Enfim, o verão chegou



Era um fim de tarde de sexta-feira e Harry estava dirigindo em direção a casa. Aquele tinha sido um dia muito cansativo no ministério da magia e tudo o que ele queria era descansar aquele fim de semana.


Já tinham se passado dois meses desde aquela manhã em que Hermione se curou da depressão pós-parto, mas o moreno continuou hospedado na casa da amiga para qualquer ajuda que precisasse. Não tinha conversado sobre isso desde o dia em que ele chegou, mas continuaria lá até que a mulher o pedisse para ir embora.


Abriu a porta e pode sentir um cheiro muito bom vindo da cozinha.


- Cheguei! - avisou enquanto colocava a maleta em cima do sofá.


- Oi Harry! - a morena apareceu trazendo a filha no colo – Mel, olha só quem acabou de chegar!


- Vem aqui Mel! - pegou a menina, que começou a gargalhar, no colo – Você sentiu saudades do papai.


Essa era cena que se repetia todos os dias quando o homem chegava em casa. Eles até pareciam uma família de verdade.


- Mione, a mamadeira dela já esta pronta – a senhora Weasley saiu da cozinha – Você quer que eu dê o leite para ela?


- Pode sim, senhora Weasley! - ela respondeu – Quem sabe a senhora consegue fazê-la dormir, sempre tenho problemas com isso.


- Vou fazer o possível – disse, até que olhou para o recém-chegado – Oi, Harry querido.


- Senhora Weasley! - retribuiu o gesto da mulher – Não fazia idéia que a senhora vinha até aqui hoje.


- Estava sem fazer nada em casa, então decidi vir visitar a Hermione e a minha netinha – disse enquanto pegava Melanie no colo – Afinal, fazia tanto tempo que eu não via as duas.


- Harry deu um sorriso triste. Passava tanto tempo somente ele, Hermione e Mel, que até esqueceu que a menina não era sua filha biológica e que não estava casado com a amiga.


- Se a senhora quiser eu posso dar a mamadeira para a Mel – sugeriu – Já estou tão acostumado a fazer isso.


- Deixa de bobagem, é claro que eu consigo fazer isso – garantiu – Afinal, eu cuidei dos meus sete filhos e ainda ajudei com os netos.


- Por que você não vai até lá em cima tomar banho, Harry? Já estou quase terminando o jantar – Hermione falou – A senhora Weasley está me ajudando a fazer a sua famosa torta de rim com batata, eu sei que você adora.


- E eu adoro mesmo! - concordou – Um dos motivos que eu amava as férias de verão era por que iria para A Toca e comia a torta da senhora Weasley.


- Obrigada Harry! - ela agradeceu – Aliais, eu também tenho que te agradecer por estar cuidando da Hermione e da Melanie.


- Não é nada! - garantiu – Bom, deixa eu ir até lá em cima trocar de roupa. Não demoro para voltar.


Harry chegou ao seu quarto, foi diretamente tomar banho e demorou cerca de meia hora. Assim que trocou de roupa foi novamente para o andar debaixo da casa, a amiga estava sozinha na cozinha.


- Oi Harry! - ela deu um largo sorriso assim que o viu – O noso jantar já está quase pronto. Espero que eu tenha conseguido fazer a torta tão boa quanto a da senhora Weasley, o Rony sempre reclamava a minha comida não era igual a da mãe dele.


- Tenho certeza de que está tudo maravilhoso – respondeu – Por falar na senhora Weasley, imagino que você ficou tão surpresa quanto eu em vê-la.


- Pode ter certeza disso! - concordou com a cabeça – Mas, pelo menos ela ficou tomando conta da Mel enquanto eu fazia outras coisas.


- E posso saber o que você tinha que fazer de tão urgente? - perguntou com um sorriso maroto nos lábios.


- Estava arrumando um pouco a casa – explicou – Passo a maior parte do tempo cuidando da Mel e não tenho tempo para nada. Rose e Hugo iram ficar espantados se chegassem na férias e vissem a casa desse jeito.


Nesse momento, a mulher apareceu na cozinha e estava carregando a sua enorme bolsa.


- Consegui fazê-la dormir, Hermione – disse – Acho que ela estava bem agitada hoje, deve ter sido a minha visita.


- Talvez sim, mas ela sempre tem dificuldades para dormir mesmo – explicou – A senhora vai ficar para jantar? Queria muito que provasse a torta e falar a sua opinião.


- Eu adoraria, mas não posso, minha querida – falou – Arthur deve chegar em casa a qualquer momento. Mas, quem sabe da próxima vez.


- Vou ficar esperando – garantiu.


Os dois se despediram da mulher e a acompanharam até a porta. Voltaram para a cozinha e ele se sentou na cadeira enquanto ela foi em direção ao fogão.


- Já está pronto! - disse pegando a forma e colocando em cima da mesa – Deixe-me pegar um pouco de suco de abóbora para nós dois.


Então, eles se serviram, cada um de uma fatia e começaram a comer.


- Está mesmo muito bom! - Harry disse depois de engolir um pedaço – Parece até que eu voltei no tempo e estou de volta as nossas férias de verão na Toca.


- Deixa de ser exagerado – a morena não pode deixar de rir e começou a sentir as suas bochechas esquentarem – Não está tão bom assim.


- Está sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Pode acreditar em mim.


Terminaram de jantar em silêncio e, depois, tomaram um pouco de sorvete de chocolate. Por fim, os dois foram lavar a louça.


- Ainda não acredito que as férias de verão finalmente vão começar! - Hermione comentou, de repente – Parece que faz anos desde que deixamos eles no expresso Hogwarts depois do feriado de natal.


- É mesmo! - ele concordou – E aconteceram tantas coisas desde então.


- Mas agora as crianças vão chegar em casa amanhã! - completou – E tudo está começando a voltar ao normal.


- Verdade! - afirmou – Principalmente com você, Mione. Quem diz que você acabou de passar por uma depressão pós-parto.


- Nem me lembre de tudo que aconteceu depois que a Mel nasceu – a mulher revirou os olhos – Principalmente ter esquecido o aniversário de quinze anos da Rose, acho que isso foi o mais grave.


- Mas depois você se lembrou – Harry falou – E ainda explicou para Rose qual foi o problema e ela entendeu.


- Você quer dizer, você acabou me lembrando – ela corrigiu – Aliais, acho que eu te esqueci de te agradecer por isso.


- Já disse que não foi nada – garantiu – É para isso que servem os amigos. Para as horas boas e as ruins.


Ainda levaram algum tempo para terminar de lavar a louça, pois não paravam de conversar.


O moreno saiu para alugar um DVD na locadora. Queriam aproveitar que Mel estava dormindo profundamente para assistir um filme.


- Decidi alugar uma comédia romântica – explicou assim que voltou – Sei como vocês mulheres tem medo de filmes de terror.


- Depois de tanta coisa que passamos na guerra de contra Voldemort – ela lembrou – Até parece que eu vou sentir medo de um filme de terror qualquer. É muito pior quando você vive uma situação dessas na vida real.


- De qualquer maneira, pensei que não fizesse diferença – explicou – Quero dizer, sempre que eu e Gina assistíamos a um filme de terror ela morria de medo e tapava o olho na maior parte do filme.


- Como você é ingênuo Harry – Hermione não conseguiu parar de rir – Ela não fez isso por que estava com medo, mas para ficar mais perto de você.


- Deve ser isso mesmo! - deu de ombros – Sempre que ela estava com “medo” ficava bem perto de mim e escondia o rosto no meu ombro.


- Está vendo! - deu um sorriso maroto – Eu sei muito bem como uma mulher apaixonada age.


- Então quer dizer que você fazia a mesma coisa quando você e o Rony estavam namorando? - quis saber, de repente.


- Na verdade, eu fazia sim – suas bochechas estavam ligeiramente vermelhas – Eu o fazia sentir que estava me protegendo – tinha um riso triste nos lábios – Até parece que eu preciso que alguém me proteja.


- O que você acha de assistirmos logo esse filme? - decidiu mudar de assunto, de repente – Ou você quer esperar a Mel acordar?


- Tem razão! - ela concordou com a cabeça – Vou preparar um pouco de pipoca para nós dois.


Em menos de dez minutos os dois estavam sentados no sofá começando a assistir ao filme. Ainda não estava na metade e a morena já estava dormindo no ombro do amigo, Harry não pode deixar de rir ao ver isso.


- Mione, acorda! - a chamou sacudindo de leve o braço dela – O filme já acabou, é melhor você ir deitar a sua cama.


- Tudo bem! - ela se levantou ainda sonolenta – É melhor ir ver se a Mel está bem.


- Deixa que eu vou! - ele avisou – Pode ir dormir tranqüila.


- Obrigada Harry! - ela subiu as escadas lentamente e caminhou em direção ao seu quarto. Mal deitou na cama e já estava dormindo novamente.


Já era de manhã em Hogwarts e todos os alunos estavam tomando café da manhã antes de irem embarcar no expresso Hogwarts para voltarem para suas casas.


O jovem casal estava em frente a porta do salão comunal se beijando.


- Espera Al! - fez com que o namorado se afastasse, lentamente – Ainda tenho que terminar de arrumar as minhas coisas.


- Não precisa arrumar! - o garoto voltou a beijá-la – Pode deixar tudo aqui, vamos voltar para cá em Setembro mesmo.


- Deixa de ser bobo, Al – não pode deixar de rir – Eu não vou demorar, prometo para você.


- Já que não vai demorar muito! - continuou – Não vai ter problema se ficarmos aqui mais um pouquinho.


- Vamos fazer o e seguinte! - sugeriu – Eu termino de arrumar as minhas coisas e depois nós podemos namorar mais um pouco no salão comunal. O trem só vai sair as 11 horas mesmo.


- Tudo bem! - se afastou completamente – Concordo com essa proposta.


Quando Rose chegou em seu quarto começou a colocar tudo dentro do malão. Já estava com a roupa com a qual iria viajar.


Foi então que pegou a carta que recebeu da sua mãe pelo seu aniversário. Pichi a entregou no salão principal uma segunda-feira na hora do café da manhã, a garota já estava achando que tinha sido esquecida.


 


Querida Rose,


Sei que estou muito atrasada com essa carta, mas aconteceram muitas coisas desde que a sua irmã nasceu e nada está sendo fácil para mim, mas agora tudo que começou a se ajeitar. Admito que esqueci completamente do seu aniversário, espero que possa me perdoar por isso.


Quero começar te desejando os parabéns, sei como os quinze anos são importantes na vida de uma garota e espero que os seus tenham sido mais especiais. Ainda me lembro perfeitamente do dia em que você nasceu, isso pode parecer discurso de mãe, mas você era o bebê mais lindo de toda a maternidade.


Também preciso te dizer que você, o Hugo e a Melanie são as coisas mais importantes da minha vida e agora que seu pai se foi são tudo que eu tenho. Sei que não é fácil, mas vamos superar tudo com uma família,.


Por último, ai está o seu presente de aniversário. Para você gastar no próximo passeio em Hogsmead. Quando estiver em casa, poderemos fazer uma grande comemoração.


Com amor,


Mamãe.


 


A garota pegou o saco aonde estavam os cinqüenta galeões que sua mãe tinha mandado, ela não gastou, resolveu economizar. Não que ela não fosse acostumada a receber dinheiro, muito pelo contrário, seu pai fazia questão de comprar tudo que ela e o irmão pediam, principalmente por não ter tido isso na infância. Mas ela sempre gostou de guardar o que recebia para poder comprar algo que gostasse mais tarde.


Enxugou uma lágrima teimosa que insistia em escorrer pelo seu rosto, aquele não era um momento para chorar. Em poucas horas ela estaria de volta a Londres, então poderia conversar a vontade com a sua mãe.


Assim que terminou de arrumar a sua mala, voltou para o salão comunal e Alvo, é claro, a estava esperando.


- Como você acha que vai ser durante o verão? - o garoto perguntou, depois de algum tempo em que eles somente se beijaram – Quero dizer, não vamos nos ver todos os dias enquanto estivermos em casa.


- Vai ser mesmo estranho! - concordou – Eu já estou acostumada a te ver todos os dias aqui. Mas, foi a mesma coisa no verão do ano passado.


- Só que nós dois estávamos namorando há pouco tempo, ainda não fazia muito importância o quanto nos víamos – segurou o queixo dela, delicadamente – Mas, agora é diferente.


- Acho que podemos convencer as nossas mães a fazerem um jantar ou na minha ou na sua casa. – sugeriu – Também os almoços de domingo na Toca. Sem contar que, quando você estiver com o seu pai, deve ir muito lá para casa, já que ele está ajudando com a Melanie.


- Vai ser engraçado termos uma “irmã” em comum! - ele não pode deixar de sorrir – Você não acha?


- Tecnicamente não temos uma irmã em comum, Al – Rose revirou os olhos – Não se esqueça que a Melanie também é filha do meu pai e o sobrenome dela é Weasley.


- De qualquer maneira, meu pai vai criá-la como se fosse sua filha – lembrou – Da mesma maneira que foi comigo, o James e a Lilian.


A garota não falou nada, apenas encarou os próprios pés, parecia bem séria nesse momento.


- Ia ser legal se os dois resolvessem namorar e se casassem – continuou – E assim nos veríamos sempre durante o verão, pelo menos quando eu fico na casa do meu pai.


- Acho que isso é meio difícil de acontecer – respondeu dando de ombros.


- Por que é impossível? Quero dizer, os dois estão sozinhos – falou – Eles são amigos há tanto tempo, poderiam muito bem se apaixonar.


- Como você disse, eles são somente amigos – completou – Melhores amigos não se apaixonam assim, eles se conhecem desde os 11 anos.


- Os seus pais também, e olha só que aconteceu! - apontou para a namorada com um sorriso maroto – Você, Hugo e Melanie estão ai para provar que dois amigos podem se apaixonar.


- É diferente, quero dizer, o seu pai se casou com a melhor amiga da minha mãe – suspirou pesadamente – Que também é a cunhada dela.


- Mas dois já se separaram, isso é passado – insistiu – Todos podem construir um novo futuro. Quem sabe esse futuro seja ao lado da sua mãe.


- Não se esqueça que a minha mãe perdeu o meu pai há menos de um ano! - lembrou – Ela ainda não superou completamente, não está pronta para um novo relacionamento. Talvez ela nunca esteja.


- Ou talvez esteja na hora dela recomeçar a vida, sem o seu pai – sugeriu – Que melhor maneira de fazer isso do que com um novo amor.


- Vamos parar de falar da vida amorosa dos nossos pais, isso é um pouco estranho – pediu, com uma careta no rosto – Além disso, talvez a gente nunca chegue em um acordo e não quero brigar com você hoje.


- Tudo bem! - concordou – Quem sabe a gente pode continuar a namorar mais um pouco. Acho que ainda temos alguns minutos.


- É uma boa idéia! - concordou, com um sorriso – Tenho a impressão de que sempre vamos concordar sobre isso.


Então, eles voltaram a se beijar. Aquele momento entre os dois parecia completamente perfeito, como se eles tivessem sido feitos um para o outro. Eram assim, a dupla perfeita quando eram crianças e, agora, o casal perfeito. Pelo jeito, nada iria separá-los, nunca.


O buraco do retrato da mulher gorda foi aberto, mas Alvo e Rose pareciam não ter percebido isso, estavam totalmente entretidos.


- Finamente achei vocês dois! - Jully disse, fazendo com que se afastassem – O trem vai partir em vinte minutos, é melhor vocês dois levarem logo suas malas se não quiserem ficar para trás.


- Tem razão! - a outra garota concordou enquanto se levantava – Vamos logos pegar as nossas malas, Al.


Vamos sim! - ele repetiu o gesto da namorada.


- Encontro vocês dois no trem – avisou – Já reservei uma cabine no último vagão para podermos ficar conversando.


Eles conseguiram chegar na estação de Hogsmead pouco minutos antes das 11 da manhã. Logo, todos estavam a caminho de Londres, onde iriam rever as suas famílias e não poderiam estar mais felizes.


As duas amigas estavam sozinhas no vagão, uma sentada de frente para a outra. Elas riam bastante enquanto falavam sobre várias coisas.


- Ainda não acredito que vamos fazer os N.I.E.M's no próximo ano – Jully comentou – Todos os alunos que já passaram por isso, dizem que são muito mais difíceis que as outras provas de Hogwarts.


- Pelo que minha conta não foi tão difícil assim! - a outra falou – Embora o meu pai dissesse que foi o maior pesadelo da vida dele.


- Opiniões bem diferente – sorriu e balançou a cabeça negativamente – Pelo jeito só vamos fazer quando fizermos as provas.


- De qualquer maneira! - continuou – Também iremos estudar bastante para elas. Somente de garantia.


Nesse momento, a porta da cabine se abriu. Era Lilian.


- Oi Rose! - sorriu enquanto se sentava ao lado da prima – Será que eu posso ficar aqui com vocês duas?


- Claro que pode! - respondeu – Mas aonde estão as suas amigas?


- Eu não tenho mais amigas! - cruzou os braços parecendo brava – Briguei com todas elas.


- Está parecendo até nós duas Rose! - a terceira garota lembrou, sem conseguir parar de rir – Quantas vezes nós duas brigamos ao longo desses quatro anos que nos conhecemos.


- Milhares de vezes – revirou os olhos – Não se preocupe Lily, logo vocês vão fazer as pazes.


- Duvido muito! - garantiu.


- Já ia me esquecendo! - Jully disse – Rose, nós temos que marcar de nos encontramos durante as férias de verão.


- É claro! - concordou – Você pode me ligar, quem sabe você pode ir passar algum final de semana lá em casa, vai ser muito divertido.


Alvo não demorou muito para aparecer. Ele estava trazendo vários doces que a mulher do carrinho passava pelo trem vendendo


- Desculpem a demora, mas é que eu encontrei o James e o Fred no caminho – explicou – Resumindo, eles levaram metade dos doces que eu tinha comprado.


- Esse nosso irmão não tem mesmo jeito! - Lilian comentou – Às vezes parece que ele é o mais novo de nós, não o mais velho.


- Tenho que concordar com você irmãzinha! - revirou os olhos antes de se sentar.


Mas não se preocupe com isso! - foi Rose quem disse – Daqui a pouco a vendedora vai passar por aqui, então compramos mais doces.


Começaram comer os sapos de chocolate e os feijõezinhos mágicos e todos os sabores. E continuaram a conversar animadamente.


Já estava começando a escurecer em Londres, Hermione estava no quarto da filha terminando de amamentá-la. O moreno passou pela porta e entrou no local assim que viu a amiga.


- Você ainda está ai! - olhou para o relógio – O trem vai chegar em Londres daqui há uma hora e meia e nós dois ainda não estamos perto de sair de casa.


- Não se preocupe, a King Cross não fica muito longe, e o transito está bom hoje – observou – Além disso, a Mel estava com fome, ninguém mais poderia fazer isso no meu lugar, está lembrado.


- Ela já terminou? - a mulher balançou a cabeça afirmativamente – Então vai trocar de roupa enquanto eu faço isso com a Mel.


- Você tem certeza? - pareceu um pouco incerta – Quero dizer, eu posso arrumar a Mel rapidinho e trocar de roupa depois.


- É claro que eu consigo! - garantiu – Vai logo se arrumar, sabe que a gente não tem muito tempo.


- Já vou! - revirou os olhos antes de ir em direção ao seu quarto.


Cerca de meia hora depois eles estavam saindo de casa. O transito estava muito bom, portanto não demorariam muito para chegar na estação King Cross.


- Eu te avisei! - Hermione começou a falar quando pararam em um sinal vermelho – Vamos chegar bem antes do trem. Você não precisava ter ficado com tanta pressa de sair de casa.


- Eu só quis garantir – explicou – Não tem nenhum engarrafamento, mas não podíamos ter 100% de certeza.


- Tudo bem Harry! - ela acabou concordando, sabia que não adiantaria discutir com o amigo – Você quem sabe.


- Sabe Mione! - ele começou a falar, parecia um pouco incerto – Já tem alguns dias que eu não consigo deixar de pensar em uma coisa.


- O que é? - quis saber.


- O motivo de eu ter ido para a sua casa foi para te ajudar com a Mel quando você não conseguia fazer isso – lembrou – Mas você já está boa e eu continuo hospedado lá.


- Você tem sido mesmo uma ótima companhia! - admitiu – Acho que eu ficaria entediada se ficássemos somente eu e a Mel em casa.


- Mas agora os seus filhos já estão voltando e em setembro você volta para o ministério – continuou – Acho que não tem mais por que eu ficar lá na sua casa.


- Você está querendo ir embora para a sua casa? - perguntou, olhando diretamente para o moreno – Você cansou da minha companhia, é isso?


- Claro que não Mione, eu adoro ficar conversando com você a noite em quanto jantamos e durante o fim de semana – explicou – Mas talvez a Rose e o Hugo achem ruim que eu tenha passado os últimos meses sozinho com você.


- Rose e Hugo adoram você – respondeu – Tenho certeza de que vão adorar te você por perto todos os dias. Principalmente o Hugo, ele vai querer que você jogue quadribol junto com ele.


- Mas eles pode estar achando que nós dois estamos juntos – deu de ombros – E como eles perderam o pai há menos de uma ano, acredito que não vão aceitar isso muito bem.


- Meus filhos sabem que nos dois somos amigos – o sinal abriu e Harry voltou a andar, mas isso não impediu que continuassem a conversar – E você era o melhor amigo do Rony vão acreditar que não iriamos trair a memória dele dessa forma.


- Então isso quer dizer que você quer que eu continue morando no seu quarto de hospedes? - quis saber com um sorriso maroto nos lábios.


- Acho que é isso mesmo! - respondeu – Você sabe que eu gosto da sua companhia. É como estar em Hogwarts de novo.


- Só que sem o Rony! - foi então que Harry percebeu a enorme besteira que tinha acabado de dizer – Desculpa Mione, eu me esqueci.


- Tudo bem! - disse – Não que seja fácil, mas já estou começando a me acostumar que nunca mais vou ver o Rony.


Eles permaneceram em silêncio por mais algum tempo. Até que pararam em um outro sinal vermelho.


- Sabe Harry! - ela voltou a falar – Existe um outro motivo para eu querer você lá em casa. E esse motivo é um pouco egoísta.


- Quem diria que Hermione Granger, a sabe-tudo de Hogwarts, a senhorita certinha, poderia ter algum motivo egoísta – deu um sorriso divertido – O que Mione?


- É que se você fosse embora lá de casa eu ficaria sozinha com a Rose, o Hugo e a Melanie – suspirou pesadamente – E eu tenho medo de que a depressão volte.


O homem segurou a mão da amiga e deu um fraco sorriso para ela tentando fazer com que se alegrasse.


- Tenho certeza de que isso não iria acontecer – garantiu – Você tem ficado o dia inteiro sozinha com a Mel desde que eu voltei a trabalhar e está tudo certo.


- Mas é por que eu sei que você vai voltar de noite – explicou – Não sei como vai ser sabendo que você não vai estar ao meu lado.


- Se faz você me se sentir melhor, eu não vou sair do seu lado – respondeu bem sério – Pelo menos até que você queira.


- Obrigada Harry! - deu um beijo na bochecha do homem – Eu sei que já te disse isso milhares de vezes, mas não sei o que faria se você não estivesse aqui comigo.


- Não estou fazendo nada demais Mione – falou – Sei que você teria feito a mesma coisa por mim.


Logo chegaram a estação, como não haviam muito trens chegando naquele horário, não tiveram problema para chegar à passagem secreta que os levaria a plataforma 9½. O local já estava cheio de pais que foram buscar os seus filhos, entre eles, conseguiram encontrar Gina e Victor.


- Oi Harry! Oi Mione! - a ruiva cumprimentou os recém chegados antes de se abaixar para ver a sobrinha – A Mel está cada dia mais linda, não acredito no quanto ela cresceu desde a última vez em que eu vi.


- E também está dando muito mais trabalho – Hermione comentou – Já tinha me esquecido o quanto cuidar de um bebê era tão cansativo.


- Mas continua sendo maravilhoso! - lembrou – Quando vejo a Mel até me dá vontade de ter outro filho.


- Você sabe que pode contar comigo para isso querida, sempre quis ter filhos, mas você não queria – o búlgaro colocou a mão no ombro da esposa – Olha só, eles já estão chegando.


No momento em que o trem vermelho parou na frente da plataforma os alunos começaram a desembarcar, um por um, e começam a ir atrás das suas famílias. Não demorou muito para Alvo, Rose e Lilian chegarem até onde estavam.


- Oi mãe! - a garota mais velha falou – Eu estava louca para conhecer a minha irmãzinha.


- Ela também estava doida para te conhecer! - pegou Mel no colo para que a filha mais velha pudesse vê-la melhor.


- Ela mesmo muito linda! - comentou – Será que eu posso segurá-la um pouco?


- Claro! - passou o bebê para os braços de Rose, com bastante cuidado.


Enquanto isso Alvo e Lilian também falavam com os seus pais e contavam como tinham sido os últimos meses em Hogwarts.


Logo James também apareceu e parecia bem aliviado.


- Ainda não acredito que chegou as férias de verão! - deu um grande suspiro antes de largar a sua mala no chão – Acreditem em mim, o único incentivo que vou ter de voltar para Hogwarts no ano que vem é saber que já vai ser o meu último ano.


- Você está dizendo isso agora – Harry colocou a mão no ombro do filho mais velho – Mas depois que se formar vai ficar com saudades dessa época.


- Acredite em mim, não vou sentir a mínima falta – garantiu.


- Já eu mal posso esperar para voltar para Hogwarts no próximo semestre letivo – Rose comentou – Vou passar o verão inteiro esperando que a carta de Hogwarts chegue para saber se eu fui escolhida monitora.


- Tenho certeza de que você vai ser escolhida monitora! - a morena garantiu – Foi a pessoa do seu ano na Grifinória que esteja esperando por isso.


- Além disso seus pais foram grande monitores em Hogwarts – o de olhos verdes lembrou – Nada mais certo que você seja escolhida monitora. Quem sabe até seja monitora-chefe no sétimo ano.


- Nem eu nem o Rony fomos monitores chefes!  - Hermione comentou.


- Isso por que saímos para procurar as horcruxes e não freqüentamos as escola – lembrou – Se não você, com certeza, teria sido escolhida monitora-chefe.


- Pois eu espero ser escolhido monitor-chefe ano que vem – o garoto mais velho começou a falar – Afinal, eu fui um bom monitor nos últimos dois anos.


- Até parece que você vai ser escolhido monitor-chefe, meu filho – foi Gina que resolveu se manifestar – McGonagal só te escolheu para ser monitor tentando diminuir o número de brincadeiras que você faz, mas isso não adiantou muita coisa.


- Minha própria mãe falando isso de mim! - fingiu-se de ofendido – Dessa maneira eu fico traumatizado.


- Até que o Dumbledore poderia ter tido essa mesma idéia – a morena sugeriu – E ter colocado Fred ou Jorge como monitor.


- Acho que a brincadeiras dos  meus irmão eram um pouco piores que as do James e do Fred – revirou os olhos – Com um poder desses, teriam colocado fogo na escola.


- Mas ainda acho que me nomear monitor-chefe vai redimir por não terem me colocado como capitão do time de quadribol – reclamou – Como se o Jordan Sparks  fosse melhor jogador que eu.


- E eu ainda posso ser capitão, já que o Sparks vai se formar um ano antes de mim – Alvo lembrou – Então eu seria igualzinho a você pai.


- Nada me deixaria mais orgulhoso – bagunçou, de leve, o cabelo do menino – Saber que um dos meus filhos está seguindo os meus passos.


- Mas, pai, eu até tentei seguir os seus passos – James se intrometeu – Acontece que não quiseram me deixar como capitão.


- Eu sei James, mas você está segundo os meus passos em outras áreas – lembrou – Afinal você está com a capa da invisibilidade do seu avó e com o mapa do maroto – disse esse final bem baixo somente para o filho ouvir.


Logo Hugo apareceu e todos puderam ir embora.


- Não acredito que eu finalmente estou em casa! - Rose falou quando pós os pés na sala de estar – Mal posso esperar para desarrumar a minha mala e descansar.


- Tive uma idéia! - a morena começou a falar – Por que vocês dois não vão até os seus quartos trocarem de roupa enquanto eu peço uma pizza?


- Oba! - subiram correndo a escada que os levava ao andar de cima.


- Eu vou levar a Mel para o berço – Harry foi empurrando o carrinho para perto do sofá – Ela dormiu mesmo na viagem de carro.


- Pelo jeito descobrimos um jeito de fazê-la dormir – os dois começaram a rir – Ah Harry, espera.


- O que foi? - perguntou, virando-se para a amiga.


- Eu não tem falei que eles não iriam achar ruim você estar morando aqui? - ele deu um sorriso antes de seguir para a parte de cima da casa.


Algumas horas mais tarde, Rose estava deitada na sua cama lendo um livro antes de dormir. Foi quando a sua mãe abriu a porta e entrou no local.


- Oi minha filha! - ela deu um sorriso – Só vim ver se estava tudo certo aqui com você.


- Está sim mãe! - garantiu – Só estava lendo um pouco aqui.


- Então eu não vou mais te atrapalhar! - avisou – Boa noite.


- Espera mãe! - a chamou – O tio Harry está morando aqui em casa?


- O seu tio tem me ajudado bastante com a Mel! - explicou – Por isso está passando algum tempo no nosso quarto de hospedes.


- Certo! - falou – Acho legal que ela tenha uma figura paterna, o tio Harry é bem legal.


- Com certeza! - concordou com a cabeça.


Assim que a mulher fechou a porta, ela voltou a ler o seu livro.

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