Sonhos, sentimentos, soluções.



Descendo a escadaria enorme, viu que se encontrava num corredor frio, húmido e sombrio. Tentou procurar sua varinha, mas não a achou. A pouca luz que permitia visualizar o caminho vinha das tochas penduradas na parede, que parecia ser um misto de água e muco viscoso. Ao fundo, uma porta dava o final do corredor, e estava aberta. Entrou. Era uma sala escura também, mas não tão escura quanto o corredor. Nela, somente se encontrava um espelho enorme. Se aproximou. Aquele espelho parecia mais ser uma janela. E lá, viu um garoto. Um garoto moreno, franzino, com cabelos pretos, arrepiados, e óculos.
- Thiago?... – se ouviu dizer.
Mas não podia ser. Aquele garoto tinha olhos verdes. E uma cicatriz. Ao seu lado apareceu uma figura sua conhecida. Um homem alto, de barbas brancas, e aros em forma de meia-lua, escondendo uns olhos azuis, e com o seu chapéu alto e o seu sorriso doce e acolhedor. Ambos falavam. Mas não se ouvia o que diziam. Só se percebia que o garoto estava sentado no chão e olhava pro espelho, com um misto de tristeza e admiração. Mas… se esse garoto não era Thiago, quem seria?
- Nosso filho…
Olhou pro lado. Um homem alto, vestido de verde, de cabelos bagunçados, óculos que escondiam uns olhos castanho-esverdeados, e com uma cara familiar lhe sorria.
- Nosso filho, Lilian… nosso filho…
Então olhou de novo no espelho. E se viu. Era uma mulher adulta, agora. Envergava uma túnica azul-celeste. Seus cabelos continuavam vermelhos como o fogo e seus olhos mais verdes que nunca. Ainda conservava alguns traços de quando era uma menininha.
- Eu… nós… a gente casou?
- Claro…
Era esquisito… estar ali mas não estar… porque era ela sem ser ela… num instante, o garoto se levantou e saiu.
- Não! Espera! Não vá!
E, num impulso, tocou o espelho. Uma luz verde a invadiu e várias imagens percorriam seu pensamento. Porém, uma delas passou de imagem a um tipo de recordação:
- Saia da frente, mocinha! – falou uma voz masculina, gélida, horripilante.
- Não! Por favor, nos deixe em paz!
- Saia! – ordenou ele, depois de rir maquiavelicamente.
- Não! Você não vai me tirar meu filho! Se o quiser, vai ter que passar por mim primeiro!
- Muito bem! Você pediu! AVADA KEDAVRA!
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!


Lilian acordou suando e chorando compulsivamente. Ela tinha visto aquilo que parecia uma mãe protegendo seu filho, morrendo por ele. Talvez o medo dessa guerra que vinha começando, medo de perder as pessoas que mais amava, medo de não conseguir enfrentar esse tal de Voldemort, a tivessem feito sonhar com aquelas coisas. Mas então, porque é que sentia, ao relembrar agora o sonho, que um pedaço de si fora arrancado?...



Thiago não conseguia dormir. Deitado de costas e com as mãos na nuca, olhava o teto em busca de algo que não estava lá. E pensava na conversa que tivera com Sirius.

*FLASHBACK*
Remo tinha acabado de fechar a porta da passagem.
- E aí, Almofadinhas? Qual era o assunto que você tinha pra me falar que o Remo não podia ouvir? – perguntou ele, rindo.
- Hey, seu veado de uma figa…
- … cervo, Sirius, cervo…
- …chifrudo… – Thiago cruzou os braços – pode parar de me interromper?
- Ta ta… fala logo, cachorrão…
Sirius se levantou.
- Você reparou bem nos nossos vizinhos?
Thiago levantou a sobrancelha.
- Ta me estranhando, Almofadinhas?
- Por alguma razão te chamo veado, ué?
Os dois riram.
- Não é isso, Pontas. Eu falei no sentido de… ah, deixa pra lá…
Desta vez, Thiago se levantou.
- Não! Pera aí! Fala logo de uma vez, não enrola!
- Você nunca notou o quanto perfeitos eles são, não? Tanta perfeição tem que ter algo de errado…
- Como assim? Se explica direito…
- Pra começar, eles têm quê, 16 anos? Eu nunca vi seus pais, seus familiares…
- Podem ser como você. Podem detestar a família, não ter nenhum santo igual a mim pra morarem com ele, e resolveram morar sozinhos.
- Hum… não creio… mas…
- E mais? – falou Thiago, impacientemente.
- A casa onde eles moram ta sempre fechada, ninguém entra, ninguém sai, a não ser eles, mas, no entanto, o jardim ta sempre arrumadinho!
- Como você sabe?
Sirius corou um pouco.
- Er… bem, sabe… um dia eu não aguentei e… me aliviei ali mesmo…
- O quê? E alguém te viu?
- Que nada! Eu tava como cachorro!
- Aparência normal, portanto…
Os dois riram novamente.
- Eles nunca perdem a pose, têm sempre um sorriso e são perfeitos em tudo! Não ta achando estranho?
- Ah, Almofadinhas… ta com ciúme por causa da Liz, agora?
- Cala a boca, Pontas! E tem mais!
- Ah é?
- Hoje eu vi o Bruno com um olhar… esquisito…
- Esquisito como?
- Vermelho… parecia sangue… parecia com o olhar de um… vampiro…
Thiago soltou uma gargalhada.
- Tu ta maluco? Vampiro? Se ele fosse vampiro, morreria no mesmo instante que pusesse os pés fora de casa, mané! Agora vai dormir, vai! Você precisa descansar seu cérebro – sorriu marotamente – dessas suas conspirações – dizia Thiago, enquanto empurrava Sirius pra fora do quarto.
- Ta ta… eu vou…
De repente, quando ia a sair, Sirius se virou pra trás e apontou pra Thiago.
- Você ta certo…
- Eu sei… eu tou sempre certo…
- Se esqueceu que ta falando com um ser perfeito, Pontas? – disse Sirius, tocando com seu indicador na cabeça – Só mais uma coisinha…
- Fala logo, desembucha! Que mala!
- Vampiros morreriam com a luz do dia, sim – Thiago levantou as mãos pro alto, como que dizendo “Meu Merlin, me dai paciência pra aturar este cara” – mas… o que aconteceria se fossem meios-vampiros?
Sirius apontou novamente para Thiago, enquanto fechava a porta.
*FIM DO FLASHBACK*


Sim… certas palavras de Sirius faziam sentido. Realmente, esses vizinhos eram perfeitos… perfeitos demais … e essa conversa de meios-vampiros… sim, ele tinha lido isso em qualquer lado… onde fora, mesmo?... Ah, sim, fora em…
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!
Um grito ecoou pela casa. Vinha do quarto em frente. Lily! O que teria acontecido? Porque teria gritado? Será que tinham atacado ela?
Sem pensar mais, saltou da cama só com a calça do pijama (N/A: *suspiro*), abriu a porta do quarto e tentou abrir a de Lilian, mas não conseguiu. Apontou a varinha e falou um Alohomora , abrindo instantaneamente a porta. Encontrou Lilian chorando compulsivamente, com os olhos bastante inchados.
- Lilian… o que foi que aconteceu?
Ela não falava nada. Só chorava.
- Lilian… fala comigo… quem te deixou desse jeito?
Ela continuava chorando. Ele foi se aproximando e pegou nela, a endireitando na sua frente.
- Lily…?
- Me abraça, Thiago… só me abraça…
Ela o abraçou fortemente. Thiago não soube como reagir logo, mas, pouco a pouco, a estreitou em seus braços. Lilian chorava como uma garotinha de 5 anos que se perdera dos pais e Thiago a abraçava, sem perceber porquê ela chorava daquela maneira.
Entretanto, na porta, se encontravam quatro pessoas muito assustadas. A primeira a chegar tinha sido Anna, seguida por Remo. Depois chegaram Eliza e Sirius ao mesmo tempo. Todos descabelados.
- Mas que droga ta aconte… – ia Sirius a dizer, quando foi mandado calar por Remo e quase fuzilado pelo olhar de Eliza.
- Acho melhor irmos dormir, pessoal. A Lily não está bem, mas o Thiago está com ela. Amanhã saberemos melhor o que aconteceu, ta bom? – falava Remo, calmamente, enquanto fechava a porta, vendo que Thiago tinha colocado Lilian na sua cama.
- Mas, Remo… – ia Eliza a falar, quando foi interrompida por ele.
- Liz, eu sei que você ta preocupada e tudo o mais, mas vai dormir. Você fará melhor companhia pra Lily se estiver acordada do que dormindo pelos cantos, não acha?
Ela assentiu. Todos seguiram pras portas dos seus quartos.
- Psssstt… Liz…
Ela se virou.
- O que foi agora, Sirius?
- Sabia que você fica linda de preto?
Eliza corou. Com a pressa, nem tinha lembrado de vestir o robe. Resumindo, estava apenas vestindo uma camisola preta de cetim, com alcinhas finas. Olhou Sirius de alto a baixo. Ele se encontrava apoiado na ombreira da porta com apenas uma mão e usava um samba-canção azul (N/A: *duplo suspiro*).
- Sabe – disse ela roucamente, enquanto se aproximava dele – você também não fica nada mal de azul…
E, rodando, seguiu pra sua porta. Sirius correu e se colocou bem na frente dela, barrando a passagem.
- Nem vai me dar um beijo de boas-noites?
- Se eu der você me deixa passar? – perguntou Eliza, sorrindo maliciosamente, ao que Sirius retribuiu o sorriso.
- Quem sabe? Se não experimentar, nunca vai saber, gatinha…
Eliza foi se aproximando, até que se encontravam a milímetros um do outro. Ela sentia sua respiração quente e doce e ele a dela. Eliza se aproximava, mas, no segundo seguinte, recuava um pouco, brincando. E eles iam girando. Até que Eliza sentiu a maçaneta da porta na sua mão e a abriu.
- Vem cá… mais perto…
Sirius se aproximou.
- Você queria um beijo, não era? – falou ela sensualmente. Sirius sentia o cheiro a jasmim que ela deixava – Então… pode beijar a porta!
E fechou a porta mesmo na cara dele. Sirius ficou apoiado com as duas mãos na porta.
- Liz, você não podia ter feito isso…
- Porque não? – respondeu ela, do outro lado da porta.
- Porque é perigoso provocar assim um garoto…
- Não enche! Vai dormir!
- Liz, abre a porta! – silêncio – Liz! Abre a porta! – silêncio novamente – Eliza! – nada – Droga!
E foi pro seu quarto, fechando a porta violentamente. Eliza abriu a porta e falou baixinho, sorrindo:
- Você não vai me ganhar tão facilmente, Sirius Black!
No quarto, Sirius se jogou com força em cima da cama.
- Ah, mas você me paga, Eliza White! Pode escrever o que eu to falando! Me paga!



Depois de terem deixado Eliza e Sirius pra trás, Anna e Remo se encontravam frente a frente.
- Você sabia que eu te amo, Lobinho?
- Sabia… eu também te amo, meu amor…
Se beijaram docemente.
- Mais logo a gente se fala… – disse Anna, enquanto se dirigia pra porta do seu quarto, a abrindo.
- Anna…
Ela se virou. Remo estava encostado na porta, do lado de dentro.
- Hum?
- Sabia que você ta um pecado?
Ela corou e ele soltou um beijo, fechando a porta em seguida e ela o imitou.
“Esse garoto vai me deixar maluca… quem haveria de dizer que o mais certinho dos Marotos era o mais safado, hein?”, pensava ela, rindo, enquanto se deitava de novo na cama.



Thiago deitou Lilian, que ainda chorava, na cama. Ele começava a se sentir preocupado. Nunca a tinha visto daquele jeito. Um aperto enorme crescia no seu peito. Só lhe apetecia abraçá-la pra sempre, protegê-la de tudo e todos que lhe quisessem mal, prendê-la em seus braços… Quando voltou a olhar pra ela, já tinha fechado os olhos e parecia dormir pacificamente, agora. A tapou com o cobertor e depositou um beijo em sua testa. Resolveu sair e deixá-la dormir em paz.
- Thiago…
Ele se voltou. Lilian olhava pra ele com um olhar triste e perdido. O aperto voltou.
- Sim, Lilian?
Se aproximou novamente. Se sentou na beira da cama e pegou na mão dela.
- Não vá… não me deixe aqui sozinha…
Os olhos dela voltaram a marejar.
- Fica aqui comigo até adormecer, por favor…
Thiago sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
- Sim. Eu fico.
Se sentou na cama. Lilian colocou sua cabeça no peito dele e logo adormeceu. Thiago passava suas mãos pelo cabelo de Lilian. Uma sensação de dejà vu ecoava na sua mente. Parecia que já tinha estado ali , naquela situação, naquele lugar, fazendo aquilo , ali, com ela .
- Pode deixar, Lilian. Eu nunca deixarei você sofrer. Nunca te abandonarei. Nunca.
E, afagando os cabelos de Lilian, adormeceu.



O dia amanheceu nublado. As nuvens cinzentas povoavam o céu. Um vento horripilante ressoava. Thiago acordou sem saber muito bem onde se encontrava. Sentiu um peso no seu colo. Olhou pra baixo e viu um aglomerado de cabelos ruivos. Passou a mão pelos cabelos dela. E sorriu. Lilian se mexeu. Devagar, ele tentou sair daquela posição e sair do quarto. Ao sair debaixo de Lilian, ela se mexeu de novo e se aninhou, abraçando a almofada.
- Thiago… – disse ela baixinho, enquanto dormia.
Ele, que ia pegando na maçaneta, parou imediatamente e se virou. “Ela… ela ta sonhando comigo…”, pensou. Um sorriso se formou em seus lábios e os seus olhos brilharam, enquanto se virava e saia do quarto, descendo as escadas rapidamente.



Lilian acordou com o vento a abrir a janela do seu quarto. Se levantou e a fechou, a muito custo. Após ter fechado a janela, se sentou na cama e abraçou os joelhos. Ainda sentia o aperto que a tinha consumido durante a noite. E ainda se lembrava do sonho. E também da presença de uma certa pessoa. Thiago Potter. A pessoa que ela mais desprezava tinha sido aquela que ela mais tinha desejado a seu lado. “Não posso… eu não posso gostar dele…”, pensava.
TOC TOC
- Podemos entrar?
Na porta se encontravam Eliza e Anna. As duas estavam penduradas na porta, esperando algum sinal de Lilian. Seus olhos estavam tristes.
- Podem…
Elas entraram e se sentaram na cama, uma de cada lado.
- Você esta bem?
- O que se passou?
- O que foi aquele grito?
- Alguém atacou você?
As duas falavam ao mesmo tempo. Se via em suas expressões assustadas que desejavam que aquilo nunca mais acontecesse, pois se agora não sabiam como reagir, então depois…
- Estejam descansadas… eu tou bem… já passou…
Um sorriso doce e terno se formou em seus lábios. Anna e Eliza, ao verem que Lilian sorria, sorriram também e a abraçaram.
- Nunca mais faça isso, sua boba!
- É! Nunca mais nos deixe desse jeito! Quase nos matava do coração!
- Meninas…
As três permaneceram abraçadas, sem dizer nada, durante um bom tempo. Seus olhos começaram a ficar marejados. Era, realmente, uma amizade como poucas.
De repente, um barulho as fez se separarem e olhar pra sua origem.
Na porta se encontrava Thiago, com um tabuleiro na mão e um lírio branco na boca.
Com um pé empurrou a porta e com o outro a fechou. Só reparou nas meninas quando levantou a cabeça, parando no meio do quarto.
As meninas, ao verem o garoto parado no meio do quarto, apenas com as calças do pijama de riscas azuis e brancas, tabuleiro na mão, flor na boca, cabelos ainda mais arrepiados e a cara chamuscada, começaram a gargalhar gostosamente.
- Of qufe foo? – perguntou Thiago, ao que elas gargalharam ainda mais.
- Ah, Thiago! Me dá isso aqui! – disse Eliza, se levantando e arrancando, literalmente, o tabuleiro das mãos dele.
Ele tirou a flor da boca. Lilian começou a comer.
- Hum… Thiago… foi você que fez? – perguntou Anna, beliscando as torradas e bebendo o sumo de abóbora, levando tapinhas nas mãos da parte de Eliza, que tentava fazer o mesmo.
- Bem… não… – respondeu ele, coçando a cabeça e corando ligeiramente – mamãe Potter me ajudou… – apontou pra cara chamuscada.
Os quatro gargalharam. Thiago sorria ao ver Lilian sorrir com vontade. Quem haveria de dizer que, naquela noite, aquela garota tão corajosa e que demonstrava ser uma durona, se desmanchava em lágrimas, nos seus braços?
- Thiago?... – falava Eliza, ao ver que ele estava vidrado no olhar de Lilian.
- Hum?
- Será que você pode sair um pouco? É que a Lily tem que se trocar.
- Claro, claro…
- Ah! Aproveite e vista algo… – falou Anna, maliciosamente, deixando Thiago, surpreendentemente, corado por estar naqueles propósitos e Lilian corada também por ficar olhando.
- Toma… é pra você…
Thiago estendeu sua mão pra Lilian, lhe entregando o lírio. Ela pegou na flor, ao que ele sorriu, rodou os calcanhares e correu pra porta.
- Obrigado… por tudo…
Thiago se virou e sorriu.
- Não tem que agradecer. Por você, eu faria tudo isso de novo e muito mais…
Fechou a porta, deixando Eliza e Anna sorrindo e Lilian escondendo sua cara por entre seus cabelos.



- Almofadinhas… ô Almofadinhas… acorda, cara…
- Hummm… não… você que é…
- Almofadinhas… acorda!
- Também te amo…
- SIRIUS BLACK! LEVANTA ESSA BUNDA!
Mas nada. Remo não conseguia levantar Sirius. Todos os dias, desde o primeiro dia do primeiro ano em Hogwarts, acontecia essa desgraça. Mas havia uma solução pra esse problema. E Thiago sabia isso.
- ALMOFADINHAS, CARA! SUA MÃE TA TE VINDO BUSCAR, MANÉ!
Sirius deu um pulo tão grande que caiu da cama, embrulhado nos lençóis. Thiago e Remo se jogaram no chão, agarrados ao estômago, rindo da expressão do amigo.
- Vocês tão gostando, é? – perguntou Sirius, pegando na varinha sem os amigos verem – E agora, quem ri, hein? Quem? – falou ele, se levantando e apontando a varinhas pros dois. Remo e Thiago olharam pra ele, parando de rir. Mas, ao tentar dar um passo em frente, Sirius tropeçou no lençol e caiu em cima dos amigos, atirando a varinha pro ar, e acabaram por rir os três.
- Nossa… já estamos todos atrasados… – falou Remo, se levantando e ajeitando suas roupas.
- Atrasados pro quê? – falava Sirius, sentado no chão, apoiado em seus braços.
- Pró café, oras!
- Relaxa, Aluado! – disse Thiago, se levantando e dando tapinhas nas costas do amigo – Ainda falta muito tempo…
- Quanto a vocês não sei, mas eu tou cheiinho de saudades da Anna…
Sirius bateu com a mão na testa e se levantou rapidamente, entrando no banheiro.
- É nessas horas que eu dou graças a Merlin não estarmos lá em Hogwarts! – falou Remo a Thiago, apontando pra porta do banheiro, de onde saía já algum vapor. Os dois riram e saíram do quarto, se preparando para descer.



- Cruz credo!... vocês repararam como o tempo está… esquisito…? – perguntou Anna, passando as mãos pelos seus braços, frente a janela da varanda – Nem parece que é Verão… e ontem…
- Que Merlin permita que esteja como ontem daqui a uma semana… – falou Eliza, suspirando.
- Por Merlin! É seu aniversário! – exclamou Lilian, já vestida, frente a penteadeira – Me desculpe, Liz, mas… esqueci completamente…
- Ah, imagina! Desde que não se esqueça no próprio dia!
As três riram. Lilian escovava seus cabelos calma e repetidamente, olhando pro espelho. Na sua cabeça, e também no seu olhar, se encontrava a imagem dela própria, dali a alguns anos. Sacudiu a cabeça, tentando desfazer essas imagens. Pegou no lírio branco e o prendeu no cabelo, que estava num apanhado alto.
- Vamos? – perguntou, sorrindo, pras amigas, ao que todas concordaram e, rindo, saíram do quarto, se preparando para descer.



Todos se encontravam sentados na mesa. Bem, todos menos Sirius e os pais de Thiago, que apareceram logo depois de terem começado a comer.
- Lily, querida, você está melhor?
- Sim, sra.Potter… quer dizer, Lilibeth…
De alguma maneira, a mãe de Thiago sabia que ela tinha… enfim… passado mal durante a noite, mas Lilian não sabia como… ah, Thiago… ele devia ter lhe contado enquanto preparava a comida que ele lhe tinha levado logo de manhã. Lilian pensava até que ponto Lilibeth saberia o que se tinha passado…
- Se você precisar… é só chamar… aliás, chame pelo Thiaguito que ele chama a mim ou ao Daniel. Nós temos que ir trabalhar, mas se você precisar, estaremos aqui num instante!
- Mãe…
Thiago olhava pra mãe, com uma cara furiosa.
- O que é, meu bem?
- Primeiro, não será necessário chamar vocês, eu tenho tudo sobre controle. – Lilibeth olhou pro filho com a sobrancelha levantada e com as mãos na cintura, mas sorrindo marotamente, fazendo todos rir, sendo os risos ignorados por um Thiago que rolava os olhos – Segundo…
- Sim?...
- Não me chame de Thiaguito…
Nesse instante, apareceu Sirius, pulando sobre um só pé, tentando calçar o tenis, com a camisa mal abotoada, botões sobrando para abotoar, e o cabelo ainda um pouco molhado.
- E aí? Perdi alguma coisa?
- Não muito. Só o belíssimo discurso do seu querido amigo e meu amado filho, Thiago Potter.. – falou Lilibeth, pegando uma torrada e virando costas. Passado pouco tempo, apareceu de novo, mas desta vez, com Daniel.
- Thiagui… – vendo o olhar do filho, Lilibeth se corrigiu, entre risos – Thiago, meu filho – Thiago sorriu triunfalmente – veja se se comporta e se a Lily, o alguém, precisar, me avise, ouviu?
- Ouvi, mãe…
- Mande a Arabelle, entendeu?
- Sim, mãe…
- Vem cá. Me dê um beijo.
Thiago se levantou, um pouco corado, e deu um beijo na bochecha de sua mãe, voltando a se sentar e tentando se enterrar na cadeira, ao que Sirius começou fazendo beicinho pra um beijinho. Thiago pegou um bocado de bolo e enfiou na boca de Sirius, arrancando gargalhadas a todos.
Lá fora, seus pais conversavam.
- Daniel…
- O que foi, Lily?
- Tou ficando preocupada…
- Porquê, meu amor?
- Acho que o Thiago está crescendo depressa demais…
Daniel Potter sorriu e colocou o braço em volta da cintura da mulher.
- Relaxe… não se preocupe, minha ruivinha
Lilibeth sorriu e encostou a cabeça no ombro do marido. Depois, seguiram pro tabalho.



- E então, o que faremos hoje? – perguntou Remo, sentado no sofá, brincando com o cabelo de Anna, que tinha deitado a cabeça no seu colo e, entretanto, adormecido.
- Nem sei… o tempo hoje está tão… esquisito… – falou Eliza, folheando uma revista trouxa.
Thiago, sentado numa poltrona, observava Lilian, que se encontrava sentada no parapeito da janela, vendo o jardim enorme (N/A: pra variar…) que ficava pra lá da piscina.
- Sabe… eu tenho uma ideia perfeita… – falou Sirius marotamente, apoiado nas costas da poltrona onde Eliza estava deitada.
- Hum hum… vindo de você deve ser perfeita mesmo! – disse ela, ironicamente.
- Sério! Eu… você… no meu quarto… – falou ele, pertinho do ouvido dela.
- Não diga? Eu tenho uma ideia muito melhor! Você… sozinho… longe de mim… – falou Eliza, fazendo todos rir e Sirius ficar meio emburrado, indo se sentar numa poltrona longe dela, de braços cruzados.
- Lily… quer dizer, Evans… – falava Thiago, perto de Lilian, começando a passar a mão pelos cabelos, mas parando a meio – Ta melhor?
- Sim, claro, Potter. – respondeu ela, sem tirar os olhos da janela.
“Mas será que nem agora ela é capaz de me tratar pelo primeiro nome?”, pensava ele, olhando pra ela.
- Hum… você quer vir ver uma coisa comigo? Eu sei que vai gostar!
Ela olhou pra ele.
- E o que é?
- É surpresa. Se eu contar, perde a piada! – respondeu Thiago, com um sorriso de orelha a orelha – Vamos?
Ela se levantou, sorrindo. E porque não? Uma pessoa que tinha cuidado dela e se preocupado daquele jeito, talvez não fosse tão má quanto ela pensava.
- Claro! – respondeu ela, o seguindo pra porta.
Remo e Anna dormiam os dois, agora. Eliza começou a dormir também. O único que se mantinha acordado era Sirus, reparando que estava sozinho, se levantou e se preparava pra ir pro seu quarto quando olhou pra Eliza. “Nossa… como essa garota é perfeita…”, pensava. A paz que o seu rosto transmitia… a mecha de cabelo que descaía até aos olhos…tudo nela o atraia. Ficou vários minutos parado, apenas a vendo dormir. Com muito jeito, a pegou ao colo e começou subindo as escadas em direcção aos quartos. Ela se aninhou no seu colo.
- Sirius… – murmurou, dando um suspiro em seguida. Ele sorriu e abriu a porta do quarto, a fechando em seguida.



Thiago e Lilian seguiam pelo jardim. Todo o ambiente lembrava a Lilian o Salão, no Baile. Só que ali era tudo muito mais bonito. Ela seguia atrás de Thiago, que assobiava e mantinha as mãos nos bolsos. “Porque será que ele não fala comigo?”, pensava ela. “O que é que eu hei-de dizer a ela?”, pensava ele.
- Chegamos!
Um sorriso iluminou a cara de Lilian. O sítio perfeito. Era um campo cheio de flores. Mas não eram uma flores quaisquer. Eram lírios. Milhares e milhares de lírios, de todas as cores, perfumavam aquela área. E, no meio, uma espécie de abrigo, de madeira, sem paredes, parecia convidar a um descanso.
- É… é maravilhoso! – foi só o que Lilian conseguiu dizer.
- Eu sabia que você ia gostar! – falou Thiago, sorrindo.
Lilian foi até ao abrigo, agora ela caminhava na frente dele. Thiago reparou que ela trazia o lírio no cabelo. Ela ficou parada, calada, contemplando as flores. Mesmo num dia tão cinzento como aquele, não deixava de ser uma visão espetacular. Quando se voltou, Thiago olhava pro nada, pensativo.
- O que está pensando? – perguntou Lilian, se sentando ao lado dele.
- Nada não… esquece… – respondeu ele, sorrindo pra ela.
- Sabe, isso foi a melhor surpresa que alguém me fez. Realmente, este sítio é magnífico…
Thiago tornou a sorrir e pegou na mão dela.
- De todas as flores aqui, você é a mais linda!
- Pronto… tava demorando… lá vem cantada… – falou Lilian, séria, mas gargalhando quando viu a cara assustada que Thiago fazia – Hey, cadê seu sentido de humor?
Os dois riram.
- Sabe… até que você não é tão idiota assim… – disse ela, prendendo o riso.
- É… e até que você não é tão estressadinha quanto parece… ah, esquece… você é mesmo assim… – falou ele, gesticulando, arrancando uma gargalhada a Lilian e rindo ele também – E então, amigos? – lhe estendeu a mão.
- Sim. Amigos. – respondeu ela, sem hesitar, apertando a mão dele – Mas com uma condição.
- Eu já sabia…
Os dois riram.
- Que você não me chame mais aqueles nomes todos e nem me agarre e nem me roube beijos…
- Era só uma, não três…
Voltaram a rir.
- Ta bom… mas também tenho uma condição…
- Qual?
- Você me chamar de Thiago.
- Combinado! Amigos, então!
Mas cada um sabia que não era só isso que queriam ser. Começaram a conversar, rindo como se fossem amigos de anos, até que o céu começou a ameaçar chuva e foram obrigados a voltar pra casa. Só que, desta vez, o caminho não foi tão silencioso…



Na sala, Remo e Anna continuavam dormindo. Ele acordou e a viu, respirando calmamente, com um sorriso nos lábios. Ficou olhando pra ela. Como era linda! Sabia que daria a vida por ela, se preciso. Só pra vê-la assim, em seus braços. Entretanto, ela acordou.
- Oi… – falou ele docemente, afagando sua cara e seus cabelos.
- Oi… – respondeu ela, sonolenta, soltando um bocejo e voltando a colocar a cabeça na mesma posição.
- Lobinho?
- Hum?
- Precisamos conversar. Seriamente.
Remo esboçou uma cara preocupada. Será que ela já sabia?
- Claro. Você quer conversar agora?
Anna levantou a cabeça, sorrindo.
- Acha? Até parece que eu ia desperdiçar essa almofadinha tão boa…
- Anna… assim não… ta me confundindo com o Sirius? – falou Remo, tentando parecer sério.
- Claro que sim… como você sabe, ele é o homem da minha vida. Só aceitei seu pedido pra poder tar mais perto dele… – disse Anna, soltando uma gargalhada depois de ver a cara de espantado de Remo – Ah, Lobo bobinho… – acariciou a cara dele e lhe deu um selinho – Você sabe que eu te amo. Nunca, mas nunca, que eu iria fazer isso com você…
Voltaram a posição inicial.
- Remo…
- Hum?
- Temos que organizar a festa de aniversário da Liz…
- Verdade… é pra semana que vem, né?
- Hã hã…
- Então eu falo com os garotos.
E continuaram conversando animadamente. Até que decidiram ir na cozinha comer algo.



No andar superior, Sirius se encontrava dentro do quarto com Eliza. No quarto dela. A deitou na cama e a cobriu. Soltando um suspiro, ela se aconchegou. “Mesmo dormindo, ela solta charme…”, pensou, rindo. Depois, se sentou na poltrona, ficando a observá-la. Nunca tinha sentido a necessidade de amar alguém, proteger alguém, cuidar de alguém, morrer, se necessário, por alguém. Nunca soubera o que era amor, carinho, ternura… mas Eliza despertava tudo isso nele, e muito mais. Parecia que neles se encaixava perfeitamente o ditado “Opostos se atraem”… eram como azeite e água, cão e gato, yin e yang, branco e preto… bem, nessa última era verdade, pensou, rindo novamente. E assim ficou, a observando, durante quase todo o dia, pensando como faria para tê-la em seus braços e em sua vida. Para sempre.







puxa... capitulo grande esse.... bem, n houve muito desenvolvimento quanto ao caso joel/bruno/jo, mas prometo k no proximo eu ponho, ta?
pra variar, axo k esse cap num ta la grande coisa... mas so vcs pra me dizerem, ne? COMENTEM, PLEAZZEEEEE!!! he he....
e ca vamos as respostas de comentarios (espero n eskecer ninguem...):
Paty Black - ah, obrigada por ter passado ai...leia kuando tiver tempo... desde k comente depois... he he... beijos
Samy Potter - pavoroso??... ai, num precisa ofender.... he he... ah essas sao fases de escritor: ha partes mais quietas e partes mais... digamos que... emocionantes... senao era ou tudo chto ou tudo emocionante e isso n da vontade de ler... se for tudo chato ninguem le e se for tudo emocionante, depois se falhar, desiludo meus leitores *piscadela* mas valeu!! beijos
Lady_Moony - huahuahuahua... verdade... parece ser... mas... kem sabe? sera mesmo vampiro ou o sirius tem razao? nada como ler pra saber!!! he he!!!! beijos
Bobo Zip - ah, obrigada... assim me deixa sem jeito... *autora com maos atras das costas e rodando o sapato* mas sua fic ta linda mesmo, adorei!!!! ve s naum demora a postar tambem... vc escreve muito bem... beijos
Lu Black - é, eu digo sempre isso porque pode haver quem n goste mesmo.... mania... o tempo todo?? mas eu posto com muito intervalo!!! he he... e uma capinha normal.... nem fui eu que fiz, foi uma menina muito linda.... *piscadela* ja passei la nas suas fics e ja comentei... e adorei falar com vc no msn!!!! beijos
Pérola Black - obrigada... me esforcei pra isso... *piscadela* ja tem raiva? e vc ainda n viu nada.... he he... num demorei muito... mas a escola num da la muito tempo.... e, o quadro era pra ter esse efeito mesmo, mas ainda vamos ouvir falar nesse quadro mais vezes... ops... tou falando demais... so lendo... he he... beijos
Dani Evans Potter - hey... num faz mal pra mim.... vizinhos tao perfeitos tinham ke ter algum defeito, num axa? porke perfeitos so o thiago e o sirius, ne? *sorriso maroto* ja passei la nas suas fics e comentei... OBRIGADA POR TER ME AJUDADO COM A CAPA, VOU VENERAR VC PRO RESTO DA VIDA!!!!! MINHA SALVADORA!!!! hehe... desculpa... tem vezes k viajo... he he...adorei falar com vc no msn, tb!!! beijos
Moonny Catty - obrigada.... e, so eu que sei... e tb num vou dizer!!! *sorriso maroto e piscadela* ja passei la na sua fic e adorei!!! beijos
Luh Black - maldade...? nah... axa?... he he... bem, tem alguma sim, mas nao seria uma fic boa se n tivesse maldade, pros meninos salvarem suas "amadas".... he he.... eu bato nela sim... onde ja se viu?... ele num merece... *piscadela* beijos
Mabia Evans - ah, eu tb axei... a capa ta um show, ne? obrigada... n kero me achar... he he...ah, n tem k agradecer, eu comento pk gosto... e gostei muito!!! beijos P.S.: nao escrevo assim tao bem.... tenho dias... he he
thaty - ah, num tem k agradecer... eu k agradeço.... venha kuando kiser... como dizem os espanhois, mi fic su fic... num e bem assim mas da pro gasto!!!! he he.... beijos
Marília Evans Potter - tou gostando sim... ta muito interessante.... ah, maravilhosa ke nada... he he... vcs me deixam sem jeito... obrigada por me avisar.... mesmo... beijos
alanitinha - obrigada por ter passado por aki... agradeço muito.... melhor que a sua nada!!!! he he.... naum seja boba... he he... beijos

prontos, axo k foi toda a gente... como dixe antes, espero n ter me esquecido de ninguem.... mas se me esqueci, obrigado pelo comentario!!! volte sempre!!!! beijos!!!!! huahuahuahuahua...
bem, espero k gostem....
muitos beijuxxxxxx

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