Mudanças.... (cont.)



Não podia ser… aquela mulher… ela própria… que… Lilian estava começando a achar que ainda estava dormindo.
Se aproximou mais um pouco. No colo daquela mulher estava um bebê lindo. Olhos… verdes… não sabia dizer… aproximou sua mão… tocou o quadro… sentiu que era puxada, mas não soube para onde…
- Mamãe?
- Sim, Lily?
- O papai?
- Ta trabalhando, meu bem.
- Quando a gente vai ver o Jack?
- Você sabe que seus tios estão trabalhando, não sabe?
- A gente podia ir ver ele na casa da vovó Molly…
- Depois a gente vê, borboletinha… vai brincar…

Lilian abriu os olhos. Sentia o seu corpo tremer. Ofegava descontrolada. Perdeu a força nas pernas. Não conseguiu manter-se em pé e caiu no chão, trazendo alguns objectos atrás de si.
Com o barulho, Thiago, Sirius, Eliza e Anna apareceram na porta.
- Lily!
Thiago aproximou-se dela, a pegou no colo e a deitou no sofá.
- Lily… o que aconteceu?...
Lilian não falava. Estava estática, parecia morta. Pálida. Fria.
- Gente, eu sei o que acon… – Remo aparecia na porta quando uma coisa estranhíssima aconteceu…
Lilian levantou-se do sofá. De olhos fechados. Quando os abriu, não eram verdes. Eram negros.
Virou seu rosto para Thiago e falou com uma voz estranha:
- Três vezes tentarás e três vezes conseguirás. Mas à quarta vez que o fizer, seu futuro vai perder…
O que estaria a acontecer? Ninguém sabia explicar… estavam espantados e assustados demais para isso.
- Cuidado com o escuro. Ele te levará e demorará para te trazer…
Lilian olhava para Sirius. Os cabelos dela começaram a enegrecer. E virou-se para Anna.
- Branco. Doce. Sangue.
Os cabelos dela passaram de pretos a ruivos novamente. E ela fechou os olhos. Um fio de sangue escorreu por sua mão e manchou o chão. E ela caiu de novo no sofá.
Tudo permaneceu em silêncio. O que raio era aquilo?...
Sem pensar, Eliza precipitou-se para a amiga.
- Liz, não! – gritou Remo. Mas foi tarde demais.
Quando Eliza tocou o rosto de Lilian, começou a sentir um calor estranho e a ver pontinhos pretos. Não conseguia respirar. E a razão disso era a mão de Lilian estar em volta do seu pescoço, apertando-o com força.
- No dia 31 de Outubro aquilo que mais ama, aquilo que mais quer, vai perder. Mas vai ter algo em troca. Um bem pelo outro. Um bem… pelo outro…
Lilian continuou repetindo aquelas palavras até Remo reagir e a deixar dormindo novamente, apenas com um aceno de varinha. Eliza caiu, apoiando uma mão no chão e levando a outra à garganta, tossindo. Sirius se aproximou e a levantou, afastando-a.
- Vocês a deixaram sozinha? – perguntou Remo, colocando sua mão na testa de Lilian – Deixaram?
Ninguém conseguia falar. Estavam chocados, assustados, estranhos… não parecia real…
- Quem estava com ela? – tornou Remo a perguntar.
- Eu… – sussurrou Anna, ainda em estado de choque – eu… eu fui na cozinha uns segundos e…
- Eu falei expressamente para ela não ficar sozinha. Thiago, me ajuda a levá-la pró quarto dela. – mas Thiago não se mexeu – Thiago. Agora .
Como que saindo do transe em que estava, Thiago pegou Lilian no colo e a levou até seu quarto. Deitou-a lentamente na cama e cobriu-a. Parecia tão calma… tão serena… respirava tranquilamente, mas estava muito pálida e fria. Se não fosse pelo respirar, dir-se-ia que estava morta.
- Thiago, pode ir.
Remo pousara a mão no ombro do amigo. Mas Thiago não se moveu. Nem sequer desviou o olhar.
- Não, Remo. Eu fico aqui. Eu tomo conta dela.
- Mas você não sabe o que…
- Não. – Thiago olhou para o amigo seriamente – Eu fico.
Remo sorriu francamente para ele.
- Se ela acordar subitamente, não a deixe levantar. E me chame.
Saiu do quarto, deixando Thiago sentado na poltrona ao lado da cama, segurando a mão de Lilian e a beijando suavemente, olhando para ela preocupado.





*






Eliza estava sentada no sofá, entre os braços do namorado. Ainda tremia devido ao que havia ocorrido. Anna estava com eles.
- Eu sei o que vi. E garanto que não foram coisas agradáveis…
- Você… quer nos contar o que viu, amor…
Sirius acariciava seu rosto. Também estava assustado, mas não queria demonstrar.
- Desculpem… mas não…
E escondeu o rosto entre as mãos. Anna colocou os pés em cima da poltrona e abraçou os joelhos. Sentia-se culpada. Porque tinha ido até à cozinha? Se tivesse ficado do lado de Lilian, como Remo tinha dito, nada disto teria acontecido… seus olhos começaram a encher-se de lágrimas… escondeu o rosto entre os joelhos…
Sentiu uma mão nas suas pernas. Quando levantou o olhar, seu namorado olhava para ela e sorria.
- Oi, cordeirinha…
Ela esboçou um sorriso e abraçou-o fortemente.
- Desculpa… –a sua voz saiu num murmúrio surdo.
- Shi… ta tudo bem… – Remo afagava seus cabelos, devolvendo a intensidade do abraço.
Ficaram em silêncio, os quatro, durante algum tempo… pensando no que tinha acontecido e no que ainda ia acontecer nos dias seguintes…





*






Passaram alguns dias. O quarteto estava na sala, quando passos na escada foram ouvidos. Era Thiago. Não falaram, mas os seus olhares pediam novidades.
- Não, nada… – ele desabafou, com voz cansada – Minha mãe me expulsou de lá… diz que eu preciso me alimentar… pfff… como se isso fosse possível com ela lá… naquele estado…
Soava mais como um desabafo do que, propriamente, uma novidade. Desabou numa poltrona e apoiou a testa numa das mãos. Com a outra, tirou os óculos.
- Bem… – começou Remo – antes da Lily ter… bem, antes de tudo ter acontecido… eu vinha falar o que tinha descoberto…
Todos o olharam.
- A Lily foi… como dizer… abençoada … com pura magia. Aquelas não eram umas criaturas banais. Eram Smallgeons. Criaturas aquáticas que “produzem” energia no seu estado mais puro. Quando encontram um ser humano, transferem sua energia para ele. No caso de ser um trouxa… este passa a ter as chamadas… habilidades paranormais… telecinese, parapsicologia, visões, premonições… essas coisas…
Fez uma pausa. Coçou a testa e continuou.
- Mas quando se dá o caso de ser um bruxo… as coisas mudam de figura… o bruxo passa a ter os seus poderes aumentados, pode fazer magia sem varinha, controlar o tempo e o espaço… e, como se viu com a Lily, pode também ter visões, premonições… e até passá-las a alguém com o toque… – Eliza tremeu – sem contar que adquire… alguns poderes de matamorfogia… há também contrapartidas… ela fica mais susceptível a… ser possuída, manipulada… essas coisas…
- E ela… vai ficar assim para sempre? – perguntou Thiago, visivelmente preocupado.
- Há um jeito de ela… ficar normal … – ele olhou os amigos seriamente – Ela pode abdicar de tudo… em troca de um pedido…
- Um pedido? – Anna sussurrou, intrigada.
- Sim… como direi… um desejo, uma vontade… entendem?
Todos abanaram a cabeça afirmativamente. Realmente… ainda era um pouco estranho…
- Remo… – a voz de Lilibeth soara das escadas – Ela acordou…
Ele começou a subir as escadas, quando…
- Ela quer ver a Eliza. – ela tremeu um pouco, mas começou a subir as escadas. E depois, para espanto de todos…
- E você também, Thiago…





*






Eliza inspirou fundo antes de bater na porta e entrar. Encontrou Lilian sentada na cama, encostada na cabeceira, lendo um grosso livro.
- Lil…
Ela levantou o olhar.
- Liz… vem, senta aqui…
Eliza aproximou-se da cama, mas sentou-se na poltrona. A uma distancia razoável. Lilian percebeu e desviou o olhar.
- Liz eu… eu peço desculpa… eu… eu não queria… – algumas lágrimas começaram a formar-se em seus olhos – eu não queria te machucar… não foi minha intenção… eu não me lembro nem do que fiz… eu nem devia ter brigado com você… eu… – ela escondeu o rosto e começou a chorar.
- Lily… ta tudo bem… – Eliza sentou-se na cama e tocou o ombro da amiga. Lilian levantou o olhar – Eu sei que também não sou fácil de lidar. – sorriu – É só que… eu ainda tenho um pouco de medo, sabe… vai que você fica possuída de novo e… e assim o meu cachorrinho fica viúvo antes de… – o seu sorriso murchou imediatamente antes de completar a frase.
- Eu… eu peço desculpa por ter… ter passado certas coisas pra você…
- Não. Não peça desculpas. Eu sempre tive curiosidade de saber o meu futuro. Pelo menos parte dele. Te agradeço. E agora que eu vi… acho que não é nada demais. – ela suspirou – E eu queria tanto ser Miss Mundo Bruxo!
As duas começaram a rir. E Eliza teve a certeza que a flor que estava na mesinha de Lilian refloresceu um pouco.





*






Quando Thiago bateu e entrou no quarto de Lilian, ela conversava animadamente com Eliza.
- Você queria me ver, Lilian…
Lilian parou de falar no mesmo instante. Eliza percebeu e começou a sair, dizendo que voltaria mais tarde para ver a doentinha.
- Hum… Thiago… senta… – indicou-lhe a poltrona.
Ele sentou-se e ficaram olhando um para o outro.
- Bem… Lily… acho que você não me chamou só para ficarmos nos olhando, não é?
Lilian desviou o olhar e corou um pouco.
- Eu queria te agradecer. Por tudo. – voltou a olhá-lo – Por ter me trazido praqui hoje. Por ter me convidado pra sua casa, essas ferias. Por ter me defendido tantas vezes. Por me irritar, também. Mas acima de tudo… por se importar comigo. Por ter tentado sempre…
Ela se levantara da cama. Thiago levantara da poltrona e correra para ajudá-la, mas ela travara-o com a mão, abanando a cabeça negativamente.
- Eu quero te mostrar uma coisa. Uma coisa que eu fiz enquanto dormia. Na minha mente.
Ela foi até meio do quarto e fechou os olhos. Instintivamente, Thiago fechou os seus também. Quando os abriu, sua boca abriu-se, espantado.
Estavam no mais belo sítio que já havia visto. Das paredes saíam arvores majestosas que cobriam algumas zonas do quarto. Perto da cama, era como se uma praiazinha existisse, pois a água ia e vinha, com pequenas ondas. Perto da penteadeira, alguns animais passeavam livremente.


Come away with me - Norah Jones


Come away with me in the night
(Venha embora comigo no meio da noite)
Come away with me and I will write you a song
(Venha embora comigo e comporei uma canção para você)
Come away with me on a bus
(Venha embora comigo de ônibus)
Come away where they can’t tempt us with their lies
(Vamos embora para onde eles não possam nos tentar com suas mentiras)


- Ainda não consegui fazer os móveis desaparecerem – ela sorriu ao ver a expressão dele, seguindo algumas borboletas com o olhar.
- Lily é… é maravilhoso.
Ela caminhou devagar até ele.
- Esse sítio… é para onde eu vou… quando penso em você. – ele olhou para ela, sério – Sim, é verdade. Talvez eu… talvez eu tenha de admitir que… que exagerei um você… não dei valor aos seus sentimentos… e agora… talvez não confie nos meus…
- Lilian… você ta dizendo que…
- Eu não tou dizendo nada, Thiago… nada…
Abraçou-o e começaram a embalar-se ao som de uma música que apenas os dois ouviam.

And I wanna walk with you on a cloudy day
(Quero caminhar ao seu lado num dia nublado)
In fields where the yellow grass grows knee-high
(Em campos de capim amarelo até ao joelho)
So won’t you try to come
(Então, você não pode tentar vir comigo?)


- Thiago…
- Shi… não fala nada…
Nada, mas nada, no mundo poderia estragar aquele momento.

Come away with me and we’ll kiss on a mountain top
(Venha embora comigo e nos beijaremos no alto de uma montanha)
Come away with me and I’ll never stop loving you
(Venha embora comigo e eu nunca vou deixar de amá-lo)


- Thiago… eu acho que…
Ele afastou-se dela. Colocou um dedo sobre seus lábios. Olhou nos olhos dela e viu-os cansados.

And I wanna wake up with the rain falling on a tin roof
(Quero acordar com a chuva batendo no telhado de zinco)
While I’m safe there in your arms
(Estando segura em seus braços)
So all I ask is for you
(Então, eu pergunto a você)


- Não fala nada. A partir de hoje… teremos muito tempo pela frente… muito tempo…
Pegou-a no colo e deitou-a na cama. Beijou sua testa e saiu do quarto. O que ele não reparou foi numa lágrima enorme rolando pela face dela.
- Talvez nem tanto tempo assim…

To come away with me in the night
(Venha embora comigo no meio da noite)
Come away with me
(Venha embora comigo)






*






Thiago passeava calmamente pelo corredor, de mãos nos bolsos. Ia sem tomar atenção ao sítio que se dirigia. Quando ‘acordou’, viu-se em frente às portas da biblioteca. Ia a entrar… mas ouviu vozes…
- Sirius… não…
- Ahh Liz… você quer tanto quanto eu…
- Eu tenho medo…
- De quê, gatinha?
- Sei lá… posso me machucar…
- Eu prometo que não vai acontecer nada… agora suba… que eu vou te ensinar como se faz…
- Si…
- Shi… você vai adorar…
- Mas… nossa… como é grande…
- Eu sei.

Hey… mas que… o que estava acontecendo ali dentro… Thiago encostou mais o ouvido na porta para compreender melhor o que diziam…
- É duro…
- Você se acostuma rapidinho…
(Silêncio)
- Viu… é difícil? …
- Não… até é agradável…
- Eu vou te ensinar uns truques…
- Não, Sirius… pára… não quero mais… me deixa sair…
- Não Liz… a gente começou isso e a gente vai terminar… hoje… você não vai mais fugir…
- Sirius… pára… não quero… eu grito por socorro…
- Shiu! A gente vai até ao fim… quer você queira quer não!

Thiago pensou que Sirius estava passando dos limites. Entrou bruscamente na biblioteca, e o que viu o fez soltar uma gargalhada.
Sirius estava ensinando Eliza a voar numa vassoura. Lá estavam eles, em cima da nova vassoura de Eliza, a que ela tinha recebido no seu aniversário. Dai ela ter ficado tão contente com aquele presente.
- Hey… vocês dois… o que estão fazendo aqui… – falou Thiago, rindo pelo nariz.
- Não dá p’ra ver não? – falou Sirius, descendo a vassoura. Mal Eliza sentiu a vassoura bem perto do chão, saltou imediatamente.
- Por hoje chega… – ela murmurou. Sirius saiu da vassoura e a colocou sobre o ombro – e você Thiago… o que está fazendo aqui…
- Nada demais… apenas quis ficar um pouco sozinho… – ele falou, passando a mão pelos cabelos e voltando a colocá-la no bolso da calça.
- A gente também já tava de saída, não é Sirius? – falou ela, puxando o namorado pela mão.
- Mas… mas…
- Não é, Sirius? – Eliza fez o seu famoso olhar assassino e Sirius levantou a mão, em jeito de rendição, o que fez Thiago sorrir maroto e mover os lábios dizendo, só pra Sirius perceber, ‘ta encoleirado, cachorrão’… o que o fez encolher os ombros como se dissesse ‘fazer o quê?’ e sair.
Quando eles saíram, Thiago subiu as escadas e foi até à varanda. Olhou a noite estrelada. E lembrou-se do magnífico pôr-do-sol que tinha visto com Lilian. Abanou a cabeça. Muitas coisas estavam mudando. A sua maneira de pensar. De ser. De agir. De encarar as coisas. Mas também Lilian estava mudando… não era só por causa do que tinha acontecido, mas… ela própria parecia diferente… não sabia dizer porquê, mas… havia algo que lhe dizia que iria acontecer algo ruim… algo muito ruim… envolvendo eles os dois… e isso deixava-o apreensivo… não por si… mas por ela…
Entrou de novo na biblioteca. Os acontecimentos dessas férias viajavam na sua mente. E houve um que o deixou parado no meio do cómodo.
Mas e se eles forem meios-vampiros?
Olhou seriamente para as estantes. E murmurou algumas palavras…
- Accio livro de criaturas das trevas…
Um livro enorme, preto, de capa dura e gasta, com alguns desenhos a dourado, veio parar nas suas mãos. Abriu-o. Folheou algumas páginas. E encontrou o que procurava. Arrancou a pagina e saiu da biblioteca, correndo.





*






Lilian acordou repentinamente. Sua cabeça doía imenso. Sua boca estava seca. Levantou-se da cama, calçou os chinelos e vestiu o robe. Tremia, mas não sabia se era de frio. Quer dizer, sentia um frio cortante, mas as janelas estavam fechadas. E era pleno Verão. Abriu a porta do quarto e começou a descer as escadas em direcção à cozinha. Bem devagar. Mão encostada na parede, que estava quente ao toque, mas lhe dava uma nova sensação de frio congelante. Tinha de passar pela sala antes de entrar na cozinha.
Mas uma voz na sua cabeça lhe dizia para não avançar, enquanto outra lhe dizia para espreitar para dentro da sala.
Por via das dúvidas, seguiu a segunda voz. Espreitou para dentro da sala. E o que viu deixou-a estática. Sem uma gota de sangue.
Semi-deitado no sofá, estava Thiago, praticamente nu, enrolado com uma garota que ela reconheceu ser Jo, que também não estava com mais trajes que ele.
- Thiago…
- Sim, gostosinha…
- E quanto àquela ruiva…
- O que tem ela?
- Você… não gosta dela…
- Ah, lindinha… p’ra quê eu quero ela… se você me dá o que ela nega…
Lilian sentiu seus olhos marejarem. E subiu as escadas rapidamente, se enfiando na cama novamente, abraçando a almofada e chorando até a dor se esvair e ela adormecer.




Ele estava sentado na poltrona, dentro do quarto dela. Aqueles cabelos rubros… aqueles olhos verde-esmeralda… em tudo lhe lembravam sua amada… sua amada perdida há tantos séculos atrás… Marianne… oh Marianne… ele a houvera encontrado novamente… e não a ia perder nunca mais.
Nem que pra isso tivesse que controlar aquela garota p’ra sempre… afinal… o que era um sonho… senão uma replica do mundo real?...







AVISO
resposta aos comentarios no capitulo seguinte....

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Comentários (1)

  • Pp Potter

    Nossa, esse capítulo me deixou curiosa, quando vai postar o próximo?

    2012-10-20
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