A flor perfeita



Duas semanas se passaram desde o dia em que Snape suspendera a firebolt de Harry e o garoto nem imaginava como faria para jogar quadribol sem ela. Pensou em usar as vassouras da escola, mas estas eram demasiado velhas e lentas para Harry que estava acostumado com a vassoura mais veloz do mundo.

”Existem vassouras que, mesmo antigas, são muito boas e velozes, tudo depende de como foram cuidadas.”, dizia Madame Hooch quando eles iam ver as opções de vassouras que Hogwarts oferecia aos alunos que tinham tido as vassouras apreendidas pelo professor de poções. Harry teve a impressão que fora o primeiro.

- Bom...não vale a pena comprar uma vassoura só para uma partida – disse Hermione enquanto eles se encaminhavam para a aula de trato das criaturas mágicas.

- Mas não podemos perder a final, Mione! – disse Rony – Se dermos a grande sorte da Lufa-Lufa vencer a Sonserina no jogo que vai acontecer em abril até que vai ser mais fácil, mas eu não acredito que a Sonserina vá perder pra Lufa-Lufa. Não que o time deles não seja bom, mas a Sonserina joga sujo e...

Mas eles pararam de falar quando chegaram à cabana de Hagrid. Por algum motivo, havia um grande aglomerado em volta de Hagrid, mas o trio não via nada por causa da grande quantidade de colegas acoplada ali. Harry conseguiu ouvir muito bem vários gritinhos e risinhos de Lilá e Parvati que pareciam estar bem no meio do tumulto e muito animadas.

- Afastem-se todos! Afastem-se! – disse Hagrid organizando os alunos. – Todos poderão ver. Se acalmem!

- Nossa! – exclamou Hermione empolgada. – Como você conseguiu uma dessas, Hagrid?

- Eles sempre aparecem nessa época do ano Hermione. – responde Hagrid.

- O que é isso pra começar, Hagrid? – indagou Rony olhando para uma coisa que parecia uma lesma gigante que mudava de cor.

- É uma Streeler, uma Lesmalenta! Consegui capturar essa que andava rondando. Muitas delas já conseguiram eliminar as flores do castelo. Entretanto acho que agora poderemos plantá-las sem mais receio. Já que capturei essa aqui, as outras não se atreverão a vir. Mas digam: não acharam uma gracinha?

O animal que Hagrid mostrava aos alunos não era nem de perto engraçadinho (como tudo que o meio-gigante costumava criar) e Harry não entendeu, de imediato, o porquê de toda aquela euforia por parte das colegas que geralmente repudiavam qualquer criatura daquela aula.

- Mas, Hagrid – disse Hermione receosa – Eu estou te perguntando onde você conseguiu as rosas...

De repente Harry percebeu que o animal tinha uma rosa na parte do corpo que deveria ser os pés, uma rosa particularmente linda. Era vermelha e tinha um leve brilho que parecia orvalho. A lesma havia deixado um rastro que parecia ácido misturado com meleca por onde passara e muitas vegetações estavam grudadas ali. Hagrid fez uma cara de desapontado e então respondeu:

- Ah...bom...isso...Estamos tentando plantá-las há muito tempo. A professora Sprout já estava quase desistindo, mas agora acho que vão vingar. Não há mais criaturas para destruí-las.

Podemos pegar uma delas, Hagrid? – perguntou Parvati e Harry finalmente entendeu que ninguém estava interessado no animal que Hagrid trouxera para a aula, mas sim na bela rosa agora praticamente dissolvida na substância da lesma.

- Sinto muito, Parvati, mas mesmo que pudesse, não sei se conseguiria. Vocês conhecem o encanto que envolve essa flor. É muito poderoso e poderia matá-los se não tivessem certeza do que estariam fazendo. Podem até tentar se quiserem, mas é quase certo que essa pessoa terá que ir para a ala hospitalar mais tarde.

- Eu aposto que consigo! – Dino Thomas levantou a mão – Nos leve até o canteiro das rosas, Hagrid. Por favor. Estamos na época certa para fazer isso.

Harry não entendeu nada, Rony muito menos. Hermione parecia entender cada palavra, mas estava tão encantada com o canteiro de rosas que Hagrid mostrou a eles (já que havia desistido de explicar as inúmeras qualidades das Streelers) que não se deu ao trabalho de explicar do que se tratava o tal encanto das rosas.

- O.K. Dino, agora vá com calma. Aproxime-se devagar. Concentre-se e tente colher a rosa com o máximo de cuidado. Se tudo der certo ela captará o sentimento. Devagar – Hagrid dava as instruções a Dino enquanto o garoto se aproximava de uma rosa. – Em cinco segundos tudo estará terminado.

Mas Harry nem conseguiu contar até cinco. A rosa emitiu uma espécie de campo energético e expulsou Dino dali fazendo-o voar mais de dez metros de distância. Parvati fez cara de horror e caiu no choro enquanto Hagrid dispensava todos da aula e levava o garoto para a ala hospitalar.

- O que houve com ele? – indagou Rony assustado.

Mas antes que alguém mais pudesse responder Gina apareceu na entrada do castelo. Harry ficou muito feliz em vê-la e correu ao seu encontro.

- Oi gente! – ela deu um selinho no namorado e voltou-se para Hermione. – Preciso falar com você.

- Você conseguiu? – indagou Hermione

- Sim! Deu tudo certo.

- O que você conseguiu? – perguntou Harry curioso.

- Nada não, Harry. Depois te falo. – ela desconversou – Vem, Rony! Preciso de sua ajuda.

- Mas...mas...- Rony não conseguiu nem falar. Gina saiu puxando o braço do irmão. Hermione também não ficou ali.

- Tenho que ir. Aula de Runas Antigas agora. – disse ela – Depois nos vemos Harry!

- Mas... – aquele não era seu dia mesmo - ÓTIMO! Agora vou ficar sozinho por aqui.

- Falando sozinho, Harry? – era Luna Lovegood. Harry não falava com ela há muito tempo. Estava com uma aparência excepcionalmente sonhadora naquele dia.

- Me deixaram sozinho, não é mesmo? – disse ele mal humorado.

- Nossa! Parece que não está muito contente. Mas essa época é tão linda!

- Que época? Do que está falando?

- Humpf . Depois dizem que eu é que sou distraída...

Harry a encarou curioso. Percebeu que a jovem carregava um grande embrulho multicolorido nas mãos.

- O que é isso? – indagou ele.

- Ora...o presente do Neville, é claro! – disse ela como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- É aniversário dele?

- Claro que não! – disse ela sonhadora - É meu presente de dia dos namorados pra ele. Vou entregar depois de amanhã quando formos à Hogsmeade. Dia 14 sabe...

Aquele notícia caiu como uma bomba na cabeça de Harry. Ele não sabia o que o surpreendia mais: o fato de Neville e Luna estarem namorando ou o fato de que dali a dois dias seria dia dos namorados. Depois que perdera sua vassoura, ele nem havia se tocado que o dia mais romântico do ano estava se aproximando. Seria dali a dois dias!

- A propósito...o que você comprou para a Gina? Posso saber?

- Não! – disse ele nervoso – Quero dizer...não, por que é surpresa. – Depois saiu correndo dali para o salão comunal da Grifinória.

- Como eu pude esquecer! Que droga!!! Tenho que arranjar um presente em dois dias!

Harry não jantou naquela noite. Não se perdoava por ter esquecido o presente de dia dos namorados para Gina. Ele que gostava tanto de namorar com ela, gostava tanto dela. Como podia ter sido tão distraído?! Mais: ele fora egoísta! Só se importou com a vassoura e esqueceu-se do resto. Esqueceu-se de uma das pessoas mais importantes de sua vida: Gina. Nossa...mas quando ela tornara-se tão importante? Não era só uma simples namoradinha, era mais que aquilo. O que era?

- Certo...calma...fique calmo – dizia ela a si mesmo enquanto trocava de roupa para ir se deitar – Você vai arranjar uma solução...calma...QUE DROGA! – ele chutou o pé da cama, coisa que não resolveu nada.

- Algum problema aí cara? – indagou Rony enquanto entrava no quarto.

- Não...nada...o que você comprou para a Mione de dia dos namorados?

- Bom...eu só sei de uma coisa que ela goste: livros. Então comprei um só de feitiços. A Gina me falou que ela estava querendo comprar ele há séculos então...O que você comprou para a Gina?

- Bem...eu...bem...

- Espera! Deixa eu adivinhar?

- Tá...- pelo menos assim o amigo daria a ele algumas idéias praticas já que ele nem poderia sair de Hogwarts para comprar o tal presente e comprar em Hogsmeade no dia dos namorados não seria muito cavalheiro da parte dele.

- Um urso de pelúcia?

- Não.

- Claro que não...você deve ter comprado uma coisa que ela goste mais...deixa eu ver...

- Um livro sobre gatos? A Gina adora gatos. Vive brincando com o Bichento.

- Não.

- O.K. Você tá me deixando curioso. Deixa eu pensar...qual a coisa que a Gina mais gosta depois de bichos de pelúcia e gatos?

- Flores! – era Dino que entrava no quarto. Parecia recuperado depois do golpe dado pela rosa. – A Gina ama flores. É a coisa que ela mais ama ganhar no mundo. Eu vivia dando isso, mas parece que ela preferiu você mesmo assim – agora ele estava com uma voz amarga.

- Você comprou flores para ela, Harry?

Harry começou a ter uma grande idéia. E seria bem fácil já que não precisaria nem sair da escola.

- Isso! – respondeu ele.

- Legal...acho que ela vai gostar de ganhar flores. – disse Rony – As mulheres sempre gostam, não é mesmo?

- É verdade. – respondeu Harry agora com vários planos mirabolantes na cabeça.



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O-Menino-Que-Sobreviveu acordou na manhã de 13 de fevereiro com um enorme sorriso nos lábios. Saiu pelo buraco do retrato e foi tomar café junto com os colegas. Encontrou Gina na mesa da Grifinória conversando animadamente com Rony e Hermione. Os três pararam de conversar no momento em que Harry se aproximou.

- Do que falavam? – perguntou Harry.

- Nada não – disse Hermione

- Porque não me chamou quando desceu, Rony?

- Não quis te acordar, Harry, você estava com um sorriso largo. Como alguém pode dormir sorrindo?

- Pelo visto deve ter tido lindos sonhos essa noite – disse Gina.

- Sonhei com você! – disse ele surpreendendo a si mesmo.

Bom...depois disso ninguém resistiria. Eles se beijaram profundamente.

- EI...EI...EI...! – brigou Rony – Não precisa engolir minha irmã, né cara!

- Você podia fazer esse tipo de coisa de vez em quando, Ronald! – Hermione largou o copo de suco de abóbora bruscamente na mesa e saiu dali chamando atenção dos três amigos.

- O que foi que eu fiz?

- Acho que é melhor você ir atrás dela maninho...

- E vai logo – riu Harry.

Harry e Gina apenas ficaram admirando Rony sair correndo do salão principal atrás de Hermione e rindo muito .

- Então...vai me contar o que você conseguiu ontem?

- Ah...não era nada, Harry...- disse Gina nervosa – Puxa! Olha a hora! Tenho poções agora e o Snape me mata se eu não chegar na hora.

- Mas ainda falta vinte minutos para aula!

- Mas a torre do Snape fica muito longe.

- Não fica tão longe assim. – disse Harry desconfiado – O que está escondendo?

- Escondendo? Eu? Imagina Harry! O que eu poderia esconder? – ela estava ficando com as orelhas muito vermelhas. – Desculpa...tenho mesmo que ir.

- Mas...- não houve tempo para “mas”. Gina saiu tão rápido do salão comunal que parecia um gato devido sua rapidez.



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A última aula daquele dia fora muito divertida. A professora Sprout parecia com excelente humor. Concedera 30 pontos para a Grifinória só porque Parvati e Lilá afirmaram que a estufa número 6 (onde estavam estudando) era a mais bela das estufas.

- Certamente que sim – respondera a professora – Essa estufa tem a magia das flores, que encantam a tudo e a todos.

Depois que a professora de Herbologia dispensou todos, Harry disse a Rony e Hermione que tinha que esclarecer uma dúvida e que os encontraria mais tarde para jantar. Os amigos, então, encaminharam-se para o castelo enquanto Harry ia falar com a professora.

- Não precisa nem dizer, querido. – disse a professora lendo os pensamentos de Harry – Pode pegar a flor que quiser. Nessa época do ano é sempre assim. Particularmente, acho que a Srta. Weasley prefere as rosas. Temos vermelhas, rosas, brancas, amarelas e azuis, bem ali. As rosas dos trouxas não são tão resistentes, mas essas aí são bem mais fortes.

- Rosas azuis? – indagou Harry aproximando-se das flores. Eram realmente lindas.

- Sim sim...azuis. Mas tome cuidado com elas. São nessas flores que nascem as Polegarzinhas. E são realmente chatas de se cuidar. Tendem a atrair a atenção de muitos sapos. O sapo de Neville - Trevo se não me engano – já seqüestrou duas. O pobrezinho não pode pegar as azuis por causa disso, mas levou belos crisântemos se quer saber.

Imediatamente, Harry dispensou a idéia de rosas azuis e crisântemos, mas na estufa haviam centenas de flores, muitas delas que Harry nunca havia visto nem no jardim bem cuidado da tia Petúnia. Harry gostara das rosas vermelhas. Eram bonitas e ele achava que eram bem românticas.

- Quanto tempo elas vivem? – perguntou ele.

- Essas aí mais ou menos uns três meses. Se pedir ao professor Snape uma poção para alongar a vida acho que poderiam durar uns seis.

”Seria realmente engraçado”, pensou ele: “Professor: quero dar rosas para a minha namorada, mas queria lhe pedir uma poção para alongar a vida pois acho que se elas durassem mais seria muito romântico”. Harry conseguiu ver Snape trancafiá-lo na Câmara Secreta se pedisse isso a ele.

- Não tem nada que dure mais tempo?

- Você teria que pegar a rosa eterna. Hagrid está cuidando delas. Parece que seu colega – o Sr. Thomas – tentou colher uma ontem e não foi muito feliz. Acredito que ainda não esteja na hora de você colher uma.

- Mas aquela flor nunca morre?

- Não...por isso se chama rosa eterna e...

Harry nem deixou a professora terminar de falar. Correu para o jardim de rosas que Hagrid havia mostrado à turma. Aquela era a flor perfeita: uma rosa vermelha que nunca morria e era a flor mais linda que Harry já havia visto na vida. E nada mais lógico do que dar à menina que ele mais gostava a flor mais linda do mundo.

- Harry! O que está fazendo aí? – era Hagrid.

- Vou pegar uma rosa, Hagrid, para a Gina. – respondeu ele.

- Você não pode Harry!

- Por que não?

- Você mesmo viu o que aconteceu com o seu colega ontem.

- Ele deve ter feito algo errado que tenha deixado a flor brava.

- Harry. Você não conhece nada sobre o encanto destas rosas?

- Não...o que tem elas? – Harry novamente se via naquela situação em que sentia-se totalmente ignorante. Por mais que conhecesse o mundo bruxo há mais de seis anos, muitas coisas que para alguns bruxos eram óbvias ele ainda desconhecia.





(N/A: Bom gente...taí o cap. 28. O que estão achando? Preciso que comentem. O cap. 29 tá quase pronto. Tenho só que fazer uns ajustes. A fic vai até o cap. 30 então, como podem ver, está ne reta final. Enquanto aguardam o penúltimo capítulo, digam o que acharam deste. Se quiserem dar sujestões ainda dá tempo. Amo mto vcs! Mil bjos!)

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