Despedidas...



Harry olhava para o quarto abafado pelo verão intenso das férias,estava totalmente bagunçado a não ser pelas malas que já ocupavam lugar suficiente no cômodo, dificultando a passagem de qualquer pessoa.Ele arrumara as malas cuidadosamente,tentando não esquecer de nada,pois não voltaria mais ali.
Hoje, seria o último dia na casa de seus tios Durleys e á poucas horas Harry completaria dezessete anos tão esperados.Antes que pudesse pensar em algo para ocupar seu tempo até a meia-noite, levantara para visualizar as feições de um garoto magricela, porém com mais corpo do que nunca,cabelos bagunçados que dariam até um charme se fossem propositais e um rosto de menino.Sorria para o espelho, feliz por saber que veria a menina que ocupara seus pensamentos durante todo o mês,afinal, Amily buscaria Harry, ele só não sabia,e nem perguntara como.Ele descera as escadas, olhando para o hall, de onde vinha o grito de sua tia Petúnia, que preservava as feições de um cavalo.

_ Você... fique no seu quarto! _ dizia ela, arrumando a gravata borboleta rosa berrante de seu filho, Duda, que aparentava ser um porquinho e estava realmente ridículo.

_ ok... _ disse Harry, que ouvira este sermão a semana inteira,nas refeições,onde seus tios tentavam ensinar a Duda bons modos.Tentaram, mas...

_ Estou avisando garoto... _ agora quem falava era seu tio, Válter, que também se parecia com um porquinho, só que um pouco maior que o filho. _ é melhor você fingir que não está em casa, dessa vez, você não me escapa!Preciso deste acordo... será um dos melhores que já fiz...

_ ok... _ repetiu Harry,se perguntando por que descera e subindo as escadas devagar novamente, ouvindo a campainha tocar no hall.

Ele fechou a porta do quarto e se sentou, com a certeza de que agora seus tios tentavam parecer pessoas agradáveis para um sócio da empresa de brocas,por quem ouvira falar a semana inteira, parecia ser alguém importante e era impressionante a ênfase que seu tio Válter dava a frase “Sim, ele é muito rico”.O relógio marcava dez horas da noite, agora faltava pouco para rever seus amigos e como o combinado, iria para casa de amily até arrumar outra casa, que tentou incansavelmente procurar pelo Profeta diário, mas o jornal perdera muitos anúncios com os ataques, na verdade, o jornal não apresentava nada, a não ser pelas grandes manchetes de Rita Skeeter e até sobre a morte de Dumbledore, no final do ano passado, ela havia conseguido fotos, colocando Amily como culpada de tudo aquilo, mas ele sabia que não era ela.



_ E quem é essa menina linda? _ perguntava Válter ao empresário, que estava acompanhado de sua filha, e ele apertava suas bochecas incansavelmente, como se isso fosse algo agradável.

_ Amily Du.. Luxuor.... _ disse ela,tentando desviar das mãos gorduchas do tio de Harry, se sentando no sofá da sala, olhando para os cômodos da casa com interesse, na verdade os cômodos eram mais interessantes que uma família trouxa,como aquela.

_ Mas o senhor está trabalhando com Vicent Fair?

_ isso mesmo e ele me falou da qualidade do seu produto... _ disse o pai da menina, passando as mãos pelos cabelos e também se sentando, onde pôde conversar mais animado, parecendo não notar os olhares invejosos de Duda sobre seu relógio de pulso dourado.

_ Ele é um grande amigo, grande amigo... _ repetiu tio Válter, também se sentando e parecera ter treinado com o filho e a esposa como se sentar em um sofá, pois eles imitavam cada detalhe.

_ onde fica o banheiro? _ perguntou Amily,virando de repente e interrompendo totalmente a conversa dos homens, causando um silêncio constrangedor.

_ A primeira porta a esquerda... _ disse tia Petúnia, apontando para as escadas, sorrindo com uma certa dificuldade, estreitando os olhos pequenos para a menina.

_ Com licença... _ disse a menina, se levantando com delicadeza e subindo as escadas, ainda olhando para trás.

Realmente a primeira porta a esquerda era a do banheiro,que Amily acendeu a luz e fechou a porta, pelo lado de fora, não estava apertada.Ela olhou para o corredor, haviam algumas portas no local, seria difícil.

_ Quarto do garoto... _ disse ela, abrindo uma das portas e se referindo a Duda, olhando um quarto bagunçado e com coisas fúteis como video-game e revistas sobre carros luxuosos.Ela caminhou até a outra porta, ainda ouvindo as risadas da conversa da sala, olhando com cuidado o início das escadas.

Ela abriu devagar e olhou para um quarto, totalmente dessamurrado, assim como o menino que estava sentado na beirada da cama, brincando com sua coruja branca, e sentiu seu coração parecer sair pela boca “Harry...”.

_ hã... _ disse ela fechando a porta.Harry, que estava de costas, teve vontade de gritar mas se lembrou das palavras do tio sobre o silêncio e apenas olhou a menina, sorrindo assustado, sem saber como agir, sentindo a mesma coisa que ela.

_ Amily? _ harry olhou novamente, apertando os olhos.A menina estava vestida como uma trouxa e sorria animada.Havia crescido um pouco e estava linda, perfeita, como costumava pensar durante as férias cansativas e monótonas.

_ Feliz aniversário... _ disse ela baixo, tentando chegar até o amigo, pisando em alguns livros, abraçando ele com força.

_ obrigado, mas o que está fazendo aqui? _ perguntou ele, se soltando da amiga e olhando-a com curiosidade, corando pela proximidade que sempre costumavam ficar.

_ Boa noite para você também!meu pai... empresário de uma construtora... veio fazer uma espécie de oferta á seu tio... e quando olhei o endereço insisti para vir junto...

_ Meus tios não desconfiaram de nada?

_ parece que não...Tirando sua tia que... bem, mas ainda está cedo... _ disse ela, olhando o relógio. _ tenho que descer, subi para o banheiro... _ sorriu a amiga. _ vou estar te esperando lá fora, perto do carro... _ disse ela, saindo do quarto, ainda olhando Harry, tímida.


_ Achou o banheiro? _ perguntou Petúnia, obviamente suspeitando da demora.

_ sim... _ respondeu ela, colocando as mãos nos próprios joelhos e desviando o olhar de Duda, sentindo uma enorme vontade de sorrir, afinal "Harry estava ali".
Todo os papéis possíveis foram lidos e todos os comprimentos foram dados até que o pai de Amily, resolvera ir embora, depois de alguns uísques e algumas gargalhadas.

_ Foi um grande prazer... _ insistiu tio Válter, pela décima vez, levantando com a família em um cicronismo perfeito.

_ o prazer foi meu... _ disse o pai de Amily, sorrindo para a família, cansado.Eles caminharam até os dois carros luxuosos e parados em frente a casa dos Durleys. _ Você insistiu para vir dirigindo... _ disse o pai de Amily, abrindo a porta de um dos carros.

_ tenho que praticar... _ sorriu ela, entrando no carro atrás do carro de seu pai, dando outra olhada para a janela do amigo.

_ então vamos embora? _ disse ele, saindo.

_ já vou... _ disse ela, gesticulando para o pai ir andando, teria que inventar alguma desculpa depois, dando apenas a partida no carro para não continuar na frente da casa dos trouxas.

Fizera quase uma hora que seu pai havia ido embora e a menina continuava batendo suas unhas cuidadas no volante de seu carro prateado.

_ anda Harry... _ disse ela, olhando a porta,a janela, a faxada, impaciente.


Harry olhou para o relógio,sentindo a pressa que mantivera por dezessete anos, meia-noite.Ele sorriu, aliviado.Pegou suas malas e a gaiola de Edwiges, descendo as escadas, sem se preocupar com o barulho que elas faziam nos degraus, preocupando-se menos ainda com os vizinhos, que a esta hora deveriam estar dormindo.

_ onde o senhor pensa que vai ?_ disse seu tio, que agora estava com seu pijama, caminhando até a cozinha, preservando ainda um sorriso no rosto macilento.

_ embora... _ disse Harry olhando a porta, sorrindo, sem acreditar afinal, se os Durleys tentassem algo, desta vez ele poderia se defender de verdade.

_ não pode ir embora... _ disse tia petúnia, subindo as escadas, para o quarto, como se lê-se um relatório em sua cabeça.

_ então me obrigue a ficar... _ disse Harry, abrindo a porta da casa. _ Adeus! _ disse ele sorrindo, fazendo Duda levantar do sofá e olhar o primo com uma certa inveja.

_ Terá que voltar nas férias... _ disse Duda com uma rosquinha na mão direita.

_ Não terei... _ disse Harry, olhando o carro prateado e moderno de Amily.


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