que aconteceria à você quando Voldemort descobrir que não terá sua preciosa vidente.

- Quanto à mim, pode ficar tranqüilo. – Snape falou com sarcasmo - Eu não farei falta para ninguém quando este ano terminar mesmo. Mas quanto a senhorita Rich, ela pode ser convencida.

- Nunca! – Jack saiu das sombras sem agüentar segurar a língua.

Snape assustou-se, mas apenas levantou uma sobrancelha e voltou-se para traz, onde Jack estava parada com as mãos nas costas e com a barrigona empinada...

Dumbledore sorriu travesso. Exatamente como havia imaginado.

- Bem... Ai está você senhorita Jackeline. O professor Snape gostaria de falar com você... E eu preciso voltar para meu escritório... Encomendei sorvete de limão em uma vila vizinha... A coruja com a caixa de isopor enfeitiçado já deve ter chego à um tempo... Se eu me demorar o feitiço congelante pode perder o efeito... – Disse Dumbledore, virando-se e abandonando o casal boquiaberto.

Assim que o velho virou o primeiro corredor, Jack voltou-se para Snape.

Ele observou-a. Mexeu as mãos incomodamente, sem jeito com si próprio. Então resolveu cruzar os braços

- Vocês tramam pelas minhas costas! – Disse Jackeline possessa.

- Isto é uma guerra, e você um mero peão. – Disse Snape com cara de enfado.

- Acho que pelo que ouvi, estou mais para uma torre. – Ela respondeu aproximando e olhando para cima de modo a encarar os olhos negros.

- Você se superestima... E não seria capaz de se aliar com o Lord das trevas, nem mesmo de mentira.

- Você está errado. Se for pelo lado da luz, eu me aliaria falsamente ao lado das trevas... O que eu não seria capaz, seria de me aliar com o propósito de servir verdadeiramente ao lado das trevas. Não sou como certos comensais.

Snape enrijeceu a postura e disse:

- Não fale sobre o que não sabe.

- Acho que sei mais do que você imagina. – ela respondeu desafiadora. A calma do homem de negro tirava-a do sério.

- Você enlouqueceria. – Snape disse simplesmente. – É fraca.

- Pois eu vou! Se é isso que Dumbledore quer que eu faça, então eu vou encontra-me com esse Lorde de não sei das quantas!!! E quero ver quem vai me impedir! – Jack falou desafiadoramente. E no momento seguinte virou-se e saiu falando: - Vou voltar ao seu dormitório! – Ela já estava cheia daquele grandessíssimo imbecil. Se aquele morcego velho achava que ela não era capaz de encontrar o tal cara de cobra, ela iria mostrar a ele! Iria de qualquer forma encarar o monstrinho.

Maldito Dumbledore – Pensou Snape. Aquilo só podia ter sido premeditado! E antes que Jack que afastasse completamente, ele agarrou-a pelo braço com violência, fazendo com que ela voltasse a encara-lo.

- Aiii! – Ela reclamou correndo a mão livre para o lugar que Snape havia prendido-a. Ela tentou fazer com que ele afrouxasse os dedos, mas ele a havia prendido como uma tenaz.

- ME LARGA! – Ela vociferou.

Snape nada disse. Começou puxa-la pelos corredores do castelo.

- MALDITO! O QUE ESTÁ QUERENDO! OLHE, ISSO NÃO FICA ASSIM! EU VOU CONTAR PARA DUMBLEDORE! AI VOCÊ VAI VER...

Antes que ela completasse a frase, ele abriu a porta de uma sala e jogou-a para dentro sem a menor cerimônia.

Jack entrou tropeçando.

- BRUTO! – Ela vociferou com os olhos cheios de lágrimas, e agarrada ao braço que ela havia apertado.

- BURRA! – Ele respondeu levantando a voz. Em seguida ele bateu a porta com violência e encarou-a.

Jack assustou-se verdadeiramente. Correu para um canto da sala. Ele estava com as feições animalizadas, como na vez que ele tentara matar...

Aterrorizada ela não teve forças nem ao menos para se controlar e forçar a mente para prever o que aconteceria.

A presença dele era hostil. Intimidadora. Aterrorizante... Mas no fundo de seu peito ela sabia que ele nunca mais tentaria machuca-la... Não como daquela vez em que...

Ela desviou os olhos, que agora já lacrimejavam.

Um medo rastejando em seu peito apenas por lembrar daquele fatídico desentendimento...

- Acha que pode encarar o Lorde das trevas? – Snape falou suavemente. – Acha que pode? – Ele perguntou novamente aproximando-se dela por entre as carteiras. Estava sentindo a raiva fluir. Aquela maldita insistia em pôr-se em risco. Ele teria que leva-la à razão. Iria convence-la de uma vez por todas, que ficar na mansão dos Rich, protegida por um Elfo doméstico sob o feitiço do ‘fiel do segredo’, era a opção mais acertada à se tomar.

Jack observou as vestes negras do mestre farfalhando aterradoras, mas apenas choramingou algo incoerente sobre seu bebe.

- Você é patética. – O homem falou maleficamente – Treme a frente de um ex comensal. Imagine na frente do Lorde Negro.

Ela tentou se concentrar para prever os próximos movimentos dele... Mas a mente estava nublada. Ela só conseguia focar-se no presente ameaçador...Na verdade não acreditava que ele fosse machuca-la... Mas ele parecia com aquele mesmo homem que pensara que ela era uma traidora...

- Ele não hesitaria em mata-la. – Severus falou - Já aprendeu sobre as maldições imperdoáveis antes Jack? - Ele perguntou debochado e tomando o queixo dela entre os dedos. - Ele se aperfeiçoou em dark arts mais do que qualquer bruxo jamais sonharia. Ele tem milhares da maneiras de matar, de causar dor... – Snape falou baixinho aproximando o próprio rosto do dela.

Os olhos dela desviavam dos dele, mas ele pode captar o suficiente para ver os pensamentos dela. Um Legilimens não verbal. Com o feitiço e ele já estava sobre o controle das lembranças dela...

Imagens caóticas da mente dela trazidas pelo domínio da mente dele se descortinavam como uma realidade paralela à sala de aula escura....

Ele viu o próprio rosto animalizado com o ódio e a confusão. As mão tentando afasta-lo, ele colocando mais pressão sobre o pescoço dela...

Voltou perplexo com sigo mesmo. Nunca se perdoaria por aquela atrocidade... Mas aquilo mostraria a ela... Se um comensal era cruel, ela pensaria mil vezes antes de querer encarar o MESTRE dos comensais.

Puxou novamente o fio daquela lembrança torturante. Iria repuxar aquele passado até que ela estivesse completamente aterrorizada novamente...

Ela sentia a cabeça rodar... Aquelas lembranças torturantes em sua mente... Tentou afastar... Mas não conseguia... Ela sabia que ele havia passado por um lapso de loucura naquela ocasião... Apesar de sentir medo, ela havia compreendido... Não mais tinha medo dele... Devia ter apenas cutela... Agora ela já se provara confiável... Ela sabia que ele não faria aquilo novamente... Mas por que aquelas lembranças insistiam em ficar rodando na superfície de seus pensamentos?

No momento ela tinha que voltar... Por mais cara feia que ele fizesse, ele não a machucaria... Ele estava querendo protege-la no final das contas... Mas por que aquelas lembranças... Parecia com as vezes que Dumbledore estava treinando-a em oclumencia e...

ISSO! O FILHO DE UMA BRUXA ESTAVA INVADINDO A MENTE DELA!!!

Ele via o rosto dela arroxear-se... Ela se mexia desesperada na cama tentando se libertar das mãos que a enforcavam...

...

...

De repente o rosto não mais estava arroxeado... Estava vermelho, como se ruborizado... Os lábios separados... Mas não para suplicar piedade... E sim como se gemessem de prazer... Os cabelos estavam desgrenhados, mas não por estar lutando... Os cabelos molhados colados a face... Os olhos azuis revirando-se de prazer... Agora ele via a si mesmo, e ele é que estava deitado na cama. Jack estava por cima em um ritmo sinuoso e sensual... Estanho ver-se naquela situação... Os próprios cabelos negros espalhados sobre o travesseiro, os olhos negros flamejando acompanhando os movimentos do corpo dela: liso de uma branco cremoso...

Oh merda... Dumbledore estava certo... Ela estava quase pronta... Já estava muito bem treinada em oclumencia...

O que era quilo que ele estava sentindo?

Tentou quebrar o elo entre as mentes... Mas não queria... Parecia tão real...

Ela o cavalgando e...

OH Oh oh...

Ele instintivamente encostou o corpo ao dela. Tocou-a ansioso...

As mãos dele eram como feitas de brasas... Deixando-a quente, incomodada, querendo mais...

Já tinha a boca cheia de água quando a língua dele invadiu-lhe a boca...

Ela podia senti-lo quente e pronto para ela...

Ele sugou os lábios dela... Tão doces... Tão suaves... O formato do corpo dela diferente... Uma montanhinha firme sobre o vente... Mas a mesma pele macia...

- Perdão. – Ele falou dentro da boca dela.

O movimento dos lábios dele colados ao dela quando ele disse a palavra que a muito tentava sair, fez do beijo mais intimo. Ela não respondeu... Mas a simples atitude de separar mais os lábios dando acesso a ele foi como uma aceitação.

Ela derreteu-se sobre ele, puxando o ar com dificuldade para os pulmões... Enterrando o rosto em baixo do pescoço dele.

Mais leve.

Ele apenas amparou-a. Agora ela chorava fartamente.

- Nunca mais tente me manipular! Seu filho de uma bruxa! – Ela falou com raiva secando os olhos e o nariz nas vestes dele.

- Jackeline... Eu não quero que você vá ao encontro do Lord das trevas... – Severus disse seriamente. - Você não precisa passar por ess...

- Cale-se. – Ela repreendeu. – Eu vou! Ou pensa que eu não sei o que significaria uma insubordinação de sua parte aos desejos desse monstro?

Snape calou-se. Não por concordar... Mas sim pelo que significavam as palavras dela: Ela se poria em risco por ele? Era confuso... Ninguém nunca havia feito aquilo por ele... Será que havia entendido direito os motivos dela?

...

Ela buscou os olhos dele. Sim tinha medo de perde-lo... Inferno supremo! Estava apaixonada! Daria a própria vida pela dele!

- Agora devo ir para cama... – Disse baixinho. – Madame Pompy disse que o bebe deve ter muita tranqüilidade a noite... Acho que já me exaltei de mais por hoje.

Ela se afastou... Ele a queria por perto...

- Jackeline... Er...

- Sim? – Ela percebeu a hesitação, e estimulou-o aproximando-se.

Ele a viu próxima novamente... O volume no ventre dela agudo, quase encostado ao corpo dele...

Sentiu-se sem jeito... Uma vontade inexplicável de toca-la ali, na barriga...

Jackeline observou com atenção. Percebeu quando ele titubeou quase imperceptivelmente... Então acompanhou com os olhos quando ele correu os dedos compridos e brancos pelos cabelos negros e lustrosos.

- Boa noite – Ele falou.

Ele percebeu os ombros dela se abaixando levemente, como se estivesse se desapontado com algo... Mas mesmo assim ela lhe sorriu e disse:

- Boa noite Severus... Durma bem.

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As palavras dela flutuavam em sua mente... Macias... Deliciosas... Velando e trazendo tranqüilidade ao sono dele...

Os olhos vítreos brilhando para ele...

As lembranças da noite que eles haviam compartilhado... Os gemidos contidos, os lábios separados em deleite... Lembranças que ela fizera questão de mostrar a ele como uma forma de resistir a oclumencia dele...

E ela realmente se mostrara disposta a enfrentar Voldemort por ele...

E ele?

Por que ele sentia aquele desconforto no peito?

Depois de tantos anos ele estaria... NÃO! NUNCA!

“Preciso protege-la apenas por que ela é uma pessoa aliada à luz...” – Ele tentou pensar primeiramente. Mas logo aquele desconforto tornou-se mais agudamente dolorido ao pensar no que Voldemort poderia fazer à ela e por conseguinte, ao ‘ser’ que ela carregava, o filho ‘deles’. Ele sentiu que ‘talvez’ não fosse apenas pela obrigação que teria que ter com qualquer pessoa. Não. Ele devia estar sentindo alguma ligação emocional mais forte. Provavelmente em decorrência à vida que ala carregava no ventre, e que também era ligada a ele.

Sim... Provavelmente era isso... Ele não ‘podia’ estar com ligação emocional à mãe... Então, só poderia estar desestabilizado pelo bebe que ela carregava.

Ele adormeceu tentando esquecer as ondas de prazer que perpassavam por seu corpo quando mais cedo eles se encontraram naquela sala. Tentando enterrar na memória o rosto brilhante e rosado que ela exibia mais rechonchudo devido à gravidez.
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As semanas passaram... Ele não a procurou mais. Aquele desconforto no peito que sentira, o deixara incomodado consigo mesmo. Era melhor manter-se afastado dela. – Ele pensou alheio à maçante reunião que Minerva convocara.

- Insisto que ela deve receber pontos como qualquer aluno... Qual o problema de ela ser uma aluna especial? Ela tem as mesmas dificuldades que um aluno comum... Talvez até mais, por que ela tem uma carga muito maior de feitiços para aprender em menos tempo!

- Minha querida Minerva. Eu aprecio o seu palpite... Mas não sei se ela aceitaria... E talvez não seja assim tão justo. Afinal, ela acabará sendo pontos extras para alguma casa...

- Acho que ela deve receber pontos como qualquer um Alvo, afinal, ela é uma aluna!!! – disse a velha com ar severo.

Snape olhava a interação na sala comum de professores com enfado... Ele não estava preocupado com o que estava sendo discutido... Minerva provavelmente acreditava que Jack era uma grifinoria, e por isso pela milésima vez insistia no assunto... É claro que se fosse uma Sonserina ou uma Corvinal, ela ganharia mais respeito por parte dele... Mas ele não se iludia. Já havia colocado esperanças semelhantes certa vez, e no fim havia caído do cavalo...

Ele, como Sonserino, tinha um desafeto natural por Grifinorios. Mas era capaz de perceber qualidades até mesmo entre integrantes da Grifinoria (Obviamente por ter o traquejo e a capacidade de observar sutilezas de comportamento, uma qualidade tipicamente sonserina)...

Na verdade, ele nutria mais repudio pelos integrantes do sexo masculino da casa rival... Testosterona combinada com atributos grifinórios era sempre uma mistura que gerava seres estúpidos, auto suficientes, e cheios de si.

Em meio às divagações, o rosto rosado e os sorrisos de dentes apertos de Jack, (Que agora a mulher insistia em lançar-lhe quando o via pelos corredores) flutuava em sua mente de forma insólita... Mais de um mês desde aquela conversa. em uma sala de aula do terceiro andar... Já estavam em Outubro... Agora ela estava com a barriga muito mais saliente! Mais duas semanas e o filho dele (Sim, por que Jack mandara-lhe uma coruja dizendo que madame Pompy havia feito o feitiço do sexo, e havia descoberto que o ser que Jack carregava se tratava de um varão) completaria cinco meses na barriga de Jack...

“Meu filho...” - Estranho pensamento...

Agora ele temia pelo filho... Havia se encontrado com o Lord das trevas à poucos dias, e mais uma vez este insistia que queria ver Jack, e Snape negara-se e tentara postergar a vontade de Voldemort, e com isso ganhara uma serie prolongada da maldição cruciatus... Preço pequeno a se pagar por enquanto. Restava saber até quando o Lord Negro satisfar-se-ia apenas em torturá-lo...

Ele não voltara a falar com ela sobre aquele assunto dela querer se encontrar com Lord das Trevas... Na bem da verdade quase não haviam se falado... Estavam apenas convivendo pacificamente: Ela no canto dela, e ele no dele. Excerto por alguns encontros “aleatórios”, quando ele sentia a necessidade estranha de visitar a biblioteca na sessão de mesas para estudo, quando ele sentia-se aprazível para uma caminhada pelo corredor dos aposentos dos professores Lufa-lufa, ou quando ele dispunha-se à ir às festinhas tolas de Slugorn em que ela era freqüentadora assídua (provavelmente devido às guloseimas servidas)...

Ele ainda achava loucura coloca-la de frente ao mestre das artes negras. E Dumbledore continuava a insistir que aquela era a única solução... E ele sabia em sua mente lógica que levar Jack à o Lorde das Trevas era a melhor opção... Mas pela primeira vez na vida, algo não deixava a lógica ganhar a disputa em sua mente.

- Muito bem Minerva. Concordo com seus argumentos. Jack será submetida às regras comuns à estudantes da escola. Poderá ganhar e perder pontos para a casa da qual ela faz parte. – Disse o velho diretor. – Professora Sprout, como Jack foi integrante da Lufa-Lufa, você será a responsável em contar a senhorita Rich que a partir de hoje ela recebera pontos para Lufa-lufa, e também poderá perder pontos para esta casa. Traga-a aqui para que possamos todos conversar a respeito.

- Sim senhor – Disse a bruxa velha, que com um aceno feliz de cabeça levantou-se.

As palavras de Dumbledore finalmente despertaram Snape de suas divagações.

“UMA LUFA-LUFA!” – Pensou mortificado. Ele poderia esperar uma Corvinal (afinal ela mostrara grande facilidade e aptidão para artes mágicas), ou uma Sonserina (pelo fato de ser sangue puro) Ou até mesmo uma grifinória (Afinal ela mostrou a típica coragem estúpida quando prometeu ir ao encontro do Lorde das trevas)... Mas uma LUFA-LUFA?

Minerva ficara tão bestificada quanto Snape. Apenas Sprout exibia um sorriso de alegria.

- Estou indo contar a ela agora mesmo Dumbledore! – Disse professora de Herbologia com entusiasmo.

Havia certa lógica... Como ele não pensara nisso antes? Afinal, Lestrange disse que quem havia passado a informação sobre Jack, fora um antigo integrante da casa Lufa-Lufa...

Oh vida... Era só esta que lhe faltava. Uma Lufa-Lufa!

- Mas... Espere Dumbledore... Passou tanto tempo... Talvez, talvez seja necessário uma re-seleção... – Falou Minerva.

Snape arqueou uma sobrancelha. - Talvez uma re-seleção fosse melhor mesmo... – Ele pensou lembrando-se de certas indiretas a respeito da coragem fora de comum que ele tinha para um Sonserino que Dumbledore havia dito nos últimos anos, quando o Lorde negro retornou...

“Talvez você tenha sido selecionado cedo de mais” – O velho havia dito.

- Eu concordo que ela seja re-selecionada – Disse Severus para espanto e admiração de Minerva, que voltou o rosto para ele, e exibiu por breves segundos uma face perplexa com o colega.

- Muito bem. Então quando Sprout estiver aqui com Jack, iremos propor a elas. Então veremos o que será decidido. – Disse Dumbledore.

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Minutos depois Jack apontava na porta. Snape sentiu um solavanco no estomago quando ela sorriu e foi sentar-se ao lado dele à mesa dos professores.

- Professora Sprout disse que eu tenho uma casa também... Que também receberei pontos...- disse Jack olhando sorridente para todos.

- Ou perder pontos... – Snape acrescentou de forma enfadonha.

Jack arqueou uma sobrancelha de forma debochada para Snape. Já estava mais do que acostumada com os comentários impertinentes do mestre.

Bem senhorita Rich, obviamente você não se lembra à que casa pertencia... Bem, na época de escola a senhorita fora selecionada para a Lufa-Lufa...

Jack sorriu abertamente. Conhecia algumas crianças da Lufa-Lufa. Ela dava aulas de reforço para alguns à pedido do professor Flintwink, e havia obtido grandes avanços com eles.

- Está feliz em saber que é originalmente uma Lufa-Lufa? – Perguntou Dumbledore.

- Mas é claro senhor! – Disse Jack animada.

- É claro – disse Snape, e em seguida bufou e cruzou os braços sobre o peito.

Jack voltou-se calmamente para Snape. Ele olhou-a com um olhar de desdém tão agudo, que faria Merlin sentir-se um verme. Ela franziu o cenho e olhou novamente para Dumbledore.

- A questão é, que se a senhorita quiser, pode continuar na casa para qual foi selecionada... Mas como perdeu a memória magicamente, nós podemos providenciar uma segunda seleção...

- Obviamente a senhorita é muito talentosa e leal... Poderia ser uma ótima grifinoria... – Disse Minerva como se não quisesse nada – Seria aceita de braços abertos.

- Ou uma Sonserina, já que é uma puro sangue... – Disse Snape retrucando Minerva. Era absurdo que aquela altura eles pensassem em questões fúteis como o campeonato de casas... Mas aquela era uma das únicas diversões naquele castelo: Ganhar da Grifinória nos campeonatos do castelo.

- Ou uma Corvinal... - Falou Flintwink pela primeira vez. – A senhorita tem um don notável para as artes mágicas, e aprende muito rapidamente!

- Ou continuar sendo uma Lufa-lufa – Dumbledore intrometeu-se. – Você tem atributos para qualquer uma delas. – concluiu calmamente.

- Talvez fosse necessário um tempo para que você pensasse sobre o assunto – Disse Minerva.

Sprout exibia uma careta de indignação aos colegas.

- Ora... Bem. E como seria essa nova seleção? Devo fazer alguma prova? – Jackeline perguntou apreensiva. Olhava para cara de decepção da professora Sprout... Mas ouvira falar sobre a fama das casas. A casa menos prestigiada era a Lufa-Lufa... Não que se importasse realmente com isso... Mas a forma como Snape olhou-a... Fez com que ela se sentisse menor. Ela sabia que não deveria deixar-se levar como uma criança mas... A instintiva vontade de agradar Severus era superior à ela.

- Não... Não há nenhum exame querida – Disse Dumbledore. – Os alunos são selecionados para as casas pelo chapéu seletor.

- Hã? – Jack articulou confusa.

- Oh sim – disse Minerva – Basta colocar o chapéu na cabeça e esperar. Ele verá em sua cabeça atributos que melhor a caracterizam para seleciona-la.

- Ahm. Então eu topo... Nunca se sabe... Como dizem: você nunca se banha no mesmo rio duas vezes... Talvez o fato de eu ter tido uma vida não mágica possa ter influenciado no que sou agora...

Jack sentiu-se quase culpada ao ver a cara de decepção da professora coberta de terra Sprout...

- Muito bem! Minerva traga cá o chapéu seletor. – Disse o diretor.

Minutos depois Minerva estava de volta com o velho e surrado chapéu.

- Sente-se ali – Disse a senhora apontando para uma cadeira na cabeceira da mesa dos professores.

Jack obedeceu quietamente.

Logo Minerva colocava o chapéu no topo da cabeça dela.

Jack sentiu um calafrio na espinha e agarrou instintivamente a barriga onde seu filho, inquieto, se movia dando a ela um pequeno desconforto.

- Espero que você tenha mesmo mudado – Disse Snape sem encarar Jack nos olhos.

Jackeline engoliu em seco. Começava a sentir certo medo... Poderia ela atender as expectativas de Severus?

Minerva, por sua vez, tinha o nariz torcido em desgosto para com as palavras de Snape. Na verdade, todos os outros professores pareciam olhar para o mestre com certo repúdio.

- Hora, hora, hora... Você não está muito velha pra freqüentar essa escola? – Disse a voz em sua cabeça...

- O QUE??? – Ela falou em voz alta de forma agressiva em quanto olhava para cada um dos professores a procura de qual deles a havia chamado de velha.

- Ãhh senhorita Rich... A voz que você ouve vem do chapéu. E só você pode ouvi-la, por que ele fala diretamente à seu cérebro – Disse Dumbledore.

Jack tirou o chapéu assustada, e com ele nas mão observou o rasgo que servia de boca ao chapéu.

- Ei! Eu sou uma relíquia histórica dessa escola! Faça o favor de me tratar com cuidado – Disse o velho chapéu.

Jack olhou horrorizada o rasgo de trapo movendo-se. Ela não jogou o chapéu no chão simplesmente por que estava assustada de mais para mover qualquer músculo.

- Ponha-o na cabeça outra vez – Disse Dumbledore, e ao ver os olhos arregalados de espanto e de medo da moça, ele acrescentou: - Ele não irá te machucar...

Jackeline tremia as mãos quando levantou a peça e colocou-a novamente sobre a cabeça.

- Covarde. Certamente não é uma Grifinória – Disse o chapéu com desdém.

- Hora seu trapo velho cheirando a mofo e cheio de traças! Quero ver se você se sentirá corajoso quando eu pegar minha tesoura de costura! – Disse Jack com a voz exaltada.

Ela tinha a concentração centrada no chapéu, então não pode ver as caras perplexas dos professores à sua frente.

- Ohhh... Você tem sangue puro... Mas não é ardilosa... Não tem cede de poder... Também não seria uma boa Sonserina.

- VERME! EU PODERIA SER BOA SIM! – Ela gritou exaltada levantando-se da cadeira. Agora o chapéu estava enterrado à cabeça dela, e mesmo que ela quisesse, não poderia ver os rostos chocados à sua frente.

- Você deseja ir para Sonserina? Ceder pontuação aqueles que valorizam a supremacia do sangue? – Perguntou o chapéu de certa forma desdenhosa.

Jack tateou o encosto da cadeira e sentou-se desanimada, para só então responder:

- Nunca liguei para tal coisa. E não acredito que uma pessoa seja melhor que outra devido às origens. Acho que todo ser humano nasce igual, e como tal, deve receber tratamento igual...

A sala de professor ofegou levemente. Jack não sabia que se quisesse, poderia apenas pensar nas respostas ao chapéu...

Snape mexeu-se incomodamente, e Dumbledore deu um sorriso indulgente para o nada.

- Então definitivamente não pode ser uma Sonserina... Bem, para ter coragem de assumir isso, você poderia ser uma Grifinoria...

- Grifinória??? – Jack perguntou passando levemente a mão pelo queixo.

Em seu lugar, Minerva remexeu-se na cadeira de felicidade...

- Sim – Disse o chapéu – Para ela são selecionados os bravos de coração! Coragem é uma qualidade marcante! E vejo aqui que você está disposta à correr riscos por alguém... Er...

- EI! ISSO É PARTICULAR! – Ela falou apertando as mãos à cintura. Aquele chapéu velho estava vendo o que ela era disposta à fazer para ajudar e proteger Severus.

- Tudo bem... Mas seria uma ótima integrante para a Grifinória. – Disse o pedaço de pano na cabeça de Jack.

- Acho que não... Acho babaquice esse negócio de coragem... – ela falou – Para mim, antes um covarde vivo do que um corajoso morto...

Snape esboçou um sorriso torto e olhou levemente divertido para uma Minerva decepcionada.

- Bem, vendo que certamente você não pode ser uma Sonserina, posso dizer que esse é um pensamento típico de um Corvinal. Inteligência à cima de tudo. Prevalece a razão para os integrantes dessa casa... E pelo que vejo, você gosta muito de estudar...

- Oh sim! Gosto de estudar... De conhecer... – Disse Jack feliz.

Fintwink bateu palminhas de felicidade.

Bem, uma corvinal não era de todo mal... – Pensou Snape.

- Estudar é bom para me distrair, visto que aqui não tem nada de ‘melhor’ pra se fazer...

- Este definitivamente não é o pensamento de uma corvinal. – Disse o chapéu repreensivo.

- E o que queria que eu fosse? Uma caxias??? AHHH Qualé! Mil vezes um bar sujo com cerveja boa e barata, do que uma noitada enterrada no meio dos livros... Por favor né?! – Disse Jack para desgosto de Flintwink.

- Então está decidido – falou o chapéu, e agora levantando a voz e se dirigindo aos outros integrantes da sala, o velho chapéu seletor sentenciou:

- Lufa-Lufa!

Jack arrancou o chapéu perplexa e olhou para os rasgos onde seriam os olhos do chapéu.

- Como é que é??? – falou raivosa.

- Foi o que eu disse... Lufa-Lufa. – Disse o chapéu.

- Hora seu trapo velho e imundo! – Ela sibilou levantando-se ainda com o chapéu na mão.

- So-socorrou Dumbledore! – Disse o chapéu seletor ao diretor. – Me salve dessa maluca!

- MALUCA! SEU PEDAÇO DE PANO MOFADO! EU VOU POR FOGO EM VOCÊ COISA VELHA E DECRÉPITA! – Ela agora vociferava raivosa chacoalhando o chapéu. – VOCÊ NÃO ME DEU OPORTUNIDADE DE ESCOLHER!

- Está na sua cabeça! Eu não tenho culpa! – Falou o chapéu temeroso. – DUMBLEDORE!!! ME GUARDE PARA PRÓXIMA SELEÇÃO! – Pediu o chapéu desesperado ao sentir as unhas de Jack cravadas ao tecido delicado por causa do tempo.

- Jackeline, dê-me aqui o chapéu - pediu Dumbledore estendendo a mão boa.

- TOMA AQUI ESSA DROGA! – Jack vociferou e jogou o chapéu na cadeira em que estava sentada anteriormente.

Num rompante, ela saiu ventando da sala. Estava com vergonha pela falta de compostura que havia demonstrado.

Mas aquele maldito chapéu que começara! – Ela pensava em quanto corria para seus aposentos novamente.

Podia pelo menos ter sido selecionada para a Corvinal, já que definitivamente não poderia ser uma Sonserina ou uma Grifinória (Snape odiava de mais a Grifinória, por tanto ela nem fazia questão...)

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- É... Então ela continua na Lufa-Lufa – Disse Dumbledore para a platéia bestificada.

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Ohhh... Sim! Finalmente a continuação dessa fic... Estou triste pq não estou tendo o retorno desejado... Por isso vcs ficaram de castigo. Auhauhaauh. Poxa, pra deixar revisão não demora mais que dois minutinhus... Vamos lá galera, por favor... Sei que tem autoras que ficam falando que é falta de auto confiança ficar pedindo que o pessoal comentem, mas eu não vejo assim. Acho que se eu escrevo, eh por que quero algum retorno(já que não ganho um centavo para isso). Não sou arrogante o suficiente pra dizer que não ligo pra review (pq as autoras que ficam falando isso, pra mim eh como se já se achasse boas o suficiente, ou que está tão acima de criticas que sabem por si só que são boas).
EU Ligo pra comentários! Ligo MUITO! Como eu vou saber se o que eu escrevo está agradando se as pessoas não se manifestam? (visto que Fic ruim nunca tem review)
Por isso comentem!
Bom...Mas demorou mais veio!
Galera, aproveitem pq não sei até quando vou ter paciência de continuar postando aqui!
=*

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