Doces 15 anos



Rose suspirou pesadamente enquanto olhava todos os presentes que ganhou pelo seu aniversário. Vovô e vovó Weasley mandaram o típico suéter da família e uma caixa de sapos de chocolate; Vovô e vovó Granger mandaram um livro com fotografias da Austrália; Tia Gina também mandou um livro, mas de feitiços; Tio Jorge mandou vários produtos da gemialidade Weasley que ela nem sabia aonde iria usar; Jully lhe deu uma caixa de feijõezinhos mágicos de todos os sabores; Hugo fez um cartão para a irmã na aula de feitiço; até Alvo estava planejando uma surpresa para o fim do dia. Tinham muitas outras coisas, mas nenhum deles, infelizmente, era da sua mãe.


Viu a porta do dormitório sendo aberta e Jully entrou no local.


- Você não vem almoçar Rose? - perguntou se sentando na ponta da cama da amiga – Está tudo uma delícia lá embaixo.


- Já estou indo! - suspirou pesadamente.


- Não acredito que você ainda está triste por sua mãe não ter te mandado presente nenhum – revirou os olhos – Tenho certeza de que daqui a pouco vai chegar uma coruja com uma carta dela para você.


- Não é isso! - explicou – É que todos os anos, no meu aniversário, meu pai ia me buscar na escola, nós passávamos o dia todo juntos e no final ele me comprava um presente. Mesmo depois que eu entrei em Hogwarts, chegava uma carta dele bem cedo para mim.


- Eu sinto muito Rose! - foi tudo que a garota conseguiu dizer – Eu não imagino o que você deve estar sentindo.


- Ainda me lembro do ano em que ele me deu um cachorrinho – deu um fraco sorriso e sentiu uma lágrima escorrer pelos seus olhos – Minha mãe quem não ficou muito feliz com isso.


 


*Flash Back*


Rose estava andando saltitando pela rua. Ela sempre amou o seu aniversário, não pelos presentes, e sim pelo dia que passava com o seu pai.


- Espera Rose! - o homem a segurou pelo braço, a impedindo de continuar andando – Não fica andando sozinha por ai, minha filha.


- Eu não sou mais um bebê papai!  - a menina reclamou cruzando os braços – Já tenho 8 anos.


- Sei que você está acostumada a andar sozinha pelo Beco Diagonal! - explicou, calmamente – Mas nós estamos na parte trouxa da cidade. Imagina se eu te perco, acho que a sua mãe me mata.


- Não acho que ela vá te matar! - não pode deixar de sorrir com isso – Mas acho que ela não vai te deixar entrar em casa até me achar de novo.


- E nós dois não queremos isso, certo! - ela balançou a cabeça afirmativamente – Ótimo! O que você quer almoçar hoje.


- Pizza! - respondeu sem nem pensar duas vezes.


- É uma excelente escolha – segurou a mão da filha – Acho que eu vi uma pizzaria aqui perto.


Chegaram ao restaurante e fizeram o pedido. Não demorou muito para a pizza e os refrigerantes chegarem.


- Está uma delícia essa pizza! - Rose falou depois de morder um pedaço.


- Acho que ano que vem você poderia escolher outra coisa para almoçarmos – comentou – Já estou ficando cansado de sempre comermos pizza no seu aniversário.


- É que eu amo pizza! - explicou – Então eu sempre quero comer pizza no meu aniversário.


- Mas tenho certeza de que você gosta de outras comidas também – continuou -  E pode querer comer outra coisa.


- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Podemos comer hambúrguer no ano que vem.


- Está bem! - estendeu a mão para ela – Combinado?


Combinado! - estendeu a mão para ele como se fizessem um acordo.


Voltaram a comer em silêncio.


- Pai! - ela chamou, fazendo com que o homem olhasse para ela – Como vai ser quando eu estiver em Hogwarts.


- Nós poderemos comemorar o seu aniversário quando você voltar para a casa nas férias de verão – respondeu.


- Sério mesmo? - perguntou, estava parecendo muito feliz.


- É claro que sim, minha filha – garantiu – Vamos continuar comemorando o seu aniversário, só nós dois, mesmo depois que você estiver casada e com filhos.


Ela se levantou, foi até o seu pai e o abraçou.


- Eu te amo papai! - disse – E também amo os nossos almoças no meu aniversário.


- Também te amo, minha princesinha – deu um beijo no topo da cabeça da menina – Você e o Hugo são as coisas mais importantes da minha vida.


Assim que terminaram de a pizza, voltaram a andar pela rua. Como era aniversário da filha, Rony a deixou escolher o presente que ela quisesse.


Quando passaram em frente a um pet shop, a menina viu um cachorrinho marrom e peludo latindo através do vidro e teve que parar para olhá-lo melhor.


- Eu já sei o que eu quero de presente de aniversário – disse, começando a pular sem parar – Eu quero um cachorrinho.


- Você tem certeza? - a olhou bem sério – Um cachorro precisa de certos cuidados. Precisar alimentá-lo, levar para passear e limpar a sujeira que ele fizer.


- Eu posso fazer isso – garantiu – Vou cuidar dele e vou levá-lo para passear todos os dias.


- Tudo bem! - concordou com a cabeça – Vamos até lá.


Logo, Rose saiu de dentro da loja trazendo nos braços o seu novo bichinho de estimação.


- Já sabe qual nome vai dar para ele? - o ruivo perguntou quando os dois começaram a caminhar.


- O nome dele vai ser Thor! - respondeu.


- É um belo nome! - concordou com a cabeça – Ele me lembra de um cachorro que eu e a sua tia Gina encontramos um vez.


- Não sabia que você tinha tido um cachorro quando era criança – olhou para o pai, mostrando que queria ouvir a história.


- Eu devia ter uns cinco anos e sua tia quatro – contou – Os gnomos do nosso jardim estavam atacando ele. Mas, conseguimos pegá-lo.


- Coitadinho! - ficou olhando para baixo – Aqueles gnomos são mesmo muito malvados.


- Iriamos pedir para a sua avó deixar a gente ficar com ele – continuou – Mas então seus tios Fred e Jorge o encontraram antes de disso e deram uma porção que o fez ficar azul.


O ruivo não pode deixar de dar um sorriso ao se lembrar disso.


- Então sua avó decidiu mandá-lo para um abrigo de animais – completou – Foi a melhor opção para defendê-lo.


- Pobre cachorrinho! - balançou a cabeça negativamente.


- Vamos logo para casa! - fez sinal para um táxi que passava pela rua – Nem posso imaginar qual vai ser a reação da sua mãe quando ver o que você pediu de presente.


- Tenho certeza de que ela vai gostar – Rose garantiu – Ela sempre gostou de animais.


Assim que abriu a porta de casa, encontraram Hugo sentado no sofá assistindo televisão.


- Oi Pai! Oi Rose! - se levantou indo em direção dos recém-chegados – Legal, um cachorrinho!


- O nome dele é Thor! - a menina explicou – Papai me deu um presente de aniversário.


- Que legal! - deu um grande sorriso – Será que eu posso ganhar um coruja no meu aniversário.


- Cada um de vocês vai ganhar uma coruja quando receber a carta de Hogwarts – lembrou – Esse foi o nosso combinado.


- Certo! - concordaram com a cabeça.


- Finalmente vocês chegaram! - Hermione veio descendo as escadas – Como foi o almoço de vocês?


- Muito legal! - a menina respondeu – Olha só o que eu ganhei de aniversário! O nome dele é Thor.


- Um cachorro! - ela gritou – Ronald Weasley, você deu um cachorro de presente para a sua filha!


- Ela queria! - deu de ombros – E achei que seria bom para ela. Animais de estimação trazem responsabilidades.


- Então comprava uma coruja para ela! - sugeriu – Você tem o Pichi, o cachorro pode atacá-lo; e o bichento como fica?


- Pelo menos agora você sabe como eu me senti quando o seu gato queria atacar o Perebas – reclamou e a mulher revirou os olhos.


- O Thor pode ficar no jardim! - Rose sugeriu – Pichi e Bichento estão sempre dentro de casa mesmo.


- Não acho que seja uma boa idéia, minha filha – passou a mão pelo cabelo dela – Rony, não podemos ficar com o cachorro.


- Eu ´posso ver se os meus pais ficam com ele – decidiu, por fim – Assim Rose pode vê-lo sempre.


- Por mim, tudo bem! - concordou – Mas aonde o cachorro vai ficar hoje de noite? Tenho certeza de que você não vai A Toca essa hora.


- Ele pode ficar no meu quarto hoje! - a menina respondeu – Prometo que se ele sujar alguma coisa eu vou limpar.


*Fim do Flash Back*


 


- Vovô e vovó aceitaram ficar com o Thor na casa deles – completou depois que terminou de contar a história – Até hoje eu brinco com ele quando vou até lá.


- Legal Rose! - a outra sorriu – Não sabia que você tinha um cachorro.


- Essa é uma das poucas lembranças que eu tenho do meu pai – suspirou pesadamente – Por isso eu sempre cuidei e sempre cuidarei bem dele.


Várias lágrimas escaparam do rosto de Rose, agora ela estava chorando abertamente.


- Não chora Rose, hoje deveria ser um dia feliz para você – colocou a mão nas costas da amiga – Você está fazendo 15 anos hoje.


- E ano que vem eu vou fazer 16 anos – lembrou – Minha mãe disse que vou poder aprender a dirigir no próximo verão. Talvez o tio Harry possa me ensinar a dirigir.


- Meus pais não me deixam aprender a dirigir! - a outra garota ficou olhando para baixo – Dizem que é bobagem, pois daqui a dois anos vou poder aparatar legalmente.


- Estou doida para saber dirigir! - ela agora parecia bem mais feliz – Vou poder ir para vários lugares sozinha.


- O que acha de irmos para o salão principal? - sugeriu depois de olhar para o seu relógio de pulso – Daqui a pouco começam as nossas aulas da tarde e você não vai conseguir almoçar.


- Tem razão! - concordou – Estou mesmo com um pouco de fome. Preciso estar bem para aula de transfiguração hoje de tarde.


Alvo estava sentado na mesa da Grifinória guardando um lugar para a sua namorada. Assim que a viu, acenou para que ela fosse encontrá-lo.


- Oi meu amor! - deu um selinho na garota – Já estava ficando preocupado, você não chegava.


- Estava apenas olhando os presentes que ganhei hoje – explicou enquanto começava a colocar comida no prato da sua frente.


- Tenho certeza de que os presentes que você ganhou são muito legais – disse – Mas tenho certeza de que vai gostar muito mais do presente que tenho para você mais tarde.


- Também tenho certeza disso! - concordou antes de beijá-lo.


Foi nesse momento que Jully se sentou ao lado da amiga.


- Alguém já disse que vocês dois chegam a ser enjoativos de tão doces? - observou revirando os olhos.


- Uma vez meu irmão falou isso! - o garoto respondeu – Não foi mesmo Rose?


- Foi mesmo! - concordou – Eu estou lembrando.


- Acho que eu já vou indo para a sala de transfiguração – ela avisou – Querem que eu guarde o lugar de vocês?


- Sim! - Rose respondeu – Só vou terminar de almoçar e já estou indo para lá.


Esperou que Jully saísse pela porta do salão principal antes de se virar, novamente, para o namorado.


- Se você quiser pode ir para a sala também – avisou – Eu fico bem aqui sozinha, não vou demorar muito.


- De maneira nenhuma, meu amor! - passou o braço em volta dos ombros deles – Vamos para a sala juntos.


- Certo! - concordou com a cabeça – Será que você vai me contar qual a surpresa que você está armando para mim hoje de noite?


- É claro que eu não vou te contar! - tinha um sorriso maroto nos lábios – Ou não vai ser mais surpresa.


- Você sabe que eu nunca gostei de surpresas – cruzou os braços e se fingiu se brava – Eu não gosto de ficar imaginando o que vai acontecer.


- Tenho certeza de que você vai gostar – garantiu dando um beijo na bochecha dela – Acredite em mim, espere somente mais algumas horas.


- Tudo bem! - revirou os olhos – Mas se eu não gostar da surpresa, nunca mais vou falar com você.


- Não demorou muito para ela terminar de lanchar e logo estava indo para a próxima aula.


A tarde passou rapidamente para todos os alunos de Hogwarts. Após o jantar todos retornaram para os seus salões comunais. Exceto pelo jovem casal de namorados.


- Pelo jeito a minha mãe esqueceu mesmo do meu aniversário – ela suspirou triste enquanto continuavam a caminhar pelos corredores – Eu já deveria imaginar.


- Sua mãe deve estar bem ocupada com o bebê – lembrou – Você deveria dar um credito para ela.


- Mas esse é o meu primeiro aniversário sem o meu pai! - ficou olhando para os próprios sapatos – Deveria ter, pelo menos, mandado um cartão perguntando como eu estava me sentindo.


- As coisas também não devem estar sendo fáceis para ela – garantiu – Se ela não te mandou nada hoje, deve mandar até o final da semana.


- Acha que ela é capaz de me esquecer por causa desse bebê? - estava parecendo, ligeiramente, temerosa.


- É claro que não Rose – não pode deixar de rir – Tenho certeza de que ela pode ter mil filhos e não vai esquecer nenhum deles.


Foi então que a garota percebeu aonde estavam, no corredor do sétimo andar. Uma porta tinha acabado de surgir na frente deles.


- A sala precisa? - tinha um sorriso divertido nos lábios enquanto olhava para o namorado – O que nós estamos fazendo aqui.


- A surpresa está aqui dentro – indicou a porta – Mas, para você entrar ai, eu vou ter que te vendar.


Pegou um pano que estava dentro do bolso da calça e colocou sob os olhos de Rose.


- Está vendo alguma coisa? - perguntou enquanto a olhava.


- Não estou vendo nada! - garantiu.


- Ótimo! - segurou a mão dela.


Abriu a porta e guiou a garota até o centro do local e retirou a venda. Mas percebeu que ela ainda mantinha os olhos fechados.


- Certo! - disse – Pode abrir os olhos.


A sala precisa tinha sido transformada em um quarto totalmente vermelho. Tinha uma lareira, uma cama de casal e um prato cheio de morangos de chocolate.


- O que você achou? - pareceu um pouco incerto quando ela não disse absolutamente nada, apenas ficou olhando boquiaberta – Passei o dia inteiro pensando em como iria decorar isso. Por favor, diga que gostou.


- É maravilhoso! - respondeu, em seguida – Essa é, sem dúvida, a melhor surpresa da aniversário que eu recebi hoje.


Alvo então se aproximou mais da garota e a beijou. Foram caminhando, sem quebrar o contato até a cama e caíram em cima dela. Foi então que a morena o afastou, gentilmente.


- O que foi meu amor? - passou a mão, delicadamente, pelo rosto dela.


- Você tem certeza? - perguntou, bem séria – É isso mesmo que você quer?


- É claro que sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Foi por isso que eu te trouxe até aqui hoje.


Os dois permaneceram em silêncio por alguns minutos.


- Você não quer? - foi a vez dele perguntar – É por isso que você está me perguntando isso?


- Não é isso, é claro que eu quero – garantiu – Mas estamos juntos a menos de um ano, não acha que é cedo demais?


- Podemos estar namorando somente há alguns meses – continuou – Mas nos conhecemos a vida toda. Estamos mais do que preparadas.


- Só não quero que nenhum de nós dois se arrependa disso amanhã de manhã – completou.


- Eu tenho certeza de que não vou me arrepender disso, nunca – respondeu – Só depende de você.


- Eu também não vou me arrepender – falou antes de beijá-lo mais uma vez.


Aos poucos as roupas dos dois começaram a sair do corpo e a cair no chão. Eles fizeram amor duas vezes naquela noite, nunca tinham se sentindo tão completos na vida.


Algumas horas depois eles estavam deitados abraçados na cama e comendo os morangos com chocolate.


- E então! - ele limpou um pouco de chocolate que estava no canto da boca de Rose – Você se arrependeu do que aconteceu aqui?


- É claro que não me arrependeu – sorriu e deu um beijo no namorado – Só tem uma coisa que eu me arrependo.


- O que? - gritou um pouco mais alto do que estava planejando.


- Eu só me arrependo de isso não ter acontecido antes – começou a rir divertida – Eu te amo!


- Eu também te amo! - falou antes de se beijarem.


Continuaram dessa maneira por mais alguns minutos, depois voltaram a comer os morangos.


- Não acha que deveríamos voltar para os nossos dormitórios agora? - perguntou, já devia ter passado do toque de recolher.


- Pensei que poderíamos dormir aqui hoje! - explicou – Você não acha uma boa idéia.


- É claro que seria uma excelente idéia – concordou – Mas alguém vai perceber que não dormimos nas nossas camas.


- Não se preocupe com isso – deu um beijo no topo da cabeça dela – Acordamos um pouco mais cedo e voltamos para o salão comunal antes que todos comecem a acordar.


Logo eles dormiram um abraçado ao outro. Rose poderia afirmar, com toda, certeza, de que aquele tinha sido o melhor aniversário de sua vida.

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