Dando a noticia




Hermione e Gina estavam na cozinha ajudando a senhora Weasley a cortar os legumes do almoço tradicional de domingo.


- Ainda não entendo por que temos que cortar os legumes sem ajuda da magia – a ruiva reclamou – Somos bruxas, podemos usar um feitiço simples e tudo estará perfeito.


- É preciso fazer algumas tarefas do jeitos trouxa, se não vamos ficar mal acostumados – a outra explicou sem retirar os olhos da sua tarefa – É isso que eu sempre falo para a Rose e o Hugo.


- Mas nós já estamos mal acostumados – suspirou pesadamente – Não tem jeito de mudar as coisas agora.


- É claro que tem jeito – garantiu – Além do mais, a comida tem um gosto muito melhor preparada do jeito trouxa.


- Você não precisa se incomodar Hermione querida – a mulher mais velha disse – Desde que os meus filhos completaram 17 anos e puderam fazer magia fora de Hogwarts, nunca mais comemos comida preparada do jeito trouxa.


- Não trabalho nenhum senhora Weasley – garantiu – Eu e Gina não estamos fazendo nada mesmo, podemos ajudar.


- Fale isso por você mesma! - Gina disse baixinho para que a cunhada não pudesse ouvir.


- Eu estou muito feliz por esse almoço hoje senhora Weasley – a morena continuou – Desde que o Rony foi para a missão em Paris que a casa está muito vazia e eu fico entendiada.


- Eu entendo como você se sente Hermione – concordou com a cabeça – Saiba que sempre pode vir aqui para casa quando o Rony viajar. Principalmente quando seus filhos estiverem em Hogwarts.


- É mesmo uma boa idéia – concordou com a cabeça – Além disso, fico com a minha cabeça ocupada e não preocupo com o Rony arriscando a vida nessas missões.


- Ser mulher de um auror do ministério é um grande sofrimento – a outra mulher entrou na conversa mais uma vez – Ainda bem que o Victor joga quadribol e quando ele viaja eu sempre consigo ir com ele.


Nesse momento, foi jovens entraram na cozinha de mãos dadas. A menina tinha o cabelo castanho e bem liso e os olhos castanho, já o menino tinha o cablo castanho e, ligeiramente, arrepiado e os olhos verdes.


- Mãe! - a menina disse para Hermione – Eu e o Alvo vamos dar uma volta pelo jardim. Tudo bem?


- Claro Rose! - respondeu concordando com a cabeça – Divirtam-se!


No momento em que o casal saiu, um menino ruivo entrou correndo no local.


- Pode deixar mim! - disse rápido demais – Eu vou lá vigiar os dois para você.


- Não precisa Hugo! - disse, mas era tarde demais, ele já tinha saído pelo mesmo lugar que a irmã.


- Não se preocupa tia! - não tinha prestado atenção até que Lilian estava ao seu lado – Eu não vou deixar o Hugo interromper os dos.


Sorriu para Hermione, depois para mãe e também foi em direção ao jardim da casa.


- Acho que o Hugo teve a quem puxar! - Gina começou a rir – É incrível como ele se parece com o Rony, inclusive nisso.


- É verdade! - concordou com a cabeça – Não quero nem ver como ele vai reagir quando souber do namoro dos dois.


- Quer dizer que o Rony ainda não sabe? - olhou chocada, tinha certeza de que o irmão não vai gostar nem um pouco quando souber da novidade.


- Quando a Rose me contou pediu para eu esperar um pouco antes de contar para o Rony – explicou – Disse que queria que o pai ficasse sabendo só quando ela estivesse de volta a Hogwarts, assim teria até o natal para se preparar para o sermão.


- Não posso tirar a razão dela – começou a rir – Fui vítima dos ataques de ciúmes do Rony. Tanto quando comecei a namorar o Harry, quanto quando comecei a sair com o Victor.


- Eu também já sofri isso! - Hermione completou – Sabe muito bem disso.


- Mas falando sério! - virou a cabeça em direção a janela que dava para o lado de fora da casa – Esses dois são muito fofos juntos.


- São mesmo! - concordou sorrindo – Nunca imaginei que nossos filhos pudessem se apaixonar um dia.


Jorge e Angelina, sua esposa, tinham acabado de chegar, provavelmente os filhos tinham ficado no jardim junto com Alvo, Lilian, Hugo e Rose, pois não estavam com eles.


- Oi mãe! - o homem disse – Não sabia que agora você estava alimentando os nossos gnomos de jardim.


- É claro que não estou fazendo isso Jorge – respondeu irritada – Sabe como eu detesto esses bichos.


- Então é melhor ir até lá fora – continuou – Pois eles estão comendo as suas abóboras.


- Essa não! - retirou os avental – Eu já volto. Preciso resolver esse problema.


- Tudo bem! - Gina e Hermione responderam ao mesmo tempo.


- E então! - Jorge se virou para a irmã e a cunhada assim que a mãe saiu – Quem está ai?


- Percy disse que não vem – a morena respondeu – Disse que tem algumas coisas para resolver no ministério e não sabe quando é que vai sair de lá.


- E o Gui e a Fleur resolveram ir hoje no Beco Diagonal com as meninas comprar o material de Hogwarts – a outra completou – E o Victor está na sala tento o papo bem interessante sobre artefatos trouxas com o papai.


- Então me deixa ir até la salvar a vida do seu marido – deu um sorriso maroto antes de se virar para Hermione – Quando é que o Rony volta de Paris? Preciso ter uma reunião com o meu sócio sobre os produtos da Gemialidade Weasley.


- Ele deve estar de volta, no máximo até terça-feira – garantiu – Liga lá para casa.


- Pode deixar! - concordou antes de ir em direção a sala.


- Vocês precisam de ajuda em alguma coisa? - Angelina perguntou para as duas um pouco depois que o marido saiu do local.


- Não precisa Angelina! - a morena disse – Já estamos quase terminando.


As duas voltaram a corta os legumes em silêncio. O único som que se ouvia na cozinha era o som da faca batendo na mesa de madeira.


- Sabe Gina! - a mulher começou a falar de repente – Tem uma coisa que eu queria muito te falar agora.


- O que é Mione! - Gina se virou para ela – Estou aqui te ouvindo.


- Eu queria que o Rony fosse o primeiro a saber – continuou – Mas eu estou muito feliz e não consigo ficar mais nenhum minuto sem falar nada para ninguém.


- Você esta me deixando curiosa Mione! - se virou totalmente para a cunhada – O que é?


- Eu estou grávida! - disse logo de uma vez.


- Isso é maravilhoso Mione! - levantou para poder abraçá-la – Meus parabéns!


- Eu achei que fosse demorar um pouco mais para conseguir engravidar de novo – explicou – Mas eu estava começando a sentir enjôos e resolvi fazer um exame de gravidez um dia depois que o Rony viajou.


- Tenho certeza de que o Rony também vai ficar muito feliz quando souber da novidade – estava sorrindo abertamente – E as crianças também. Eles devem te ajudar com o bebê enquanto estiverem em Hogwarts nas férias.


- Assim eu espero! - concordou com a cabeça – Agora você e o Victor também precisam ter um bebê.


- Eu também penso isso, afinal, já estamos casados há um ano em meio – suspirou pesadamente – Mas ele disse que não é tão necessário, já que ele trata do James, do Alvo e da Lilian como se fossem filhos dele. Mas quem sabe daqui há alguns anos não é?


- É mesmo! - respondeu – Além disso, vocês ainda podem aproveitar um pouco mais a vida de casados.


- Nesse momento a senhora Weasley voltou para a cozinha.


- Pronto! - falou enquanto colocava o avental – Já consegui expulsar aqueles gnomos folgados do meu jardim.


- Só não sabemos até quando, não é mãe? - Gina comentou, ela e Hermione começaram a rir.


As três voltaram a suas tarefas em silêncio.


Harry aparatou na frente do portão da Toca. Ficou olhando para a casa ao fundo enquanto deixava algumas lágrimas caírem dos seus olhos. Ainda não conseguia acreditar que nunca mais veria o seu melhor amigo.


 


*Flash Back*


Harry estava sentando na recepção do Le Mingus, o hospital bruxo francês. Já estava ficando cansado de esperar.


O restante dos Aurores que participaram da missão, seguiram, juntamente com os bruxos das trevas capturados, para Londres. Eles iriam diretamente para Azkaban.


Já Harry continuou em Paris para ter noticias de Rony, que parecia ter ficado muito ferido na batalha. Estava naquele lugar há, pelo menos, duas horas, e ainda não tinha recebido nenhuma notícia do amigo.


De repente, um medi-bruxo, passou pela porta de vidro e caminhou em direção ao moreno. Ele parecia estar muito cansado.


- Boa tarde senhor Potter! - estendeu a mão para que o outro o cumprimentasse – É o senhor que esta esperando notícias do senhor Ronald Weasley?


- Sou eu mesmo! - respondeu rapidamente – Como ele está? Ele vai ficar bom? Em quanto tempo ele poderá ir para casa?


- Acalme-se senhor Potter! - pediu – Deixe-me explicar tudo. Examinamos a extensão do feitiço e ele parece não ter atingido nenhum orgão interno.


- Isso é mesmo muito bom! - pareceu bastante aliviado ao ouvir isso.


- Mas infelizmente, o corte que o feitiço fez foi muito profundo e o senhor Weasley perdeu muito sangue – continuou bastante serio – Eu sinto muito!


- “Eu sinto muito!”? - ficou observando o outro homem de cima a baixo – O que quer dizer com isso?


- O senhor Weasley já deu entrada ao hospital muito fraco, quase sem vida – explicou – Fizemos tudo que estava ao nosso alcance. Mas foi questão de, apenas algumas horas.


- Essa não! - caiu no sofá atrás de si – O Rony está morto. Mas isso não possível.


- Infelizmente, senhor Potter, essa é a verdade – colocou a mão no ombro dele – O hospital vai providenciar tudo que for preciso para o enterro e o mandaremos para a Inglaterra, esse deve ser o desejo da família, não é mesmo?


- Claro! - concordou com a cabeça – Agora eu preciso ir. Ainda tenho que ir falar com os Weasleys e isso não vai ser nenhum pouco fácil.


- Está bem senhor Potter! - despediu-se dele.


Harry concordou com a cabeça antes de caminhar até a saída do hospital. Ainda estava um pouco desnorteado devido as últimas notícias.


*Fim do Flash Back*


 


Harry suspirou pesadamente e passou a mão pelo rosto, ele nunca foi muito bom em contar notícias ruins para as pessoas. Tem sido assim desde que tinha sete anos e foi falar para o seu primo que o peixo dourado dele tinha morrido, Duda acabou o culpando pelo que tinha acontecido e seu tio o deixou dois meses de castigo.


Agora ele estava alí, prestes a contar para o senhor e a senhora Weasley que o filho mais novo deles tinha acabado de morrer. Sabia que a família Weasley ainda não tinha se recuperado da morte de Fred durante a guerra e não sabia como eles iriam reagir agora. Alem disso, depois teria que ir falar com Hermione também.


Foi caminhando em direção a casa. Agora não tinha mais jeito, já estava lá e teria que ir até o fim.


De repente, viu duas crianças correndo na sua direção.


- Oi Pai! - a menina o abraçou com bastante força – Que saudades de você.


- Lilian! Hugo! - olhou para a filha e depois para o “sobrinho” - O que vocês dois estão fazendo aqui?


- É o almoço que você faz toda a semana na Toca – a menina lembrou – Já se esqueceu disso papai?


- É claro! - respondeu ainda meio confuso.


Tinha se esquecido que era domingo e toda a família Weasley se reunia para um almoço. Ele também costumava ir nesses encontros semanais enquanto estava casado com Gina.


- E estão todos aqui! - Hugo completou – Só estamos esperando a vovó Weasley terminar o almoço.


Olhou para onde o garoto tinha apontado e viu Alvo e Rose juntamente com Fred e Roxane (os gêmeos, filhos de Jorge e Angelina).


- Eu vou até lá dentro falar com o resto do pessoal! - avisou – Eu já volto para falar mais com vocês.


- Esta bem papai! - a menina sorriu.


Ele chegou até a porta da cozinha e deu duas batidas de leve.


- Pode entrar! - ouviu a voz da senhor Weasley.


Quando entrou no local. Além da matriarca da família Weasley, também encontrou Gina e Hermione.


- Harry? - a ruiva se espantou ao vê-lo alí.


- E pensei que você estivesse em Paris na missão do ministério – a outra completou – E aonde está o Rony?


- Oi Gina! - virou-se, primeiramente para a ex-mulher, depois, para a melhor amiga – Oi Mione.


- Harry meu querido! - a mais velha foi dar um braço bem apertado nele – Espero que você possa ficar para o almoço.


- Eu não quero incomodar senhor Weasley – disse – Esse é um almoço só para a família.


- Deixa de bobagem Harry, você é parte da família – o segurou pelos ombros – Mesmo você e Gina tendo se divorciado. Sempre o considerei como um dos meus filhos.


- Obrigado senhor Weasley, talvez eu fique para o almoço sim – deu um sorriso sem graça – Mas antes. Hermione, eu preciso falar uma coisa com você.


- Claro! - achou um pouco estranho, mas, mesmo assim, ela se levantou da cadeira – Gina, será que você pode terminar de cortar as coisas sozinha?


- Sem problema Mione! - pegou a varinha e com um pequeno aceno fez tudo ficar em pequenos pedaços – Já está pronto!


- Gina! - a olhou indignada – Agora vamos todos ter que comer legumes preparados por magia.


- Tenho certeza de que você estava doida para fazer isso! - comentou como se não estivesse fazendo nada demais – Eu, pelo menos estava.


- É melhor irmos logo Harry, antes que eu lance uma maldição imperdoável na Gina – se virou para o amigo – E acho que você não quer que os seus filhos fiquem sem mãe.


- Acho que vou ver se o papai e o Jorge ainda não mataram o Victor de tédio – a ruiva também se levantou – Com licença.


Harry fez Hermione seguir na direção oposta aonde os filhos estavam. Sentaram-se em um banco e o moreno ficou encarando os próprio pés.


- O que você queria falar comigo Harry? - resolveu perguntar depois de alguns minutos em silêncio – Você parece preocupado com alguma coisa.


- E eu estou mesmo – suspirou pesadamente – Como você disse antes, eu estava em Paris na missão do ministério. Eu tenho uma notícia para você, sobre o Rony.


- Eu já devia imaginar – concordou com a cabeça – Por acaso, a missão vai demorar mais do que estavam planejando? Ele não vai poder estar aqui quando o Hugo for para Hogwarts a primeira vez?


- Na verdade não é isso! - explicou calmamente – A missão já acabou e já conseguimos prender o novo seguidor de Voldemort.


- Então o que aconteceu? - ela estava começando a ficar preocupada – Foi alguma coisa com o Rony? Aconteceu alguma coisa ele?


- Sim! - foi tudo que ele conseguiu dizer, estava com um nó preso na garganta – Ele estava lutando e foi atingido por um feitiço nas por um dos comensais.


- Um feitiço! - engoliu em seco – E ele vai ficar bem? Por favor, Harry, me diga que sim!


- Não! - foi tudo que Harry conseguiu falar, sua voz quase não saiu nesse momento.


A morena começou a sentir algumas lágrimas surgindo no canto dos seus olhos. Não podia acreditar que isso estava acontecendo.


- Não pode ser! - colocou a mão na cabeça – Isso só pode ser uma brincadeira de vocês dois. Eu vou ficar aqui preocupada e o Rony vai aparecer e eu vou ficar com muita raiva de vocês dois por isso.


- Nós nunca faríamos uma coisa dessas com você – segurou a mão da amiga – Você tem que ser forte, por você e pelas crianças.


Agora ela esta chorando abertamente, Harry deixou que a morena chorasse em seu ombro. Passaram cerca de cinco minutos, a camisa dele ficou toda encarcada de lágrimas.


- Antes de morrer, o Rony me fez prometer uma coisa – disse, enquanto tentava, em vão, enxugar as lágrimas dos olhos dela – Ele queria que eu cuidasse de vocês três, e é isso que eu vou fazer. Qualquer coisa que você precisar é só me chamar.


- Obrigada Harry, você é mesmo um ótimo amigo – deu um sorriso fraco para ele – Acho que agora eu só preciso ir para casa. Não estou com vontade de almoçar.


- Mas nos temos que contar para todo mundo o que aconteceu! - disse pacientemente.


- Você pode fazer isso sozinha Harry – pediu – Vou para casa com a Rose e o Hugo e converso com eles. Enquanto isso você fala com o restante dos Weasleys.


- Está bem! - concordou com por fim.


Caminharam em direção aonde as “crianças” conversavam animadamente.


- Rose! Hugo! - chamou, fazendo com os filhos a olhassem – Nós já vamos embora.


- Mas já mãe! - a menina reclamou – Vamos ficar mais um pouco. Ainda nem saiu o almoço da vovó Weasley.


- Nós precisamos ir Rose! - disse – É sério.


Foi então que ela percebeu a cara da mãe. Não devia ter acontecido uma coisa muito ;boa.


- Tudo bem! - concordou se levantando – Vamos embora.


Hermione, Rose e Hugo aparataram logo em seguida.


Harry voltou para a cozinha. A senhora Weasley estava terminando de preparar o almoço.


- Que bom que você voltou, Harry querido – deu um largo sorriso para ele – Mas aonde esta a Hermione?


- Ela teve que ir embora – explicou – E eu preciso falar uma coisa com todos vocês.


- Está bem! - mesmo não entendendo nada, apagou o fogão, com um aceno de varinha e foi em direção a sala.


Todos se reuniram na sala da Toca. Então, Harry contou o que tinha acontecido com o Rony.


- Agora entendo por que a Hermione foi embora – a senhora Weasley disse, parecia estar se segurando para não começar a chorar – Ela deve estar completamente arrasada.


- Coitada da Mione! - Gina disse, já dava para ver algumas lágrimas caindo do seu rosto – Ela é completamente apaixonada pelo Rony, não sei como vai ser a partir de agora.


- Acho que deveríamos ir até a casa dela mais tarde – Victor Krum disse abraçando a esposa – Para saber se ela e os filhos estão precisando de alguma coisa.


- É uma boa idéia vocês fazerem isso! - o de olhos verdes concordou – A Mione vai precisar muito do apoio de todos nós.


Em seguida, o almoço foi servido. Mas todos estavam tristes e não conseguiram comer muito.

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