Esclarecimentos



Harry abriu os olhos e deparou-se com a ala hospitalar de Hogwarts diante de si. Pegou os óculos em cima do bidê e viu, a sua direita, Hermione sentada nos pés da cama.

- O que houve? - perguntou ele ainda meio sonolento.

- Harry! - exclamou ela - Você está bem?

- Acho que sim...- respondeu Harry - Que horas são? Que dia é hoje?

- São 7:30 da noite do dia 30 de dezembro. - respondeu ela.

- Você dormiu muito cara!

Aquela era a voz de Rony. Harry virou para a esquerda e viu o amigo sentado aos pés da cama ao lado; a cama em que Gina estava.

- Gina! - gritou o garoto sentando-se imediatamente para vê-la melhor. - O que aconteceu?

- Calma Harry - disse Hermione - ela ficará bem.

- Só lembramos de ver você e ela desmaiarem e de Você-Sabe-Quem sumindo. Não sabemos exatamente o que aconteceu - disse Rony - mas Madame Pomfrey disse que ela acordará logo. Talvez possa até ir à festa amanhã. Ouvimos dizer que será à beira do lago.

- Vejam só quem acordou - era Madame Pomfrey vindo em direção a eles - Como se sente?

- Bem - respondeu Harry - mas como a Gina está?

- Ela vai se recuperar. Tenho impressão que retomará consciência até amanhã de manhã. Mas não deve se preocupar com isso agora. Deve descansar.

- Mas eu não... - tentou Harry.

- Mas nada! - disse Madame Pomfrey - Sr Weasley, Srta Granger, saiam agora!

- Mas...e a minha irmã?

- Já disse que ficará bem - respondeu a enfermeira - agora vão!

Harry viu os dois amigos saírem abraçados da ala hospitalar enquanto Madame Pomfrey ia para sua sala. Ficou alguns minutos ali apenas olhando para Gina, ainda imóvel na cama ao lado e então adormeceu.





Quando ele acordou novamente ainda estava um pouco escuro. Levantou e foi até a janela. Estava tentando adivinhar que horas seriam, pois o sol parecia querer sair a qualquer momento, quando ouviu uma voz atrás de si.

- Parece que logo vai amanhecer - era Gina.

- Você está bem? - perguntou Harry.

- Acho que sim...e você? - ela encostou-se no parapeito da janela.

- Também...você foi muito corajosa...lá, sabe?

- Acho que é a convivência com você - ela riu.

- Obrigado - disse ele sério, mas Gina percebeu que ele não se referia ao elogio que a garota lhe fizera.

- Pelo que? - indagou ela confusa

- Salvou minha vida.

- Eu tava te devendo. Salvou minha vida uma vez, lembra? - disse Gina relembrando-se do episódio na câmara secreta.

- Então acho que estamos quites - disse ele enquanto colocava uma mexa dos cabelos dela pra trás da orelha.

- Parece que sim - sussurrou ela quase que sem fôlego devido a grande proximidade entre eles.

E estavam realmente mais próximos que o normal. Não que eles não quisessem, mas a coisa toda era involuntária. Harry sentiu novamente aquelas borboletas no estomago e aquela sensação de que o mundo estava rodando.

O sol estava nascendo quando eles se beijaram.

Aquilo durou algum tempo. Ficaram ali apenas aproveitando cada segundo sem pensar em mais nada a não ser nas centenas de sensações que os invadiam a cada instante daquele beijo sublime.

Depois de alguns minutos, afastaram-se delicadamente e fitaram-se sem saber exatamente o que dizer. Foi quando o som de alguém limpando a garganta os tirou do transe.

- Vejo que estão se sentindo melhor. - era Dumbledore.

Harry e Gina coraram. Há quanto tempo estaria o bruxo ali? Eles não descobriram.

- Professor Dumbledore! - exclamou Harry - O que houve?! Tom Riddle! Voldemort! Eles...eles...

- Acalme-se Harry - disse Dumbledore calmamente - Tom Riddle voltou para seu tempo, e Lord Voldemort conseguiu escapar novamente, mas creio que ele esteja mais fraco agora, graças a vocês.

- Mas...como? - indagou Gina.

- A insígnia o enfraqueceu - respondeu o mago.

- Aquele...aquele ovo? - arriscou Harry.

- Isso mesmo! Mas não era um simples ovo. Era a insígnia da vida, Harry. Se não muito me engano, esta insígnia produz, nos adeptos das artes das trevas, um efeito semelhante ao que os dementadores produzem em vocês dois.

- Mas como ele apareceu lá? - perguntou Gina.

- Estava com vocês.

- Não estava não! - disse o casal em uníssono.

- Muitas vezes possuímos as coisas sem saber que elas estão em nosso poder. - disse Dumbledore.

- Mas se fizemos aquilo aparecer, teríamos que saber como! - afirmou Harry.

- E vocês sabiam. Inconscientemente, mas sabiam.

- Continuo sem entender professor - disse Gina.

- Deixe-me explicar assim: quando Merlin criou as três insígnias, ele encantou-as para que permanecessem sempre próximas.

“Contudo, com as responsabilidades que vocês dois carregam não achei adequado entregar-lhes as três de uma só vez, então eu o fiz discreta e separadamente.

“Primeiro foram os colares. Percebi que os constantes ataques de dementadores pediam o auxilio da insígnia da proteção. Mas a insígnia do amor não tardou a sentir falta - digamos assim - de sua companheira, então entreguei-lhe os brincos, Gina.”

- Quer dizer que aquele encanto do qual o senhor falou era... - começou Harry.

- Era o poder da insígnia do amor. - completou Dumbledore - vocês a ativaram.

- Co...como...? - gaguejou Gina.

- Com amor, Gina...com amor. - explicou Dumbledore - com o amor que cada um de vocês tem pelo outro.

Harry e Gina coraram furiosamente, e Dumbledore continuou:

- A questão é que, já que vocês já possuíam duas das insígnias, seria impossível que permanecessem muito tempo longe da terceira.

“Mas como eu já disse, seria muito injusto fazê-los carregar mais este fardo, então decidi entregar-lhes a terceira insígnia de outra maneira.”

- Como? - perguntaram eles em uníssono.

- Através de seus sonhos Gina.

- Meus...meus sonhos?

- Dois dias depois que lhe entreguei os brincos, o professor Snape me fez a gentileza de entrar em seus sonhos e entregar-lhe o ovo do beija-flor.

- Ele o que? - indignou-se Harry.

- Mas...eu não lembro de nada - disse Gina.

- Este era o objetivo - Dumbledore esboçou um sorriso - Somente quando os poderes das duas primeiras insígnias fossem ativados, a terceira surgiria. E, cá entre nós, não é fácil que uma coisa dessas ocorra. Vocês não me desapontaram.

Harry e Gina sorriram. Tudo - de certa forma - fazia bem mais sentido agora. O sol já estava alto no céu azul quando Dumbledore despediu-se deles:

- Vou indo antes que Madame Pomfrey me expulse a pontapés. Espero encontrá-los no lago mais tarde para a festa.

Eles observaram o diretor sair da ala hospitalar sentindo-se mais aliviados do que nunca.

- Então quer dizer que a festa vai ser em volta do lago mesmo! - disse Harry.

- Você já sabia? - perguntou Gina.

- Rony me contou ontem, quando ele e Mione vieram nos ver. Mas você ainda estava desacordada.

- Ah... - Gina suspirou e voltou seu olhar para fora da janela. Os jardins estavam cobertos de neve e as folhas das árvores, repletas de orvalho.

- A gente podia ir junto - disse Harry antes que perdesse a coragem - na festa sabe?

- Seria ótimo - disse ela abrindo um sorriso tímido, mas ainda assim lindo.





Eles saíram da ala hospitalar às 5 da tarde daquele dia e foram diretamente para a torre da Grifnória. Lá encontraram Rony e Hermione, que ficaram muito contentes em vê-los.

- Vocês dois precisam descansar mais um pouco - disse Hermione com aquele jeito de mãe.

- Mas eles ainda têm que nos esclarecer muitas coisas, Mione! - disse Rony.

Harry sabia do que ele estava falando, mas não queria pensar naquilo; pelo menos não agora.

- Podemos deixar isto para outro dia, Rony?! - disse Harry.

- Mas...mas por que não agora?

- Ah, Rony! - disse Gina - vamos deixar para mais tarde. Estamos cansados, temos que nos preparar para a festa, e, bem...algumas coisas devem ser explicadas com mais calma.

- Tá bom - concordou o ruivo amarrando a cara.

- Certo! - disse Gina dirigindo-se à escada - Então eu vou pro dormitório.

- Espera! - disse Harry - ahm...eu...te espero às nove?

- Ahm...ok! - disse Gina, tentando ignorar as risadinhas de Rony e Hermione, e depois subindo para seu quarto.

Harry observou a garota subir ao dormitório, e então voltou-se para os dois amigos que ainda gargalhavam perto da lareira.

- QUEREM PARAR? QUAL O PROBLEMA DE VOCÊS AFINAL?

- Vocês dois! - dizia Rony tentando controlar o riso.

- O que tem a gente?

- São muito engraçados! - exclamou Hermione.

- É! - disse Rony - parece que não têm nada um com o outro.

Harry corou e ficou olhando para o chão. Rony, percebendo sua expressão, apressou-se a perguntar:

- Mas vocês têm, não têm?

- Às vezes...eu acho...

- Quer dizer que vocês não estão juntos então? - perguntou Hermione.

- A Gina não te falou nada, Mione? - perguntou Rony.

- Falou que não sabia exatamente o que estava havendo entre Harry e ela, mas que estava gostando do mesmo jeito.

- Harry!!! - indignou-se Rony - pensei que estivessem namorando ou coisa parecida!

- Pelo visto, está mais para “coisa parecida” - disse Hermione rindo.

- NÃO TEM GRAÇA!! - bufou Rony - Fala Harry: o que você quer com a minha irmã? Estão juntos ou não?

- Bem...não houve exatamente um pedido oficial, entendem?- disse Harry.

- Então o que vocês têm? - perguntou Hermione.

- EU NÃO SEI, TÁ LEGAL!?! - gritou Harry e, observando os rostos assustados dos amigos tentou continuar mais calmo: - ahm...eu gosto dela...acho que gosto de verdade. É só que...ainda não sei bem como...como...

- Expressar o que sente? - arriscou Hermione.

- É, deve ser isso. Tenho que pensar. Vou subir. Vejo vocês na festa mais tarde.


(N/A:Oie! Espero que tenham gostado do capítulo. Procurei esclarecer tudo pra vcs. Tomara que tenham entendido. Já vou avisando que agora que as coisas se resolveram a fic vai ficar bem mais fofa e romantica. To fazendo o possível pra que não fique monótona. Acho que está sando certo por enquanto. Lolo postarei o capítulo 26. Comentem por favor. Mil bjos)

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Comentários (1)

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