Nascimento e confusões

Nascimento e confusões



Hermione estava sentada em sua mesa, não tinha nada para fazer naquele dia (o que era um alivio) no trabalho, mas não queria ir para casa naquele momento.


Quando o bebê em sua barriga começou a se mexer, ela passou a mão na região para tentar acalmá-la. Tinha se mexido e chutado durante toda a noite, a morena não sabia o que estava acontecendo, mas achava que não era um motivo para se preocupar.


Foi nesse momento que a porta da sala abriu. Era Harry, que trazia três rolos de pergaminho na mão.


- Não me diga que esse pergaminhos são para mim! - ela reclamou assim que o amigo se sentou em frente a ela – Sabe que eu não estou com disposição para fazer absolutamente nada e não vou estar até o dia em que essa criança nasça.


- Não se preocupa Mione, são para o chefe do departamento de cooperação internacional mágica – explicou – Eu só aproveitei que estava nesse andar e vim ver como vocês duas estão.


- Estamos muito bem, não se preocupe! - garantiu – O único problema foi que ela não me deixou dormir a noite inteira.


- Acho que isso deve ser normal – o moreno deu de ombros – Eu me lembro o quanto a Gina reclamava também. Confesso que eu ficava louco para que isso acabasse logo.


- Eu já tinha me esquecido de como era, afinal, o Hugo já tem 11 anos – suspirou pesadamente – Você não tem idéia do quanto eu estou torcendo para que essa criança nasça logo.


- Não é melhor você tirar umas férias? - sugeriu – Dá para perceber o quanto você está cansada. Não faz bem você ficar acordando cedo todo dia para vir ao trabalho.


- É muito pior eu ficar em casa – revirou os olhos – Sabe muito bem que eu não agüento ficar parada sem fazer nada por muito tempo.


- Mas ainda vai demorar um mês para ela nascer! - lembrou – Tem certeza de que você vai agüentar isso?


- Já passei por isso duas vezes! - lembrou – Posso muito bem passar por isso uma terceira vez.


- Se você diz! - deu de ombros – Eu vou entregar esses papéis no departamento ao lado e vou para uma reunião com o ministro. Mas, se você precisar de qualquer coisa, não exite em me chamar.


- Pode ficar tranqüilo Harry – suspirou pesadamente – Sabe muito bem que o bebê não vai nascer agora.


- Sei muito bem disso! - concordou com a cabeça – Mas pode acontecer algum incidente em que você precise de mim.


- Até parece que eu vou entrar em trabalho de repente aqui, no meio do trabalho – revirou os olhos – Embora eu até quisesse que isso acontecesse mesmo.


- Quem sabe ela também queira isso! - sugeriu – Vamos verificar isso.


O moreno deu a volta na mesa para ficar ao lado da amiga e se ajoelhou ao seu lado. Então, colocou a mão na barriga dela.


- O que você acha minha filha! - começou a “conversar” com o bebê – Você já está pronta para vir para esse mundo maluco ou quer esperar para chegar somente no momento certo?


Hermione sentiu um pequeno movimento dentro da sua barriga e sabia que o amigo também tinha percebido.


- Parece que ela te ouviu – a mulher deu um pequeno sorriso, não tinha como não se emocionar com essa cena – Deve estar te respondendo.


- Agora só resta saber o que ela está respondendo! - completou – Quer sair daí de dentro ou quer ficar?


- Pelo jeito ela ainda não está pronta para te dizer! - deu um pequeno sorriso.


- Pelo jeito você vai ser teimosa igualzinho a sua mãe – revirou os olhos, a morena deu um pequeno tapa no braço dele – Mas eu posso ficar aqui esperando o tempo que for preciso.


- Acho que você não vai poder ficar aqui! - ela comentou – Você tem a reunião com o ministro, já esqueceu.


- Verdade! - suspirou pesadamente e colocou a mão na testa – Tem mesmo certeza de que vai ficar bem Mione?


- Vou ficar muito bem – garantiu – Pode ficar tranqüilo. Não quero que você perca o emprego por estar distraído na reunião.


- Certo! - deu um beijo na bochecha da amiga. Seus lábios quase encostaram nos dela, o que a fez ficar ligeiramente vermelha– Venho aqui assim que sair da reunião.


- Tudo bem! - foi tudo que ela conseguiu dizer antes de o moreno sair de sua sala e fechar a porta.


- Passou-se quase meia hora desde que Hermione estava sozinha e sua sala. Tinha revirado toda a sua mesa a procurar de alguma coisa que pudesse distraí-la, mas não tinha nada.


- Parece que é isso minha filha! - comentou depois de suspirar pesadamente – Se você estivesse aqui poderíamos bater um papo, mas nem isso eu posso fazer.


Foi nesse momento que sentiu uma forte dor na sua barriga, mas essa não era uma dor comum. Sua experiência lhe garantia que estava começando a entrar em trabalho de parto.


- Acho que essa não é uma boa hora para você nascer minha filha! - disse depois que a dor passou – Não podia ter esperado até o final de semana como os seus irmãos fizeram.


Mas pelo jeito ela não estava com vontade de esperar, cerca de vinte minutos depois uma nova contração veio. Dessa vez, um pouco mais forte.


- Parece que você ainda vai demorar um pouco para nascer, a bolsa nem estourou – lembrou – Não preciso chamar o seu pai agora, não queremos deixá-lo nervoso antes do tempo, não é mesmo.


Alguns minutos depois alguém bateu na porta e mulher disse que podia entrar. Era Sarah Mclaine, trabalhava no departamento de Aurores juntamente com Harry.


- Oi Hermione! - ela disse com um pequeno sorriso no rosto – O Harry me pediu para vir aqui para saber se está tudo bem.


- Então a reunião dele ainda não acabou, não é mesmo? - já imaginava isso, as reunião com o ministro da magia sempre demoram muito.


- Ainda não acabou! - ela respondeu – Mas não se preocupe, tenho certeza de que deve acabar antes da hora do almoço.


Foi nesse momento que Hermione sentiu mais uma contração. A dor era quase insuportável.


- Está tudo bem Hermione? - a outra mulher perguntou, preocupada – Está tudo bem?


- Não se preocupe com isso Sarah! - tentou tranqüilizá-la – É só mais uma contração, mas já vai passar.


- Contração? Isso quer dizer que o bebê já vai nascer! - parece que ela ficou mais preocupada do que antes – Acho melhor ir chamar o Harry.


- Os espaços entre as contrações ainda estão grandes! - explicou – Não adianta tirar o Harry da reunião agora. Ele não vai poder fazer nada por mim.


- Tudo bem! - deu de ombros, ainda parecendo um pouco incerta – Vou voltar para a minha sala, tenho muita coisa para fazer com o Harry tão ocupado hoje. Tem certeza de que não precisa de nada?


- Vou ficar bem! - concordou com a cabeça.


- Se precisar de qualquer coisa, pode me mandar um memorando! - avisou antes de ir embora.


A morena suspirou pesadamente e passou a mão pela barriga, sabia que a filha estava tão estressada quanto ela e devia estar com tanta vontade de que isso tudo acabasse com a mãe.


- Não se preocupe com nada meu bem! - falou calmamente – Logo você vai estar aqui junto com a gente. Mal posso esperar para ver o seu rostinho.


Tudo isso a fez lembrar de como foi o nascimento de Rose e Hugo. Com o filho foi tudo tão fácil como está sendo agora, afinal, já tinha passado por isso outra vez e já sabia o que lhe esperava. Já quanto teve sua primeira filha estava totalmente nervosa.


 


*Flash Back*


Era um domingo de tarde e todos estavam reunidos na Toca para o tradicional almoço dos fins de semana. A senhora Weasley estava terminando de preparar a comida, enquanto os outros estavam na sala conversando animadamente.


- E então Mione! - Angelina começou a falar com a cunhada – Já sabe quando o bebê vai nascer?


- O médico disse que pode ser a qualquer momento e eu preciso ficar atenta em cada sinal de uma contração – respondeu enquanto passava a mão sobre a sua barriga de nove meses de gravidez – Mas, sinceramente, eu acho que está demorando muito. Estou quase indo até lá e pedindo para marcar uma cesariana logo.


- Acho essa tecnologia trouxa incrível! - foi o senhor Weasley quem falou – Principalmente em que se permite saber o sexo do bebê antes mesmo que ele nasça.


- Isso se chama ultra-sonografia pai! - Rony explicou para o homem, mas uma vez – Todos os trouxas usam isso quando vão ter bebês.


- E como é que funciona mesmo? - ele quis saber.


- Na verdade, eu não sei muito bem! - admitiu, por fim – Só me lembro que colocaram uma aparelho na barriga da Mione e começou a aparecer uma imagem em uma tela.


- Esse trouxas tem mesmo grande idéias! - o patriarca da família estava com um olhar sonhador – Seria incrível só nos bruxos pudéssemos criar algo semelhante.


- É claro que podemos! - foi a vez de Jorge falar – Você mesmo pode fazer isso papai. Tenho certeza de que ganharia um grande dinheiro com essa invenção e poderíamos vendê-la na gemialidade Weasley.


- Até que não é uma má idéia! - colocou a mão no queixo, pensativo.


- Eu sei de uma coisa que os trouxas ainda não conseguiriam criar – a única filha dos Weasleys completou – Eles tem que esperar até o bebê nascer. Já nos St Mungus, quando o bebê passa um dia do programado, os curandeiros dão uma poção para induzir o parto.


- Eu bem que queria ter uma poção dessa agora – Hermione suspirou pesadamente – Mas agora já esta tudo planejado para ela nascer em um hospital trouxa, não vou mudar todos os meus planos agora.


- É muito mais prático Mione! - continuou a explicar – Foi o que aconteceu comigo quando o Alvo nasceu. Tomei a poção e, menos de uma hora depois, já estava com o meu filho no colo.


A ruiva olhou rapidamente para o pequeno Alvo Severo, seu segundo filho, de apenas dois meses. O bebê dormia tranquilamente no carrinho ignorando o mundo a sua volta.


- Mas existe uma alternativa para isso – a morena disse – É só fazer uma cirurgia, assim não precisa esperar até a criança nascer.


- Ser toda cortada sem a menor necessidade - a mulher fez uma careta – Não, muito obrigada.


Nesse momento, a senhora Weasley saiu da cozinha.


- Com licença! - ela disse, fazendo com que todos a olhassem – O almoço já está pronto. Vamos todos para o jardim.


Então, todos se levantaram e foram e direção a porta.


- Rony! - Hermione chamou pelo marido, que logo se virou na sua direção – Será que você pode me ajudar a levantar?


- Claro, meu amor! - estendeu a mão na direção dela.


No mesmo momento em que ficou de pé, Hermione começou a sentir uma dor muito forte na barriga, que faz se curvar e fazer uma careta de dor.


- O que houve Mione? - o ruivo perguntou preocupado – Está tudo bem?


- Está tudo bem Rony! - o tranqüilizou quando a dor passou – Mas parece que a nossa filha já está querendo nascer.


- Mas já! - praticamente gritou – Quero dizer, eu sei que já estava perto dela nascer. Mas tem que ser agora, na hora do almoço.


- Criança não escolhe hora para nascer! - lembrou – Acho melhor irmos logo para o hospital.


- Tudo bem! - ele ainda parecia meio perdido e começou a andar em círculos pela sala – Já sei, vou avisar a todos que estamos indo. Fique aqui, eu já volto.


- Claro! - cruzou os braços – Pode ter certeza de que não estava pretendendo ir a lugar nenhum.


Cerca de um minuto depois Rony estava de volta, parecia mais nervoso do que quando saiu da sala.


- Já avisei para todos! - falou, tentando parecer calmo – Mamãe queria ir junto com a gente, mas eu disse que não precisava. Temos tudo sobre controle.


- Certo! - concordou com a cabeça – Então, vamos logo, tenho certeza de que você não quer que a nossa filha nasça no chão da sala dos seus pais.


- Verdade! - respondeu – Vamos fazer uma aparatação coletiva. Não é seguro você fazer magia nesse estado.


- E quem foi que disse que vamos aparatando? - olhou muito séria para o marido – Pense em como todos iriam ficar falando se de repente surgíssemos na sala de espera do hospital trouxa.


- Acho que você tem razão! - falou, depois de pensar por alguns segundos – Mas essa é a maneira de chegar lá. Com o carro vai demorar muito.


- Mas esse é o único jeito de irmos! - completou – Os trouxas vão para o hospital de carro sempre, tenho certeza de que vamos conseguir.


- Não tenho certeza se vou conseguir dirigir direito – confessou – Estou um pouco nervoso.


Rony não tinha carteira de motorista, mas morena o ensinou a dirigir logo depois que casaram para o caso de haver alguma emergência. Com a chegada da primeira filha do casal cada vez mais perto, isso foi preciso.


- Você vai ter que conseguir, Ronald! - começou a empurrá-lo em direção a porta da frente – Não está querendo que eu vá dirigindo desse jeito, não é mesmo.


Por sorte, Hermione deixou todas as coisas do bebê dentro do carro somente por precaução.


- Acho que é isso! - o homem suspirou pesadamente quando já estava atrás do volante do carro – Vamos indo.


A principio, o ruivo começou a dirigir em alta velocidade na estrada de terra que os levava para Londres. Mas foi reprimido pela esposa, dizendo que desse jeito eles não chegariam ao hospital.


Em menos de meia hora, estavam parando em no estacionamento do hospital e foram e direção a recepção.


- Com licença! - Rony praticamente gritou – A minha esposa está tendo um bebê.


- Está bem senhor! - a recepcionista disse sem ao menos olhar para a cara dele – Preencha esse papeis enquanto eu chamo o médico.


- Papeis? - estava começando a ficar com raiva – Acho que não tenho tempo para preencher papeis.


- Eu sinto muito senhor! - ela disse – Mas são normas do hospital.


- Rony, por favor, faz o que ela está pedindo – Hermione pediu – Não queremos arranjar problemas uma hora dessa, não é mesmo.


- Tudo bem! - revirou os olhos – Nos St Mungus não seria tão demorado desse jeito – Esse último comentário fez bem baixinho para que só a esposa pudesse ouvir.


Logo, a mulher estava em um dos quarto do hospital sendo atendida pelo médico.


- E então doutor! - o ruivo falou depois que o homem terminou o exame – A minha filha já vai nascer.


- Tudo indica que sim senhor Weasley! - ele disse retirando as luvas de borracha e jogando na pequena lata de lixo que tinha no local – A bolsa já estourou, agora só precisamos esperar aumentar a dilatação.


- E quanto tempo isso pode demorar? - quis saber, não agüentava ver o amor da sua vida sofrendo daquele jeito.


- Um ou duas horas, no máximo! - disse enquanto olhava o seu relógio de pulso – Se passar disso, vamos submetê-la a uma cesariana.


- Certo! - concordou com a cabeça – Acho melhor avisar ao outros que está tudo bem.


- Mas não deixe que eles venham até que o bebê nasça – Hermione pediu – Não quero que ninguém fique aqui esperando por minha causa.


- Não seria só por sua causa, mas da Rose também! - ele lembrou – Mas, já que vou não quer, vou dizer isso a ele.


O ruivo foi até o lado de fora do hospital e escreveu uma carta para os seus pais, por sorte Pichi apareceu bem na hora para poder levá-la até A Toca. Então voltou para o quarto aonde sua esposa estava.


Hermione acabou dormindo com a espera e o homem acabou fazendo a mesma coisa depois de alguns minutos.


- Senhor Weasley! - abriu os olhos e viu a imagem do médico, ainda um pouco embaçada – Acho que o senhor dormiu um pouco demais.


- Sério? - ainda estava um pouco tonto – Quanto tempo eu dormi?


- Umas três horas! - respondeu depois que passou algum tempo.


- Três horas! - se espantou – E a Hermione como esta? E Rose? Ela ainda não nasceu.


- Por que você não pergunta isso para elas? - sugeriu.


Quando olhou para cama, viu Hermione segurando um pequeno embrulho cor-de-rosa.


- Oi Rony! - ela deu um fraco sorriso – Acho que tem alguém aqui querendo te conhecer.


Ele olhou para o pequeno bebê nos braços da esposa. Podia ver seu cabelo ralinho, mas já de cor castanha, os olhos estavam fechado, então não dava para saber se eram castanhos ou azuis. Ali estava a copia perfeita dele e de Hermione.


- Diga oi para o papai Rose! - a morena disse, seus olhos estavam cheios de lágrimas nesse momento.


Os dois já tinha passado por muita coisa na vida. Mas aquele, sem dúvida, era o momento mais incrível de todos.


*Fim do Flash Back*


 


Harry ficou olhando para a folha de pergaminho na sua frente, estava naquela reunião com o ministro há quase duas horas. Quando aquele homem começava a falar, nada conseguia fazê-lo parar.


O moreno não conseguia prestar atenção em nada que acontecia ali, seus pensamentos estavam em Hermione. Queria sair logo de lá para saber como a amiga estava.


De repente a porta se abriu em um baque. Era Sarah Mclaine, seguida pela secretária do ministro.


- Eu sinto muito senhor, eu tentei impedí-la – a mulher começou a falar – Mas ela foi mais rápida do que eu.


- Eu só quero falar uma coisa com o Harry! - pediu – É sobre a Hermione.


- O que tem a Mione? - virou-se para ela imediatamente – Aconteceu alguma coisa com ela.


- Fui na sala dela, como você me pediu e ela estava começando a sentir contrações – explicou – Então Hermione me pediu para não avisá-lo naquele momento, mas como isso já faz uma hora, achei melhor vir até aqui.


- Você fez muito bem Sarah, obrigado – disse, antes de se virar novamente para o ministro – Senhor, eu sei que ainda não terminamos a nossa reunião, mas isso é uma emergência.


- Tudo bem senhor Potter, o senhor pode ir lá – falou por fim – Todos sabem como as coisas foram sofridas para a senhora Weasley nesses últimos meses, é bom ter um amigo nesse momento. Terminamos essa reunião em um outro dia.


- Muito obrigado senhor – disse antes de correr em direção ao elevador.


Hermione começou a amassar uma folha de pergaminho quando uma nova contração veio. Elas estavam começando a vir em um intervalo cada vez menor, já era a hora de ir para o hospital.


Foi nesse momento que o moreno entrou no local. Ele estava ofegando, parecia que tinha vindo correndo desde o gabinete do ministro.


- Mione? - chegou perto da mesa da amiga se segurou a sua mão – Como é que você está.


- Pode ter certeza de que já estive melhor – respondeu – Acho melhor irmos logo para o hospital.


- Certo! - concordou com a cabeça – Segure em mim, vamos aparatar.


Os dois sugiram em um beco perto do hospital e foram caminhando até o local. O médico foi chamado e levaram Hermione para fazer alguns exames.


O homem estava observando atentamente as imagens da ultra-sonografia e parecia um pouco preocupado.


- Doutor, o que está havendo? - a mulher perguntou em seguido – Por favor, me diga está tudo bem com a minha filha?


- Ela está bem senhora Weasley, não se preocupe – disse, fazendo com que ela suspirasse aliviada – O problema é que ela está de lado, vamos precisar fazer uma cesariana.


- E isso não é arriscado doutor? - Harry perguntou ligeiramente assustado, não estava acostumado com a medicina trouxa.


- Elas vão ficar muito bem senhor Potter! - garantiu – Agora vocês me dão licença, vou preparar tudo para começarmos a cirurgia o mais rápido possível.


Assim que os dois estavam sozinhos, o moreno foi se sentar na cadeira ao lado da amiga.


- Não sei Hermione! - começou a falar, um pouco receoso – Isso não está me parecendo nada natural.


- Não tem motivos para se preocupar Harry! - colocou a mão sobre a dele – Várias crianças nascem de cesariana. A nossa filha não vai ser nem a primeira, nem a última.


Logo em seguida, a enfermeira entrou no local.


- Com licença! - disse – Vim levá-la para o centro cirúrgico.


- Será que eu posso assistir ao parto? - o homem quis saber.


- É claro que sim! - a enfermeira disse – É só me acompanhar e eu lhe mostrarei aonde pode trocar de roupa.


- Logo eu vou estar do seu lado Mione! - deu um beijo na testa da amiga – Vai ficar tudo bem.


No momento em que a cirurgia começou, Harry não saiu por nenhum segundo do lado de Hermione. Ele não sabe quanto tempo demorou para um choro de bebê ecoar por todo o centro cirúrgico.


- Meus parabéns senhora Weasley! - o medico disse – Sua filha é forte e saudável. Principalmente para uma criança prematura, provavelmente nem vai precisar ficar na encubadora.


- Eu quero ver a minha filha! - esticou os dois braços – Preciso segurá-la.


Logo, a enfermeira passou o bebê para a mãe.


- Ela não é linda Harry? - o moreno pode ver que a amiga iria começar a chorar a qualquer minuto – É nossa filha, o nosso bebê.


- Sim Mione! - concordou enquanto passava a mão na cabeça da menina – Ela é perfeita.


- E tem os olhos azuis! - comentou em seguida – Iguais aos do Rony.


- Está vendo! - continuou – Ela é a prova de que o Rony sempre vai estar aqui perto de nós. Não importa do que aconteça, sempre vamos nos lembrar dele.


- Tem razão! - concordou.


Logo, levaram a recém-nascida para fazer alguns exames. Depois costuraram Hermione.


Enquanto levavam a amiga de volta para o quarto, Harry decidiu ir tomar uma xícara de café.


Quando abriu a porta do quarto viu a morena deitada na cama, mas ela estava totalmente acordada.


- Olá mamãe! - falou, fazendo com que a mulher desse um pequeno sorriso – Como está se sentindo.


- Como um vestido que acabou de passar pela máquina de costura – fez uma pequena careta – Mas também estou muito feliz.


Nesse momento, entraram no local trazendo um pequeno embrulho rosa. A morena pegou a filha, que nesse momento, dormia profundamente.


- Vou deixar vocês três sozinhos! - a mulher falou – Tenho certeza de que vocês querem paparicá-la muito.


Não demorou muito para a menina começar a chorar, Hermione tinha certeza de que era fome e deu de mamar para a filha. O de olhos verdes apenas ficou observando aquela cena.


- Sabe o que eu me lembrei agora? - ela começou a falar depois de algum tempo – Ainda não escolhemos o nome dela.


- Tem razão! - concordou enquanto chegava mais perto e se sentava na cadeira vazia – Você disse que iria pensar em algum nome. Conseguiu alguma coisa?


- Se ela fosse um menino, iria chamá-lo de Ronald, mas acho que não vai ser um nome bom para uma menina – riu enquanto olhava para o rosto da filha – Confesso que não consegui pensar em nenhum nome de menina.


- Então vamos ter que escolher o nome agora! - falou – Não queremos deixá-la traumatizada quando for mais velha e descobrir que os pais demoraram seis meses para escolher o nome dela.


- Tem razão, não queremos isso! - deu um pequeno sorriso – Já sei, por que você não escolhe um nome para ela?


- Eu? - pareceu surpresa – Tem certeza de que você quer que faça isso?


- Claro! - deu de ombro – Gina me disse que foi você quem escolheu o nome dos filhos de vocês. Ela, simplesmente concordou com o que você falou.


- Mas os nomes já existiam, eu simplesmente falei – lembrou – Isso não vale como escolher o nome.


- Tenho certeza de que você vai conseguir! - garantiu – Segura ela para ver se você tem alguma idéia


Então o moreno segurou a filha pela primeira vez. Era muito estranho estar com um bebê no colo depois de quase 13 anos, era uma sensação maravilhosa. Mas agora não é o momento de pensar nisso, tinha uma missão muito importante.


- Para me ajudar, me conta uma coisa – pediu – Como foi que você e o Rony escolheram o nome da Rose e do Hugo?


- O nome do Hugo, nos escolhemos primeiro. Eu estava grávida da Rose, mas ainda não sabíamos que uma menina – contou calmamente – Eu estava lendo um livro de Victor Hugo, um dos meus autores trouxas favorito. E sugeri ao Rony que colocássemos o nome do bebê de Victor Hugo, se fosse um menino.


- Entendi! - estava com uma grande vontade de rir nesse momento – Ele não aceitou que se chamasse Victor, mas Hugo, tudo bem,


- Exatamente! - ela também não pode evitar rir – É claro que, acabamos tendo uma menina. Mas, quando eu fiquei grávida da segunda vez, Rony se lembrou dessa conversa e disse que se fosse um menino o chamaríamos de Hugo. Colocamos o nome do meio dele de Arthur em homenagem ao senhor Weasley, por que, pelo jeito, ninguém tinha lembrado dele ainda.


- Isso é verdade! - Harry concordou – E como foi que vocês escolheram o nome da Rose, então.


- Essa é uma história muito engraçada – estava com o olhar distante – Já sabia que teríamos uma menina e eu comecei a pensar em vários nomes, mas não tinha gostado de nenhum, na verdade. Então, eu estava lendo um livro com nomes de bebes e quando estava passando pelo nome “Rose”, Pichi entrou pela janela com um buquê de rosa que o Rony me mandou, sabia que esse tinha que ser o nome da nossa filha. E escolhi o nome do meio dela Sophie, por que quer dizer sabedoria.


Harry continuou olhando para o pequeno bebê nos seus braços tentando encontrar o nome perfeito para ela.


- E vocês não tinham nenhum nome alternativo? - perguntou, mas uma vez – Você sabe, para o caso do Hugo também ser uma menina.


- Tínhamos certeza de que seria um menino dessa vez – falou – Mas, é claro, se estivéssemos errado, pensaríamos em um nome na hora.


- Você não está ajudando Mione! - suspirou pesadamente - Tenho uma idéia. O que acha de Elizabeth?


A morena colocou a mão no queixo e começou a pensar.


- Não acho que ela tenha cara de Elizabeth – respondeu por fim.


- Como você pode saber se ela tem cara de Elizabeth ou não? - perguntou, enquanto devolvia a filha para a amiga – Ela tem cara de joelho, como todos os bebês.


- Harry Potter! - fingiu-se de indignada – A minha filha não tem cara de joelho.


- Tudo bem! - deu de ombros – Se você diz, ela não tem.


- Assim está melhor! - deu um leve sorriso – Acho que Elizabeth pode ser o segundo nome dela. Agora precisamos de um primeiro nome que se encaixe perfeitamente.


- Já sei! - ele falou - Melanie.


- Melanie! - Hermione olhou atentamente para filha enquanto falava – Acho que gostei, combina com ela.


- Perfeito! - o moreno deu um largo sorriso – Bem-vinda ao mundo, Melanie Elizabeth Potter.


- Weasley! - o corrigiu – Você quis dizer, Melanie Elizabeth Weasley.


Harry já tinha se envolvido tanto com aquela garotinha, que tinha se esquecido que ela não teria o seu nome no papel.


- Tem razão! - concordou com a cabeça.


Dez minutos depois, eles receberam uma visita muito especial. Gina e senhora Weasley.


- Você realmente achou que eu não iria vir conhecer a minha neta? - a mais velha falou assim que entrou no quarto e viu a cara de surpresa dos dois morenos.


- Eu sei disso, a senhora tem todo o direito de conhecê-la – Hermione falou – Mas como vocês ficaram sabendo que eu estava aqui?


- A Sarah Mclaine me mandou uma carta assim que Harry foi correndo até a sua sala – Gina explicou – E eu avisei para a mamãe.


- Será que eu posso segurá-la? - a senhora Weasley pediu.


- É claro! - passou a filha para a sogra, delicadamente.


- Como ela é linda! - a mulher tinha um enorme sorriso no rosto – Como você decidiu chamá-la, Hermione.


- Melanie! - respondeu – Melanie Elizabeth.


- Oi Melanie! - falou para o bebê, em um tom um pouco mais baixo – Ela se parece tanto com a Rose quando nasceu, com exceção dos olhos, é claro.


- Eu também percebi isso! - a morena falou com um enorme sorriso.


- Gina! - a matriarca dos Weasleys se virou para a filha – Quando é que você e o Victor pretendem me dar um neto.


- Mãe! - a ruiva a repreendeu – Caso não se lembre, eu já te dei três netos.


- Sei muito bem disso, minha filha – falou – Mas eles são seus filhos com o Harry. Não que eu esteja te desprezando querido – virou-se para o moreno, que apenas deu um aceno de cabeça – Mas sinto que você e Victor precisam ter bebês só de vocês.


- Para falar a verdade, eu penso em ter filhos com o Victor desde que nos casamos – admitiu – Mas para isso, nós dois temos que ter um longa conversa antes.


- Sei que já faz doze anos que Lilian nasceu e você não deve se lembrar – Hermione comentou – Mas não é tendo uma longa conversa que se faz um filho.


- Mione! - repreendeu a amiga.


- Eu estou brincando Gina! - não pode deixar de rir da cara da cunhada, que estava totalmente vermelha – Sabe muito bem disso.


Não demorou muito para as duas irem embora. A enfermeira também foi buscar Melanie para que a menina passasse a noite no berçário do hospital.


- Tem certeza de que você quer ficar aqui Harry? - a morena olhou seriamente para o amigo – Vai ser muito melhor para você ir para casa e voltar amanhã de manhã.


- Eu vou ficar aqui Mione! - garantiu – Não poderia deixar a minha melhor amiga passar a noite sozinha em um hospital.


- Vou ficar muito bem aqui, pode ter certeza. Além disso, em casa você tem a sua cama – lembrou – Vai acordar amanhã com uma dor nas costas horrível.


- Esse sofá está me parecendo muito confortável – deu um leve sorriso olhando para o outro canto do quarto – Vou ficar muito bem aqui.


- Muito obrigada Harry! - disse, por fim – Por estar me dando apoio na hora em que eu mais preciso e, principalmente, por me ajudar a cuidar desse bebê. Por mais que eu tenha os meus filhos, o senhor e a senhora Weasley e até a Gina, não sei se iria segurar essa barra sem você por perto.


- Você não precisa me agradecer por nada Mione, sei que teria feito a mesma coisa por mim – sorriu para ela – Eu é que preciso te agradecer por ter me deixado ser o pai da Mel.


Harry se levantou e estava se preparando para dar um beijo na testa da amiga, mas, na última hora desviou o caminho e encostou seus lábios, levemente, nos dela.


- Eu te amo Mione! - completou antes de se sentar, novamente, na cadeira.


- Eu também te amo Harry! - ela falou, por fim – Somos ótimos amigos desde que tínhamos onze anos e vamos ser amigos por muitos anos mais.


- Sim, é claro. Somos grande amigos – deu um sorriso fraco, pareceu decepcionado com o que a amiga falou, mais ela não pareceu perceber – E é por isso que iremos cuidar muito bem da nossa Mel.


- Com certeza! - concordou com a cabeça.


Os dois ficaram conversando até bem tarde da noite. Quando foram dormir estavam bastante cansados, tinha sido um dia cheio de grandes emoções.

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