O Mal faz planos



O relógio acabara de soar a meia-noite. Fazia agora duas horas que eles estavam trancados no escritório. Bellatrix andava de um lado para o outro, impaciente pela demora, irritada por ter sido deixada do lado de fora da porta de madeira escura. Snape havia entrado, a pedido do Lorde, e ela estava ali, no corredor, sem saber do que se tratava a reunião da qual participavam sua irmã e seu sobrinho. Aproximou-se novamente da porta, mas, como antes, não conseguiu ouvir som algum. Havia acabado de sentar-se novamente na poltrona quando a porta do escritório se abriu, e Snape, Narcissa e Draco passaram por ela, fechando-a às suas costas.
- E então? – perguntou ela, observando as expressões nos três rostos à sua frente. Snape mantinha o rosto impassível, sem nenhum traço de emoção; Draco estava mais pálido do que de costume, parecendo bastante tenso, mas ao mesmo tempo orgulhoso. Ela então fitou Narcissa. Viu o pânico estampado no rosto da irmã, que tinha as olheiras ainda mais escuras do que antes e os olhos muito vermelhos.
- Draco recebeu uma missão. – disse Snape, secamente. Narcissa fungou, levando a mão trêmula ao rosto.
- Que missão ele recebeu? – perguntou Bellatrix – O que terá que fazer?
- Suponho que se devesse saber, teria estado na reunião, Bellatrix. – respondeu Snape, desdenhoso.
- Ora, seu... – começou Bellatrix, já puxando a varinha.
- Bellatrix!
Imediatamente a mulher abaixou a varinha, e lançando um olhar furioso a Snape, entrou no escritório para atender ao chamado de seu mestre. Voldemort estava de pé, diante da janela, de costas para a porta.
- Narcissa deve ir embora agora. – disse ele – Draco ficará aqui. Vá com ela, Severo as acompanhará até a mansão Malfoy. Traga tudo o que Draco possa precisar durante sua estadia aqui.
- Sim, milorde.
Narcissa despediu-se do filho de forma comedida, e era visível o esforço que ela estava fazendo para se manter firme. Ela deixou a casa, junto com a irmã e Snape, e os três aparataram, diretamente aos portões da mansão Malfoy. Ao entrar na casa, porém, ela desmoronou, todo o seu desespero finalmente revelado.
- Meu filho! – chorava Narcissa – Meu único filho!
- Acalme-se, Narcissa. – pediu Snape.
- É por vingança, não é?! – perguntou a mulher, o rosto banhado de lágrimas – Por isso ele escolheu Draco, para vingar-se de Lúcio, não foi?!
- É verdade que o Lorde está muito insatisfeito com Lúcio, Narcissa. – disse Snape – Ele falhou na missão no Ministério, não conseguiu pegar a profecia, permitiu que ela fosse destruída, e ainda se deixou capturar e aos outros. – lembrou ele – Sabe que o Lorde das Trevas não perdoa facilmente.
- E escolheu Draco como forma de se vingar! – disse a mulher, desesperada.
- Você deveria estar orgulhosa, Narcissa, como Draco parece estar. – disse Bellatrix – É uma honra poder servir ao Lorde.
- Ele só tem dezesseis anos! – gritou Narcissa – Não faz idéia do que isto realmente significa! Matar...
- Já chega, Narcissa! – sibilou Snape – O plano é sigiloso, nada deve ser dito sobre isto.
- Severo, por favor... ajude-me... – pediu Narcissa – Você pode ajudar... poderia tentar...
- Não sou tolo em pensar que poderia dissuadir o Lorde quanto à missão de Draco, Narcissa. – disse Snape – A decisão já foi tomada.
- Meu filho, Severo... por favor... – implorou ela – Por favor... se houver algo que possa fazer... qualquer coisa que possa fazer para ajudar o meu filho...
- Talvez exista alguma forma de ajudar Draco... – disse Snape, fitando-a, sério.
- Você faria isto? – perguntou Narcissa, os olhos brilhantes das lágrimas e da súbita animação – Você o protegeria, se estivesse ao seu alcance?
- Eu posso tentar. – respondeu o homem, sem deixar de encará-la.
- Ah, tentar! – exclamou Bellatrix, entrando na conversa – As palavras de quem sempre tira o corpo fora na hora da verdade.
- Cale-se, Bella! – ordenou Narcissa, e então voltou a encarar Snape – Você jura, Severo? – perguntou ela, ansiosa – Você... faria o Voto Perpétuo comigo?
- Há! – fez Bellatrix, com um sorriso desdenhoso – Agora eu quero ver.
Snape olhou para ela, crispando os lábios, e então voltou a encarar Narcissa.
- Sim, eu faria. – respondeu ele – Bellatrix pode ser nossa Avalista, se não se importa, Bellatrix... – disse, fitando a mulher que tinha a boca aberta de espanto.
Snape e Narcissa ficaram de joelhos, um diante do outro, e uniram suas mãos direitas. Ainda estarrecida, Bellatrix se aproximou, colocando a ponta da varinha sobre as mãos unidas da irmã e de Snape.
- Você promete que cuidará do meu filho quando ele tiver que cumprir a missão que lhe foi designada? – perguntou Narcissa.
- Sim. – respondeu Snape.
Uma língua de fogo saiu da ponta da varinha de Bellatrix, envolvendo as mãos dos dois.
- E promete protegê-lo de todo e qualquer mal ou perigo que ele possa correr? – perguntou Narcissa.
- Sim.
Uma segunda língua de fogo irrompeu da ponta da varinha, entrelaçando-se à primeira ao redor das mãos de Narcissa e Snape.
- E promete que... se Draco falhar... terminará a missão que foi dada a ele pelo Lorde das Trevas? – perguntou a mulher. Houve um instante de silêncio, durante o qual, sem perceber, tanto Narcissa quanto Bellatrix prenderam as respirações.
- Sim. – respondeu Snape, finalmente.
As duas mulheres voltaram a respirar enquanto a terceira e última língua de fogo deixou a ponta da varinha de Bellatrix, indo unir-se às outras, formando o que parecia uma corda de fogo ao redor das mãos unidas dos dois bruxos.
Longe dali, na mansão D’Argento, Sophie acordava sobressaltada de um pesadelo confuso e assustador. Ela não lembrava direito do que havia sonhado, via somente flashes do pesadelo, corpos erguendo-se de dentro de um lago escuro, a marca negra pairando sobre a torre da Astronomia em Hogwarts, um lampejo verde, um corpo caindo, um par de olhos muito azuis, e gritos, muitos gritos. Ela suava, enquanto sentava, arfando, na cama e olhava para o relógio. Faltavam quinze minutos para a uma hora da manhã.
“O que houve, minha estrela?” – perguntou Jael, dentro de sua cabeça – “Você está muito agitada, está acontecendo alguma coisa?”
“Não, foi só um pesadelo.” – respondeu Sophie, em pensamento – “Não se preocupe, está tudo bem.”
“Eu vejo o que você está vendo, minha estrela” – disse o centauro.
“Não se preocupe, Jael. ” – repetiu Sophie – “Foi só um pesadelo.”
“Tem certeza? ” – perguntou Jael.
“Sim, está tudo bem, meu amigo.” – respondeu a garota.
“Está bem.” – concordou Jael – “Boa noite, minha estrela.”
“Boa noite.”
Sophie respirou fundo, voltando a deitar-se. As imagens do sonho passavam em sua cabeça repetidamente, mas não faziam nenhum sentido para ela. Ela buscou mentalmente todas as pessoas que lhe eram mais queridas. Seu pai – adotivo – roncava sonoramente em seu quarto, no Brasil; Fred e Jorge ainda trabalhavam, na sala do apartamento que dividiam no Beco Diagonal. Os demais Weasley, Harry e Hermione também dormiam, n’A Toca, e em Grimmauld Place, Sirius e Remo conversavam enquanto bebiam cervejas amanteigadas na sala de jantar. Ela abraçou uma das almofadas da cama, fechando os olhos e respirando fundo.
- Foi só um sonho. – disse, baixinho, para si mesma – Só um sonho.
No bosque, Jael observava as estrelas, com uma expressão muito séria e concentrada. Ele nem mesmo percebeu quando Cristal se aproximou, parando ao seu lado.
- Ainda acordado, Jael? – perguntou ela.
- Sim. – respondeu o centauro, sem tirar seus olhos do céu.
- Por que olha o céu deste jeito? – perguntou Cristal, olhando também para o alto.
- Sophie teve um pesadelo. – respondeu Jael – E agora os céus dizem isto.
- Não posso ver nada sobre ela. – disse Cristal – Mas posso ver sobre os outros. Seu futuro é cheio de trevas.
Jael nada disse, apenas continuou fitando o céu. Ele suspirou.
- Está preocupado com ela, não está? – perguntou Cristal – Teme por Niniane.
- Sim. – admitiu Jael – Eu e ela somos profundamente ligados, como sabe, Cristal, mas não me preocupo apenas com ela. Os humanos correm perigo, todos eles.
- Não devemos nos intrometer nisto, Jael. – disse Cristal – Não é nossa luta.
- Você não vê? – perguntou Jael, finalmente encarando-a – Se os desígnios realmente se cumprirem, esta luta será de todos nós.
- Mas ainda há tempo. – disse Cristal – Talvez a luta não aconteça.
- Talvez. Mas devemos estar preparados para o caso dela acontecer.
No dia seguinte, Sophie contou à avó sobre o sonho que tivera, mas Violet também não foi capaz de compreender o significado das confusas imagens que viu na mente da neta.
- Parecem momentos diferentes, pessoas diferentes. – disse Violet – Tudo está interligado, com certeza, mas não consigo ver o elo entre cada uma das partes.
- Eu também não, Vovó.
- Bem, você estará de volta a Hogwarts em poucos dias. – disse Violet – Talvez Dumbledore possa ajudar a decifrar este mistério.
N’A Toca, tudo estava sendo acertado para a tradicional ida ao Beco Diagonal para a compra do material escolar da trupe de adolescentes que enchia a casa durante aqueles dias. Depois de passar alguns dias na casa dos tios, por causa do feitiço de proteção sobre o qual Dumbledore lhe falara na noite do incidente no Ministério, Harry fora passar o restante de suas férias n'A Toca. Hermione havia chegado apenas alguns dias depois dele, e os dois agora preenchiam o vazio deixado por Fred e Jorge, que haviam se mudado para um apartamento no andar de cima da loja que haviam alugado no Beco Diagonal.
- Bem, certamente você e Rony precisarão de novos uniformes. – dizia a Sra. Weasley a Harry – As calças de Rony estão pelo meio das canelas, e as suas devem estar mais ou menos por aí. Parece que lançaram um Feitiço Esticador em vocês dois!
Harry riu. A Sra. Weasley tinha razão. Tanto ele quanto Rony haviam crescido vários centímetros ao longo das férias, mas continuavam magros, embora Harry tivesse desenvolvido alguns músculos devido ao Quadribol.
- Pedi a Gui que retirasse o dinheiro de seu cofre, Harry, querido. – disse a Sra. Weasley – Espero que não se importe. É que a burocracia para conseguir algo no Gringotes está insuportável!
- Claro que não, Sra. Weasley, obrigada. – respondeu o garoto.
- Ah, Gui também trocou seu dinheiro, Hermione. – avisou a mulher.
- Obrigada, Sra. Weasley. – agradeceu Hermione.
- Não vejo a hora de conhecer a loja do Fred e do Jorge! – disse Gina.
- É. – concordou Rony – Eles estão fazendo o maior sucesso!
- Falando em Fred... – disse a Sra. Weasley – E Sophie?
- Vai encontrar conosco no Caldeirão Furado. – informou Hermione.
Logo após o almoço, um carro oficial do Ministério estacionou na frente d’A Toca para levar a todos até o Beco Diagonal. Os quatro adolescentes se acomodaram confortavelmente no banco de trás, enquanto o Sr. e a Sra. Weasley foram no banco da frente, que mais parecia um sofá, junto com o motorista.
- Este carro é o mais seguro que o Ministério pode oferecer. – comentou o Sr. Weasley – E vai ter alguém esperando por nós no Caldeirão Furado.
Harry não disse nada, apenas continuou fitando a janela, sério. O incomodava ser tão vigiado e protegido o tempo todo, e ele tinha verdadeiro horror dos aurores que em geral eram enviados para escoltá-lo quando ele estava fora de casa. A viagem até o Caldeirão Furado foi surpreendentemente rápida. Além de seguro, o carro do Ministério também era rápido.
- As ordens são de esperar que retornem, para levá-los de volta para casa. – disse o motorista, ao estacionar o carro diante do bar – Tem alguma idéia de quanto tempo irão demorar?
- Não mais do que duas horas, eu creio. – respondeu o Sr. Weasley.
- Ok. Estarei esperando aqui. – avisou o motorista.
Eles desceram do carro, e Harry, que já esperava pelos habituais aurores mal-encarados que geralmente o escoltavam, surpreendeu-se ao ver o rosto barbudo e sorridente de Hagrid, que aguardava, junto com Sophie, na porta do Caldeirão Furado.
- Olá, vocês. – cumprimentou Hagrid.
- Hagrid! – exclamou Harry, contente – Onde estão as minhas babás?
- O Ministério ia mandá-los, mas Dumbledore disse que eu bastava. – respondeu Hagrid, parecendo orgulhoso.
- Oi, Soph – cumprimentou Harry.
- Oi, Harry! – respondeu Sophie, depois de ter cumprimentado os Weasley e Hermione – Como você está?
- Bem, e você? – perguntou o garoto.
- Bem também.
- Então... vamos entrando? – sugeriu Hagrid – Arthur, Molly... – disse ele, indicando a porta.
O grupo entrou no Caldeirão Furado, e Harry ficou boquiaberto com o que viu. Era a primeira vez, em seis anos, que ele via o estabelecimento completamente vazio. A única pessoa dentro do bar era o estalajadeiro, Tom, que enxugava um copo vagarosamente. Tom ergueu a cabeça, esperançoso, mas Hagrid logo anunciou:
- Estamos só de passagem, Tom. Coisas de Hogwarts.
O estalajadeiro assentiu com a cabeça, voltando a enxugar seu copo, enquanto o grupo passava ao pequeno pátio nos fundos do bar.
- Nossa! Eu nunca vi o Caldeirão Furado vazio assim. – comentou Rony.
- As pessoas estão com medo de sair das suas casas. – disse o Sr. Weasley, tristemente.
Hagrid, com seu guarda-chuva cor-de-rosa, abriu a passagem em arco que levava ao Beco Diagonal, por onde todos passaram, parando logo em seguida para olhar ao redor. Muita coisa havia mudado por ali. A rua tortuosa não tinha nem a metade do movimento que costumava ter nos dias que antecediam o início do ano letivo. A sorveteria Florean Fortescue, que era o ponto de encontro dos estudantes no Beco Diagonal estava fechada, assim como muitas outras lojas, que tinham as vitrines cobertas por tábuas. Por toda a parte, afixados em postes e paredes, havia cartazes com fotos de Comensais fugitivos de Azkaban e informativos do Ministério da Magia sobre medidas de segurança.
- Bem, precisamos ir à Madame Malkin, à Floreios e Borrões e ao boticário. – enumerou a Sra. Weasley – Vamos, todos, Madame Malkin primeiro, já que é a mais próxima...
- Molly, não faz sentido irmos todos à Madame Malkin, se só os meninos precisam de uniformes. – disse o Sr. Weasley – Além disso, se nos dividíssemos terminaríamos tudo mais rápido. Você, eu e as meninas podemos ir à livraria, enquanto os garotos vão com Hagrid até a Madame Malkin.
- Eu não sei... – disse a Sra. Weasley, temerosa – Hagrid?
- Eles estarão bem comigo, Molly. – disse Hagrid.
Ainda um tanto relutante, a Sra. Weasley se deixou conduzir pelo marido, junto com as meninas, até a Floreios e Borrões. Rony e Harry foram com Hagrid até a Madame Malkin, para que os dois comprassem uniformes novos.
Hagrid ficou do lado de fora da lojinha – muito apertada para o tamanho do meio-gigante – enquanto os garotos experimentavam os uniformes. Depois que eles terminaram, os três passaram no Empório das Corujas, onde compraram vários pacotes de nozes e sementes para Edwiges e Pichitinho, e depois foram em direção à Floreios e Borrões para encontrar com o restante do grupo. Encontraram-nos no meio do caminho, carregando enormes sacas com livros – Harry apanhou a de Gina, e Rony a de Hermione, e Hagrid, não sem discussão, convenceu Sophie a entregar a dela – e depois de passarem no boticário, para reabastecer o estoque de ingredientes para poções das meninas, foram juntos procurar pela loja dos gêmeos.
- Não temos muito tempo. – disse a Sra. Weasley, consultando o relógio. – Vamos só dar uma passada rápida na loja de Fred e Jorge e vamos embora. Fiquem juntos!
Eles seguiram caminhando pela rua, procurando pela loja de logros dos gêmeos. As poucas pessoas que andavam por ali caminhavam apressadas e em silêncio, sempre em grupos de três ou mais. Ninguém se arriscava a andar sozinho naqueles dias.
Eles não tiveram muita dificuldade em encontrar a loja dos gêmeos. Na verdade, era impossível não enxergar a loja. Contrastando com as fachadas sem graça das demais lojas, a loja “Gemialidades Weasley” tinha a fachada pintada com cores vivas, e um enorme letreiro no alto. As vitrines eram cheias de produtos que saltavam, giravam, estouravam, piscavam e gritavam, muitos deles já conhecidos de Harry e dos demais. A Sra. Weasley olhava para tudo, de boca aberta, atordoada com tamanha festividade reunida em um só lugar.
- Incrível! – exclamou Rony, também de boca aberta.
Eles entraram na loja, cujo interior era tão colorido e vibrante quanto a fachada e a vitrine. Caixas e mais caixas de produtos estavam empilhadas por toda a parte, e a loja estava completamente apinhada.
- Olá, família! – cumprimentou um Jorge sorridente, vindo ao encontro deles – E agregados. – acrescentou ele, com uma piscadela para Harry e Hermione – Ei, Fred! Vem aqui!
Fred, que explicava o funcionamento dos Caramelos Incha-Língua para um cliente, foi também até onde o grupo estava.
- Oi, todo mundo! – cumprimentou ele – Pai, mãe. – disse, beijando o rosto da Sra. Weasley – Oi, amor!
- Oi. – respondeu Sophie, recebendo um beijo do namorado.
- Venham, vamos mostrar a loja pra vocês. – disse Fred, começando a andar, de mãos dadas com Sophie.
Eles fizeram um pequeno tour por toda a loja, enquanto os gêmeos contavam um pouco sobre como estavam indo os negócios, e depois cada um foi dar uma olhada por conta própria. Sophie e Fred desapareceram nos fundos da loja, enquanto Harry analisava os Detonadores-Chamariz.
- Você deixa ele cair e ele sai correndo e apitando até sumir. – explicou Jorge – É ótimo quando quer desviar a atenção de algo. – disse ele com um sorriso – Nem pense nisso.
Harry, que enfiara a mão no bolso das calças para procurar o dinheiro para pagar pela caixinha de Detonadores olhou, sem entender, para o amigo.
- Mas... – começou ele.
- Você não paga nada aqui. – disse Jorge.
- Eu não posso fazer isso. – disse Harry.
- Não só pode, como vai. – disse Jorge – Você nos deu o capital inicial, sem isso a “Gemialidades Weasley” nem mesmo existiria. – lembrou ele – Leve o que quiser, por conta da casa. Agora, se me dá licença...
Ele se afastou, indo atender a um grupo de meninas risonhas, que apontavam frascos cheios de um líquido cor-de-rosa e rótulos vermelhos. Um pequeno cartaz, afixado acima da prateleira anunciava “Poções do Amor Bruxa Maravilha” . Hermione e Gina pararam para ouvir as explicações de Jorge sobre as propriedades das poções.
- Causam atração profunda e imediata, e o efeito dura mais ou menos vinte e quatro horas, dependendo do peso do rapaz em questão. – dizia ele.
- E isso funciona mesmo? – perguntou Gina.
- Claro que funciona. – respondeu Jorge – O efeito é imediato.
- É, mas nós não vamos vender isso pra nossa irmã. – disse Fred, surgindo atrás dela.
Ele e Sophie haviam acabado de voltar para a loja, bem a tempo de ouvirem a Sra. Weasley anunciar que eles estavam de partida. O grupo se despediu dos gêmeos, que os acompanharam até a porta, e Fred despediu-se da namorada com um longo beijo.
- Nos falamos mais tarde? – perguntou ele.
- Aham. – confirmou Sophie.
- Eu amo você. – disse o garoto, acariciando o rosto dela.
- Também amo você. – disse Sophie, e depois de mais um beijo, deixou o namorado para acompanhar o grupo que já se dirigia à passagem que levava ao Caldeirão Furado. No caminho, porém, passaram por Narcissa Malfoy, que comprava, sozinha, no boticário. Ela carregava sacolas da Madame Malkin e do Empório das Corujas, e nas mãos, tinha a lista de material escolar que vinha nas cartas de Hogwarts aos alunos.
- Ela tá fazendo as compras sozinha? – perguntou Hermione – Cadê o Malfoy?
- Sei lá. – disse Harry, depois de dar uma olhada ao redor e não ver o sonserino.
- Isso é estranho. – comentou Rony.
- É. – concordou Hermione – Muito estranho.


N/A: Ei, ei, ei! Eu, de volta, com a, óbvio, continuação de "O Quinto Ano". Espero que gostem!

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