O primeiro sinal da corrente



Harry e Gina caminharam pelos corredores silenciosamente e passaram pelo buraco do retrato da mulher gorda as 10:30 da noite, o que chamou a atenção de várias quintanistas que abafaram risinhos empolgados quando o casal sentou-se na poltrona de sempre.

Gina cruzou as pernas em cima do sofá e Harry apoiou uma das pernas no mesmo. Eles ficaram de frente um para o outro e pareciam estarem escolhendo as palavras para conversar sobre tudo o que havia ocorrido na sala do diretor.

- Harry...eu...eu nem sei o que te dizer, eu...isso é tão...

- Horrível? - completou ele - Eu sei.

- Por que nunca contou a ninguém? Como conseguiu guardar tudo isso só pra você?

- Por isso! Por quê eu sabia que todos ficariam assim como você está agora. Você está com pena de mim.

- NÃO, HARRY! Eu não estou com pena de você! Eu só não quero que você...que você...

- Que eu morra. - disse ele infeliz. - Eu queria evitar tudo isso. Agora, quando você olhar pra mim vai se lembrar da profecia e vai ficar preocupada toda vez que eu sumir e vai acabar se afastando e eu não quero isso, Gi! Não quero perder meus amigos!

- Eu nunca me afastaria de você, Harry! E tenho certeza que se você contasse a Rony e Mione eles também não...

- Prefiro que eles não saibam.

- Tudo bem. É você quem sabe. Mas o que diremos sobre essas correntes? Você entendeu alguma coisa sobre elas?

- Não diremos nada. Eles não repararão. Eu também não entendi nada sobre estas correntes, mas entendi que temos que proteger um ao outro.- explicou o garoto.

- Mas nos proteger de que?

- Não sei ao certo, mas acho que a pergunta é: de quem? Você não tem nenhum palpite?-ironizou Harry.

- Você quer dizer do...você-sabe-quem?

Harry confirmou com a cabeça e Gina ficou aterrorizada.

- Mas, Harry...o que eu tenho a ver com isso tudo? Quero dizer, você dá pra entender: está ligado à profecia, mas e eu?

- Eu não entendi isso, também. Dumbledore sabe, mas não quer nos contar. Ele falou algo sobre nós dois termos sobrevivido a Voldemort, mas não sei se é só essa a questão, mas uma coisa eu sei: agora que você sabe da profecia, você também corre perigo. Voldemort quer saber o resto da profecia e vai procurar por alguém que a saiba. Tome cuidado, ta bom?!

- Aham...Espero que estas correntes nunca brilhem.

- Eu também. - disse ele admirando a corrente no pescoço de Gina.

- Escuta, Harry: agora que eu sei de tudo...quando você quiser conversar sobre isso, pode confiar em mim, certo!?

- Obrigado, Gina...- sorriu ele.

Naquele instante Rony e Hermione entraram no salão comunal conversando e rindo muito. Eles se aproximaram de Harry e Gina e sentaram-se em duas poltronas ali perto.

- Parece que deu tudo certo na reunião! - disse Gina tentando focalizar seu pensamento em algo que não fosse Harry ou a profecia ou as corrente ou...Harry, novamente.

- Se foi! - disse Rony - A proposta do Malfoy teve votos dados pelos próprios sonserinos. Ninguém mais aprovou a idéia e muitos monitores disseram que darão apoio pra Mione ganhar como monitora-chefe. Vocês tinham que ver a cara do Malfoy!

- Ainda bem que deu tudo certo. - disse Harry tentando parecer alegre.

- Deu sim! - disse Mione contente, mas depois lançou a Harry e Gina um olhar desconfiado - Mas o que é que vocês estavam fazendo aqui até essa hora? Já são 11:15. Todos já foram dormir.

- Ficamos esperando vocês - disseram um pouco atrapalhados.

- Têm certeza que foi só isso? - perguntou Rony

- Vocês parecem um pouco desanimados. - completou Mione.

- Foi um dementador! - disse Gina de repente enquanto trocava olhares com Harry.

- O QUÊ??? - gritaram Rony e Mione juntos.

- Nos atacou hoje no campo de quadribol.

- Mas o que ele estava fazendo aqui na escola?- perguntou Rony confuso.

- O ministério exigiu. - respondeu Mione..

- Mas como você sabe, Mi? - perguntou Gina intrigada.

- Bem...eu...eu...eu li não sei onde.- falou com pouca convicção.

- Não pode! - disse Harry confuso - A notícia não vazou. Ninguém além de Dumbledore e os professores sabem disso.

- Ah, Harry, eu não sei então...devo ter presumido. - disse Mione atrapalhada. - Agora temos que ir dormir. Todos nós!

- Mas...Hermione, nós...- disse Rony, mas ela não o deixou completar a frase.

- Nada disso Rony. Temos que ir dormir porque temos aula amanhã. Vamos Gina! Temos muito o que conversar. - Mione puxou o braço de Gina e elas subiram para o dormitório feminino.

Harry e Rony entreolharam-se confusos enquanto ouviam Gina reclamar antes de Mione bater a porta do dormitório feminino. Eles deram os ombros e foram para o dormitório dos meninos, Harry ainda contando ao amigo como recebera 50 pontos por causa de seu patrono.


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As semanas se passaram rapidamente. O time de quadribol da Grifinória já estava completo e cheio de gás para o campeonato de quadribol que começaria dali uma semana. Harry ainda estava um pouco nervoso por ser o capitão do time, mas com o apoio de Rony e Gina no time ele ficava menos tenso.

Hermione estava cada vez mais sumida. Harry e Rony a viam sempre nas aulas, mas depois delas a garota parecia desaparecer do mapa. Certa vez Harry checou o mapa do maroto para descobrir onde a amiga se escondera e localizou-a na sala da professora Minerva. Presumiu que a amiga estivesse tirando alguma dúvida, mas quando falou sobre o assunto com Gina constatou que Mione andava freqüentando mais a sala de transfiguração do que o normal. Tentou deixar o assunto de lado já que ninguém conseguiu sondar Mione sobre ele, mas tanto Harry quanto Gina sabiam que havia algo de errado ali.

A propósito: ele e Gina estavam cada vez mais amigos. Depois do que ocorrera na sala de Dumbledore, Harry desabafara várias vezes com a ruiva, já que ela sabia sobre a profecia. Era bom poder falar sobre aquilo com alguém. Harry já não tinha que carregar aquele fardo sozinho, afinal. Ele sentia-se culpado por fazer com que a menina também o carregasse, mas se alegrava em poder compartilhar suas emoções com mais alguém que não fosse Edwiges. Sem contar, é claro, que com o passar do tempo, Harry sentia que Gina não era para ele mais uma simples amiga. Seu coração batia muito forte quando a via e ele parecia ter uma tendência a se atrapalhar todo quando a ruiva o fitava fundo. Ele achava tudo aquilo muito complicado. Comparou tudo que sentia por Gina com o que já sentira uma vez com Cho, mas parecia que a coisa era diferente. Tentou se esquecer um pouco daquilo também, pois não sabia bem o que ele queria com a pequena Weasley e também não sabia o que ela queria com ele. Só sabia que não queria arriscar perder o que eles já tinham por nada no mundo.



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Já estavam, agora, em meados de novembro e todos se preparavam para uma visita a Hogsmeade.

Sexta-feira, depois do final das aulas Harry, Rony e Hermione encaminhavam-se para o salão comunal para tomar banho e descer pra jantar quando Harry, distraído, deu de encontrão com Gina que andava conversando animadamente com algumas colegas. Os livros de ambos caíram no chão e eles imediatamente se abaixaram para juntá-los.

- Ai Harry, desculpa...eu estava distraída...

- Não, foi culpa minha...

- Que nada...eu é que...

- Vocês querem parar de discutir de quem foi a culpa! - resmungou Rony que ainda estava furioso porque Snape lhe tirara 20 pontos por coçar o nariz enquanto picava um dos ingredientes de uma poção.- Vamos de uma vez.

Eles juntaram os livros e Harry percebeu que faltava um entre os deles.

- Devo ter deixado na estufa na aula de Herbologia. Vou buscar e encontro vocês daqui a pouco.

Enquanto Harry ia até a estufa, Rony, Mione, Gina e as algumas quintanistas dirigiam-se ao salão comunal conversando animadamente. Depois de se arrumarem, Rony, Hermione e Gina sentaram-se em três poltronas fofas para esperar Harry que ainda não havia aparecido.

- Vocês acham que aconteceu alguma coisa? - perguntou Gina assustada.

- Não!Às vezes o Harry faz dessas - respondeu Rony tranqüilo.

Eles continuaram uma conversa animada sobre o que comprariam na Dedosdemel quando Hermione exclamou:

- Gina! Que colar lindo! Ele sempre brilha desse jeito?

Gina segurou o pingente da corrente que Dumbledore lhe dera e olhou apavorada para a luz verde que ele emitia.

- Harry!

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