Segredos e correntes



Se Draco Malfoy visse aquela cena, riria até morrer. Ele enxergaria um Gininha corada até o último fio de cabelo, sentada totalmente imóvel na cadeira da sala da professora. Se ele olhasse à direita da menina, veria um jovem de cabelos negros e bagunçados - que naquele momento pareciam ainda mais bagunçados - enquanto este respirava com dificuldade e fazia um enorme esforço para concentrar a visão nos dedos das mãos.

Mas Draco Malfoy -para alívio de Harry- não viu a cena. Apenas Gina e Harry saberiam o que ocorrera - ou melhor, ocorreria - naquele dia.

O silêncio era constrangedor e sufocante. Nem Harry nem Gina sabiam o que dizer um ao outro, mas isso não queria dizer que eles não pensassem em centenas de coisas para proferir.

A mente de nosso jovem herói estava repleta de perguntas sem respostas. O que estava acontecendo com ele? Porque aquela sensação estranha o invadia toda a vez que se aproximava de Gina? O que exatamente acontecera entre eles no campo de quadribol? Bem, na verdade, a última pergunta tinha uma resposta e Harry sabia que tanto ele quanto a caçula Weasley a conheciam. Mas porque ele estava tão confuso? Como o relacionamento dos dois havia chegado naquele ponto? E o pior: será que Gina queria que chegasse?

Harry, agora, experimentava uma sensação de profunda tristeza. Parecia que um dementador havia voltado para atacá-lo. Ele lembrou das palavras de Hermione no ano anterior: Gina desistiu do Harry...desistiu! Surpreendeu-se naquele instante torcendo para que Hermione estivesse errada pela primeira vez na vida.

O garoto olhou para Gina e viu uma lágrima escorrer pela face, agora menos corada, da menina. Então, as palavras pareceram saltar-lhe da boca:

- Gina...por que...

-Sr. Potter! Srta. Weasley! - era Madame Pomfrey que chegara na sala naquele momento com duas canecas de chocolate quente fumegante nas mãos e fez com que as palavras de Harry se perdessem no meio do caminho. - Bebam tudo! Um ataque assim não é coisa para se brincar.

Eles beberam tudo sem dizer uma palavra sequer, mas Harry conseguiu ver mais duas lágrimas escorrerem pelo rostinho de Gina, as quais ela discretamente secou com uma das mãos.

Madame Pomfrey recolheu as canecas e se retirou da sala no mesmo instante que a professora Minerva entrou com uma caixa do tamanho de uma caixa de sapatos nas mãos. Era marrom clara e tinha símbolos espalhados por toda ela.

McGonnagal depositou o embrulho em cima de sua mesa e encarou Harry e Gina com um olhar severo, mas Harry pode jurar ter avistado um vestígio de preocupação em sua face ríspida.

- Espero que se dêem conta de que foi muito perigoso ficarem até essas horas no campo de quadribol.

- Sim, professora! - disseram em uníssono.

- Então já que têm conhecimento do perigo que correram, espero que não repitam o erro, certo?

- Sim professora!

- Agora, façam-me a gentileza de levar esta caixa até a sala do professor Dumbledore. Ele precisa falar com vocês.

Harry pegou a caixa e, tanto ele quanto Gina saíram da sala mudos e assim continuaram até chegarem a sala do diretor. Harry disse a senha e eles subiram pela escada de caracol.

O mago encontrava-se em pé, acariciando as penas de Fawkes. A ave estava particularmente bonita naquele dia. Tinha as penas num colorido incrivelmente fascinante.

Como se tivesse percebido a presença dos dois, Dumbledore se virou e os encarou com um olhar calmo:

- Enfim, chegaram!

- A professora McGonagall pediu que lhe entregássemos isso. - disse Harry oferecendo a caixa a Dumbledore.

- Ah, sim! Obrigado, Harry, mas sentem-se por favor. - e ele conjurou duas cadeiras e Harry e Gina acomodaram-se nelas.

Dumbledore sentou-se na sua cadeira e abriu a caixa cuidadosamente. Uma fumaça esbranquiçada saiu dela e o mago tirou lá de dentro uma caixinha acolchoada pequena que Gina reconheceu como uma caixa de guardar jóias.

Eles viram o diretor fechar novamente a caixa maior admirar lentamente a caixinha pequena.

- Vi seu patrono, Harry. Muito bom, sim...muito bom! Mas sinto muitíssimo que tenha tido que usá-lo. Mas devido à situação, o ministério exigiu que os dementadores vigiassem a escola, uma pena que não tenham sido mais discretos.

- Eu sabia! - disse Gina, de repente. - Eu percebi que estava sendo vigiada a semana toda.

- Devo dizer, minha cara, que és dotada de uma sensibilidade fora do comum. - Gina corou. - Dei ordens para que os dementadores ficassem o mais escondido possível dos alunos: não quero causar pânico e quando eles o fazem, é raro o número de pessoas que percebem que há algo de errado.

- Mas então, porque ele nos atacou? - perguntou Harry intrigado.

- Veja bem Harry: os dementadores não possuem o mesmo discernimento que nós. Eles as vezes não segue a risca às ordens... Entretanto, creio que soube lidar com ele. Devo ser justo e conferir-lhe...50 pontos!

- Harry e Gina esqueceram-se da timidez que os consumia e entreolharam-se contentes. Cinqüenta pontos! E Harry nem mesmo se lembrava de seu patrono. Estava muito assustado quando tudo aconteceu e depois que o susto passou havia entretido...seus pensamentos em Gina...

- Agora Harry - continuou ele - Sei que não contou a ninguém sobre a conversa que tivemos no ano passado, mas infelizmente isso se faz necessário agora.

Harry olhou temeroso do mago para Gina e constatou que ela estava totalmente perdida na conversa. Porque Dumbledore queria que ele contasse sobre a profecia. Ele mesmo estava fazendo um grande esforço pra esquecer-se dela por uns tempos!

- Entenda, Harry: não quero que saia por aí revelando ao mundo sobre o assunto, mas, por motivos que agora ainda não posso revelar, Gina deve saber da sua situação. - Dumbledore fitou Gina que agora parecia mais preocupada do que confusa e sorriu. - Ela precisa saber Harry. Conte a ela, eu ajudarei.

Harry sentiu que seu coração saiu do lugar e foi se alojar perto de sua garganta. Viu que Gina o encarava com grande expectativa. Ele e Dumbledore explicaram tudo sobre a profecia e ela, por sua vez, arregalava cada vez mais seus olhinhos castanhos. Quando Harry mencionou que era ele ou Voldemort que sobreviveria no fim das contas, ele viu os olhos da menina encherem-se de lágrimas. Por que contar aquilo, afinal? Já bastava ele estar sofrendo, tinha que sacrificar os outros também?

- Quer dizer que, se ele...você vai...? - Harry confirmou com a cabeça. - Mas você vai ter que mata-lo, Harry! Isso é horrível!

- Eu sei Gi, eu sei...

- Prestem muita atenção agora: preciso que vocês dois cuidem um do outro. Gina, você é a única que conhece a profecia tão bem quanto eu e Harry e nunca poderá falar sobre ela. Voldemort só conhece uma parte e não precisamos que ele saiba do resto. - Dumbledore abriu a caixinha e tirou duas correntes douradas de dentro dela. - Fiquem com isto. Peço que nunca tirem, nunca ouviram bem!

- Mas...o que isto professor? - perguntou Harry intrigado fitando o colar que tinha a metade do corpo de uma fênix. Harry pode ver que Gina estava pegando um dos cordões e fez o mesmo.

Harry: você e Gina são as duas únicas pessoas que tiveram contato com Lord Voldemort e saíram vivos dessa experiência. Portanto, possuem uma ligação muito forte. É por isso que os dementadores atingem mais vocês do que aos outros. Por isso sentem-se mais fracos com o ataque deles. Vocês possuem um vínculo muito poderoso, Harry, um vínculo que assusta qualquer ser das trevas que se aproxima.

O casalzinho arregalou os olhos ao ouvirem o velho bruxo. Parecia que Dumbledore tinha uma bomba cada vez maior para contar a eles. Harry e Gina estavam em pé em frente à mesa do diretor e instintivamente aproximaram os colares: a fênix se completava com aquela união.

- Como podem ver, suas correntes se completam. Se cada um de vocês ficar com a metade, sempre saberão quando o outro precisar de ajuda, pois o a sua metade emitirá uma luz verde. - disse Dumbledore olhando para os dois pingentes nas mãos de Harry e Gina. - Se isso ocorrer, procurem o outro rapidamente. Quando ficarem cada vez mais próximos, o colar ficará cada vez mais brilhante e só se apagará quando o problema estiver resolvido e ambos estiveram a salvo.

Harry e Gina confirmaram com as cabeças e colocaram os colares. Harry pode perceber que ele se fechou em seu pescoço e parecia que não seria fácil arrancá-lo.

- Podem sair agora. Peço que contem apenas a quem precisa saber sobre isso, mas só se quiserem.

- Sim, professor - responderam eles saindo pasmos da sala a caminho do salão comunal da Grifinória.


(N/A: Bah...num sei se não viajei muito agora! Q q vcs acharam??? Espero que estejam gostando. Como eu tava só escrevendo um romancezinho, resolvi colocar um pouco de mistério pra ficar mais Harry Potter se é que vocês me entendem...espero ter conseguido. Comentem por favor. Acho que vou publicar o capítulo 13 na quinta pois tenho prova neste dia então não vai dar pra por na quarta, mas aguardem. Bjos a todos. Amo vcs!!!)

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Comentários (3)

  • bebelbenedito

    acho q o negocio do colar nao foi tao viajado... e quando eu li HP2 pela segunda vez, eu vi q a gina ficava bastante mal tbm, ai eu perv=cebi q era pq ela ja sofreu mt.

    2013-12-06
  • Diênifer Santos Granger

    Ameeeeeeeeeeeei!

    2012-11-28
  • Larissa Batalha

    assim eeu achei legal ... ta mais centralizado no Harry e Gina ... so quero ve onde isso vai dar ... pq ta se distanciando muito do casalzinho perfeito e romantico !!!

    2012-06-08
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