Trio de Ouro



Choque e espanto correram pelo corpo de Harry e Hermione, enquanto sentiam as correntes de proteu esquentarem sobre suas peles e mudarem de forma, estavam novamente, depois de tanto tempo, em frente a um comensal da morte. Rodolfo parecia achar graça da cara dos garotos e logo levantou sua varinha em direção a eles fazendo com que Dayl e Matilde pulassem para frente dos dois com as varinhas em punho.


-Acho que eles querem brincar um pouco, Rodolfo. – Outra voz desdenhosa, também conhecida de Harry e Hermione, soou pela floresta, e logo o seu dono se fez aparecer


-Travers. – Hermione murmurou para Harry.


-Então vamos saciar a vontade deles, não? – O terceiro homem falou, se adiantando a frente dos outros dois


-Yaxley. – Harry falou ao reconhecer o familiar rosto.


-O que vocês querem? – Dayl se fez ouvir entre os risos alucinados dos comensais.


-Não se faça de tolo. Receio que saiba muito bem o que queremos. – Lestrange respondeu, sem deixar de sorrir. –Entregue-nos Potter e Granger e deixaremos você e essa outra escaparem com vida.


-Vocês terão que passar por cima dos nossos cadáveres para terem os dois. – Matilde esbravejou, apesar de sua voz parecer confiante, seus olhos expressavam profundo medo.


-Como queiram, se vocês... –


 Yaxley começou a falar, porém, seu corpo de repente se tornou estático, seus braços se grudaram ao restante do corpo e a sua boca deixou de se mexer. Todos, os aurores e os comensais, olharam para trás e encontraram Hermione com a varinha apontada para o homem que agora caia duro no chão, certamente a garota aproveitara a distração dos comensais com os aurores, para lançar um feitiço não-verbal em Yaxley.


O feitiço de Hermione agiu como um estopim para o começo iminente da batalha. Hermione e Harry ouviram Lestrange esbravejar a maldição da morte e pularam para atrás de uma grossa árvore, enquanto viam um raio vermelho saído da varinha de Matilde se chocar com o raio verde, imensas faíscas multicoloridos se soltaram com o encontro dos dois feitiços.


-Estupefaça. – A voz de Travers se sobrepôs as outras e um luminoso raio vermelho atingiu Matilde em cheio fazendo-a voar alguns metros e depois cair desacordada perto da árvore em que estavam Harry e Hermione.


Hermione e Harry a guindaram para trás da arvore rapidamente e assim que se viraram para olharem a batalha novamente, se deram conta que Travers estava à frente deles com a varinha apontada para Hermione.


-Cruc...


Harry pouco pensou e logo se jogou aos pés do homem derrubando-o no chão e fazendo o raio verde disparar em direção ao céu e ir de encontro com uma inocente gaivota que em poucos instantes caiu morta no chão.


-Seu desgraçado. – O homem gritou e acertou um suco em cheio no rosto de Harry, que pego de surpresa rolou para o lado sentindo o crânio rachar de tanta dor.


Antes que Travers pudesse fazer qualquer coisa com Harry, Hermione já brandira um feitiço estuporante contra o comensal, este, porém, já estava preparado e defendeu-se com um feitiço escudo, obrigando Hermione a se jogar no chão para não ser atingida pelo próprio feitiço que ricocheteara no escudo.


Harry levantou-se rapidamente e correu para junto de Hermione. Os dois enrijeceram-se quando ouviram um baque a sua direita, e olharam rapidamente para ver o corpo de Dayl caído, logo depois moveram o olhar para frente e viram Rodolfo caminhando em direção a eles, sua boca parecia ter sido atingida por algum feitiço de Dayl, pois estava inchando rapidamente.


Harry e Hermione se entreolharam nervosos, era isso estavam encurralados, não havia mais nada a fazer.


Vocês são tão tolos e inocentes. – Travers falou, soltando uma tenebrosa gargalhada. – Acharam mesmo que o mestre poderia ser achado assim tão facilmente, tudo não passou de um plano no qual vocês caíram facilmente, tudo graças a Kingsley...


-O ministro! – Hermione o cortou estarrecida, tudo agora parecia fazer sentido, na realidade parecia mais que obvio. Aquele brilho vermelho nos olhos do ministro, só poderia ser isso. – Maldição Imperius, é isso! Vocês o enfeitiçaram.


-Parece que a sangue ruim faz jus a sua fama. – Travers comentou novamente, Rodolfo aparentou que iria sorrir, mas aparentemente o inchaço crescente em sua boca o impedia. – O mestre já está chegando para aniquila-los. É claro que nós poderíamos levar vocês até ele, mas ele prefere terminar com isso tudo aqui, na floresta de Deuxton, o local onde foi concebido.


*


-Receio, que o pior que pode acontecer, é ele querer ir atrás dos amigos quando acordar. – Ron ouviu a voz da professora Minerva soar próxima dele.


Evitando fazer qualquer movimento brusco, abriu cuidadosamente um dos olhos e percebeu pelo pequeno feixe de luz que entrou por eles, que estava na enfermaria. Mcgonagall e Madame Pomfrey conversavam em vozes aflitas, aparentemente achavam que o garoto continua inconsciente e por isso não faziam esforço para manterem a voz baixa.


-Mas ele não pode ir. – Pomfrey reclamou irritada. – A senhora acabou de me dizer que ele passou por um grave feitiço de memória, isso pode deixar sequelas. Ele deve ficar aqui por alguns dias sem passar por emoções fortes.


A cabeça de Ron parecia rodar de tão confusa, enquanto ele fazia esforço para se lembrar do que havia esquecido, mas as lembranças haviam se esvaído de sua mente e a última coisa que recordava era de ter reclamado com Claire a respeito da matéria de Rita Skeeter.


-Eu sei disso Papoula. – Minerva concordou impaciente, em nenhum momento havia considerado a possibilidade de permitir que o garoto fosse ao encontro dos amigos. – É claro que não vou permitir que alguém que acabou de sofrer um feitiço tão grave corra atrás de comensais da morte na floresta de Deuxton.


Ron ofegou alto, mas logo percebeu o erro e sentiu os olhares das duas mulheres sobre si, continuou fingindo que estava dormindo, tentando ser mexer o mínimo possível.


-Será que ele ouviu alguma coisa? – Papoula perguntou apavorada, olhando de Minerva para Ron.


-Não... O professor Flitwick disse que ele só despertaria pela manhã. – A outra respondeu mantendo a voz calma. – Mas escute Papoula, não comente nada com ele sobre a missão de Potter e Granger quando ele acordar.


-Sim, professora Minerva. – Papoula concordou, enquanto Minerva saia da sala.


A dor e a confusão desapareceram da cabeça de Ron, sendo substituído subitamente por um grande ímpeto de se levantar correndo dali e ir atrás de Harry e Hermione. Os dois provavelmente estavam em perigo na Floresta de Deuxton... Ele fez força para lembrar-se deste local, e ignorando o ressurgimento da estranha dor em sua têmpora, recordou-se de já ter ido nessa floresta há muito tempo atrás com Gui e Carlinhos.


Ron virou a cabeça para o lado e abriu novamente um dos olhos, Madame Pomfrey escrevia algo em um pergaminho, sua varinha estava imóvel na ponta da mesa. Ron fechou os olhos novamente e fez força para conseguir se controlar e não fazer nada impensável.


Alguns poucos minutos se passaram e finalmente Pomfrey se levantou da cadeira em que estava e se dirigiu para uma porta atrás de si, carregando o pergaminho no qual estava escrevendo. Ron, outra vez com os olhos abertos, percebeu aliviado que ela havia deixado sua varinha sob a mesa. Levantou-se e começou a caminhar sorrateiramente até a mesa, pegou a varinha da mesa e logo disparou com máxima velocidade em direção ao terceiro andar da escola, precisava sair de Hogwarts para poder aparatar.


Encontrou pirraça no meio do caminho que começou a gritar alucinadamente, informando para quem quisesse ouvir que o garoto estava fugindo da enfermaria, sem parar para prestar atenção Ron continuou se movendo velozmente.


Finalmente chegou ao terceiro andar e pouco depois caminhou em direção aonde deveria estar a Bruxa de Um Olho Só, torcendo para que ela ainda estivesse no seu lugar, não se lembrava se ela havia sido destruída na batalha contra Voldemort. Com outro assomo de alivio viu a grande estátua que servia de passagem para Hogsmeade, deu uma leve batidinha com a varinha de Madame Pomfrey na estátua e murmurou Dissendium, a bruxa se virou revelando um estreito túnel por qual Ron precisou se agachar para entrar.


Assim que deu dois passos ele ouviu a bruxa virar-se novamente para sua posição inicial. Locomoveu-se o mais rápido possível que podia naquela posição até conseguir encontrar a saída que dava na Desdosdemel e sem menos descer por ela, se concentrou fixamente na pequena lembrança que tinha da floresta e com um estalo girou no ar e desapareceu.


*


-Me larga sua idiota. – Claire gritou tentando alcançar a varinha nos bolsos de suas vestes.


-Como você fez aquilo com meu irmão? – Gina retrucou enquanto a empurrava de costas na parede, a fazendo escorregar até o chão.


-Fiz o que? Ele se apaixonar por mim? – A outra retorquiu sorrindo maliciosamente. – Posso dizer que não foi difícil, apenas usei meus encantos que já naturais.


-Você sabe muito bem que não é disso que estou falando. Eu já sei que você enfeitiçou a memória do meu irmão.


Claire estancou-se olhando assustada para a garota a sua frente. Então seu plano havia falhado, se a Weasley já havia descoberto, com certeza também já tinha contado aos professores e logo descobririam que havia sido ela a feitora do tal feitiço.


-Eu não fiz nada. -  Ela murmurou em um fio de voz.


-Não? Você deve supor que eu sou tonta como meu irmão. – Gina retrucou rindo ironicamente. – Vai me dizer que também não é filha de Bellatrix Lestrange e Sirius Black?


-Como você descobriu isso? – Claire indagou ainda mais perturbada.


-Eu já lhe disse não me tome por tonta. Achou mesmo que poderia enganar a mim, Harry e Hermione tão facilmente. Você se acha muito esperta, mas não passa de uma garota burra.


-Você não sabe de nada. – Claire gritou, sentindo pela primeira vez há muito tempo, lágrimas verdadeiras formarem-se em seus olhos. – Você não foi abandonada na rua por seus supostos pais, não teve que suportar humilhações para não passar fome... Não suportou a negligência de quem você achou ser a única pessoa que se importava com você e não foi trocada por essa mesma pessoa por aquele trio.


Gina pareceu aturdida, jamais havia imaginado ver Claire Walker aos prantos daquele modo. Quem há havia abandonado por Harry, Ron e Hermione, seria Sirius? Ou talvez Dumbledore?


-Ficou muda foi? – A outra a desafiou em meio a soluços. – Achou que eu era apenas uma garotinha retardada que tinha inveja dos seus amiguinhos.


-E não é exatamente isso o que você sente: Inveja?


-Não... Eu sinto raiva. Muita raiva. – Walker respondeu


-Você sabe que com o que fez pode ir parar em Azkaban, não sabe? – Gina falou entre a irritação e a pena da garota. – E então valeu a pena, você faz...


Gina não terminou sua frase, sentiu um raio atingir seu abdômen, e logo tudo se tornou escuro e ela despencou no chão.


-Pode sair daí Malfoy. – Claire gritou para o garoto que logo saiu de onde estava escondido.


-Isso tudo é verdade Claire? ... Essa história de abandonada? De ser filha de Sirius e Bellatrix? – Draco perguntou relutante, havia percebido que a garota não estava para brincadeira.


-Não é da sua conta. – Ela respondeu antes de levitar o corpo de Gina estático do chão e leva-lo para o local do qual Draco havia acabado de sair.


-Mas... Se você é filha de Bellatrix... Então nós somos primos?


-Eu realmente não havia pensado nisso. – Claire respondeu aturdida. Realmente não se atentara ao fato de que Draco Malfoy, o garoto por qual estava apaixonada, era seu primo. – Mas isso não importa agora. Eu tenho que fugir de Hogwarts.


-O que você fez com a Weasley?


-Nada. Apenas um feitiço sonífero. Vamos eu tenho que encontrar o Ron.


*


Um novo estalo foi ouvido na escuridão. Harry e Hermione se enlaçaram pelos braços, buscando ficar o mais próximo possível. Yaxley, que havia acabado de se recuperar do feitiço paralisante de Hermione, acenou para os outros indicado uma larga sombra que surgia no meio da escuridão. O clima pesou rapidamente enquanto a nova presença andava a passos lentos em direção ao resto do grupo.


Dayl e Matilde continuavam imóveis no chão, aparentemente o baque que receberam após o feitiço estuporante havia os deixados inconscientes.


-Que grande honra a minha, receber vocês dois aqui nesse local tão sublime da minha história. -  A voz fria ressoou, causando pavor em Harry e Hermione que observavam pequenos reflexos da pele acinzentada do homem surgir sob as luzes das varinhas.


-Quem é você? – Harry gritou impetuoso.


-Receio eu que esta deveria ser sua menor preocupação neste memento, Potter. – Karl retrucou ironicamente. – Todavia deixe-me se apresentar. Meu nome é Karl Riddle. Filho de Tom Riddle e Narcisa Malfoy.


-Narcisa? A mãe de Draco? – Hermione questionou assustada.


-Precisamente mocinha. – Karl confirmou admirando a cara de espanto da garota. – Mas não é para conversar sobre minha vida que estamos aqui, na realidade é para aniquilarmos, ou melhor para eu aniquilar a vida de vocês. Para isso, só estou esperando chegar mais uma pessoa, meu caro Jean já deve estar a caminho.


Harry fez que ia erguer a varinha, mas Hermione apertou mais forte o seu braço e balançou negativamente a cabeça para o namorado. Não iria adiantar tentar ataca-lo, os dois estavam em clara desvantagem numérica.


Outro estalo alto foi ouvido e mais alguém começou a se aproximar do grupo, assim que o homem ficou perceptível, Harry e Hermione ofegaram assustados. Não podia ser. Aquele era...


-Finalmente Jean, estávamos lhe esperando, queria que você assistisse o final do espetáculo. – Karl falou sorrindo e depois se virou para Harry e Hermione e percebeu a expressão perturbada dos garotos. – Ah sim! É verdade!  Vocês o conhecem como professor Ethan Durans.


Harry e Hermione miraram o homem, que ao contrário dos outros não parecia feliz, pelo contrário ostentava uma expressão assustada, como se não quisesse estar ali.


-Agora, acho que posso eliminar de vez esses dois. Devo dizer que é uma pena a ausência do Weasley, porém, estou certo de que dando fim a vocês dois a tal profecia perdera sua validade. – O homem falou se aproximando mais de onde Harry e Hermione estavam.


Ambos, Harry e Hermione, estavam sem reação alguma, não poderiam sequer tentar fugir, pois em hipótese alguma deixaria Dayl e Matilde ali. O medo os mantinha paralisados no chão enquanto viam Karl se aproximar deles com um sorriso expressivo no rosto.


Era o fim, pensou Hermione, quando finalmente, a pouquíssimos centímetros de distância deles, Karl Riddle levantou a varinha apontado primeiramente para ela. Observou Harry tentar se mover para frente dela, mas o impediu com o braço, não adiantaria, ele iria matar os dois de qualquer forma. Os comensais observavam a cena ansiosos e divertidos e Jean abaixara os olhos para o chão.


-Avada Ked...


-Estupore. – Outra voz brandiu primeiro, pegando Karl de surpresa ao ser atingido pelo raio vermelho e jogado para trás.


Os comensais correram para levantar Karl do chão, Enquanto Harry e Hermione se viravam de costas para verem o seu salvador.


-Ou você mata todo o trio, ou nenhum de nós. – Ron gritou se deixando mostrar a luz de sua varinha, enquanto Harry e Hermione corriam para junto do amigo que se virou para eles. – Vamos mostrar para esses idiotas que não se pode brincar com o “Trio de Ouro”.

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