... Não escrevia?



N/A: Olá, amigos... Perdoem-me a demora, mas minha facul começou e tudo secomplicou... De qualquer forma, aí está o capítulo... Boa leitura!


Ela ouviu uma porta bater violentamente e uma voz conhecida dizer algo parecido com “hospital público!” em um tom de ironia despertá-la. Aquela sensação de não saber onde estava e tampouco por que estava em tal lugar fez Amily odiar ainda mais abrir os olhos. Draco Malfoy encarava uma maca ao lado da cama de Amily vazia e dizia algo baixinho para seus botões, enquanto um quarto limpo e muito branco aparecia no seu campo de visão.

_ Draco... _ Amily não tentou levantar, sabia que não iria conseguir pois alguém iria segurá-la, era sempre o que acontecia
então, se conformou em continuar na posição que havia acordado.

_ Dumbledore... !! _ Draco voltou sua atenção a Amily e observava, curioso, a menina. _ Foi apenas um susto! _ disse ele, esperando a pergunta de Amily surgir em seu semblante. _ afinal, o médico disse que o bebê está bem... _ ele completou a frase em um tom arrogante e ela congelou. Será que os Weasleys estariam finalmente sabendo de sua gravidez? Será que haviam avisado a Harry antes mesmo dela conseguir lhe escrever? Será que Harry sabia o que havia acontecido no beco naquele dia? Naquele dia? Ela não sabia se ainda estavam no mesmo dia e não se importou em pensar naquilo agora, estava perdida em seus pensamentos novamente sobre a ciência de Harry em seu herdeiro.

_ quem...? _ Amily não conseguiu terminar a pergunta, estava novamente presa em seus devaneios sobre o que poderia acontecer ao seu bebê depois de todo esforço... seu bebê? Ela fechou os olhos, nunca havia pensado assim, afinal, nunca havia pensado em ser mãe tão jovem... mãe? Que adjetivo estranho...

_ o médico me disse... e me felicitou! _ Draco sorriu e fez um gesto negativo com a cabeça. _ os Weasley não estavam presentes se é isso que você pretende saber... _ ele concluiu.

_ eu não quero que ninguém saiba, Malfoy! _ Amily se lembrou rapidamente de sua vontade sobre o sigilo e esperou até o loiro encará-la.

_ você está me dizendo que Potter não sabe que terá um filho? _ Draco encarou o lençol com interesse, devido ao silêncio afirmativo da garota. _ não pode fazer isso, ele tem o direito...

_ direito?Bom, eu sei _ Amily encarou Draco _ direito de que? De me abandonar quando eu mais precisei...? De tirar suas próprias conclusões sobre eu ser suficientemente boa ou não para acompanhá-lo na trajetória emocionante da vida dele? Olha... eu vou escrever e dizer...

_ Dumbledore, acalme-se... _ Draco encarou a menina _ se não quer contar para ninguém...não conte! sempre tão orgulhosa...

_ olha só quem fala! _ Amily fez uma expressão engraçada no rosto, fazendo Malfoy sorrir.

_ mas eu sou sonserino! Você não... _ Draco observou Amily encarar a pequena janela do quarto. Por falar em sonserina, onde estava o grifinório de seus sonhos e pesadelos?



Ela admitiu, depois de completar um mês na casa amadeirada sem Harry,Rony e Hermione que estava se entristecendo a cada dia. Gina era uma cúmplice emudecida, mal falava, mal brincava e Amily preferiu acreditar que a ruiva sempre estava de mal humor, não era ela que havia perdido a capacidade de fazer as pessoas sorrirem com seu humor negro. Passava distraída pelo quarto de Harry e sempre olhava, as vezes de esguelha, apenas para confirmar que ele realmente não estava ali,que ele realmente não escrevia uma única carta, um rabisco em um pergaminho velho. Ela havia escrito, assim que descobriu a gravidez, contando ao rapaz toda sua frustração e o filho que esperava em seu ventre aumentava sua angústia e necessidade por vê-lo. A coruja voltou, dias depois, com a mesma carta e uma aparência sonolenta.Não havia o encontrado.Entrou no quarto e pegou alguns pertences esquecidos pelo rapaz. Chorou bravamente. Desesperou-se. Perdeu o ar dos pulmões. Tomou um atitude.



_ se ele quer resolver sozinho, que resolva... _ Amily disse para Gina, quando a garota perguntou o por que da distancia pela ordem.Desde a saída de Harry da casa, Amily se desligou completamente dos problemas sobre comensais ou qualquer outra coisa se não sua gravidez.


Draco Malfoy se encontrava mais na casa amadeirada do que na sua própria casa mas ao contrário de interrogações sobre o que havia acontecido com Amily, ele conversava com a menina assuntos sem nenhuma importância, até gostava de assistir televisão.

_ sinto-me patético... _ comentou Draco, mudando o canal da TV e ouvindo a reclamação de Jorge. _ até irritar os Weasleys não me satisfaz...

_ E porque isso agora? _ perguntou Amily,retirando o controle das mãos de Draco e entregando-o a Jorge.

_ Porque me sinto preso aqui... não se sente presa aqui? _ Comentou Draco e Amily suspirou.

_ Fazer o que? _ ela sorriu e lhe deu os ombros. Não havia escolha.

_ Acha que... _ Draco hesitou _ bom... que Potter voltará? _ completou ele e Amily o encarou. Ela responderia imediatamente que “sim” antes, mas agora não tinha tanta certeza. Prendeu-se na lembrança de um sorriso tímido de Harry, quando, pela primeira e única vez, conversaram como seria o futuro, sobre a quantidade de filhos e os móveis da casa. Sonhos.

_ Não sei... _ respondeu sincera. Não, ela realmente não sabia e apesar de desejar aquilo mais do que qualquer outra coisa não poderia continuar a mentir.

_ E você vai esperá-lo ? _ Draco ajeitou de maneira rápida e sutil a gola de sua veste, fingindo desinteresse.

_ E quais são minhas alternativas? _ Ela perguntou, sabia que haveriam outras alternativas mas, a simples idéia de continuar sua vida sem Harry agora era difícil. Porque sempre era tão difícil?

_ Alternativas você tem... você cria... não se faça de fraca, Dumbledore... não combina com você... _ Draco encarou a menina, levantou-se brevemente do sofá e lhe acenou.


Draco estava certo. Draco estava certo? Ela julgou-se fraca mas não chorou. Porque Harry não escrevia? Porque Harry não precisava mais de sua ajuda? Ela era forte. Ela era a neta de Dumbledore. Porque? E quando sua barriga começasse a crescer? E quando ela explicasse a seu pai que estava grávida de um garoto que não sabia onde estava? E se aparecesse outro rapaz? Como Harry não pode pensar nisso? Como Harry não pode ter medo? Qual a dificuldade de escrever? Qual o risco?


Acabou o jantar e por mais barulhenta que a casa amadeirada estava, por mais barulhenta e animada que estava a mesa com os Weasleys e alguns membros da ordem, ela não falou, sorriu apenas para Molly, agradecendo o prato mas apenas isso. Não, não havia risco em escrever, ele poderia usar a capa de invisibilidade e vê-la, uma única vez, ele poderia aparatar perto, ele poderia... Ele poderia. Ele não queria vê-la. Demorou mas, enfim , desesperou-se. Ele não a queria. Não havia motivos mas, ele simplesmente não a queria.


Ela estava na porta da casa amadeirada, o céu estava claro e bonito, como não estivera a muito tempo. Sinais de outono. Ela suspirou e observou as folhas das arvores secas, crianças bruxas brincavam do outro lado da rua e pareciam não se importar com o risco que corriam, Harry entrava pelo pequeno portão da casa e... HARRY ENTRAVA PELO PEQUENO PORTÃO DA CASA AMADEIRADA? Ela encarou o portão. Não havia ninguém. Sua vontade era tanta que poderia jurar vê-lo sempre. Bufou, agora realmente estava ficando maluca.


Foi naquela tarde que sua surpresa a fez esquecer Harry, comensais, ordem ou qualquer outra coisa. Ela analisava a barriga com atenção e subia as escadas até o quarto de Gina, não havia o que fazer e a ruiva era uma boa distração.

_ Dumbledore... _ Draco chamou Amily e ela,não muito surpresa pela visita do garoto, afinal, ele “morava” na ordem, caminhou até ele, próximo ao corredor.

_ Dia , Malfoy... _ cumprimentou sem muito ânimo, estava sentindo-se mal, desde a súbita visão com Harry.

_ Poderíamos conversar? _ pediu ele, educadamente. Havia algo errado.

_ Para quê tanto cavalheirismo? _ Amily sorriu mas estranhou ainda sim Malfoy.

_ O assunto me obriga a ser gentil... _ ele acenou até o quarto próximo e entraram.

_ Da última vez que alguém fez tanto mistério para entrar em um quarto comigo... bom... não foi algo muito gentil... _ ela sorriu mas a mera lembrança de Harry a fez balançar a cabeça.

_ Então não pense muito diferente... _ Draco caminhou até a janela.

_ Ok, senhor Malfoy... _ Amily lhe fez uma falsa reverencia.

_ Dumbledore... _ Draco analisou-a _ Como vai cuidar deste bebê? _ Amily o encarou. Não havia motivo algum para Draco lhe fazer aquela pergunta, tampouco ela de respondê-la.

_ porque? _ ela pressionou as sobrancelhas.

_ Preciso de um favor... _ comentou.

_ O que te leva a pensar que eu o ajudaria? _ Ela perguntou, ainda tentando entender o bebê na conversa.

_ Você me deve um favor... _ ele manteve-se frio. _ Aquele dia no beco... _ ele continuou ao observar que Amily não havia entendido. _ Ora, Dumbledore... pense...

_ O que quer Malfoy... ? _ perguntou por fim, ele estava certo.

_ Sou herdeiro de uma fortuna em Ohio...

_ Parabéns! _ Amily bufou.

_ Dumbledore... cale-se! _ Draco observou a menina fazer uma careta. _ porém, para que eu consiga ganhar esta fortuna... O meu padrinho escreveu uma cláusula...

_ Não sabia que pessoas como você, tinham padrinhos...

_ Você não conhece pessoas como eu... Voltando ao assunto... _ Ele virou-se para a janela, ajeitando a cortina. _ A cláusula é a seguinte... eu deveria me casar até sua morte... Ele morreu por estes dias e preciso de, pelo menos, uma noiva...

_ Quer que eu arrume uma noiva para você ? _ Amily sorriu, Draco era incrivelmente estranho. _ Ora, Malfoy... pensei que você conhecesse seu poder de sedução afinal... eram muitas, as garotas, que estavam aos seus pés...

_ Não me serve qualquer uma... e acha que não sei? Dumbledore... _ ele bufou. _ Parece que você está dividindo seu cérebro com o do bebê... _ Amily pressionou as sobrancelhas. _ Preciso de alguém com nome... alguém com sangue...

_ Alguém como... como é mesmo o nome daquela sonserina...? _ Amily analisou o teto, tentando lembrar-se.

_ Alguém como você... _ Draco encarou a menina, que sorriu pela brincadeira.

_ Ora, Malfoy... você... _ Amily parou de sorrir, estática. O rapaz parecia dizer a verdade, ela não diria sincero pois isso Draco jamais seria. _ você... _ Amily analisou o rosto de Draco, disposta a encontrar um sorriso de deboche. _ Eu não sou sangue puro... _ protestou a garota.

_ Não... mas uma mestiça como você... você é a neta de Dumbledore... _ Draco explicou-se.

_ Você está sugerindo que eu me case com você? _ Perguntou Amily, minutos depois. Analisava a questão sem muito sucesso pois ainda suspeitava de alguma piada de mau gosto de Malfoy.

_ Foi muito difícil chegar a essa conclusão? _ Ele perguntou com hostilidade.

_ Responda-me Malfoy... porque eu me casaria com você, grávida de Harry...?E não me diga sobre essa herança porque isso não tem valor algum...

_ PORQUE POTTER NÃO VAI VOLTAR E VOCÊ SABE DISSO TÃO BEM QUANTO EU! _ Draco a interrompeu e a respondeu de maneira rápida. Amily não discutiu com Malfoy, pois suas palavras atingiram muito mais que seus tímpanos , atingiram , como em uma facada, seu coração. Era como se fosse apenas uma verdade que estava escondida em algum lugar de seu ego mas ele havia a encontrado. Harry não voltaria.

_ Não diga isso... _ tentou afastar tal pensamento mas ele se fez mais forte.

_ Digo! _ Draco reduziu o volume de sua voz _ Digo porque você nem sabe se ele ainda está vivo! Digo porque você não sabe se ele vai voltar! E se voltar, quem lhe garante que ainda lhe queira... lhe queira como antes? Porque Potter nunca escreve...?_ Draco havia tocado em sua ferida. A pergunta dolorosa , feita por ela todos aqueles dias de confinamento, todos aqueles dias de abandono.

_ ele está vivo!... _ Ela disse, mas apenas um fio de sua voz saiu, estava em prantos e não havia se dado conta disso.

_ Por quanto tempo sua barriga não irá crescer?... Por quanto tempo você verá sua vida passando em sua frente... e você não tentar, se quer, alcançá-la? _ Draco se aproximou mas, em um gesto de defesa ou de ataque, Amily não pode dizer, saiu do quarto, entrando e trancando o próximo quarto que havia no corredor.


Sentou-se na cama depois de secar suas lágrimas.
Deveria esperar Harry.
Mas Harry não lhe pediu para esperar.
Ele só queria protegê-la.
Ou se sentiu extremamente superior e não sentiu necessidade de levá-la.
Estava grávida dele.
Draco assumiria e provaria mais uma vez que sempre esteve ao seu lado.
Draco não era Harry e ninguém mais o seria.
Harry poderia estar morto.
Ele não estava morto, ela sabia.
Então porque não escrevia?
Então porque não escrevia?


Ela não soube dizer e a partir daquele momento, não tentou mais entender. Draco seria um bom pai. Seria um bom marido. Ele era estável. Ele só precisava de estabilidade.



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