Ariadne



Capítulo 11
Ariadne


Por um longo tempo, eles permaneceram imóveis.
Dumbledore desarmado. Adolf assustado. Tessio confuso. O que acontecera?, pensava Tessio de si para si. Tinha absoluta convicção de ter arrancado a varinha daquele maldito inglês! Quem apagara as luzes? Talvez o inglês tivesse companhia...
Esses ingleses... Sempre cheios de artimanhas. Tessio os odiava. Todos. Fritaria Dumbledore logo que recuperasse a pedra e o menino.
O Mestre se orgulharia dele; seria o maior perante seus voluptuosos olhos cinzentos. Os olhos mais esplendidamente belos que Tessio jamais vira em toda a sua vida. Mataria por aqueles olhos, morreria por eles, venderia a alma à porra do Diabo por eles. O Mestre valia qualquer sacrifício.


Tessio nascera numa colônia de ingleses, na África. Seus pais eram serviçais de um lorde da Coroa. Antes, os pais de seus pais haviam servido a família desse lorde como escravos. Seus pais não nasceram escravos – a escravatura fora abolida anos antes – e no entanto viveram como se o fossem. Nada mudara com o fim da escravidão. Os brancos – os ingleses – ainda eram os deuses, e eles, os negros, os servos, tendo de servi-los de todo o modo.
Ainda bem pequeno, Tessio lembrava-se de ver a mão flácida e pálida do lorde subindo pela coxa da mãe, enojada, porém indefesa. Esperava-se que o pai de Tessio fizesse vistas grossas a respeito, o que não ocorrera. E, em decorrência, o pai acabara morto.
Dois homens abordaram seu pai num entardecer e o esfaquearam mortalmente. O corpo foi abandonado numa planície deserta para ser devorado pelos animais e pela areia. Tessio seguira-os, e logo que os assassinos se afastaram, juntara-se ao cadáver, para velá-lo e chorá-lo. Mais tarde, hienas surgiram, atraídas pelo cheiro da morte. Tessio não queria deixa-las molestar o corpo do pai, mas não tinha idéia do que fazer para protegê-lo. Ele era somente um garotinho contra um bando de hienas famintas. As hienas gargalhavam alto. Naquela desolação, ajoelhado ao lado de um homem morto, o riso das criaturas fazia os pêlos da nuca de Tessio comicharem. Por fim, ele conseguira encontrar forças e ralhara com as carniceiras, atirando pedras contra elas. Perante a infame a ameaça do menino, as hienas responderam com novas gargalhadas... até que se engasgaram na própria voz. E uma por uma caíram mortas na areia. Asfixiadas.
Foi esta a primeira vez que os poderes de Tessio se manifestaram.
Tessio passara o restante daquela noite preparando um túmulo para o pai. Nos primeiros raios da aurora, seu cadáver já repousava a salvo de quaisquer perigos.
Tessio retornara a propriedade do lorde a tempo de apanhar a mãe, debulhada em lágrimas, retirando-se sorrateiramente do quarto do patrão. “Me perdoe, mas eu não tenho escolha”, dissera-lhe, sem encará-lo. Ele decidira-se por fugir daquela casa, logo que a noite chegasse.
Alguns anos depois, quando já consciente de seus poderes, ele voltara à região e dera ao lorde a morte lenta e dolorosa, a qual ele merecia. Em meio a juras de ódio e de vingança contra todos os ingleses.
Impossibilitado de viver no Mundo dos Bruxos após aquele assassinato, Tessio vivera por um longo período disfarçado como trouxa, mendigando ao deus-dará. Foi quando se encontrara com o Mestre. E o Mestre o salvara. Desde então, Tessio fora seu melhor e mais dedicado serviçal.
“Embora não seja, nem de longe, o mais inteligente”, dissera-lhe o Mestre, certa vez.
O sorriso do Mestre era... lindo. Seus cabelos longos e loiros. Sua face suave. Tessio o amava profundamente.
O Mestre também prometera ajudá-lo contra os ingleses.
“Quando Nosso Senhor Grindewald retornar, meu Tessio, tu terás a tua vingança. Fique sossegado. Se lhe fores fiel, Grindewald dar-lhe-á o céu, se o pedires.”
Tessio não desejava o céu. Seu único desejo era ver a Inglaterra e seu povo arruinados. Tal como o povo de Tessio fora arruinado no passado. Isso, é claro, fazia muitos anos agora. Mas a terrível dor ainda não passara. A dor jamais passaria.
Não para Tessio. Para ele, nunca.


Alguma coisa se moveu nas proximidades. Tessio pôs-se em alerta. Estava atrás dos arbustos, pressentiu. Colocou-se em posição de ataque.
“Revele-se”, ordenou.
Então viu.
Era... azul. Azul como a luz da lua. Deus!, pensou Tessio. Era esplêndido.


“Assim que eu disser ‘corra’, você deve esconder-se, entendeu?”, sussurrou Dumbledore para Adolf.
“O que vai fazer?”
“Vou distraí-lo e tentar reaver minha varinha.”
“Na escuridão?”, perguntou o garoto, incrédulo.
“Tem plano melhor?”
Adolf até tinha plano melhor. No entanto, seria necessário para tal revelar que sabia muito mais sobre a Relíquia; e isto não queria. Afastou-se depressa antes que o bruxo se lembrasse de pedir-lhe a pedra de volta.
Dumbledore vasculhou a grama com as mãos. A varinha não podia estar longe. Tessio também não. O Sem-Varinha devia estar confuso com o que ocorrera, e esta era a sua única vantagem. O cenário permanecia estranhamente quieto. Por que Tessio não se manifestava?
Em determinado momento, Dumbledore julgou ouvir um gemido perto dali. A voz era irreconhecível. Interrompeu a busca e ergueu-se do chão para escutar mais atentamente ao som. Porém, ou não houvera som algum, ou o que o provocara já se fora. Tudo estava em silêncio. Dumbledore tornou a agachar-se.
Seus dedos percorriam a terra e a vegetação úmida, nervosos. Sentia que algo estava ocorrendo ou estava por ocorrer. Seus pensamentos não se afastavam de Tessio e do menino. E se Tessio, neste ínterim, houvesse raptado Adolf e a Relíquia? Que irresponsabilidade a sua! Se ao menos tivesse se lembrado de pegar a Relíquia do garoto.
Também pudera esquecer-se. Mudar completamente de vida em tão pouco tempo não era nada fácil. Há alguns dias era somente um outro burocrata, com uma boa casa, amigos, jantares e horários. Nada de aventuras, conspirações, seitas secretas e seus segredos milenares. Dumbledore não gostava de aventuras. Preferia estar agora sentado no calor de seu escritório tomando suco de limão. Ou talvez no castelo de Hogwarts, tendo de encarar uma turma agitada de adolescentes e seus dilemas, que tanto o divertiam. Ele não era um herói, nem nascera para lutar contra bruxos das trevas e coisas desse tipo. Na escola, pelo menos, não teria de se ver às voltas com lordes maléficos e magia negra. No mais, um ou outro aluno insatisfeito com uma nota baixa procurando amaldiçoa-lo.
A vida numa escola era quase sempre pacata e amena, sem grandes questões do interesse mundial, e longe de confusões, achava Dumbledore, que jamais tomara parte de um corpo docente. Lordes das trevas, continuou pensando, não freqüentavam escolas ou saíam com garotas num fim de semana no povoado próximo. Lordes das trevas não prestavam exames, nem tomavam parte em festas de Halloween e de fim de ano letivo. Mas se assim o era, de onde viam os lordes das trevas?
Para Dumbledore, questões dessa natureza costumavam estar a tamanha distância de si que era quase como se não existissem. Até bem recentemente, ele poderia responder que “lordes das trevas” eram estes Ministros da Magia e seus desmandos. Com suas guerras e invasões de países estrangeiros.
Dumbledore, às vezes, sentia-se traído por Bargaroff. Por que diabos houvera de metê-lo nessa enrascada?
Esbarrou a mão na varinha. Encontrara-a, afinal. E já não era sem tempo!
“Lumus”
Não viu ninguém perto. Precisava encontrar o menino. Droga, pensou. E se tivesse acontecido o pior? Melhor não pensar nisto, por enquanto.
Caminhou em alerta na direção que julgava ter visto Adolf seguir. Encontrou algumas pegadas na grama, mas logo que chegou ao pavimento o rastro desapareceu. Ampliou o brilho da varinha, sacolejando-a. Nenhuma pista.
Dumbledore começou a tomar-se de pânico. Que idiota havia sido deixando o menino – um menino trouxa – apartar-se dele; e portando a Relíquia. Desistindo do caminho que tomara a princípio, Dumbledore deu a volta e embrenhou-se pelo parque noutra direção. Na distância, parcialmente encoberto pelos arbustos, ele viu pés.
Correu para lá completamente desnorteado.
O corpo rolou para o lado e Dumbledore deparou-se com Tessio. Ele estava nu naquela friagem e queimado desde os ombros até a virilha. Uma nuvem cinza pairava sobre o tórax dele. O Sem-Varinha tentava balbuciar-lhe alguma coisa. Parecia dizer: “Ariadne”.
“O quê?”, indagou Dumbledore.
“Está morto”, respondeu-lhe uma voz efeminada.
O Mestre, vestido em sua habitual túnica vermelha, saiu detrás dos arbustos e encarou a Dumbledore face-a-face. Despiu o capuz e deixou que seus longos cabelos dourados caíssem sobre seus ombros estreitos. Tinha olhos cinzas, pouco reveladores. E lábios mais rubros que a própria vestimenta. O nariz era retilíneo. O formato do rosto era macio e de traços suaves como deveria ser.
“Tessio está morto, Dumbledore. Ainda assim, é um prazer conhecer você. Mesmo quando vem tão freqüentemente interpondo-se entre mim e meus objetivos.”
“Quem é você?”
“Eu sou a senhora que governa a nobre e muito antiga fraternidade dos discípulos do Senhor Grindewald. Os quais são vulgarmente conhecidos entre os seus como os Sem-Varinha. Chamo-me Lady Ariadne de Bourn. Também conhecida entre meus servos como o Mestre.”
Dumbledore conseguiu esconder bem o seu espanto por saber que o Mestre era, na verdade, uma mulher. Ela não aparentava ter mais que 25 anos. No entanto, Dumbledore ouvira dizer que o atual mestre dos Sem-Varinha agia há 5 ou 6 séculos, no mínimo. O Mestre possuía uma das últimas pedras filosofais existentes no mundo. No entanto, ele – ela – devia ter lançado mão de algum tipo desconhecido de mágica para manter-se jovem por tanto tempo.
“Pensei que fossem aliados”, disse Dumbledore, apontando para o corpo inerte de Tessio. “Por que você o matou?”
“Não me faça rir, Alvo Dumbledore”, rugiu Ariadne, gargalhando. “Em todo o caso, isso não tem mais qualquer importância. Tessio está morto e nada pode ser feito para o contrário, a não ser... talvez...”
Ela sussurrou um feitiço para o cadáver de Tessio.
“Inferi, levanta-te.”
Tessio, a coisa-Tessio, pôs-se de pé. E em seus olhos, Dumbledore encontrou a morte.


Adolf escondera-se, de fato; e não muito distante. Tentava de seu esconderijo vislumbrar uma maneira de fugir. Não se sentia inclinado a seguir com o bruxo ruivo, que devia estar em seu encalço agora que o negro estava morto.
Não lhe foi difícil matá-lo, pensou Adolf Hitler. Não sabia o que o bruxo concluiria quando descobrisse o corpo carbonizado do negro, mas não fazia diferença. Desde que ele pudesse escapar, é claro.
Usava a pedra para iluminar aquela penumbra onde havia se metido. O Parque Municipal parecia maior e opressor sem suas luzes. Adolf sentia muito frio. Começara a nevar há pouco. Rogou para a Relíquia e imediatamente um calor subiu-lhe pelos braços, aquecendo-lhe o corpo inteiro.
“Obrigado, obrigado”, gracejou em agradecimento.
As dores de cabeça voltaram por causa do pedido. A força tentava tomar-lhe o controle de novo. Era o preço a pagar. Tudo tinha o seu preço. Resistiu a dor e continuou a marchar. Encontrou, no meio do caminho, uma fonte que lhe permitiu traçar um mapa mental do local que se encontrava. Estava perto de chegar a liberdade.
Poderia ter se teletransportado. Mas a custo poderia ter perdido a consciência. Adolf morria de medo de perder para sempre o controle de si mesmo num desses momentos de inconsciência. Até então não fazia idéia do que lhe sucedia quando ele entrava no que chamava de “estado negro”. A sensação de Adolf ao dar espaço àquela força era a de mergulhar num lago muito profundo. Sentindo-se afundar naquele lago, para tempos depois ser subitamente emergido de volta à superfície. E ao despertar, encontrar-se nalgum lugar estranho, do qual nunca ouvira falar anteriormente.
Mesmo assim, ele não tencionava abrir mão da Relíquia. Isto não! Pagaria o preço. O quão caro este o fosse, pagaria o preço. Sim! Sim! Sim!
O negro voltou-lhe as lembranças. Divertira-se ao matá-lo.
Em seus últimos instantes, tudo que Tessio vira diante de seus olhos fora o clarão azul das chamas marchando ao encontro dele. Depois, em meio à dor, ele pensou ter vislumbrado o menino. Não Grindewald! Mas o menino que o portava. Contudo, já não restava ao Sem-Varinha consciência o suficiente para raciocinar sobre o fato. O último de seus pensamentos foi, na verdade, a primeira vista que ele tivera da Inglaterra, logo que deixara sua terra natal e a sensação de contentamento ao imaginá-la em chamas como as que lhe consumiam. Então, esta visão repentina foi substituída pela visão do pai morto, caído nas areias de um deserto tão distante da terra onde hoje Tessio se encontrava. E assim ele não viu mais nada, nem sentiu mais nada. A dor, a terrível dor, afinal, cessara. A paz, enfim. Quem poderia supô-lo?
Disto Adolf nada sabia, como era de se imaginar. Para o garoto, o grito final de agonia do negro fora o suficiente para o seu contentamento. Nem ao menos ficou para ver o resultado de sua façanha. O bruxo poderia aparecer. Não valia a pena arriscar-se por um negro morto.
Os pés de Adolf vacilaram. Dores.
A Relíquia brilhava mais que nunca entre seus dedos, tal um minúsculo sol de verão; só que azul ao invés de laranja.
“ADOLF!”
“Sim”, respondeu o garoto. A voz lhe era familiar. Era... “Diga! Diga!”
“ESCUTE COM ATENÇÃO O QUE VOU LHE DIZER. DE TUAS ATITUDES DEPENDERÁ O MEU E O TEU FUTURO.”
“Sim, mamãe, eu vou escutar. Vou escutar muito bem.”


“Os inferis são criaturas fascinantes”, disse Ariadne, divertindo-se com a situação que tanto assombrava Dumbledore. Dentre as criaturas mais vis desse mundo, os inferis se destacavam como as piores de todas. Um ser humano não podia ser usado como fantoche de um bruxo. Era sacrilégio, pensava Dumbledore. “Pode-se encontrar infinitas utilidades para estas belezinhas. Eu as adoro.”
“Vamos, Tessio, meu bem. Mostre ao nosso amigo como se faz”, continuou Ariadne, movendo os dedos como um mestre de ventríloquo.
O corpo deformado de Tessio encaminhou-se para Dumbledore. Sacolejava-se todo. A fumaça escapava lentamente da pele carbonizada e retorcida. Ariadne ergueu as mãos. Tessio imitou-a.
“Veja, Dumbledore! Veja o poder dos servos de Lorde Grindewald! Veja o poder do sol!”
Uma luz intensa e poderosa, maior que tudo que Dumbledore vira anteriormente em sua vida surgiu acima das mãos da coisa-Tessio, que acompanhava todos os movimentos de sua senhora com perfeição. Ariadne conjurou um manto negro, um tipo de escudo, que a cobriu e a protegeu daquela luz, concomitantemente maravilhosa e malévola. Fria ao invés de quente.
“Dumbledore, tranqüilize-se, pois não sentirá nenhuma dor. Um dia, talvez, você e eu tornaremos a nós ver, no inferno. Por ora, deixarei que descubra por si mesmo que o inferno é frio. Sim, Dumbledore, ele é um lugar branco e frio como o gelo.”
A voz de Ariadne chegava-lhe através da boca do inferi. Dumbledore sentiu seus olhos queimando, apesar do frio intenso que emanava daquela luz. Forçou-se a fechar as vistas e, reunindo seus últimos esforços, atirou fagulhas vermelhas para cima.
Perdão, menino, mas eu não tenho escolha, pensou.
Uma centena ou mais de Cavalheiros da Fênix aparatou no local ao tempo que as fagulhas vermelhas chegaram ao céu.
Dumbledore arriscou-se a abrir os olhos para conferir o resultado de seu pedido de socorro. Viu os membros da Ordem da Fênix ali reunidos. E viu que a coisa-Tessio havia desaparecido em meio ao próprio feitiço que conjurara.
A luz-fria de Ariadne estava por toda parte.
Alguns cavalheiros da Fênix caíram mortos ao aproximarem-se da coisa. Dumbledore viu Gobbel movendo-se com uma fileira de homens e mulheres. Feixes de luz castanhos dispararam contra a luz. A luz, no entanto, continuou avolumando-se. Gobbel aproximou-se dela; ela era incrivelmente grande ao lado daquele homenzinho. Houve um momento de tensão, Gobbel parecia que ia ser devorado pela coisa, até que a luz começou a recuar para o centro. Diminuindo, diminuindo até extinguir-se por completo.
Quanto ao corpo de Tessio, desintegrara-se, restando-lhe somente os pés.
Ariadne ainda lutava contra os homens e as mulheres da Ordem da Fênix, resistindo entregar-se. Mas logo suas resistências caíram. Era o fim.
“Não!”, ela gritou, desamparada. “Grindewald! Grindewald! Salve-me!”
“Grindewald não vai te ouvir, víbora.”, disse o Ministro Churchill. Ele atiçou um chute contra o rosto pálido da mulher. Um filete de sangue escorreu pelo nariz de Ariadne.
“Talvez devêssemos capturá-la viva, Ministro”, interpôs-se Dippet.
“Ela é a última, Dippet. A última dos Sem-Varinha!”
“Não podemos ter tanta certeza, Ministro”, conjeturou Gobbel.
“Se houvesse outros, já teriam vindo em auxílio dela.”
As vistas de Dumbledore ardiam como fogo.
“Deixem que ela viva”, ele conseguiu dizer. “Ela pode ter informações preciosas.”
E ela tinha. Diante das perspectivas, Ariadne fez a única coisa que lhe era possível fazer. O mesmo que fizera seu discípulo Randall, quando a hora chegara. Ariadne estava preparada para a morte, para o inferno e tudo o mais que havia... além.
“Eu toquei fogo naquela vagabunda da sua mãe, Churchill, e eu gostei! Gostei muito!”, ela gritou para o Ministro.
Irado, Churchill a matou antes que os demais pudessem impedi-lo. Havia procurado pelo Mestre dos Sem-Varinha desde a sua adolescência e agora conseguira realizar o seu intento.
O corpo de Ariadne foi recolhido pela Ordem da Fênix. Talvez conseguissem retirar algo de importante do cérebro dela.
“E a Relíquia?”, Dippet indagou a Dumbledore.
Não adiantaria de nada mentir.
“Está com o menino. Mandei que fugisse enquanto lutava com Ariadne.”
“Nós temos que encontrá-lo. Não podemos perder a Relíquia de vista de novo. Onde está Fawkes?”
“Morta... outra vez. Deve estar se rastejando como um pinto mal-nascido por aí. Vou procurar por ela.”
“Suas vistas estão melhores?”, indagou Gobbel.
“Agora sim, Gobbel.”, respondeu-lhe Dumbledore, metendo-se entre os arbustos.


A Relíquia foi encontrada pela Ordem da Fênix nos limites do Parque. O rapaz que a portava, não. Havia uma grande mancha escura na calçada. Eram cinzas.
“Ariadne deve tê-lo matado antes de se encontrar comigo.”, lamentou-se Dumbledore. “Ele deve ter perdido a Relíquia na fuga.”, a Relíquia fora encontrada caída na relva.
“Ao menos, ela nos poupou o trabalho de matá-lo.”, disse Churchill, sem emoção.
“O importante é que a pedra foi recuperada. E a nossos antigos rivais destruídos.”, atentou Dippet.
Gobbel sorriu.
“Sim, está acabado.”
“Será?”, perguntou Dumbledore. Falou tão baixinho que ninguém o ouviu.
A Relíquia na mão de Dippet tinha uma feia cor castanha, era rústica, e não possuía qualquer resquício do brilho azul hipnotizador de outrora. Como se o que quer que fosse que houvesse lá dentro estivesse morto.

Continua no próximo capítulo...

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