Um certo encanto



Harry acordou naquela manhã de natal tentando definir se a noite anterior havia sido um sonho ou não. Obviamente que, com Rony chamando-o de cunhado não havia dúvidas de que tudo havia sido bem real.

Enquanto trocavam de roupa, Harry pode perceber que Dino Thomas parecia encará-lo com muita raiva e Simas parecia lançar-lhe um olhar de "controle-se!" a todo o momento. Neville não parecia estar muito diferente, entretanto, perguntou a Harry mais uma vez se beijar uma menina era tão nojento quanto parecia ou se era bom. Harry limitou-se a ignorar a pergunta do amigo.

Eles desceram para tomar café e sentaram-se perto de Hermione e Gina. Foi só então que Harry percebeu que não sabia como agir com a jovem Weasley depois do que havia ocorrido na noite anterior. Cumprimentou as duas com cordialidade, dando uma leve corada quando seu olhar cruzou com o da ruiva.

Eles tomaram café em silêncio e levantaram da mesa um pouco depois. Antes de se retirarem do salão principal foram abordados por Draco, que tinha um olhar desdenhoso como sempre e estava acompanhado de uma turminha da Sonserina que não parecia nada amigável.

- Ora, ora! Potter e Weasley! Não deram seu showzinho hoje ainda!- disse com sua voz arrastada- Peço que me avisem antes de começarem a se agarrar na frente de todos, assim poderei carregar um saquinho de vômito comigo.

A turminha de Malfoy guinchava enquanto Gina e Harry ficavam tão vermelhos quanto um pimentão. Não estavam preparados para lembrar do beijo que trocaram na frente da escola toda, aliás, eles mal perceberam que estavam na frente da escola toda quando se beijaram.

- Nos deixe em paz! - Gina cerrou os dentes.

- Há muito tempo você tem uma quedinha pelo Potter, não é?! Deve estar muito contente! Mas convenhamos, você é muito bonitinha pra ter um gosto tão ruim. Pena que é uma Weasley!

- Cala a boca, Malfoy! - agora Harry havia se irritado.

- Que meigo, Potter...não pensei que defendesse com tanta bravura essa aí!

Harry estava quase puxando sua varinha quando foi interrompido pela profª McGonagall:

- Algum problema aqui, cavalheiros?

- Malfoy está provocando o Harry professora. - Rony se prontificou a dizer e Hermione confirmou com a cabeça.

- Senhor Malfoy! Acredito que o senhor e seus colegas devem ter algo mais importante a fazer num dia como esse. Aconselharia um bom descanso em seu salão comunal. - disse a professora e os sonserinos se retiraram resmungando ofensas inomináveis.

- Professora...preciso falar com a senhora - pediu Mione sem notar o olhar confuso que Rony lhe lançara.

- Sim, senhorita Granger. Amanhã as 3:30 na minha sala. Acredito que agora a senhorita e o senhor Weasley deveriam descansar um pouco também.

Hermione pareceu entender completamente a mensagem da professora e sem dizer nada puxou Rony (que não entendeu nada) para longe dali.

- Quanto aos dois - continuou Minerva - O professor Dumbledore deseja falar com vocês na sala dele.

Enquanto se encaminhavam para a sala do diretor, Harry se perguntava se o professor Dumbledore tinha a capacidade de ler mentes ou coisa do gênero, pois ele e Gina haviam combinado de falar com ele um dia antes. De qualquer forma, Harry ficou agradecido por não precisar combinar nada com a menina já que não saberia como fazê-lo. Na verdade, não sabia nem como dirigir a palavra a ela depois da noite passada.

Alguns minutos mais tarde ele chegaram à sala do diretor e, como de costume, ele já os esperava.

- Sentem-se! - então conjurou duas cadeiras e Harry e Gina sentaram-se. - Espero que tenham apreciado o baile.

- Sim, senhor. - respondeu Harry notando que o diretor tinha certeza de que essa seria a resposta dele.

- Sabem...fiquei imaginando que vocês dois poderiam querer me contar alguma coisa hoje...- Dumbledore com certeza lia pensamentos!

- Queremos sim - despejou Gina.

- Fomos atacados por mais dementadores ontem...- começou Harry notando que Dumbledore não parecia surpreso.

- Achamos que eles estão nos perseguindo...não é normal atacarem a gente o tempo todo! - exclamou Gina.

- Não tenham dúvidas de que isso certamente não é normal. Eu já tomei providências para que o ministério retire estes seres da escola. Usei um argumento que o ministro não pôde recusar.

- Quer dizer que eles não estão mais na escola? - perguntou Harry.

- Na verdade...- pingareou Dumbledore - Eles não estão mais aqui desde o último ataque que você sofreu Harry.

- Mas...mas isso já faz tempo! - assustou-se Gina.

- Receio que sim, Srta Weasley.

- Mas então...como...- ela não precisou terminar a frase

- Certamente que a mando de alguém. - respondeu Dumbledore.

Harry de repente lembrou do que, ou melhor, de quem vira na noite anterior:

- Tom Riddle! - disse Harry agora sim surpreendendo tanto Gina quanto Dumbledore.

- Harry...não há como...você destruiu a lembrança dele... - disse Gina não convencendo nem a si mesma do que dizia. Ela se lembrava do sonho que tivera nas duas últimas noites, e lembrava-se de Tom Riddle neles. Harry pareceu também ter lembrado do que ela lhe contara, pois logo continuou a falar:

- Gina...seu sonho...eu vi Tom Riddle exatamente como você falou.

Agora sim Gina ficou totalmente paralisada. Muitas e muitas cenas pareceram passar como um filme em sua mente. Primeiro recordou de Riddle na câmara secreta e logo depois vieram as imagens dos sonhos estranhos que havia tido há duas noites. Só foi tirada de seus pensamentos pela voz de Dumbledore:

- Espere, Harry! Está dizendo que viu Tom Riddle nesta escola ontem?

- É exatamente isso que estou dizendo, professor.

Dumbledore ficou pensativo por alguns instantes antes de falar:

- Vocês dois me disseram que foram atacados ontem, não é mesmo?

Harry e Gina confirmaram com as cabeças.

- E podem me contar exatamente o que houve?

- Bom...o Harry conjurou um patrono que afastou apenas uns 4 dementadores, depois... - Gina parecia estar se esforçando para lembrar - Eu só me lembro de uma luz verde muito forte ter saído de algum lugar...

- Não fazem idéia de onde saiu essa luz? - ironizou Dumbledore.

- Dos colares? - arriscou Harry

- Não pode ter sido, Harry - disse Gina - Já fomos atacados antes e não aconteceu nada igual a isso com os colares.

- Parece que a Srta tem um bom faro! - disse o professor - Agora esforce-se para tentar pensar: o que você tinha de diferente aquela noite?

- Os brincos! Os brincos que o senhor me deu.

- A luz veio dos brincos? - Harry não conseguia entender.

- Sim...e não.- disse o diretor, desnorteando os dois alunos.

- Como assim? - perguntaram Harry e Gina em uníssono.

- Digamos que os brincos ativaram um certo encanto, mas isto é outra historia. A princípio, quero que acreditem apenas que se não fossem seus brincos, Gina, aquela luz não apareceria.

- Quer dizer que...- tentou Harry

- Quer dizer, Harry, que vocês, mais do que nunca, devem manter-se unidos pois, assim como ontem, outros ataques podem vir. Tomem muito cuidado! - advertiu Dumbledore.

- Mas, e quanto ao Tom? - indagou Gina.

- Tenho realmente que pensar sobre isso Gina. - Dumbledore estava inquieto. - Agora...podem ir. Não devem perder o natal por causa disso, não é mesmo? Eu aconselharia um passeio pelo lago.

Então, eles se retiraram da sala do diretor sem saber ao certo se haviam saído de lá mais ou menos confusos do que entraram. Já estavam perto do lago quando Harry finalmente falou:

- Então...você está bem? (N/A: que pergunta idiota! Mas relevem, pois ele é inseguro e inexperiente né, hehehe...)

- Acho que to...só um pouco confusa sabe...

- Sobre essa história dos brincos? (N/A: outra idiotice!)

- Também...- ela corou.

Harry, agora, sabia exatamente do que ela falava (N/A: ninguém seria tão idiota a ponto de não notar, né!), mas não se atreveu a discutir o assunto, até porque não sabia como o fariam.

Eles sentaram-se perto do lago e ficaram em silêncio. Estava tudo branco e congelado como sempre acontecia naquela época do ano e a paisagem que se formara ali era encantadora.

- Harry...eu não contei uma coisa para o diretor...

-...lembra quando eu te falei do meu sonho? - Harry confirmou e ela continuou - Lembra que eu falei que via a Mione?

- Lembro...

- Bom...ontem eu...eu vi ela...Sei que é ridículo, mas juro que vi!

- Mas...por que ela não falou nada pra gente?

- Harry...o pior é que é totalmente impossível ela ter estado ali, principalmente do jeito que estava.

- Como assim? Não estou entendendo, desculpe.

- Ela estava com vestes de ir pra aula, com os cabelos crespos como se estivesse num dia normal. Não estava com as roupas que vestia no baile.

- Mas não tem como ela ter trocado de roupa, Gi!

- Por isso que eu sei que é absurdo eu tê-la visto, mas eu vi Harry, eu vi! - Gina começou a ficar muito agitada.

- Calma, Gina! - ele segurou as mãos frias dela - Temos que saber o que foi que você viu!

- Vi a Hermione com roupas de escola perto do castelo! Foi isso que vi!

- E como ela apareceu, deu pra ver? - ele estava tentando manter a calma.

- Ela simplesmente apareceu e depois sumiu.

- Tem certeza que foi só isso? Quem sabe você não se influenciou pelo seu sonho ou coisa do tipo?

- Você não acredita em mim não é? - de repente ela soltou-se das mãos dele e ficou com uma voz triste.

- Não é isso... - ele tentou pegar novamente uma das mãos dela, mas ela se afastou.

- Esquece, Harry! Pensei que tinha subido um pouco mais no seu conceito, mas parece que me enganei...continuo sendo a mesma menininha frágil de sempre pra você. - depois disso ela saiu dali sem olhar para trás.


(N/A:Genteeeee!!! Foi mal pela demora do capítulo, mas meu maior medo no momento é deixar a história decair, já que ela atingiu seu ápice com akele beijo que, na minha modesta opinião, foi muito mágico! Eu estou em período de provas na faculdade, portanto, acho que antes de segunda, dia 03/05 não vou publicar mais nenhum capítulo, mas já estou avisando que o 21 está quase pronto. Espero que tenham gostado do 20. Comentem por favor!Mil bjos!)

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Comentários (2)

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