Trapaça



- Harry, isso é horrível! – exclamou Hermione, depois que o amigo terminou de falar. Ela, Rony e Sophie haviam esperado por Harry no salão comunal da Grifinória até que ele voltasse da reunião com Dumbledore, e os quatro se acomodaram nas poltronas mais afastadas do salão comunal para que pudessem conversar sem serem ouvidos.
- Tá tudo bem, Mione. – disse Harry, e então olhou para Sophie, que acenou levemente com a cabeça. Como ele havia pensado, ela já tinha alguma idéia sobre aquele assunto.
Harry havia relatado aos amigos tudo o que Dumbledore lhe contara na noite em que haviam estado no Ministério da Magia, sobre o conteúdo da profecia destruída, e também sobre o tema das “aulas” que teria com o diretor ao longo do ano letivo.
- Então, Dumbledore e você estão revirando a vida de Você-Sabe-Quem? – perguntou Rony.
- É. – confirmou Harry – Ele acha que isso pode me ajudar quando... bem, quando eu tiver que enfrentá-lo.
Hermione deu um pequeno soluço ao ouvi-lo dizer aquilo.
- Ele provavelmente tem razão. – disse Sophie, manifestando-se pela primeira vez – É sempre bom conhecer tudo o que puder sobre o seu inimigo. Você precisa saber exatamente o que irá enfrentar.
- Você está com medo, Harry? – perguntou Hermione, com voz fraquinha.
- Muito. – respondeu o garoto – Mas se vou ter que enfrentar isso de uma forma ou de outra...
- Nós vamos estar lá pra ajudar você. – disse Sophie.
- Eu sei. – disse Harry agradecido.
- Bom, acho que é melhor irmos pra cama. – disse Sophie, levantando-se.
- É, já tá tarde. – concordou Hermione, levantando também.
Os quatro então se despediram, e foram para os respectivos dormitórios. Harry, exausto depois da “aula” com Dumbledore, pegou no sono no instante em que deitou a cabeça no travesseiro, no que foi logo imitado por Rony. No dormitório feminino, Hermione também adormeceu rapidamente, mas Sophie continuou acordada por mais algum tempo, pensando no que havia acontecido na aula de Poções.
“Eu sei o que vi... morte.” – pensava ela – “Merlin, o que vai acontecer?”
A primeira aula do dia seguinte era de Poções, com o professor Slughorn. Pelo que ficaram sabendo por Sirius e Remo, Slughorn adorava a companhia dos famosos, bem-sucedidos e talentosos, gostava de sentir que tinha influência sobre eles. Harry já havia sido devidamente avisado pelo padrinho sobre o modo como provavelmente seria tratado pelo professor.
- Harry Potter. – disse Slughorn, tão logo Harry sentou-se em sua classe, ao lado de Rony – Finalmente tenho o prazer de conhecê-lo, sobretudo com o que tem sido noticiado no Profeta, toda essa história de “O Eleito” .
Rony, achando graça, mostrou a Harry a expressão de desagrado no rosto de Malfoy, devido à atenção que Slughorn dedicava a ele. Harry não deu muita atenção ao que Slughorn dizia, o que pareceu desapontar levemente o professor, que logo começou a desenvolver sua aula sem mais delongas.
- Iniciaremos nossa primeira aula com um pequeno teste de conhecimentos. – disse ele – Preparei para vocês algumas poções do nível N.I.E.M., as quais quero que tentem reconhecer sem a ajuda dos livros.
Ele dirigiu-se até o lado de sua mesa, onde quatro pequenos caldeirões estavam enfileirados lado a lado, parando atrás do primeiro caldeirão da esquerda. O conteúdo em ebulição era cristalino, como água pura fervente.
- É claro que não espero muito de vocês, – disse Slughorn – afinal, não são poções com as quais estejam acostumados, mas mesmo assim... alguém saberia me dizer que poção é esta?
Como já era esperado por Harry e Rony, as mãos de Sophie e Hermione se ergueram ao mesmo tempo. Slughorn apontou para Sophie.
- É Veritasserum, senhor, o soro da verdade. – respondeu a garota.
- Muito bem. – disse Slughorn, satisfeito, passando ao caldeirão seguinte – Agora... e esta? – perguntou ele.
Harry reconheceu a poção espessa, parecida com lama, que borbulhava no caldeirão, mas antes que pudesse pensar em erguer o braço de cima da classe, a mão de Hermione já estava no ar novamente.
- É a poção Polissuco, senhor. – respondeu ela.
- Excelente! – exclamou Slughorn – Mas será que somente os alunos da Grifinória vão responder? – perguntou ele, passando ao caldeirão à direita – Vamos ver... e está?
As mãos de Hermione e Sophie foram novamente as únicas a serem levantadas. Slughorn apontou para Sophie.
- É Amortentia, a poção de amor mais poderosa do mundo.
- Exatamente. – disse Slughorn – Muito bem, Srta...
- D'Argento. – respondeu Sophie.
- D'Argento? – ecoou Slughorn – Não se parece em nada com sua mãe.
Sophie, Harry, Rony e Hermione se entreolharam, com sorrisos cúmplices idênticos nos rostos.
- É, é verdade. – respondeu Sophie ao professor.
- Bem, continuando, a nossa última poção. – disse Slughorn, passando ao caldeirão seguinte, cujo conteúdo era um líquido dourado escuro, que borbulhava, fazendo com que pequenas gotas saltassem e voltassem a cair em seu interior – Quem saberia me dizer que poção é esta? – perguntou ele, já olhando para Hermione e Sophie. Sophie fez sinal para que Hermione respondesse.
- É a Felix Felicis. – respondeu a garota – É sorte líquida!
- Excelente, Srta...
- Granger. – respondeu Hermione.
- Muito bem. Vinte pontos para Grifinória pelas respostas das duas. – disse Slughorn, apontando Sophie e Hermione – Agora, todos com seus livros, página 123.
Harry espichou-se para espiar no livro de Sophie a poção a ser preparada. Na página indicada estavam os ingredientes e as instruções de preparo da poção do Morto-Vivo.
- Professor. – chamou ele – Nem eu nem Rony temos livros. Pensamos que não iríamos poder cursar Poções.
- Ah, sim, a professora McGonagall já havia me avisado. – disse Slughorn – Aqui, – ele apontou a varinha para sua mesa, de onde dois livros flutuaram lentamente até a classe de Harry e Rony – podem utilizar estes, até que encomendem os seus na Floreios e Borrões.
Harry e Rony agradeceram, apanhando os livros e os abrindo na página indicada. A poção parecia ser realmente de difícil preparo.
- Não espero que suas poções sejam perfeitas, – disse Slughorn – este será apenas um pequeno teste de suas habilidades. No entanto, vocês terão um pequeno estímulo para fazerem o seu melhor.
Ele retirou do bolso das calças um vidrinho cheio do mesmo líquido dourado, contido no último caldeirão que apresentara. Os olhos de todos na sala brilharam de interesse ao ver do que se tratava.
- A melhor poção valerá este frasquinho de Felix Felicis, – anunciou ele – o suficiente para doze horas da mais pura sorte. Mãos à obra!
Mais do que depressa, todos puxaram seus livros e caldeirões mais para perto, começando imediatamente a trabalhar em suas poções. Harry percebeu, com desagrado, que o livro que Slughorn lhe emprestara estava cheio de anotações feitas pelo antigo dono, nas bordas de todas as páginas. Ele leu os ingredientes, os quais pegou alguns emprestados com Sophie, e o restante no estoque do professor. Ao voltar do estoque, viu Malfoy cortando suas raízes de valeriana o mais rápido que podia, e se apressou em voltar ao seu lugar para fazer o mesmo.
Em poucos minutos a sala de aula estava tomada por uma fumaça levemente azulada. Harry percebeu que a poção de Sophie já estava na cor lilás clara, exatamente como o descrito no livro, enquanto a sua ainda tinha uma cor azul-escuro. Ao olhar o livro novamente, para ver a instrução seguinte, seus olhos recaíram em uma das anotações feitas pelo antigo dono do livro em, letra bem miúda.
“Três gotas de sumo de raíz-forte aceleram o processo de cozimento da poção.”
Ele olhou ao redor. Além da poção de Sophie, que estava totalmente concentrada em pesar o pó de casca de castanheira que iria utilizar em seguida, nenhuma outra poção estava tão clara quanto era descrito no livro como sendo o totalmente correto. A de Hermione continuava em um tom de lilás escuro, quase roxo, a de Rony, era azul, quase negra. Ele não resistiu a espiar a poção de Malfoy. O sonserino estava muito vermelho, devido ao vapor que subia da poção roxo berrante que fervia em seu caldeirão. Depois de pensar por um instante, decidiu que não faria nenhum mal seguir a instrução encontrada. Sophie, cuja poção adquirira um tom rosa claro depois da casca de castanheira, ganharia a Felix Felicis de qualquer forma, então não faria tanta diferença se sua poção estivesse média ou muito ruim.
No entanto, no instante em que ele pingou as gotas do sumo de raiz-forte, e mexeu a poção três vezes, como era dito para ser feito, ela adquiriu o mesmo tom rosa da poção de Sophie. Ele ainda fitava, de boca aberta, o conteúdo de seu caldeirão quando o professor anunciou.
- Muito bem, acabou o tempo! Afastem-se dos caldeirões.
Slughorn foi passando pelas mesas, uma a uma, espiando para dentro dos caldeirões, e, eventualmente, cheirando algumas das poções.
- Ora, Sr. Malfoy, confesso que estou desapontado. – disse ele – Esperava mais do senhor, depois de tudo o que o professor Snape me havia dito...
Malfoy corou intensamente às palavras de Slughorn. Estava acostumado a ser o queridinho de Snape, e não pareceu ter gostado muito do que ouviu, ficando emburrado pelo resto da aula.
Slughorn continuou sua avaliação. Ele sorriu e acenou com a cabeça em aprovação à poção de Hermione, ficando, logo em seguida, extasiado com a poção perfeita de Sophie.
- Excelente, Srta. D'Argento! – disse ele, satisfeito – Se nenhum colega seu a superar, a pequena Felix será sua!
Ao chegar à mesa de Harry e Rony, no entanto, teve uma enorme surpresa.
- Ora vejam só! – disse ele, visivelmente satisfeito – Parece que temos um empate.
O conteúdo dos caldeirões de Harry e Sophie era exatamente igual. Sophie fitou Harry, surpresa, afinal, sabia que o amigo não era um aluno muito competente em Poções. Slughorn conjurou um novo frasquinho de cristal, e encheu-o no caldeirão de Felix Felicis. Depois apanhou o frasco que estava em seu bolso, e os entregou aos dois jovens.
- Parabéns, meus caros. – cumprimentou ele – Vocês fizeram por merecer, aproveitem sua sorte. – ele então virou-se para Harry – Vejo que herdou o talento de sua mãe, Harry. Ela era uma excelente preparadora de poções.
Mais tarde, no Salão Principal, protegidos por um feitiço que impedia que os outros os ouvissem – também descoberto no velho livro de Poções – Harry contou aos amigos como havia feito para preparar a poção que lhe rendera o vidrinho de Felix Felicis, agora bem guardado em seu malão, escondido em um par de meias que ganhara de Dobby no último Natal.
- Bem, eu simplesmente não acho justo. – criticou Hermione.
- Ah, qual é, Mione?! – disse Rony – Ele só seguiu instruções diferentes das nossas. Podia ter acabado em tragédia, mas no fim deu tudo certo.
- É, Mione! – concordou Harry – Não foi nada demais.
Para o desgosto de Rony e da maioria dos setimanistas, as previsões feitas por Sophie e Hermione no primeiro dia de aula acabaram por se provar verdadeiras. Ao invés das sonhadas horas de desocupação e descontração, os períodos livres que eles tinham ao longo da semana eram o tempo em que eles se viravam para dar conta da infinidade de deveres que vinham sendo passados pelos professores. Além disso, as aulas estavam cada vez mais difíceis, e exigindo o máximo de cada um deles. Em meio a tudo isto, eles ainda não haviam encontrado tempo para ir visitar Hagrid, a quem raramente viam pelos corredores, sendo que, quando viam,eram solenemente ignorados.
- Temos que ir até lá! – dizia Hermione, durante uma conversa no salão comunal – Temos que nos explicar pra ele.
- Ah, ele também tem que entender! – disse Rony – Não dava pra continuar com TCM, olha só a quantidade de coisas que a gente já tem pra fazer!
- Mesmo assim, Rony. – insistiu Hermione – Nós devemos uma explicação pra ele.
- Mione tem razão, Rony. – concordou Sophie – Ele deve estar bem chateado, os três alunos preferidos dele, desistindo da matéria assim,sem nem avisar.
- Ele também adora você, Soph. – disse Hermione, quando a amiga não se incluiu na lista.
- Nós vamos lá. – disse Harry – Podemos ir amanhã, depois dos testes de Quadribol. – sugeriu ele – Embora eu ache que isso vá me tomar quase a tarde toda. A lista de inscritos é enorme, e tem um monte de meninas inscritas. Sei lá, parece que todo mundo quer estar no time agora.
Hermione e Sophie se entreolharam, sacudindo as cabeças negativamente e sorrindo de forma complacente devido à falta de percepção do garoto.
- O que foi? – perguntou Harry – Por que vocês estão com essas caras?
- Você não percebe mesmo, não é? – perguntou Sophie, meio rindo – A questão não é o time, Harry, é você.
- Eu? – perguntou o garoto, surpreso.
- Ah, qual é, Harry? – perguntou Hermione – Com tudo o que vem sendo dito sobre você desde o que aconteceu no Ministério, o Profeta o chamando de “O Eleito” ? – continuou ela – Você agora é mais interessante do que nunca!
Rony teve um súbito acesso de tosse. Harry sentiu o salão comunal esquentar de repente.
- É, e aos olhos das meninas, não foi nada mal você ter crescido uns centímetros durante as férias. – acrescentou Sophie, fazendo com que o amigo corasse ainda mais.
À tarde eles tiveram aulas de Feitiços e Transfiguração. Assim como mas outras disciplinas, os feitiços exigidos nas duas aulas eram bastante complexos, e como se isso não bastasse, deviam ser executados sem que eles pronunciassem uma palavra.
- Assim não dá! – reclamou Rony, quando eles saíram da aula de Transfiguração – Você já viram o tanto de deveres que nós temos pra fazer nesse fim de semana?
- E você que achava que o sexto ano ia ser uma moleza só... – lembrou Sophie.
- Oi, Harry! – cumprimentou uma garota loura, que Harry reconheceu como sendo do quinto ano. Ela estava com um bando de amigas, na ponta do corredor.
- Ahn... oi. – respondeu o garoto, meio sem jeito, e as quintanistas tiveram um ataque coletivo de risinhos.
- O que foi que nós dissemos pra você? – perguntou Sophie, enquanto Hermione revirava os olhos.
No dia seguinte, à tarde, Harry assumiu oficialmente o cargo de capitão do time de Quadribol, comandando os testes para montar o novo time da Grifinória. Havia muita gente no campo de Quadribol na hora dos testes, na verdade, metade da Grifinória parecia estar lá. Harry começou retirando do campo todos os que não iriam fazer os testes, pedindo que fossem para as arquibancadas. Depois dividiu os que ficaram em grupos, que foram sendo testados um a um, de acordo com as posições. Depois de duas horas, um acidente, duas vassouras quebradas e muitos gritos, Harry tinha metade do time já definido. Katie Bell, que já fazia parte do time no ano anterior, se manteve como artilheira; uma novata, Demelza Robins e Gina, que fez um excelente teste, se tornaram as outras duas artilheiras do time. Harry sentiu algo se mover incomodamente em seu estômago ao ver a ruivinha receber um longo beijo de congratulações do namorado, Dino Thomas. Depois, foi a vez dos batedores. Nenhum dos batedores selecionados era tão bom quanto Fred ou Jorge, mas Harry se deu por satisfeito com dois quartanistas que, apesar da pouca idade, eram fortes e tinham boa pontaria. Por fim, foi feita a seleção dos goleiros. Havia cinco candidatos, entre eles, Rony, cujo rosto tinha um leve tom esverdeado.
- Vai lá, Rony! – gritou Sophie, na arquibancada.
- Você consegue! – gritou Hermione, ficando muito vermelha logo em seguida.
Os goleiros foram testados pelas novas artilheiras, tendo que defender cinco penalidades cada um. Os três primeiros defenderam dois, três e três penalidades, respectivamente. O quarto a ser testado foi Rony. Ele voou até os aros, o nervosismo estampado no rosto. Na arquibancada, Hermione e Sophie tinham os olhos grudados no amigo, os dedos das duas mãos cruzados.
Foi Demelza quem cobrou as penalidades. Rony defendeu uma, duas, três, quatro, cinco! Na arquibancada, Sophie e Hermione comemoravam, pulando e batendo palmas. Mas ainda faltava um candidato a ser testado. Córmaco McLaggen era um garoto um tanto arrogante, de último ano, com o qual Harry não simpatizava. McLaggen voou até os aros, e Gina se posicionou para fazer as cobranças. Para o desgosto de Harry e desespero das meninas, o garoto defendeu as quatro primeiras cobranças com facilidade. Do alto, ele olhou para onde Rony estava com uma expressão presunçosa. No entanto, na última defesa, foi na direção totalmente oposta à da goles, que passou pelo aro da esquerda.
Hermione e Sophie pulavam feito doidas na arquibancada, comemorando a vitória de Rony, que também festejava junto com os colegas. Gina e McLaggen desceram, e o garoto foi falar com Harry, enquanto a ruivinha ia comemorar junto com as amigas.
- Bem, – disse Harry – você defendeu quatro. Rony defendeu cinco, então ele é o goleiro.
- Tudo bem. – disse McLaggen, meio mal-humorado – Mas eu posso ficar na reserva, não posso?
- É, acho que pode ser. – concordou Harry, e então foi parabenizar Rony.
- Parabéns, Rony! – cumprimentou Lilá Brown, dando um beijo no rosto do ruivo – Sabia que conseguiria. Você é um ótimo goleiro!
- Obrigado. – agradeceu Rony, corando.
- Foram defesas incríveis! – disse a garota, os olhos brilhando.
As orelhas de Rony ficaram muito vermelhas, e ele estufou o peito, sorrindo satisfeito consigo mesmo. Harry viu Hermione se afastar um pouco de onde o ruivo estava, parecendo ter desistido de cumprimentá-lo, e Sophie indo logo atrás dela.
- Parabéns, cara! – disse ele, quando finalmente conseguiu alcançar Rony – Você foi ótimo!
- Valeu, Harry!
Rony recebeu os cumprimentos dos demais membros do time, e de outros colegas que haviam assistido aos testes. Lilá Brown ficou por perto dele durante um bom tempo, elogiando-o várias vezes. Depois, junto com Harry, Hermione – que não disse uma palavra sequer – e Sophie, deixou o campo rumo à cabana de Hagrid.
- A última defesa foi a mais difícil. – dizia ele, enquanto caminhavam – Demelza mirou bem embaixo. Mas vocês viram o McLaggen? – perguntou – Parecia até que tinha sido confundido!
Rony, ocupado em discutir cada lance do teste, não notou, mas Harry percebeu que tanto Hermione quanto Sophie reagiram às palavras do ruivo. No entanto, preferiu deixar para falar com as duas sobre aquilo mais tarde, quando o amigo não estivesse por perto.
Os quatro continuaram andando rumo à cabana de Hagrid. Canino veio correndo ao seu encontro, babando as mãos de todos com suas animadas lambidas, e, ao ouvir os latidos do cachorro, Hagrid apareceu, vindo de trás da cabana, carregando uma enorme caixa, cheia de abóboras.
- Quem está aí, Canino? – perguntou ele, e então viu o grupo descendo a encosta – Ah, os pequenos ingratos. – disse, dirigindo-se à porta da cabana.
- Hagrid! – chamou Hermione – Ah, Hagrid, por favor, não fique chateado com a gente!
- Chateado? – ecoou o guarda-caça – Quem aqui está chateado? Eu não estou chateado.
- Desculpa a gente, Hagrid! – pediu Rony.
- Nossos horários ficaram muito apertados, Hagrid, não tínhamos como continuar com TCM.
- Ah, está bem, seus pequenos ingratos, entrem. – disse Hagrid, entrando na cabana.
Os quatro seguiram o meio-gigante para dentro da cabana, e Hagrid serviu-lhes as tradicionais – e gigantescas – xícaras de chá, e alguns biscoitos, para os quais todos olharam com receio.
- Tudo bem, foi Olympia quem fez. – disse o guarda-caça.
Cada um dos jovens então apanhou um biscoito – que tinha mais ou menos o tamanho de suas mãos – e morderam. Definitivamente não haviam sido feitos por Hagrid.
Eles conversaram com o amigo durante um longo tempo, e quando se deram conta, já estava anoitecendo. Despediram-se então de Hagrid, e voltaram ao castelo. Ao chegar, encontraram Córmaco McLaggen tentando sair do salão comunal, mas errando a porta a cada vez que tentava passar por ela, e batendo de cara na parede. Sophie e Hermione abaixaram as cabeças, com um ar levemente culpado. Rony foi direto para o banho, e Harry então encurralou as duas meninas em um canto do salão comunal.
- Eu vi como as duas reagiram quando o Rony disse que o McLaggen parecia ter sido confundido, e depois do que vimos agora, não há dúvidas que ele foi mesmo. – disse ele – Qual das duas foi?
Hermione e Sophie se entreolharam, e então, perceberam o que havia acontecido, começando a rir logo em seguida. Foi Sophie quem respondeu.
- Bom, parece que fomos as duas. – disse ela, ainda rindo – Acho que nós tivemos a mesma idéia...
- Eu não acredito... – disse Harry, olhando, de boca aberta, de uma para a outra.
- Você precisava ver o que ele tava falando sobre a Gina e o Rony. – disse Hermione – Ele é um babaca, você não ia querer alguém assim no time.
- Eu tô... chocado! – disse Harry, meio rindo – As duas, trapaceando. Mione, você é monitora!
- Ah, cala a boca, Harry! – disse Hermione, rindo também.



N/A: Aí, galera, capítulos novos pra vocês. Espero que gostem, e que comentem, é claro. =*

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