Férias de inverno



- Tem certeza de que você vai ficar bem aqui sozinha? - Harry perguntou mais uma vez, ele e Hermione estavam parados na porta da casa da morena – Eu posso ficar aqui com você essa noite.


- Não se preocupe comigo Harry, vou ficar muito bem. – garantiu – Além disso, já faz meses que eu estou sozinha nessa casa e não aconteceu nada. Não sei por que você está com insistindo nisso agora.


- Vamos admitir Mione! - ele olhou a amiga de cima abaixo – Você está cada vez “maior”.


- Você está me chamando de gorda agora? - colocou a mão na cintura se fingindo de ofendida.


- Você entendeu o que eu quis dizer! - revirou os olhos – Você está grávida de quase seis meses Mione. Pode ser perigoso ficar sozinha em casa.


- Nós duas vamos ficar bem! - falou enquanto passava a mão pela barriga – Vamos fazer um lanche, ler um livro e depois dormir.


- Tudo bem! - acabou se convencendo – Mas sabe que, qualquer coisa, você pode me ligar, não importa a hora que seja.


- Sei muito bem disso Harry! - revirou os olhos – Pode ficar tranqüilo que eu vou te ligar.


- Perfeito! - concordou com a cabeça – Eu passo aqui amanhã bem cedo para podermos ir buscar a Rose e o Hugo na King Croos.


- Você sabe muito bem que não precisa ir comigo amanhã! - lembrou – Posso ir buscar as crianças sozinha.


- Eu faço questão de ir junto Mione! - garantiu – Além disso, essa é uma ótima oportunidade de ver James, Alvo e Lilian. Não vejo os meus filhos desde de Setembro.


- Tudo bem, acho que eu te entendo – concordou com a cabeça.


- Tchau Mione! Tchau Bebê! - deu um beijo no topo da cabeça da amiga e depois passou a mão pela barriga dela – Sabe Mione, temos que escolher o nome dela.


- Já me vieram vários nomes na cabeça, e não consegui me decidir – explicou – Acho que com a Rose e o Hugo foi mais fácil.


- Eu te entendo! - Harry balançou a cabeça afirmativamente – James, Alvo e Lilian foram homenagens. Acho que não faltou mais ninguém para homenagear.


- Tem razão! - ela não pode deixar de sorrir – Vamos pensar nisso depois. Estou começando a ficar com sono.


- Tudo bem! - beijou a amiga mais um vez antes de caminhar em direção ao carro – Até amanhã.


Hermione fechou a porta e não pode deixar de revirar os olhos. Todas as vezes que Harry ia embora da sua casa era desse jeito e ela tinha que convencê-lo que ficaria muito bem.


Foi até a cozinha e tomou um copo de leite antes de ir para o andar de cima da casa. Parou em frente a porta do quarto que estava arrumando para o bebê e decidiu entrar.


O local estava totalmente arrumado, mas tinha certeza de que Harry e Gina ainda comprariam várias coisas antes que sua filha nascesse.


Pegou o sapatinho rosa que estava em cima da cômoda e se sentou na poltrona para admirar pequeno objeto em suas mãos. Parecia que só o pé de uma boneca caberia ali dentro, mas era para um ser humano.


Isso fez Hermione se lembrar de quando foi ao médico, junto com o seu melhor amigo, há algumas semanas e descobriu, finalmente, qual era o sexo do seu bebê.


 


*Flash Back*


A morena suspirou pesadamente quando terminou de assinar a última folha de pergaminho em cima da sua mesa. Teve tanto trabalho para fazer que nem teve tempo de almoçar.


Poucos segundos depois, ouviu uma batida de leve na sua porta.


- Pode entrar! - avisou, em seguida, viu seu melhor amigo entrando no local – Oi Harry!


- Oi Mione! - retribuiu o sorriso enquanto se sentava em uma das cadeiras vazias no local – Espero que você já esteja pronta para irmos ao médico.


- Médico? - o olhou em dúvida – Não tenho nenhum médico marcado para hoje?


- Tem sim, eu marquei na minha agenda há semanas – mostrou a folha referente ao dia de hoje – Você se esqueceu disso?


- Acho que esqueci mesmo! - colocou a mão na cabeça – Estou fazendo tanta coisa nessas últimas semanas. Eu nem tive tempo de almoçar hoje.


- Não se preocupe com isso Mione! - colocou a mão sobre o ombro da amiga – Vou te levar para almoçar assim que sairmos do médico.


- Certo! - concordou com a cabeça – Acho melhor irmos logo, eu vamos chegar atrasados la.


Logo saíram do ministério da magia e fora em direção ao carro de Harry. Levaram cerca de meia hora para chegarem ao consultório do médico.


- Bom dia senhora Weasley! - a secretária disse, sorrindo para Hermione – O doutor já vai atendê-la, pode se sentar na recepção enquanto espera.


- Obrigada! - disse, enquanto ia para a poltrona aonde o moreno já se encontrava.


Percebeu que Harry estava vendo uma revista com dicas para bebês recém-nascidos. Ele estava bastante dedicado em relação a essa criança.


- Você acha que conseguiremos ver o sexo do bebê hoje? - o de olhos verdes resolveu perguntar depois de alguns minutos de silêncio.


Na última consulta de Hermione com o obstetra, ela tinha feito uma ultra-sonografia, mas não conseguiu ver o sexo do bebê, pois estava com a perna cruzada.


- Não tem como saber exatamente! - explicou – Com a Rose eu conseguimos ver logo na primeira ultra-sonografia, já com o Hugo, demorou três consultas.


- Então quer dizer que o medicina trouxa ainda não é perfeita! - observou colocando a mão no queixo.


- Acho que nenhum tipo de medicina é perfeita! - ela completou – E acho que nunca vão ser.


- Talvez você esteja certa! - deu de ombros.


- Senhora Weasley! - a secretária a chamou – O médico já vai atendê-la.


Harry, você fica esperando aqui! - ela pediu para o amigo enquanto se levantava – Quando for para fazer a ultra-sonografia eu te chamo.


- Está bem! - concordou com a cabeça.


Assim que a mulher entrou na sala, o médico estava lendo os papéis que estavam na sua mão. Parecia muito concentrado e só percebeu que não estava sozinho quando a porta se fechou.


- Boa tarde Hermione! - ela disse apertando a mão dela – Como tem passado esse último mês?


- Está indo tudo bem! - respondeu – O único problema é o excesso de trabalho que eu estou fazendo.


- Acho melhor você começar a pensar em tirar umas férias – avisou – Excesso de trabalho não vai fazer bem nem para você nem para o bebê.


- Mas eu preciso terminar de organizar as coisas! - explicou – Ou o meu substituto vai ficar completamente perdido.


- Se você diz! - revirou os olhos – Mas no primeiro sinal de cansaço, você vai entrar de licença no trabalho.


- Não consigo ficar parada em casa sem fazer nada por muito tempo – completou – Se depender de mim, vou trabalhar até o dia em que o bebê nascer.


- Mas agora vamos começar a fazer o exames – avisou – Afinal, foi para isso que você veio até aqui.


Os exames de Hermione estavam todos normais. Em seguida, o médico pediu para a secretária para arrumar tudo para a ultra-sonografia e também chamou Harry para dentro da sala.


- Muito bem! - ele disse depois de alguns minutos olhando para a tela do computador – Está tudo bem com o seu bebê. Manteve a mesma posição que estava no mês passado e os batimentos cardíacos estão normais.


- E já consegue ver o sexo do bebê doutor? - o homem resolveu perguntar – Estamos todos muito curiosos.


- Deixa eu ver se eu consigo ver alguma coisa! - passou alguns minutos em silencio apenas observando – Aqui está. Meus parabéns, você vão ter uma menina.


- Uma menina! - Hermione não conseguiu conter as lágrimas – Isso é mesmo ótimo!


Depois, o médico passou algumas recomendações para mulher. E o casal de amigos foi para o shopping almoçar.


- Não acredito que vamos ter uma menina! - Harry disse – Acho que ainda não estou acreditando nisso.


- Eu também não estou acreditado nisso – ela concordou.


- Pode ter certeza de uma coisa Mione! - segurou a mão da amiga – Nossa filha vai ser a criança mais feliz do mundo.


- Nunca duvidei de outra coisa – deu um pequeno sorriso em resposta.


*Fim do flash back*


 


Hermione não consegui deixar de sorrir com a lembrança daquele dia, Harry era sempre muito carinhoso com ela e tinha certeza que não podia escolher “pai” melhor para sua filha.


Logo depois disso, ela foi para o seu quarto. Acabou nem lendo um pedaço do seu livro, foi logo dormir, pois estava muito cansada.


No dia seguinte, a morena acordou com os primeiros raios de sol batendo nos seus olhos, tinha esquecido de fechar as cortinas mais uma vez. Levantou, ainda um pouco sonolenta, e foi em direção a cozinha preparar o seu café da manhã.


Já estava terminando sua refeição quando a campainha tocou.


- Oi Harry! - sorriu para o amigo assim que abriu a porta – Você chegou um pouco cedo. O trem só vai chegar as 11 horas.


- Eu sei disso! - respondeu balançando a cabeça afirmativamente – Mas eu pensei que poderíamos tomar café da manha juntos e conversar um pouco antes de irmos para a King Croos.


- É uma ótima idéia Harry! - Hermione falou, calmamente – Mas eu já tomei café da manhã Já está tudo pronto na cozinha, se você quiser, eu te companhia.


Está bem Mione! - falou enquanto andava em direção ao outro comodo.


Harry preparou uma torrada e colocou um pouco de geléia de abóbora e pôs um pouco de café em uma xícara. Passaram alguns minutos em total silêncio.


- Sabe Mione! - o moreno decidiu falar, por fim - Tem uma coisa que eu não consegui deixar de pensar a noite toda.


- O que é? - ela quis saber, imediatamente.


- Como será Rose e Hugo vão reagir quando souberem que eu vou te ajudar a cuidar do bebê como se fosse meu? - quis saber – Afinal, pode ser um pouco estranho para eles toda essa situação.


- Eu pensei muito sobre esse momento! - colocou a mão sobre o queixo – Primeiro, eu tinha achado melhor só contar para eles quando o bebê nascesse. Mas é melhor contar logo de uma vez.


- Imagino que você queira contar para eles sozinha! - completou – Mas saiba que eu estarei aqui para qualquer coisa que precisar.


- Obrigada Harry! - deu um pequeno sorriso em agradecimento – Rose e Hugo já são grandes o suficiente para entender tudo o que está acontecendo.


- Podem até entender! - observou – Isso não quer dizer que eles achem tudo isso maravilhoso.


Hermione suspirou pesadamente e ficou encarando a toalha branca que cobria a mesa.


- Essa não está sendo uma situação fácil para nenhum de nós – lembrou – Eles sabem que eu tenho total capacidade de decidir o que é o melhor para nossa família.


- Você conhece os dois muito melhor do que eu – o homem deu de ombros – Deve saber muito bem o que esta fazendo.


Assim que Harry terminou de tomar o seu café, os dois lavaram a louça que estava dentro da pia. Depois, decidiram ir logo para a estação King Cross.


Já haviam vários bruxos dentro da estação 9½ esperando pelos seus filhos. Não deveria demorar para o expresso Hogwarts chegar no local.


- Ainda não acredito que as crianças já estão voltando para casa – a morena disse muito feliz – Para mim parece que eles ficam uma eternidade em Hogwarts. Eu não pensava a mesma coisa quando eramos nós que estávamos lá.


- É que agora você está vendo tudo de uma perspectiva diferente – ele não pode deixar de dar um pequeno sorriso – Mas eu penso a mesma coisa que você. E é uma pena que eles tão pouco tempo em casa.


- Isso é verdade! - concordou – Mas depois, no verão, eles passam muito mais tempo em casa.


- Mas nunca é tempo o suficiente! - lembrou – Principalmente para mim, que só vejo os meus filhos durante os fins de semana.


- Será que a Gina já chegou aqui! - Hermione começou a olhar para todos os cantos da plataforma – Ela sempre chegar cedo, mas eu ainda não a vi.


- Não sei! - o de olhos verdes deu de ombros – Mas, não se preocupe com isso, ela vai nos achar.


Cerca de cinco minutos depois, o trem chegou a plataforma. Vários alunos começaram a procurar pelos seus familiares por entre a multidão.


- Você consegue ver alguma das crianças? - a morena perguntou, depois de algum tempo.


- Ainda não vi nenhum deles! - respondeu – Ainda devem estar pegando as malas dentro do bagageiro.


Não demorou muito para um casal de jovens aparecer perto deles. Eram Alvo e Rose.


- Oi mãe! - a menina disse, parecendo bem feliz – Como é que está o meu irmãozinho?


- A sua irmãzinha! - a corrigiu – Ela está muito bem. Tenho certeza de que esta tão louca para nascer como eu.


- Então quer dizer que é uma menina! - deu um largo sorriso – Estou dizendo isso para o Hugo há semanas, sabia que tinha razão. A proposito Al, você está me devendo um Galeão.


- Agora que ela vai ficar totalmente insuportável – o garoto revirou os olhos – Pai, eu não sabia que você vinha nos buscar.


- Na realidade eu não vim buscar vocês – explicou – Eu vim trazer a sua tia Mione e aproveitei para ver vocês.


- Quer dizer que o tio Harry vai levar a gente para casa! - Rose observou, ela não pareceu muito animada com a noticia.


- Acho legal você estar ajudando a tia Mione enquanto o bebê não nasce! - Alvo observou, olhando, rapidamente, para a namorada – Mas, cadê a mamãe?


- Ela já devia estar aqui – olhou para o relógio de pulso – Mas não deve demorar muito. Provavelmente o transito da casa dela para cá deve estar ruim.


Logo James, Lilian e Hugo se juntaram a eles. A plataforma 9½ começou a ficar vazio e Gina ainda não tinha chegado


- Acho melhor esperarmos por ela na parte trouxa da estação! - Harry observou – Daqui a pouco eles vão fechar a passagem secreta.


- Tem razão! - a morena concordou – Vamos todos para lá. A Gina já deve estar chegando.


No momento em que passaram pela passagem secreta entre as plataformas 9 e 10, uma mulher ruiva veio correndo em direção a eles.


- Desculpem a demora! - Gina disse depois que recuperou o folego – Fiquei até tarde terminando uma matéria para o jornal e acabei perdendo a hora.


- Não tem problema Gina! - a outra disse colocando a mão no ombro da amiga – Nós ficamos aqui junto com eles.


- Muito obrigada por isso! - disse olhando para os dois morenos – Imagino o quanto deve ter sido chato me esperar aqui.


- Não foi nada Gina! - foi a vez de Harry falar – James, Alvo e Lilian também são meus filhos.


- Então vamos logo embora! - disse virando-se para os filhos – Eu só terminei uma das matérias que tinha que entregar, mas ainda tenho outras para fazer.


- Também já estamos indo! - Hermione falou – Não é mesmo Harry.


- Claro! - concordou com a cabeça – Vamos embora.


- Isso me lembra de uma coisa Mione! - ela pareceu se lembrar naquele momento – O que acha de você e as crianças irem jantar lá em casa no próximo sábado?


- Acho uma ótima idéia! - respondeu feliz – Eu te ligo para podermos combinar tudo direitinho.


Caminharam juntos em direção ao estacionamento, depois, cada um foi para o seu carro.


O transito estava bom nesse dia, portanto, não demorou muito para Harry estacionar o carro em frente a casa da amiga. Todos saíram do carro e foram em direção a porta de casa.


- Crianças, por que vocês não vão colocar as suas coisas no quarto? - a morena sugeriu – Depois nós podemos sair para almoçar. O que vocês acham?


- Oba! - os dois disseram ao mesmo tempo.


Rose deu uma olhada desconfiada para o homem que estava ao lado da sua mãe antes de subir as escadas junto com o seu malão.


- Você vai querer ir com a gente? - a mulher perguntou assim que os filhos sumiram no andar de cima da casa.


- Acho melhor não! - respondeu – Você passou três meses longe dos seus filhos. Imagino que você quer ficar sozinha com eles.


- Você sabe muito bem que já faz parte da família – lembrou – É mais do que bem-vindo para ir conosco.


- Eu sei que você quer contar para eles que vou te ajudar a cuidar do bebê – observou – Não acho uma boa idéia estar junto nesse momento.


- Não vou falar sobre isso hoje – explicou, por fim – Eles acabaram de chegar, é melhor esperar um tempo antes de passar tantas informações.


- Acho que você tem razão! - concordou com a cabeça – Mas prefiro não ir no almoço com vocês.


- Você quem sabe! - deu de ombros.


Nesse momento ouviram um barulho vindo das escadas. Era Rose.


- Já estou pronta mãe! - falou assim que chegou ao último degrau da escada – Tio Harry, você também vai com a gente? – a garota não pareceu um muito feliz ao perguntar isso.


- Dessa vez não! - respondeu – Vou deixar somente vocês três.


- Certo! - falou.


- Agora só precisamos esperar o seu irmão! - Hermione falou – E já podemos ir.


- E eu vou embora! - o de olhos verdes falou – Tchau Mione! Tchau Rose.


- Tchau! - as duas disseram ao mesmo tempo.


No dia seguinte Rose acordou bem cedo. Tinha sido um almoço muito agradável lado de sua mãe e do seu irmão, quando voltou para casa desarrumou a sua mala e ainda conversou com Alvo antes de ir dormir. Entrou na cozinha e encontrou a sua mãe terminando de preparar o café da manhã.


- Bom dia Rose! - a mulher disse sorrindo para ela – Espero que você tenha dormido bem.


- Dormi muito bem! - respondeu se sentando em uma das cadeiras vazia – Não tem idéia da saudade que eu tenho do meu quarto quando eu estou em Hogwarts.


- Acho que eu consigo imaginar sim! - deu um largo sorriso – Mas agora me diga, como é que estão as suas notas.


- Estão ótimas! - respondeu – Não vou ter problemas para passar de ano.


- Eu nem sei por que ainda te pergunto isso! - revirou os olhos. Rose era mesmo muito parecida com Hermione – E como é que o Hugo está se saindo no primeiro ano de Hogwarts?


- Parece que está indo muito bem! - respondeu – No inicio ele pareceu um pouco deslocado, mas agora já fez alguns amigo.


- Isso é mesmo muito bom! - deu um pequeno sorriso – E ele fez o teste para o time da quadribol.


- Ele não pode fazer, pois não tem vaga para goleiro no time dessa ano – explicou – Mas o goleiro da Grifinória já está no último ano e ano que vem vão precisar de um novo.


- Espero que ele saia muito bem – comentou – Sei o quanto é importante para o seu irmão seguir os mesmos passos do Rony na escola.


- Tenho certeza de que ele vai se sair super bem! - garantiu – Além disso, James e Alvo estão no time. Eles vão ajudá-lo no que precisar.


Nesse momento a campainha tocou. As duas se entreolharam confusas antes da mais velha se levantar para abrir a porta.


- Bom dia Mione! - Harry deu um beijo na bochecha da amiga antes de entrar na cozinha – Trouxe um pouco daquele suco de laranja que você adora. Espero que ainda não tenha tomado café.


- Ainda não tomei café – ela respondeu – Pode ficar tranqüilo quanto a isso.


- Ótimo! - colocou a sacola em cima da mesa – Bom dia Rose!


- Bom dia tio Harry! - a garota disse dando um pequeno sorriso – Não esperava te ver aqui tão cedo.


- Acho que vou até lá em cima acordar o Hugo – Hermione disse, tentando mudar o assunto – Ele é igualzinho ao Rony, adora dormir até tarde.


Então, ela saiu da cozinha, deixando os outros dois sozinhos. O silêncio entre eles era totalmente constrangedor.


- Então Rose! - o de olhos verdes disse por fim – Quer um pouco de suco?


- Quero sim! - ela respondeu – Obrigada tio Harry.


Ele serviu um pouco de suco para a sobrinha e eles voltaram a ficar em silêncio. Não demorou muito para Hermione e Hugo aparecerem no local.


Harry passou o dia inteiro junto com eles, foi embora quase no final de tarde. A mulher estava na sala, quando a filha se sentou do seu lado.


- Mãe! - chamou, fazendo com que largasse o livro e se virasse para ela – Sei que não é da minha conta, mas eu queria te perguntar uma coisa.


- Pode perguntar o que você quiser minha filha – falou.


- Eu imagino que o o tio Harry deve ter te ajudado muito esses últimos meses enquanto eu e Hugo estivemos em Hogwarts – começou – Mas eu queria saber o que ele está passando tanto tempo aqui em casa com a gente.


- Eu já imaginava que você fosse me fazer esse tipo de perguntar – suspirou pesadamente e ficou encarando a mesa de centro – Já está na hora de eu contar o que está acontecendo, mas eu queria que o seu irmão também estivesse presente.


- Isso não é problema! - ela se levantou, rapidamente, do sofá – Vou chamá-lo agora.


Então, Hermione contou para os filhos tudo o que aconteceu e que Harry tinha sugerido cuidar de seu bebê como se fosse seu próprio filho e ela, é claro, aceitou.


- Uau! - foi tudo que a menina conseguiu dizer – Isso é mesmo muito legal da parte do tio Harry. Não é qualquer um que faria uma coisa dessas, nem para a melhor amiga.


- E eu espero que vocês dois aceitem isso sem maiores problemas – completou – Não é como se ele fosse dar o nome para o bebê. Ela ainda vai continuar sendo filha do Rony,.


- Vai ser um pouco estranho ver a minha irmãzinha chamando o tio Harry de pai, mas eu acho que posso me acostumar com isso com o tempo – Rose respondeu – Afinal de contas, ela não tem culpa do que aconteceu e precisa de um pai da mesma maneira que eu e o Hugo.


- Eu sabia que você iria me entender! - abraçou a filha levemente – E você Hugo, não vai falar nada? Está tão calado.


- Eu acho isso tudo bem legal! - falou – Mas você não vai casar com o tio Harry, não é mesmo? Isso seria muito estranho.


- Não se preocupe meu filho! - bagunçou, levemente, o cabelo dele – Não estou pretendendo me casar, principalmente com o seu tio Harry.


Logo depois de falar isso, Hermione pensou que não seria tão ruim assim se casar com o seu melhor amigo. Mas decidiu ignorar esse pensamento.


O resto da semana passou sem maiores problemas. Logo chegou sábado e a morena e os filhos iriam jantar na casa de Gina.


- Vamos logo Rose! - ela gritou do pé da escada – Já estamos prontos para, só te esperando.


- Já estou indo! - ela gritou de volta.


- Com certeza está se arrumando para encontrar o Alvo! - Hugo revirou os olhos – Não entendo por que ela sempre faz isso.


- Meu filho! - a mulher não pode deixar rir – Um dia você também vai estar apaixonado e vai entender todas as atitudes da sua irmã.


- Credo! - ele fez uma careta – Tenho certeza de que isso não vai acontecer tão cedo.


- Se você diz! - foi tudo ela respondeu.


- O tio Harry não vai junto com a Gente? - quis saber, em seguida – Está sendo tão legal ter ele essa semana aqui em casa. Ele é muito divertido.


- Ele até queria ir com a gente, mais tinha alguns relatórios para revisar – explicou – Eu disse para ele se preocupar com o trabalho dele que nós iriamos ficar muito bem.


- É uma pena! - completou


Alguns minutos depois, Rose apareceu no alto da escada.


- Já estou pronta! - disse.


Demoraram meia hora para chegarem ao destino, o transito estava um pouco ruim. Gina foi recebê-lo com um grande sorriso.


- Mione! É muito bom te ver aqui! - disse abraçando a cunhada – Oi crianças, podem entrar. Seus primos estão doidos para verem vocês.


- Obrigado tia Gina! - disseram ao mesmo tempo.


- Vejo que está tudo bem com eles! - observou enquanto as duas iam até a cozinha – Já teve aquela pequena conversa com eles?


- Já tive sim! - respondeu balançando a cabeça – E os dois aceitaram muito bem.


- Isso é ótimo! - deu um pequeno sorriso – Mas sabe, é muito bom que vocês tenham vindo para cá hoje.


- Quando é que o Victor volta de viagem? - ela quis saber.


- No meio dessa semana! - respondeu – E eu já estou morrendo de saudades dele.


- Sei muito bem como você se sente! - observou – Eu sentia a mesma coisa quando o Rony saia em alguma missão. E ele não costumava demorar tanto tempo assim.


As duas continuaram a conversar e rir enquanto terminavam de preparar o café.


Enquanto isso, os outros estavam na sala.


- Alvo! - Rose puxou o namorado pelo braço – Preciso falar uma coisa, urgente, com você.


- Fica calma Rose! - pediu – O que é tão urgente assim.


- Estou desconfiada de que o seu pai e a minha mãe estão namorando escondidos! - explicou logo de uma vez.


- Isso seria muito legal! - deu um pequeno sorriso enquanto imaginava isso.


- Não seria legal coisa nenhuma! - ela fez uma careta – Seria estranho. Como eles podem namorar na idade deles.


- Até aonde eu sei os dois são livres e desimpedidos – lembrou – Não tem nada que os impeça de namorar.


- Só que faz pouco tempo que perdemos o meu pai! - a garota ficou encarando o chão nesse momento.


- Desculpe-me! - disse, imediatamente – Eu tinha me esquecido disso.


- Além disso, como seria se os dois se casassem! - continuou – Nós dois seriamos irmãos.


- Rose, não seriamos irmãos de verdade, não seria nada ilegal! - lembrou – Mas, por que você está desconfiada disso?


- O seu pai está passando tempo demais lá em casa – explicou – Fica lá quase o dia inteiro e os dois ficam o tempo todo conversando super animados e ele só vai embora bem tarde da noite.


- Os dois são amigos há anos e ele não quer que a sua mãe fique sozinha por muito, principalmente por que está quase na hora da sua irmãzinha nascer – falou calmamente – Além disso, você sabe meu pai vai cuidar dela como se fosse filha dele.


- Sei muito bem disso tudo! - concordou com a cabeça – Mais ainda estou achando isso tudo muito estranho.


- Se faz você se sentir melhor! - completou – Posso pedir ajuda do James para investigar isso.


- E por que precisamos da ajuda do James? - quis saber – Não podemos fazer isso somente nos dois.


- Encare os fatos, os James e muito mais esperto que a gente para fazer as coisas escondido – explicou – Ele vai conseguir investigar sem que os nossos pais descubram.


- Acho que você tem razão! - concordou, por fim – Mas a Lilian e o Hugo não podem saber o que estamos fazendo. Eles ainda não são maduros o suficiente para saberem o que estamos fazendo.


- Concordo com isso – falou – Vamos logo falar com o James antes que o jantar fique pronto.


Então, contaram para o garoto mais velho tudo que está acontecendo e o que eles estavam pretendendo fazer.


- Acho uma ótima idéia! - falou, por fim – Vou ajudar vocês dois com a investigação.


- Obrigada James! - Rose disse – Não sabe o quanto isso vai ser importante para mim.


- Vai ser importante para todos nós Rose – continuou – Imagina como vai ser legal se os dois estiverem mesmo namorando.


- Credo! - ela fez uma careta! - Será que só eu estou achando que isso tudo é completamente estanho.


- Sim! - disseram ao mesmo tempo e começaram a rir.


Os dias foram a passando lentamente. James, Alvo e Rose não conseguiram nenhuma prova de que seus pais estavam namorando escondidos. Já estavam começando a imaginar que isso tudo era imaginação deles.


Era véspera de natal e todos estavam indo para a Toca para o grande jantar a troca de presentes na manha seguinte. A garota já estava pronta e indo em direção as escadas quando ouviu o barulho no andar de baixo, sua mãe e Harry estavam conversando.


- Sei que a troca de presente vai ser só amanhã! - ele falou colocando uma caixa preta na mão da mulher – Mas não consegui esperar mais para te entregar isso.


Ela abriu a caixa e ficou olhando para o conteúdo totalmente surpresa.


- É lindo Harry! - disse sem tirar os olhos do presente – Mas deve ter custado muito caro, não posso deixar que você gaste tanto dinheiro assim comigo.


- Você sabe que merece tudo isso! -segurou a mão da amiga – Não me importo de gastar todo o dinheiro que tenho de Gringotes com vocês.


Os dois ficaram em silêncio por algum tempo. Seus rostos estavam perigosamente perto um do outro.


- Sabe Mione! - o de olhos verdes voltou a falar – Sei que esse ano que passou foi horrível e não tem como eu voltar no tempo para mudar tudo isso.


- Harry! - ela pediu – Não vamos falar sobre isso agora, hoje é um dia de alegria.


- Deixa eu terminar de falar – pediu – Mas tudo que eu posso te dizer agora. É que eu vou fazer com que o ano que vai começar seja o mais maravilhoso o possível.


Então, o homem encurtou a pouca distância que tinha entre os dous e o beijou. Rose não estava acreditando, será que aquela era a prova de que os dois estavam mesmo juntos?


- Rose! - tomou um susto quando viu Hugo bem atrás dela – O que você está fazendo aqui.


Quando ela se virou, os dois já tinham se separado e olhavam para eles. Provavelmente ouviram o barulho que o garoto fez.


- Que bom que vocês dois estão prontos! - Hermione disse – Vamos logo. Sabem que a avó de vocês gosta que todos cheguem cedo.


A garota tinha muitas dúvidas na cabeça naquele momento, mas deixaria para pensar nisso no dia seguinte. Agora só iria curtir o natal ao lado de sua grande e feliz família.

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