Uma ajuda de um grande amigo

Uma ajuda de um grande amigo



Assim que chegou em casa, Hermione foi para o seu quarto e voltou a ler o seu livro. Terminou de lê-lo em menos de duas horas. Resolveu ir até a cozinha preparar o seu almoço, pois estava começando a ficar com fome.


Logo depois disso que ela percebeu que estava completamente sozinha em casa. Isso nunca tinha acontecido desde que se casou, há 17 anos. E essa era um sensação horrível para se sentir.


Precisa de alguma companhia urgentemente. Seu primeiro pensamento foi ligar para Gina, mas tinha acabado de dizer que estaria muito bem sozinha em casa e não podia admitir que estava errada.


Então, ela sabia exatamente para quem ligar, pegou o telefone e começou a discar os números.


- Alô! - ouviu a voz do seu melhor amigo do outro lado da linha.


- Harry! - ficou um pouco incerta, mas acabou falando, por fim – Sou eu, a Mione.


- Oi Mione! - tinha certeza de que ele estava sorrindo nesse momento – O que você quer?


- Será que você pode vir aqui em casa? - pediu – Agora?


- Ir na sua casa! - pareceu um pouco preocupado nesse momento – O que houve? Você está bem? Aconteceu alguma coisa com o bebê?


- Não se preocupe, nós dois estamos ótimos! - garantiu – Eu só queria uma companhia. Está muito silencioso aqui sem as crianças.


- Tudo bem Mione! - percebeu que ele deu uma pequena risada – Vou estar em menos de uma hora.


- Está bem! - completou antes de desligar o telefone – Estou te esperando aqui.


Harry não demorou muito para chegar. Cerca de dez minutos depois, ela ouviu a campainha tocar e foi atender a porta, o moreno estava com a mão apoiada no batente da porta e sorria.


- Eu disse que não iria demorar! - falou, em seguida.


- É você falou a verdade! - abriu um espaço para que ele pudesse entrar na casa – Você está com fome? Eu preparei o almoço agora pouco.


- Não, obrigado! - respondeu enquanto se sentava no sofá – Eu comi um sanduíche logo depois de sair da King Croos. - o reprimiu – Você precisa se alimentar direito.


- Acho que você não pode dizer muita coisa sobre mim Mione! - comentou – Você também não está se alimentando direito no últimos dias.


- Tudo bem, você venceu – revirou os olhos, por fim – Vamos dizer que estamos quites.


Ela se sentou ao lado do moreno, que colocou o braço sobre o seu ombro.


- O que é que você quer fazer agora? - Hermione perguntou, por fim.


- Não sei! - deu de ombros – Foi você quem me chamou para vir até aqui, portanto, você decide o que vamos fazer.


A morena suspirou pesadamente e deitou no colo do amigo. Harry percebeu que ela estava olhando para um ponto qualquer na sala. Quando ele foi ver o que era, descobriu que o olhar da morena estava focado em um porta retrato em cima da mesa de centro.


Pegou o objeto e viu que era uma foto de Hermione e Rony há vários anos. Provavelmente, foi tirada apenas alguns meses depois que os dois se casaram. Olhou novamente para a morena, e percebeu que algumas lágrimas escorriam por seus olhos.


- Nunca pensei que ele fosse fazer tanta falta assim – comentou, depois de suspirar pesadamente.


- Eu sei disso Mione! - concordou com a cabeça – Também sinto falta do Rony. Vai ser entranho entrar no departamento de Aurores na segunda-feira e não encontrá-lo. E tudo isso deve estar sendo muito pior para você.


Ela se levantou, para poder olhá-lo melhor.


- Sabe! - ela tinha um sorriso bobo nos lábios – Eu sempre fui uma romântica incondicional. Ás vezes, até podia parecer um pouco boba.


- Acho que toda mulher acaba pensando assim uma vez na vida – comentou – Mas, por que você está me falando isso agora?


- Eu sempre imaginei eu e o Rony envelhecendo juntos – continuou enquanto encarava os próprio pés – Iriamos comprar uma casa fora da cidade e ver os nossos netos correndo pelos jardins – soltou um longo suspiro – Mas isso nunca vai acontecer. Pode até ser que sim, só que eu vou estar sozinha.


Harry não conseguiu dizer nada, apenas a abraçou e deu um beijo no topo da cabeça dela.


- Sei que esse não é o melhor momento para falar sobre isso! - falou enquanto segurando a mão da amiga – Mas uma hora você ter que voltar a sair com alguém. Quando esse período de luto passar, sei que não vai querer ficar sozinha.


- Fala serio Harry! - ela começou a rir – Eu já não sou mais tão nova como antes, e ainda tenho três filhos para criar. Quem que vai me querer.


- Não sei! - colocou a mão no queixo, fingindo estar pensativo – Quem sabe, um homem sozinho e também com três filhos.


Essas características a fizeram lembrar do homem na sua frente, mas decidiu não comentar nada. Provavelmente, não foi isso que ele quis dizer.


- Então, acho que eu deveria falar a mesma coisa para você – comentou – Você também precisa sair com alguém.


- Sempre a mesma coisa! - ele revirou os olhos – Você realmente acha que eu não sai com ninguém desde que me separei da Gina?


- Você não saiu com ninguém nos últimos três anos – afirmou – Pelo menos, eu nunca te vi com ninguém.


- Eu tive um encontro no ano passado – explicou – Com a Samanta Shelbon. Você se lembra dela?


- Aquela estagiaria do departamento de auror e que depois foi transferida para o ministério da magia na Alemanha – ele balançou a cabeça afirmativamente em resposta – Isso é um pouco estranho


- Na verdade foi somente um jantar – explicou – Não aconteceu mais nada entre nós. Ela não era o meu tipo.


- Sei que acabei de dizer que você deveria sair com alguém – comentou – Mas agora que eu sei você já fez isso, sei lá... - deu de ombros enquanto pensava – Acho que eu não consigo te ver com ninguém que não seja a Gina.


- Sério? - achou estranho o comentário da amiga.


- Acho que eu me acostumei a ver vocês dois juntos – falou calmamente – Afinal, foram 20 anos juntos.


- Mas a Gina agora está casada o Krum! - lembrou – E você não acha estranho ver os dois juntos.


- É que eu já estou acostumada a ver os dois juntos também – suspirou pesadamente – Mas como eu ainda não te vi com ninguém, ainda tenho a imagem de você e da Gina juntos.


Eles ficaram em silêncio apenas se encarando.


- Agora me responde uma coisa Harry – a morena pediu – Como foi que você e a Gina acabaram se divorciando?


- Acho que você sabe como foi – lembrou – Você estava na Toca no dia em que eu a Gina anunciamos que iríamos nos divorciar.


- Eu sei disso! - concordou – Mas, para mim foi de repente. Quero saber do seu ponto de vista como foi que isso aconteceu.


- O meu casamento com a Gina já não começou da maneira certa – explicou suspirando pesadamente – Você sabe que nós dois só nos casamos por que...


- Por que a Gina estava grávida – completou a frase dele – Eu sei muito bem disso. Eu me lembro que a senhora Weasley quase morreu do coração quando ficou sabendo.


- É verdade! - concordou com a cabeça, sem conseguir evitar um sorriso – Também me lembro que você e o Rony já estavam de casamento marcado e nós acabamos nos casando antes de vocês dois.


- Mas foi por uma boa causa – deu de ombros – Nem eu, nem o Rony, queríamos que o James nascesse sem que os pais estivessem oficialmente casados. Além do mais, esse seria o maior descosto para a senhora Weasley.


- Às vezes eu fico pensando que teria sido melhor a gente não ter se casado só por causa disso – comentou, por fim.


- Mas por que você pensa assim? - quis saber achando estranho.


Depois do casamento e do nascimento do James, as coisas estavam maravilhosas para gente – ficou encarando um ponto fixo na parede enquanto deixava sua mente viajar nessas lembranças – Mas depois que o Alvo nasceu, começamos a nos distanciar um pouco.


Olhou para a amiga, mas, como ela não comentou nada, continuou a falar a sua história.


- Eu estava me dedicando ao trabalho no departamento de aurores, apesar de estar longe das missões desde o casamento – explicou – E a Gina passava todo o dia cuidando das crianças e, quando o Alvo fez um ano, também começou a escrever na coluna de esportes do Profeta diário. Já não estávamos mais vivendo como marido e mulher, se é que você me entende.


- Eu te entendo – concordou com a cabeça, embora não estivesse com muita vontade de imaginar o seu melhor amigo dessa maneira tão íntima – Mas então, como foi que vocês acabaram tendo a Lílian?


- Tivemos várias tentativas de voltar a nossa “rotina” de casal e em uma delas a Lílian acabou nascendo – tinha um sorriso maroto nos lábios – As coisas voltaram a esfriar naturalmente. Mas, um ano antes de nos divorciarmos, as brigas começaram.


- Uau! - foi tudo que Hermione conseguiu dizer.


- Então! - completou – Tivemos a nossa conversa definitiva.


 


*Flash Back*


Harry aparatou em um beco perto de casa e foi caminhando até lá. Tinha tido um dia bem cheio no ministério da magia, tudo que queria fazer era jantar e depois dormir profundamente até o dia seguinte.


Achou estranho quando abriu a porta da frente e percebeu que a sala estava totalmente apagada, provavelmente não tinha ninguém em casa. Constatou que estava certo quando chegou a cozinha e viu que tinha um bilhete pregado na geladeira com a letra de sua esposa.


 


Harry,


Sai para dar uma volta com a Lílian.


Tem comida na geladeira, é só descongelar no microondas.


Não devo demorar muito.


Gina.


 


Pegou, dentro da geladeira, o pote que tinha o seu nome escrito na tampa e colocou para descongelar. Foi então que ouviu barulho de chave e, quando chegou na sala, ficou surpreso por encontrar somente Gina no local.


- Oi Harry! - ela disse dando um pequeno sorriso – Que bom que você já chegou. Pensei que você pudesse ter algum trabalho extra para fazer no ministério.


- Consegui terminar tudo que eu tinha para fazer cedo hoje – explicou – Aonde está a Lilian?


- Deixei ela na casa dos meus pais! - respondeu – Queria conversar uma coisa com você e achei melhor que estivéssemos sozinhos nesse momento.


Você queria conversar comigo – achou essa atitude da mulher muito estranha – Sobre o que é?


- Acho melhor você se sentar – ela pediu.


Cada um se sentou em um dos sofás que tinham no local. Então, ficaram de frente um para o outro.


- Acho que você concorda comigo que o nosso casamento já não está dando certo há muito tempo – a ruiva começou a falar calmamente


- Nisso eu tenho que concordar com você – balançou a cabeça afirmativamente – Para falar a verdade, eu não sei se já estivemos bem em algum momento nesse casamento. Talvez, somente nos primeiros meses. As coisas eram melhores quando estávamos, somente, namorando.


- E quando estava, casa um no seu canto estava tudo bem – continuou – Mas agora começamos a brigar e isso nunca é muito bom, principalmente quando se tem filhos envolvidos.


- Às vezes, é melhor para as crianças que os pais estejam separados do que vê-los brigando o tempo todo – Harry observou.


- Então, pelo jeito você está concordando comigo – a mulher estava me séria naquele momento.


- Concordar com você? - não estava entendendo nada do que ela estava dizendo – Você quer dizer, nos divorciarmos?


- Essa me parece ser a única solução – explicou – Não vejo mais futuro para o nosso casamento. A tendência é que a gente brigue cada vez mais, até que a situação esteja insuportável para todo mundo.


Os dois ficaram em silêncio por, cerca de, um minuto. Estavam apenas se encarando.


- Acho que você tem razão! - ele concordou por fim – É melhor acabarmos com tudo agora enquanto somos amigos.


Eles se levantaram e se abraçaram por um bom tempo. Quando se separaram, se olharam sorrindo.


- Você sabe que eu desejo o melhor para você! - Harry observou.


- Eu também desejo o melhor para você – ela concordou sorrindo – Mas eu ainda acho estranho estarmos nos separando assim, por mais que seja o melhor para nos dois e para nossos filhos.


- Vamos acabar nos acostumando com isso – garantiu – Pode ter certeza disso.


*Fim do Flash Back*


 


- Nunca imaginei que as coisas entre vocês dois tinham chegado a esse ponto – Hermione observou assim que terminou de ouvir a história – Você a Gina nunca demonstraram isso durante os almoços em família. Parecia estar tudo bem entre vocês.


- Não queríamos deixar o senhor e a senhora Weasley preocupados – o moreno explicou – Por isso combinamos em manter as aparecias quando estávamos em público.


- Acho que eu entendo você! - observou – Quando eu e Rony tivemos uma crise no nosso casamento não queríamos mostrar isso para nossos pais.


- Você e o Rony eram o casal perfeito – comentou – Não pareciam o tipo de casal que tenha passado por qualquer faze difícil.


- Acredite em mim, nós dois tivemos várias brigas – admitiu – A maioria não foi muito diferente das que tivemos em Hogwarts. Mas uma vez eu quase pedi o divorcio para ele.


- E quando que foi isso? - ele quis saber.


- Um pouco depois que a Rose nasceu – explicou – Você sabe o quanto uma criança pequena em casa é estressante, ainda mais sendo o primeiro filho.


- Mas acho que esse não é um motivo para se ter uma briga feia com alguém! - falou – Ainda mais quando quase causa uma separação.


- Rony insistia que eu passava o dia inteiro em casa sem fazer nada enquanto ele trabalhava a beça no ministério – revirou os olhos enquanto se lembrava – E, para piorar, quando a Rose chorava a noite, ele sempre fingia que estava dormindo para que eu tivesse que me levantar.


- Acho que você tem razão! - colocou a mão no queixo, pensativo – Rony não deveria ter feito isso com você.


- Mas, por sorte – ela continuou – Conseguimos resolver essa situação sem maiores problemas e sem que nenhum de nós dois saísse machucado.


 


*Flash Back*


Quando o jovem casal entrou em casa já tinha escurecido. Era domingo e tinham ido para a casa dos pais de Rony para um almoço em família, como faziam todas as semanas.


O bebê nos braços da mulher soltou um pequeno sonsinho e ela começou a niná-la.


- Vou levar a Rose lá para cima – avisou – Ela deve estar com sono, não dormiu hoje de tarde lá a Toca.


- Certo! - apenas concordou com a cabeça, sem olhá-la.


Enquanto subia as escadas, Hermione ainda conseguiu ouvir o barulho da televisão sendo ligada. Revirou os olhos antes de entrar no quarto da filha.


- Parece que alguém aqui está com a fralda suja – fez uma careta antes de colocar a menina encima do trocador – Não se preocupe, já vou resolver o seu problema.


Ela não demorou muito para trocar a fralda da filha, já tinha quase dois meses de prática e tinha certeza de que já poderia fazer isso de olhos fechados. Depois, decidiu amamentar Rose antes de fazê-la dormir.


- Acho que o seu pai não tem jeito mesmo – suspirou pesadamente enquanto olhava para a menina nos seus braços – Queria que ele deixasse de ser tão infantil. Afinal, agora nós dois temos responsabilidades.


Estava se sentindo completamente idiota por estar falando sozinha com um bebê de dois meses. Mas ela estava olhando atentamente para a mãe como se entendesse tudo que estava se passando ao seu redor.


- Tem dias que eu acho que foi um erro eu ter me casado com o Rony – continuou a falar – Mas, quem sabe com o tempo ele não cria responsabilidade. É tudo muito novo nas nossas vidas.


Ainda demorou mais vinte minutos para conseguir sair do quarto. Quando chegou a sala, viu que o marido ainda estava assistindo televisão.


- Consegui fazer a Rose dormir! - comentou enquanto se sentava no sofá – Queria muito que ela não acordasse hoje de madrugada, mas acho que eu já estou querendo demais.


- De qualquer maneira não vai ser tão ruim assim se ela acordar – observou – É só você colocá-la para dormir novamente e pronto, pode voltar a deitar.


- Se você diz! - deu de ombros.


A morena não entendia por que Rony achava que as coisas. Parece que ele não tinha idéias do quanto era difícil descansar quando se tinha um bebê pequeno dentro de casa.


- Acho que eu já vou dormir – avisou se levantando – Quem sabe eu consiga dormir antes que a Rose comece a chorar.


- Tudo bem! - ele concordou com a cabeça – Eu também já estou indo dormir. Preciso ir trabalhar amanhã cedo.


Quando Hermione deitou na cama ficou encarando o teto. Já estava cansada da atitudes do marido, ele não a ajuda com a filha e ainda diz que ela não está fazendo nada de mais.


Para piorar a situação, ela viu como Harry ajuda Gina com os filhos, principalmente agora que os dois tiveram um outro bebê. Queria que o ruivo fizesse metade do que o amigo faz.


Não sabia quanto tempo iria conseguir agüentar tudo isso que estava acontecendo dentro daquela casa.


Quando Rony entrou no quarto, a mulher fingiu que estava dormindo, não queria trocar mais nenhuma palavra com ele naquela noite.


Ela estava dormindo profundamente quando começou a ouvir um choro de bebê vindo do quarto ao lado. Soltou um som inaudível e se preparou para se levantar quando o choro parou, agradeceu mentalmente e voltou a se deitar.


Cerda de cinco minutos depois, ela percebeu que isso não costumava acontecer e se levantou assustada.


- Rose! - andou o mais rápido que pode em direção ao quarto da filha e teve uma grande surpresa quando entrou no local.


Rony estava andando de um lado para a outro com a menina no colo e dava mamadeira para ela.


- Acho que agora já está bom! - disse colocando a mamadeira em cima do trocador – Comer muito durante a noite não faz bem, você pode ter pesadelos. Acredite em mim, eu já passei por isso.


Hermione não pode evitar se emocionar com essa cena. Passou dois meses esperando para ver essa cena e agora ela estava ali diante dos seus olhos.


- Rony! - sussurrou, fazendo com que ele se virasse na sua direção – Está tudo bem ai?


- Não se preocupe Mione! - garantiu – Acho que ela estava só com fome. E agora está tudo sob controle.


- Eu só fiquei surpresa por você ter vindo até aqui! - comentou enquanto se sentava na poltrona que tinha no local – Você não costuma fazer isso.


- Você estava dormindo tão bem que eu achei melhor não te acordar – explicou – E Rose também é responsabilidade minha.


- Claro! - balançou a cabeça afirmativamente – Mas, o que aconteceu com o discurso de você ter que acordar cedo para trabalhar e não poder ficar levantando de madrugada.


- Percebi que fui um grande idiota em falar tudo aquilo para você – explicou – Você tem mesmo muita coisa para fazer em casa. Quem poderia imaginar que um bebê desse tamanho poderia dar tanto trabalho.


Ela não pode deixar de sorrir enquanto se levantava e caminhava até o marido.


- Rony! - ela começou a falar novamente – Eu te amo!


- Eu também te amo Mione! - o ruivo também disse.


Hermione deu um rápido beijo no marido antes de caminhar em direção a porta.


- Eu já vou voltar a dormir! - avisou – Acho melhor não demorar muito, ou então vai dormir em cima da mesa amanhã no trabalho.


- Tem razão! - concordou sorrindo – Ela já está quase dormindo.


*Fim do Flash Back*


 


- É por isso que eu sempre ajudei a Gina com os nosso filhos – Harry comentou depois de ouvir toda a história – Não queria encrenca para o meu lado.


- Por sorte, depois disso, ele começou a me ajudar com a Rose! - continuou – E quando o Hugo nasceu, também. E agora...


Parou de falar, de repente, e colocou a mão na barriga. Ela já estava um pouco maior do que o normal, mas quase não dava pare perceber.


- Agora que eu acabei de perceber – sua voz estava um pouco mais baixa agora – Não vou ter ajuda de ninguém quando esse bebê nascer.


- É claro que vai ter Mione! - ele colocou a mão sobre a dela – Todos nos iremos te ajudar com o bebê, você sabe muito bem disso.


- Você não esta entendendo Harry – agora algumas lágrimas começaram a cair do seu rosto – Sempre tive a ajuda do Rony, para tudo que eu precisava com a Rose e o Hugo. E agora não vou ter ajuda do pai do meu bebê.


- Não pensa nisso agora Mione – a abraçou gentilmente – Tenho certeza de que quando o bebê nascer, tudo vai estar resolvido.


- Como pode estar resolvido – o olhou em dúvida – O Rony não vai mais voltar. Não existe nenhum meio de fazer isso.


- Sei que ele não pode voltar – concordou – Mas pode existir alguma maneira de substituí-lo na vida do bebê.


- Como assim? - achou esse comentário do amigo.


- Não é nada! - respondeu rapidamente – O que acha de fazermos um lanche agora? Aposto que você está com fome.


- Tem razão! - concordou, se levantando – Eu já volto.


Quando ficou sozinho, Harry suspirou pesadamente. Tinha pensando nisso durante toda a semana e agora era a oportunidade perfeita de falar com a amiga, mas não sabia, exatamente como.


Não demorou muito para Hermione voltou trazendo, em uma bandeja, dois pratos com uma fatia de bolo e duas xícaras.


- Rose fez esse bolo ontem de tarde para eu poder me despedir deles – explicou enquanto se sentava ao lado do amigo – Espero que você goste. Para mim está muito bom, mas acho que eu não sou a melhor pessoa para dar opinião.


O moreno pegou um dos pratos a sua frente e pegou um pedaço do bolo para poder prová-lo.


- Está muito bom! -respondeu depois de engolir – E isso é ótimo, já que a Rose deve se casar com Alvo no futuro. Quer dizer que o meu filho não vai morrer de fome.


A mulher não pode evitar começar a rir. Em seguida, os dois terminaram de comer o bolo e tomar o chá em silêncio.


- Eles não devem demorar muito para chegar em Hogwarts – Harry comentou enquanto olhava para o seu relógio.


- É verdade! - ela concordou com a cabeça – Não imaginava que já fosse tão tarde.


- Se você quiser eu posso ir embora! - avisou se levantando do sofá – Imagino que você deve estar querendo descansar.


- É claro que não é isso Harry – segurou o braço dele impedindo que ele saísse – Sabe que eu adoro conversar com você, é uma boa distração.


- Se você diz! - deu de ombros – Mas lembre-se, quando você estiver cansada, é só me avisar e eu vou embora imediatamente.


- O Hugo estava muito feliz por, finalmente estar indo para Hogwarts – resolveu mudar de assunto – Tinha que ver o quanto ele estava animado quando acordou de manhã.


- Deu para perceber quando eu o vi na plataforma – concordou – E ele deve estar querendo ir para a Grifinória, eu imagino.


- É claro que ele quer, não tem falado em outra coisa a semana inteira – deu um leve sorriso – Eu disse que ninguém na família esteve em outra casa de Hogwarts há gerações. Mas ele está com medo de ser o primeiro.


- Tenho certeza de que isso não vai acontecer – conclui – É claro que ele estará na Grifinória.


- E já disse que vai jogar no time de quadribol – Hermione falou – Ele quer ser goleiro, como o pai foi quando estava em Hogwarts.


- É ótimo que tenham admitido que os alunos do primeiro ano entrem nos times das casas – o moreno lembrou – Vai ser a oportunidade dos times de quadribol terem novos talentos a cada ano.


- Eu não acho que isso seja uma coisa boa – ela parecia um pouco brava – Não acho que seja bom para uma criança de 11 anos competir em um esporte tão perigoso. Vou ficar muito preocupada com o Hugo. Sabe, muito bem, que ele pode ser atingido por um balaço e ficar dias desacordado na ala hospitalar.


- Não precisa ser tão preocupar com isso Mione, o Hugo vai ficar bem – ele não pode deixar de rir da preocupação da amiga – O James e o Alvo vão cuidar muito bem dele quando estiverem no campo.


- Será mesmo? - pareceu um pouco incerta quanto a isso.


- Claro que sim Mione! - garantiu – a equipe sempre se protege, principalmente quando tem alguém novo no time.


Os dois voltaram a ficar em silêncio. Parecia que tinham ficado sem assunto para conversar.


- Eu sei que você ainda não está pensando muito sobre isso – Harry resolveu falar depois de alguns minutos – Mas, você precisa começar a comprar as coisas do bebê. Imagino que você não tenha mais nada que tenha sido da Rose e do Hugo quando eram pequenos.


- Isso é verdade! - concordou com a cabeça – A Gina me chamou para sairmos para fazer compras um dia desses. Mas eu não quero comprar muita coisa. Prefiro saber se é um menino ou uma menina antes.


- Ainda acho estranho você conseguir ver o sexo do bebê antes que ele nasça – comentou revirando os olhos – Eu gosto da surpresa da hora do nascimento. Pelo menos foi assim com os meus três filhos.


- Já eu sou o contrário, nunca gostei de surpresas – sorriu – Se você quiser, pode ir comigo na consulta em que eu for fazer a próxima ultra-sonografia.


- Vai ser ótimo! - respondeu – Mal posso esperar para esse dia chegar.


A morena ficou encarando os próprios pés enquanto enquanto pensava se falava uma coisa com Harry, ou não.


- Já que você começou a falar sobre o bebê – decidiu, por fim, falar – Eu falei com os meus pais ontem e contei sobre a gravidez.


- Já era mesmo hora de contar, todos aqui já estavam sabendo – disse – Mas, como foi que eles reagiram a isso.


- Ficaram feliz – sorriu levemente – Embora achem que não tenha sido a melhor época para isso. Mas também vai ser bom para eu não sentir tanto perda do Rony.


- Eles tem razão! - respondeu concordando com a cabeça.


- E também querem me ajudar em tudo que eu precisar nessa gravidez – continuou, agora ela voltou o seu olhar para baixo.


- Talvez isso seja um pouco difícil, já que você está aqui na Inglaterra e eles na Austrália – observou – A não ser que eles venham para cá até que o bebê nasça.


- Na verdade, eles querem que eu vá para lá – disse isso rápido demais, mas foi o suficiente para o de olhos verdes entender.


- Como assim? - acabou gritando um pouco mais alto do que estava planejando.


- Eles acham que eu devo pedir uma licença do trabalho e ir para Sidney até o bebê nascer – explicou calmamente – Depois, eu volto para cá um pouco antes das crianças voltarem para casa nas férias de verão.


- Talvez seja mesmo bom para você ficar com os seus pais nesse momento -falou, por fim – Principalmente por que eles não estiveram presentes no nascimento da Rose e do Hugo.


- Seria mesmo legal! - concordou com a cabeça – Mas eu disse que não.


- Você disse que não! - deu um grande sorriso, mas conseguiu desfazer a tempo – Mas por que você fez isso? Acho que seria até saudável para você ficar um pouco em um lugar que não te lembre o Rony.


- Qualquer lugar que eu esteja no mundo vou me lembrar dele, é inevitável – respondeu – Mas não seria justo com senhor e a senhora Weasley, eles acabaram de perder um filhos, não vou tirar o neto de perto deles também. Também não seria justo com você... e a Gina e o Victor, estão todos muito empolgados do com bebê.


- Obrigado por se lembrar de mim! - disse – Acho que as coisas no ministério não seriam a mesma coisa sem você.


- Sei disso! - riu levemente – Além disso, eu não conseguiria ficar muito tempo parada sem trabalhar, preciso estar fazendo alguma coisa ou vou enlouquecer.


Harry segurou a mão da amiga e os dois ficaram parada, apenas se encarando, por alguns minutos.


- Nós estávamos conversando sobre esse bebê não ter um pai por perto – o homem ainda estava um pouco incerto, mas começou a falar – Eu já tenho uma solução para você a respeito disso.


- Não vamos falar sobre isso agora – pediu – Estamos nos divertindo tanto aqui, não quero voltar a tocar em um assunto triste desse.


- Deixe-me terminar – falou – Criei coragem para começar e agora não vou parar até explicar tudo.


- Tudo bem! - disse por fim – Fale logo qual é a grande solução que você tem para mim.


- Eu vou ser o pai desse bebê – disse simplesmente.


- Como assim? - agora que Hermione não estava entendendo mais nada.


- É claro que ele sempre será filho do Rony e nada vai mudar isso, nem é isso que eu quero – explicou – Só quero ser a presença masculina que essa criança vai precisar. Eu posso te ajudar quando ele nascer, comprar vários presentes e, se você permitir, posso até ensiná-lo a jogar quadribol.


- Você está falando sério Harry? - estava sorrindo, mas também tinham algumas lagrimas se formando no canto dos seus olhos.


- Tudo bem Mione, eu sei que você acha quadribol perigoso, então eu vou esperá-lo, pelo menos fazer cinco anos para começarmos a jogar – continuou – E, é claro, se for um menina, eu só ensino a voar de vassoura.


- Eu não me importo de você ensinar quadribol se o bebê for uma menina – admitiu – Mas, eu não posso permitir que você gaste o seu dinheiro comprando presentes.


- Eu não me importo com isso! - deu de ombros – Eu compro vários presentes para a Rose e o Hugo e você nunca se importou. Só, talvez, eles sejam um pouco mais caros.


- Tudo bem, então! - revirou os olhos – Mas eu não quero que você exagere muito nesses presentes, por favor.


- Isso quer dizer que você aceita que eu seja o pai desse bebê? - perguntou ainda em duvida.


- É claro que sim! - disse – Não tem como eu dizer não.


Harry abraçou a amiga com toda a força que tinha, depois, se levantou, junto com ela e começou a rodá-la.


- Harry! - o chamou – Eu estou começando a ficar enjoada aqui.


- Desculpe! - disse depois de soltá-la – Eu acabei me esquecendo.


Abaixou um pouco até ficar na altura da barriga da mulher e depois um beijo no local. Aquele agora era o seu filho (ou filha) e já o amava da mesma maneira que a,a James, Alvo e Lilian.


Quando se levantou ficou encarando profundamente os olhos castanhos delas. De repente os dois foram se aproximando, lentamente, e os seus lábios estavam a centímetros de se tocar, mas se separaram antes que algo acontecesse.


- Acho melhor eu ir embora – avisou sem conseguir encarar Hermione – Volto para o trabalho amanhã e precisa acordar bem cedo.


- É verdade! - ela concordou – Também vou trabalhar amanhã.


A morena lavou o amigo até a porta e depois ficou esperando até que ele entrasse no carro.


Foi para o seu quarto e começou a pensar no que tinha quase acontecido. Não tinha certeza de como chegaram aquela situação mais precisava se lembrar que aquilo não podia mais se repetir.

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