O Bruxo



Capítulo Dois
O Bruxo


Quando Alvo Dumbledore acordou, o quarto ainda estava escuro. Uma chuva fina se insinuava pela janela. Lá fora, o dia já havia começado. Dumbledore consultou o relógio no criado-mudo. Confundiu-se com os ponteiros por um momento, então repassou mentalmente a explicação de seu amigo Bargaroff e divisou que passava brevemente das oito da manhã. Tarde, para quem pretendera levantar às cinco horas.
Bargaroff!
Esquecera-se completamente dele!
Deveria tê-lo encontrado há horas.
Preciso falar-lhe urgentemente, Bargaroff. Dizia o bilhete que recebera um dia antes. Não mencionava o porquê.
Bargaroff era mesmo um sujeito esquisito, pensou Dumbledore, contemplando o rosto liso no espelho do banheiro. Seus inebriantes olhos azuis estavam irritadiços – tinha lido até tarde na última noite. O livro era um romance trouxa, em brochura, escrito num tipo estranho de pergaminho chamado papel, com as letras impressas iguaizinhas – Bargaroff, que conhecia mais dos trouxas que qualquer outro bruxo que conhecera, chamara a técnica de imprensa. Dumbledore ficou fascinado. Fascinantes as soluções que a comunidade não-mágica encontrava para suprir a magia.
Como a lâmpada. Tinha uma no quarto. Era uma invenção recente esta. Já tinha ouvido falar, lera a respeito, mas era a primeira vez que tinha a oportunidade de fazer uso de uma. Quando chegara a cidade e encontrara tempo para ficar sossegado, dispensou um longo tempo brincando com aquilo, apertando o interruptor, para baixo e para cima, ligando e desligando a lâmpada... elétrica; fora assim que falara Bargaroff. A lâmpada elétrica. Uma invenção brilhante, em todos os sentidos.
E o cinema? Bargaroff levara-o para assistir um... como se chamava mesmo?... filme, ou qualquer coisa desse tipo. Gostara tanto que tivera de ser arrastado pelo braço para fora do cinema por um Bargaroff contrafeito.
Agora o velho precisava falar-lhe com urgência. E ele esquecera o encontro.
O que poderia ser?
Provavelmente não seria tão sério. O amigo Bargaroff era dado ao exagero. Talvez tivesse se saído mal com um de seus experimentos mágicos malucos e perigosos, os quais Dumbledore recriminara tantas vezes. Ou quem sabe a hipoteca.
Ou talvez fosse...
Não, bobagem, falou consigo mesmo. Não fora nada.
Mas aquela expressão séria em olhos tão comumente vidrados...
Lembrança da juventude?
Dumbledore sabia que já vira aquela marca antes.
Há uma semana atrás, Dumbledore foi visitar Bargaroff em sua mansão; o único bem que restara ao inventor. Bargaroff assinalava alguns papéis e terminava umas anotações. Atrás dele havia um amontoado de livros velhos e poeirentos deixados de qualquer maneira nas prateleiras de um imenso móvel de magno que se estendia do chão ao teto. Espalhados pelo assoalho, mapas, ingredientes, poções, uma bandeja com animais dessecados, instrumentos...
Bargaroff não era um amante da organização.
“Entre, meu jovem Dumbledore. Entre”, disse Bargaroff, com sua habitual voz arrastada. Os ombros caídos. Um homem muito velho realmente. “O que lhe trouxe aqui hoje?”
“Apenas visita, amigo Bargaroff”
“Sente-se, meu rapaz. Chá? Vocês ingleses gostam bastante de chá, não é mesmo?”
“Aceitaria aquele suco de limão da última vez”
Bargaroff deu uma gostosa gargalhada. Dessa que só as pessoas de mais idade conseguem dar.
“Limão, hein? Não, não se preocupe, Alvo. Eu faço isso”, Bargaroff sacou uma vareta que estava sobre sua escrivaninha e a agitou no ar traçando bruscamente um meio círculo. Nada aconteceu de imediato. Então, poucos segundos depois, uma elegante bandeja de prata reluzente entrou voando pelo escritório carregando uma jarra de cristal (suco de limão bamboleando lá dentro), copos, biscoitos e guardanapos. A bandeja pousou sobre a mesa com movimentos suaves.
Dumbledore adiantou-se:
“Permita-me servir”, puxou sua própria varinha escondida por baixo da capa de chuva e com movimentos ligeiros encantou a jarra, fazendo-a flutuar, enchendo sucessivamente os dois copos. Provou o suco.
“Excelente!”
“Pedi a Gertrude que preparasse hoje mais cedo. Acho que estava adivinhando que você viria”
“Vindo de você, até que pode ser adivinhação”, o pai de Bargaroff fora um famoso clarividente russo que fizera fortuna interpretando o futuro das mais ilustres figuras da Comunidade Bruxa em todo o mundo e ainda era citado pela Associação Internacional dos Videntes, da qual tornara-se patrício, como sendo o maior vidente desde Altzar Ha.
“Algo lhe preocupa, Dumbledore”, Bargaroff não fizera uma pergunta.
Dumbledore não tentou negar.
“Meu rapaz, já lhe disse, esse não é o seu lugar. Não pode deixar que o fantasma de seu pai o persiga desta maneira, interferindo em sua vida”
O pai de Dumbledore e Bargaroff tinham sido amigos desde antes de Dumbledore nascer.
“Você não é um burocrata, Dumbledore. Você é um professor, sabe disso. Não é o que gosta de fazer, ensinar? Ora bolas, então o que faz aqui?”
“Papai não achava a escola digna de meu talento. Uma pessoa como eu, dizia ele, deveria ir para o Ministério. Já tentou imaginar, eu Ministro da Magia? Odeio política... Mas tenho feito uma boa carreira...”
“Carreira? Você está visivelmente infeliz. É um grande bruxo, o mais excepcionalmente talentoso que jamais conheci, mas não pode carregar o peso do mundo nas costas. Não! Precisa viver sua vida. Se a sua felicidade está na escola, é lá que deve buscá-la. Isso é tudo culpa sua, Dumbledore, seu velho idiota”
Referia-se ao seu pai, pensou Alvo Dumbledore.
Bargaroff largou seu copo na bandeja com força.
“Ainda não me disse o que faz na Alemanha”
“Conferência Internacional da Comunidade Européia de Bruxos e Bruxas. Represento a Inglaterra”
“Conferência”, repetiu Bargaroff como se fosse um palavrão.
Ajeitou os papéis espalhados pela escrivaninha. Empilhou-os e largou a um canto.
“Recebi uma coruja do professor Dippet esta semana. O diretor de Hogwarts vai se aposentar e Dippet vai assumir o cargo. Dippet é professor de Transfiguração – sua matéria favorita, Dumbledore. Posso arrumar para que o cargo seja seu no próximo ano. Não que você precise disso, é claro. Se concorresse com outros candidatos, ganharia com facilidade deles, estou certo. Portanto, estamos evitando um monte de burocracia...”
“Não”, Dumbledore conseguiu dizer. Não podia aceitar a oferta embora estivesse tentado.
“Dumbledore! Seu pai quis ser Ministro da Magia, não você. Não pode viver o sonho de outrem. Tem talento para tal mas não deve se deixar levar por ele nem pelas opiniões aléias. Não são nossas habilidades que revelam quem realmente somos, são as nossas escolhas”
“O que é isso?”
Foi quando Dumbledore notou a marca nas costas da mão de Bargaroff. Como o velho sempre usava manga cumprida, Dumbledore nunca se apercebeu daquilo. Em contornos bem definidos, via-se claramente uma fênix ali. Atentara para o fato mais para desviar a conversa do que curiosidade propriamente. No entanto, não deixava de ser curioso. A fênix envolta por um círculo de luz carregando em suas garras uma pequena esfera azul... um talismã ou uma pedra preciosa, talvez. Dumbledore suspeitava de já ter visto o símbolo outrora, mas onde?
Bargaroff ficou visivelmente nervoso.
“Não é nada. Coisa do tempo de juventude. Você devia pensar em Hogwarts...”, Bargaroff desviara a conversa para ele novamente, pensou Dumbledore, sozinho em seu quarto, sem conseguir imaginar motivo para tamanha perturbação do amigo. Uma tatuagem... Pertenceria a uma fraternidade?
Agora Bargaroff havia marcado um encontro nas primeiras horas da manhã, o qual ele faltara por que dormiu demais.
Provavelmente não seria nada. Devia ser sobre a hipoteca da mansão, Bargaroff já lhe pedira dinheiro emprestado antes para pagar uma das muitas prestações, prometendo reembolsá-lo logo terminasse sua última invenção, a que chamava apagueiro. Bargaroff estava desesperado. Os duendes haviam ameaçado tomar sua propriedade.
Dumbledore não teria se importado de quitar toda a dívida. O ancião, entrementes, não aceitaria. Cabeça dura. Como seu pai. Por isso foram amigos.
Arrumou-se e deixou suas coisas preparadas. Teria mais outra interminável reunião às dez horas. Mais tarde, iria até a casa de Bargaroff e se desculparia pessoalmente pela falta. Não via a hora de voltar para Londres. Permitiu-se se imaginar como um professor de Hogwarts fazendo longas explanações sobre Transfiguração.
Primeira Aula
Teoria da Transfiguração
Os Princípios da Transfiguração
Não, não podia, inferiu o bruxo a si próprio, quase que com violência.


Por volta das nove da manhã, Alvo Dumbledore deixou o quarto, vestido formalmente, com meia-dúzia de rolos de pergaminho debaixo do braço, o chapéu em forma de cone inclinado ameaçando cair. Bateu a porta com a mão livre, a esquerda, pegou a varinha e passou um feitiço nela. Trancara-a. Não parou para conferir. Seguiu pelo corredor, apressado, esbarrando numa bruxa da sua idade aproximadamente que lhe deu uma piscadela. Passou direto pela mulher. Desfeiteada, a bruxa voltou-se para enfeitiça-lo. Dumbledore encantou seus lábios impedindo-os de murmurar o feitiço. Já nas escadas, não conteve o riso.
Chegou ao térreo. Ali um bruxo pequenino, carrancudo, cuidava da recepção. Era o dono da pensão. Dumbledore cumprimentou-o. O bruxinho respondeu com um sorriso amarelo. Dumbledore pagava em dia, era ótimo cliente, o que valia a cortesia. Em geral, Gobbel não se dava com ninguém. Nesse momento, estava numa discussão aferrada com um de seus pensionistas.
“Quero ver toda sua bugiganga fora do meu quarto. Já! Ou...”, Gobbel estirou o dedo indicador na cara do pensionista tal fosse uma arma.
Deu uma tragada profunda no cigarro na outra mão.
O pensionista continuou suplicando por mais um prazo. Iria pagar. Só precisava arranjar outro emprego. Afinal, não tinha culpa de ter perdido o último só por causa de um acidente bobo.
“Acidente bobo?”, disse Gobbel, expelindo a fumaça pelo nariz. “Você praticamente arrancou o olho daquele trouxa quando tentou alterar-lhe a memória. Sendo um feiticeiro tão ruim como pretendia trabalhar no Departamento de Acidentes Mágicos?...”, foi o máximo que Dumbledore ouviu.
Havia chego a Sala de Aparatação/Desaparatação. Gobbel enfeitiçara o edifício para que fosse impossível aparatar/desaparatar ali dentro, exceto naquela sala.
“Medida de segurança?”, indagara Dumbledore ao chegar a pensão.
“Por Deus, não!”, respondera Gobbel. “Ninguém se atreveria a invadir a Pensão Gobbel. O que eu não quero é pensionista aparatando por todos os cantos como se fosse a casa da mãe Joana. Se não tomar cuidado, isso aqui acaba virando uma balburdia. Hei, que sapatos cheios de lama são esses...”
Gobbel era mesmo linha dura. Mas Dumbledore achava-o cômico. Era o único em toda a pensão que não tinha medo daquele baixote.
Dumbledore se posicionou na sala de Aparatação/Desaparatação. Segurou com firmeza os pergaminhos que carregava. Ao seu lado, bruxos e bruxas aparatavam e desaparatavam numa sucessão de estalos ocos. Dumbledore deu um giro de calcanhar, a capa rodopiando ao seu redor, desapareceu. O chapéu de cone ficou para trás. Mas Dumbledore não se importou, não gostava do chapéu. Era um número menor que a sua cabeça. Ganhara de um camarada em Amsterdã.
Mais bruxos e bruxas chegaram e se foram, apareceram e desapareceram.


PAM!
Dumbledore desaparatou no Ministério da Magia. Um guarda inspecionava os visitantes mas dava passagem direta aos embaixadores. Acenou para Dumbledore, que correspondeu o gesto. Mais à frente, um grupo de homens e mulheres bem vestidos conversava animadamente. Eram os demais embaixadores da Conferência. Logo notaram a chegada de Dumbledore, chamaram-no.
Dumbledore cumprimentou-os.
“Esqueceu o chapéu hoje, meu cavalheiro londrino?”, disse Catarina da Bragança, enviada de Portugal.
“Olhos injetados... Alguém não dormiu muito na noite passada. Hein, hein?”, era Teodore Rosseau, da França.
“Apenas colocando a leitura em dia, meu caro Rosseau”, respondeu Dumbledore, corado.
Riram.
A conversa prosseguiu até às dez horas quando todos foram conduzidos pelo assistente do Primeiro Ministro da Alemanha para o salão onde a reunião tomaria lugar como das outras vezes. Pouco tempo depois, o Ministro da Alemanha em pessoa surgiu, reverenciando a todos os presentes, que se prostraram de pé. O Ministro presidiria o encontro como governante do país cede da Conferência.
Dumbledore sentou-se a um canto na fileira da frente. Desenrolou seus pergaminhos sobre a mesa que lhe cabia. Pegou a Pena de Repetição Rápida. Equilibrada sobre o pergaminho, a pena deslizava sozinha para baixo e para cima, tomando nota de tudo que era dito pelo Ministro Abdus Welden.

Conferência Internacional da Comunidade Européia de Bruxos e Bruxas
Tópico Principal: As Novas Invenções dos Trouxas
Pauta:
O avião: máquina voadora dos trouxas.
O carro: máquina terrestre de locomoção dos trouxas.
O telefone: aparelho pelo qual dois trouxas, em pontos diferentes do planeta, podem se comunicar um com o outro.
O rádio/a televisão: aparelhos de comunicação em massa dos trouxas.
A lâmpada: fogo artificial dos trouxas.
Em destaque: Bombas, armas de destruição em massa dos trouxas; podem ferir/matar grande número de pessoas, incluindo bruxos e bruxas.

A respeito das tais bombas, os embaixadores estavam céticos; nenhum deles podia (ou queria) acreditar que algum trouxa pudesse ter inventado uma arma que lhes fosse nociva de fato. Nem mesmo a arma mais perigosa dos trouxas (um pedaço de ferro que disparava projéteis, as quais chamavam de armas-de-fogo) tinha sido capaz de causar dano a um bruxo apenas razoavelmente instruído.
“Não podemos deter o efeito dessa coisa... essa bomba... pela magia?”, perguntou o embaixador da Espanha, José Sanchez.
“Seria impossível dada à velocidade em que a explosão se sucede. Estaria morto antes que pudesse sacar a varinha”, disse o Ministro Welden. “Sua única chance seria em caso de estar preparado para o ataque. Num ataque surpresa, o que é mais provável, não teria como detê-la.”
“Mas isso é... impossível! Como uma coisa dessas pode existir sem magia?”
“Todas essas invencionices dos trouxas parecem estar ligadas a uma... energia elétrica, da qual nada sabemos. A verdade é que os trouxas sempre foram muito engenhosos, vivendo sem auxílio da magia, e chegará o tempo em que eles podem tornar-se uma ameaça eminente. Todos sabemos que os trouxas são muito temerosos com relação à Comunidade Mágica. E vivemos um momento único onde eles finalmente adquiriram um poder de reação a nossa altura. Temo por isso, e creio que os Ministros de seus respectivos países também o temam ou vocês não estariam aqui”
“Faça-me favor, Ministro. Os trouxas nunca serão ameaça para nós”, bradou Sanchez, indignado. “Engenhosos”, murmurou com desdém.
“Receio, embaixador Sanchez, que o senhor esteja enganado. Eu vi essas bombas e advirto-lhes que são perigosas”
“Mas...”, Sanchez buscava palavra para a afirmativa. Como os trouxas tinham conseguido tamanho poder? Seria possível? E se fosse, que fariam?
Os embaixadores miravam o Ministro em busca de respostas.
Welden meneou a cabeça.
Alvo Dumbledore permanecia calado. Muito centrado nos seus pensamentos.
“As medidas que tomaremos em contrapartida as novas”, o Ministro espiou o pergaminho na bancada, “tecnologias dos trouxas, é a principal razão do nosso encontro”
“Os trouxas não sabem cuidar de si mesmos”, disse alguém do fundo. O embaixador da Suíça, pelo que Dumbledore se lembrava. “Temos de tirar essas pompas deles”
“Bombas”, corrigiu Welden.
“Que seja! Vamos destruir todas elas”
“O Tratado Internacional de Cortesia com os Trouxas específica que os bruxos não podem interferir diretamente na Comunidade Não-Mágica, a não ser quando as ações dos trouxas ameaçam...”
“Essas coisas são uma ameaça a todos nós”, bradou Sanchez, erguendo-se.
“Ééé”, apoiou o embaixador suíço.
“Senhores...”, começou Catarina mas foi suprimida pelas vozes exaltadas que irromperam na sala de reuniões.
“Senhores! Senhores! Senhores!”, gritava sem resultado o Ministro Welden, vermelho de raiva.
Feitiços pipocaram pelo salão. Veios coloridos, faíscas, pequenas luzes. Os guardas continuaram a disparar com suas varinhas até os embaixadores se acalmarem. Dumbledore levou dois dedos a têmpora e massageou-a; começava a ter dor de cabeça. O trabalho burocrático podia ser um estresse, pensou, chateado. Para alegrar-se um pouco, tornou a imaginar a si próprio entre os adolescentes nalguma escola. Hogwarts ou qualquer outra. As inocentes peripécias dos jovens eram-lhe muito mais interessantes que uma reunião dos “internacionalmente bobocas” como aquela, com certeza.
E ele que pensara que seria um encontro agradável, e inteligente para variar. Tinha muito interesse nas invenções dos trouxas. Também estava muito preocupado com as bombas. Mais especificamente com uma delas, a qual nem mesmo os trouxas ousaram...
“... e tenho dito, se alguém voltar a se exaltar: RUA!”, terminou o Ministro, aos berros, mais vermelhusco que nunca.
Os ânimos pareciam ter-se acalmado finalmente.
A reunião continuou. Welden divagou quanto à situação e toda sua complexidade. Pela hora do almoço, Dumbledore, que tomara a palavra minutos antes, terminou sua dissertação sobre “vigiar os trouxas mais de perto sem nenhuma interferência direta”. Ou seja, a sugestão previa que espiões dos Ministérios dos respectivos países fossem infiltrados no governo e – Dumbledore precisou consultar suas notas – Centros de Pesquisas dos trouxas, a caráter de observação, e somente, atentou o bruxo, observação. Não contrariando, assim, o Tratado Internacional de Cortesia vigente, que não podia ser invalidado sem o acordo mútuo das principais nações do mundo.
Os embaixadores e o Ministro trocaram cumprimentos encerrando o encontro. Todos tornariam a se encontrar novamente pela manhã. A Conferência só terminaria oficialmente dali dois dias. Tinha sido uma longa semana para Dumbledore.
Catariana e Teodore o haviam convidado para almoçar no restaurante do Ministério. Dumbledore já almoçara lá anteriormente, a comida era boa. Mas recusou o convite. Não sentia fome e queria ficar sozinho. Voltaria para a pensão, leria um pouco mais o romance trouxa, pelas três da tarde procuraria por Bargaroff para desculpar-se pela indelicadeza.
Aparatou no saguão do Ministério alemão.
PAM!
Desaparatou na pensão de Gobbel. Alguns outros pensionistas chegavam para o almoço. Dumbledore encontrou Gobbel onde o deixara, na recepção. Ele tinha um exemplar d’O Bruxedo em suas mãos pequeninas. Por cima das páginas do jornal, os olhinhos castanhos do anão fitaram os seus. Gobbel exclamou:
“Dumbledore! Leu o jornal hoje?!”
“Ainda não tive tempo, Gobbel”
“Aquele seu amigo... o inventor falido... está na página dois. Ele foi encontrado esta manhã pelos trouxas, em Viena, morto. Levaram-no para o Departamento de Crimes Praticados por Magia. Acham que pode ter sido assassinado."

Continua no próximo capítulo...

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