Capítulo 17



A brisa fria do final de noite entrava pelas janelas abertas do dormitório, chocando-se contra os corpos descobertos das garotas que dormiam, encolhidas, em suas respectivas camas.



As arvores da Floresta Proibida balançavam-se com graciosidade, devido a brisa fria do inicio de manhã, enquanto o pio das corujas, faziam parecer que o jardim de Hogwarts era mais sombrio, do que realmente era.

No horizonte, atrás das montanhas que circulavam o castelo, o céu adquiria um leve tom alaranjado, fazendo o mesmo adquirir várias tonalidades diferentes, o que lhe dava um ar divino.



Resmungando algo ilegível, Melissa abriu os olhos e, praguejando, levantou-se e fechou a janela. Olhou para a amiga ruiva e sorriu ao vê-la toda encolhida sobre o colchão fofo; típico de Gina, que sempre deixava as janelas abertas, antes de ir dormir e, logo cedo, podia ser vista encolhida em sua cama, com os cobertores jogados no chão, ao arredor da cama.



Suspirando, caminhou até a cama da amiga, cobrindo-a com cuidado, para não acordá-la, antes de ir se deitar e cobrir a si mesma, antes de voltar a dormir.



Mas o silêncio e a paz não reinaram no quarto delas por muito tempo, já que logo a porta do dormitório se abriu com um estrondo, fazendo Melissa e Gina acordarem sobressaltadas, enquanto pelo arco entrava uma Hillary mal humorada, com as íris azuladas brilhando em puro ódio.



Os cabelos castanhos estavam molhados, assim como os ombros de seu pijama.



Melissa olhou ao arredor, como que procurando o motivo da amiga estar molhada; nem chovendo estava. Já Gina, coçava um dos seus olhos, enquanto olhava ao arredor, tentando entender o que acontecia.



-Quem morreu? – a ruiva perguntou, por fim, antes de bocejar e se espreguiçar. – E porque você me acordou as... – olhou no relógio sobre sua mesa de cabeceira. – Seis da manhã?



Mas parecia que Hillary não estava se importando para o horário, já que entrou no dormitório das amigas, batendo a porta atrás de si.



-Quando você ver aquela ostra oxigenada do seu namorado, Virginia, diga que existe maneiras mais sutis de se acordar alguém do que jogar água na cabeça dela. – as outras duas riram. – E ele somente fez isso porque não tem capacidade de mandar uma coruja pra você, pedindo pra conversar. – bufou, enquanto sentava-se sobre a cama de Melissa, que se levantou num gesto incrivelmente rápido, expulsando-a de seu colchão.



-Não se atreva a molhar minha cama. – a loira murmurou, fazendo Hillary bufar, antes de se levantar e ficar de pé na frente da janela, observando o dia nascer.



-Deixe-me adivinhar, Hillary... – Gina começou, enquanto voltava a se deitar e se cobria por inteiro. – Quando você acordou, ele saiu correndo. – a morena concordou com um muxoxo, no que a ruiva riu sem humor. – Sei como é; esse corno fazia isso comigo.



Isso fez Hillary virar-se para encarar o semblante sonolento da amiga.



-E como você fez ele parar? – perguntou ansiosa, no que o semblante dela contorceu-se em uma expressão maliciosa.



-Dei uns pegas nele... – ela encolheu os ombros. – E, aí, ele parou. – bocejou e, fechando os olhos, virou as costas para as amigas. – Nada que um ou dois beijos não resolvam. – e adormeceu, no que Hillary ficou olhando para as costas da amiga adormecida.



Hillary não entendera absolutamente nado do que a amiga quisera dizer. Okay! A única coisa que entendera, e nem tinha certeza se estava certo, era que o loiro somente fazia isso porque queria... Beijá-la?



Quase gargalhou diante essa idéia, somente não o fez para não voltar a acordar Gina.



No dia em que beijasse Joseph Watson, estaria bêbada... Não! Drogada!

Ou melhor ainda; louca, débil, com doença mental. Com insuficiência de inteligência. Sem senso critico.



Sem saber o que falar abriu a boca várias vezes e a fechava seguidas vezes. Olhou para Melissa, que bocejando, levantava-se e vasculhava o baú no pé de sua cama, a procura de uma muda limpa de uniforme para usar naquela sexta feira.



-Você entendeu alguma coisa? – ela perguntou, fazendo a loira encará-la, antes de dar de ombros.



-Não se preocupe tanto. – murmurou, jogando o uniforme sobre a cama e fechando o baú. – Te garanto que Joe não quer te beijar. – sorriu de leve, antes de pegar o uniforme entre os dedos e começar a caminhar na direção do banheiro, mas antes de entrar, virou para encarar a amiga morena. – Só mais duas coisas. – entrou no banheiro e segurou a porta. – Acorde a Gina e vá tomar um banho quente, antes que fique resfriada. – e fechou a porta com um estrondo.



-Ótimo. – Hillary resmungou, enquanto jogava as mãos pro alto, num gesto que mostrava toda a sua frustração. – Agora eu virei babá de uma garota de quinze anos. – girou os olhos, antes de caminhar até o lado da cama de Gina e, analisando a amiga de cima a baixo, olhou para a mesa de cabeceira, onde jazia uma jarra com água e, ao lado desta, um copo de vidro. Sorrindo desdenhosa pelo canto dos lábios, pegou a jarra e a virou sobre o rosto da amiga ruiva, fazendo-a se engasgar, enquanto sentava-se na cama, parecendo assustada. – Ops... – murmurou sarcástica, como se aquilo houvesse sido um acidente.



Quando se recuperou do engasgo, Gina fuzilou a morena com os olhos e, se estes fossem metralhadores, Hillary estaria morta nesse momento.



-O que você acha que fez, sua morena aguada? – ela murmurou, enquanto levantava-se e torcia os cabelos, fazendo a água pingar, antes de pegar a varinha e, com um movimento gracioso de pulso, secou sua cama. – Você podia ter me matado afogada, sua barata sonsa. – resmungou, por fim, antes de fazer o mesmo feitiço em si mesma e na amiga, que ainda estava molhada. Hillary deu de ombros, enquanto um sorriso divertido brincava em seus lábios.



-Tenho certeza que quando o Joseph te acordava assim você não reclama tanto. – provocou fazendo a ruiva rir venenosa, enquanto pousava a varinha sobre a mesa de cabeceira.



-Claro que não. – sorriu. – Ele é um homem. – caminhou até a janela e a abriu. – E que homem. – suspirou, enquanto Hillary ria e saia do dormitório.



Assim que fechou a porta atrás de si, Hillary parou de rir e começou a caminhar na direção do próprio dormitório.



Podia odiar aquele loiro idiota e presunçoso, mas não tinha como negar que, fisicamente falando, ele era a perfeição humana; um pedaço do mau caminho.



Bufando, entrou no próprio dormitório, somente para constatar que as garotas que o dividiam consigo, começavam a levantar e ir para o grande banheiro que havia anexo ao quarto.



Poderia ter um dia razoavelmente bom – somente não seria perfeito por causa do que Joe fizera logo cedo -, se Amanda Willians não fosse uma das garotas que já estava quase pronta. Loira, olhos alaranjados e uma das garotas mais lindas de Hogwarts.



Amanda acabara de fechar os sapatos e caminhou até Hillary, parando na frente da morena, analisando-a de cima a baixo.



A morena suspirou e sustentou o olhar dela. Não sabia até hoje o porque daquela loira aguada a odiar, mas estava aí para tentar ser útil para a humanidade – como Amanda dizia – e servir de válvula de escape.



-Por onde passou a noite, Rivendell? – ela perguntou, revelando a todas que sua voz podia ser considerada, por muitos garotos, de veludo.

Hillary forçou um sorriso amável.



-Bom dia! Dormiu bem, Amandinha? – fez como sempre fizera; fora cínica e falsa, mesmo porque não estava com muita paciência para discutir como uma garota idiota.



-Você não respondeu minha pergunta. – ela murmurou simplesmente. Puxando o ar com força, Hillary obrigou-se a manter o sorriso nos lábios.



-Isso não lhe diz respeito. – murmurou, por fim, antes de tentar continuar seu caminho, mas as leais escudeiras de Amanda barraram sua passagem.



-É claro que me diz respeito! – ela exclamou, enquanto apontava para o próprio peito, indicando o broche de monitora. - Esqueceu que sou monitora?

Hillary revirou os olhos.



-Se você tão boa quanto acha que é, saberia que eu estava na Sala Comunal. – murmurou, sorrindo. – Sabe, eu sempre achei que um dia as forças superiores te ajudariam a melhorar seu senso de procura, mas vejo que me enganei. – Amanda sorriu pelo canto dos lábios.



-Já que essas “forças superiores” existem, porque elas não te dão um senso de respeito maior? – ela perguntou, sem perder a pose.



Hillary suspirou e contou até dez mentalmente, numa tentativa frustrada de ficar calma. Admitia que não queria brigar, mas já que aquela minhoca incolor estava pedindo, teria o prazer de mostrar que não era mais a mesma barata tonta que era antes.



-Porque elas estão ocupadas demais, procurando um cérebro pra você. – murmurou, fazendo com que todas as garotas rissem e começassem a fazer piadinhas, usando Amanda.



-Acha que tem alguma moral só porque uma vez na vida conseguiu dar uma resposta... Aceitável? – a outra murmurou com tanta raiva que fez todas se calarem. – Você somente tem sorte por achar uma frasesinha aceitável, que provavelmente tirou de algum filme trouxa, sua sangue sujo.



Okay! Certo! Estava calma! Não! Pensando bem; NÃO estava calma. Puxa! Ela não era Buda para ter que agüentar aquela monitorazinha metida a gostosa. Puxando o ar com força, colocou um sorriso maldoso nos lábios.



-Sangue sujo? – repetiu num murmúrio, no que a outra confirmou com um aceno de cabeça. – Você fala como se somente o fato de seus pais serem bruxos significasse alguma coisa! Entre você e eu, a sangue sujo é você, Amanda. – suas íris brilharam em puro ódio; odiava quando metiam esses assuntos nas discussões. – Seu pai e sua mãe podem ser bruxos! Meu pai pode ser bruxo e minha mãe trouxa, mas acima de tudo, querida, não é o sangue e sim a honra, a qual você fez questão de tirar de sua família. A qual você não teve capacidade de manter intacta. Estou admirada que seu pai, todo pomposo como é, tenha admitido que uma prostituta dormisse sob o seu teto. Por que é isso que você é, Willians, uma qualquer, que acha divertido se esfregar por aí com garotos comprometidos! – terminou e tudo o que fez ouvido a seguir foi o barulho de um tapa sendo desferido contra o rosto de Hillary.



Chorando de raiva, Amanda tentou achar palavras para responder, mas acabou desistindo de fazer isso. Secou o rosto com brutalidade.



-Isso não vai ficar assim. – fungou. – Se eu fosse você, começava a dormir com um olho aberto, Rivendell. – e sem mais nenhuma palavra, saiu do dormitório.



Hillary suspirou e massageou o lugar onde a loira depositara o tapa. Olhando ao arredor, constatou que todas as meninas presentes olhavam para sua cara, como que esperando alguma reação.



-Quê? Nunca viram uma desequilibrada dar um tapa na cara dos outros? – perguntou num murmúrio perigoso, antes de caminhar até sua cama e, pegando uma muda limpa do seu uniforme, caminhou até o banheiro, para se arrumar para aquele longo e tedioso dia, que somente seria salvo pelo treino de Quadribol à tarde – ou assim esperava.





[hr]





-Deixa ver se eu entendi... – murmurou, parando a meio caminho do Salão Comunal, e olhando para o rosto de Rony. – Você e a Hermione vão passar o dia todo juntos, amanhã, no passeio de Hogsmeade? – o outro concordou com um aceno de cabeça. Harry suspirou pesadamente e simulou um sorriso enciumado. – E onde eu entro nisso? – perguntou, por fim, fazendo o ruivo sorrir maroto.



-Bom, se você quiser ficar vendo a intimidade dos seus melhores amigos, pode ficar vendo. – Harry riu e negou com um aceno de cabeça. – Mas, vamos lá, Harry! Você é o maior galinha que Hogwarts já teve desde o seu pai e do Sirius. – riu malicioso. – Vai me dizer que não consegue achar uma distração? – dessa vez, Harry riu com vontade do comentário do amigo.



-É claro que eu consigo, Rony. – murmurou em resposta, enquanto voltavam a caminhar. - Mas o problema é: quem? Parece que todas as garotas dessa escola estão ou comprometidas ou decididas a se fazer de difícil. – Rony riu e deu de ombros.



-Talvez, meu caro, seja hora de você pegar OUTRA garota chata. – piscou um olho para o moreno e indicou uma loira, que estava sentada em uma das várias poltronas, rindo de alguma coisa que suas amigas contavam.



-Amanda Willians? – perguntou e Rony concordou com um aceno de cabeça. Harry riu sarcástico. – Rony, eu não vou me surpreender se essa garota ainda brincar de boneca. – o ruivo riu com vontade.



-Mas você tem que admitir que ela é linda. – ele murmurou, no mesmo instante em que Hermione aparecia pelo arco que separava o Salão Comunal das escadas que levavam ao dormitório feminino.



-Bom dia, garotos. – ela desejou, depositando um beijo na bochecha de Harry e outro nos lábios do namorado. – Qual o assunto?



-Estou tentando convencer o Harry a convidar a Amanda Willians para ir com ele à Hogsmeade amanhã. – Rony respondeu, no que Harry bufou e, entregando o material para o amigo, deu de ombros.



-Você venceu. – sorrindo, se afastou dos amigos e caminhou até a loira, que parou de conversar com as amigas e ergueu a cabeça para encará-lo.



-Sim? – perguntou, sorrindo ao ver quem era. Harry deu seu melhor sorriso, o que arrancou um suspiro de Amanda e suas amigas.



-Gostaria de saber se você quer ir comigo à Hogsmeade amanhã? – perguntou, enquanto sentava-se no braço da poltrona que ela ocupava. Amanda trocou um breve olhar com as amigas, antes de analisar o corpo todo de Harry, que sentiu um leve incômodo ao ter uma das garotas mais fáceis de toda aquela escola pensando se iria ou não aceitar.



-O que o leva a crer que iria querer? – ela perguntou séria, embora seus olhos brilhassem de modo divertido. Harry bufou.



-Poderia ser mais direta, por favor? – murmurou. – Sim ou não? É tão simples dizer uma dessas palavrinhas. – a loira riu, fazendo-o pensar que estava conversando com uma gralha.



-Vejo que é muito apressado. – o moreno girou as íris.



-Pois é... O encontro seria amanhã, entende? Não hoje. – sorriu pelo canto dos lábios. – E logo teria uma maravilhosa aula de Adivinhação, então... Se pudesse agiliza o processo, eu ficaria muito grato.



-Gosto do seu jeito. – ela concluiu, sorrindo. – Por isso, vou com você amanhã. – Harry sorriu, antes de se inclinar e depositar um breve beijo no espaço entre a bochecha e a boca da loira.



-Até amanhã. – sussurrou no ouvido dela, antes de se levantar e caminhar até os amigos.



-E aí? – Rony perguntou, devolvendo a mochila do amigo, que lhe sorriu.



-E aí o quê? – perguntou, antes de começar a caminhar para fora do salão comunal.



-Como foi? Ela vai com você ou eu e a Hermione teremos que agüentar uma vela ao nosso encalço? – Hermione riu, enquanto enlaçava seus dedos nos do namorado.



-Na verdade, Roniquinho, você é quem vai se encontrar com ela. – Harry murmurou, usando de todo o sarcasmo que possuía. – Eu vou me agarrar com a Hermione. – a mencionada gargalhou, enquanto Rony fechava a cara.



-Não gostei dessa idéia. – murmurou, no que a namorada parava de rir.



-Não gostou da idéia de se encontrar com a Willians ou do Harry me agarrar? – a monitora perguntou, enquanto ficava séria, no que Rony lançava um olhar de censura ao amigo moreno.



-Das duas! – ele exclamou, esganiçado, fazendo o amigo e a namorada rirem.



-Rony, você é mais tapado que eu poderia imaginar. – Harry comentou, fazendo Hermione rir com mais vontade.



E, nesse clima de alegria, foram para o Salão Principal.





[hr]





Suspirando pesadamente, cruzou os braços em frente ao peito e encostou-se na parede, ao lado da porta do seu quarto, enquanto esperava Gina terminar de se arrumar.



Estava de TPM; mal-humorada e com uma dor de cabeça que, por mais poções que tomasse, não passava.



Viu quando a ruiva saiu correndo do banheiro; uma toalha enrolada nos cabelos e a capa do uniforme esvoaçando atrás de si.



-Vamos logo, Gina. – murmurou, mal humorada. – McGonagall vai nos matar se chegarmos atrasadas...



-Porque esse vai ser o terceiro atraso da semana. – a ruiva completou, desdenhosa, antes de abrir a gaveta do criado mudo que havia ao lado de sua cama. – Se você quiser ir indo, Melissa, pode ir. – completou, pegando uma pequena caixa e abrindo-a.



A loira bufou e caminhou até a amiga, arrancando a toalha da cabeça, fazendo a cascata ruiva cair molhada até sua cintura. Com uma mão segurou o pulso dela e com a outra, pegou a mochila.



-Você vai para uma aula e não para um encontro romântico. – falou, começando a caminhar para fora do dormitório, levando a ruiva consigo. – Não precisa ficar passando quilos de maquiagem.



-Ah, qual é a sua Melissa? – a outra perguntou, mal humorada, parando de caminhar e soltando-se do aperto da amiga. – Você nunca se importou com isso! – Melissa bufou.



-Talvez não... Mas isso era quando você fazia as coisas para chegar a tempo nas aulas e quando suas notas estavam altas. – fora a vez de a ruiva bufar.



-Melissa... – massageou a nuca com as pontas dos dedos. – Se você esta preocupa com o fato de que suas notas podem alcançar as minhas, vai na frente, caramba! Não precisa ficar me esperando!



A loira bufou e jogou uma mexa de sua franja pra trás de sua cabeça.



-O problema aqui, meu amor, é que você anda precisando de nota, mas não faz nada para conseguir recuperar. Você ta pensando o quê? Que o Snape vai olhar para você, te achar bonitinha, passar a mão na sua cabeça e te dar dez? – riu sem humor. – Infelizmente, ruiva, as coisas não são tão fáceis assim. – Gina puxou o ar com força, numa tentativa frustrada de manter a calma.



Riu desdenhosa.



-Você acha que é o que, Melissa? Minha mãe? – perguntou, como se esta fosse uma conversa sobre banalidades. – Não, desculpa. Nem a minha mãe consegue ser tão insuportável quanto você acabou de ser. – colocou uma mecha ruiva trás da orelha, antes de continuar. – Você, Melissa, sabe melhor do que ninguém que eu odeio que me digam o que preciso fazer, como fazer e, acima de tudo, odeio sermão. Então, querida, não venha com liçõezinhas de moral para cima de mim.



Okay! Pelo jeito Gina também estava de TPM e de mau humor. Incrível o que acordar cedo fazia com as pessoas. Talvez matasse Hillary por fazê-las ficar de mau humor.



-Se você não gosta de se preocupar com seus amigos, Virginia, o problema é totalmente seu, mas também não venha brigar com as pessoas que se preocupam com você e com suas coisas. – murmurou, no que sabia; Gina ficara sem resposta. O que acabaria acontecendo, mais cedo ou mais tarde; se não fosse com Gina seria com ela própria.



-Ótimo. Então pare de se preocupar. – e, dando as costas, a ruiva começou a caminhar de volta para o dormitório.



-Ótimo! Seja orgulhosa! – Melissa exclamou, antes de também virar as costas, só que para ir para a sala de aula. – Só não reclame se perder seus amigos. – completou para si mesma, num murmúrio, antes de dar três batidas secas na porta da sala de Transfiguração e entrar.



Sabia que sua briga com Gina havia sido idiota e, acima de tudo, infantil, mas o comportamento mesquinho e arrogante que a ruiva vinha adquirindo era algo que não conseguia suportar.



Okay! Admitia que era mesquinha e arrogante, também, mas isso era devido a educação que recebera.



Bufou, enquanto sentava-se ao lado de Brian no fundo da sala, jogando seus livros sobre a mesa.



Se até o final daquele ano letivo sua amiga não voltasse a ser o que era quando a conhecera, era melhor Potter ir se preparando para virar mulher e Chang para virar cadáver.





[hr]





-Merda, merda, merda, merda e merda! – exclamou, enquanto fechava os fechos das suas botas do uniforme de Quadribol de qualquer maneira, pegava sua vassoura e começava a correr em direção ao campo; ao menos seu aquecimento estaria pronto quando chegasse, atrasada, mas chegaria.

Escorregando, virou o último corredor, mas antes que pudesse continuar seu caminho, seu corpo chocou-se contra outro, musculoso, fazendo-a cair sentada e sua vassoura cair perto dos pés da pessoa, que conseguira se manter erguida.



-Ai, pobre bumbum. – murmurou, antes de erguer os olhos e deparar-se com a face divertida de Joe.



-Relaxa, ruiva, o campo de Quadribol não vai sair do lugar. – ele murmurou, sorrindo divertido, enquanto agachava-se e pegava a vassoura dela, antes de ajudá-la a se levantar.



Gina riu de leve, enquanto ajeitava o sobretudo do uniforme vermelho, antes de pegar a vassoura que ele lhe oferecia.



-Pode até ser, mas minha vaga vai sair andando se eu continuar a chegar atrasada nos treinos. – deu de ombros, fazendo-o rir de leve.



-Tenho certeza que Potter não irá se importar com isso se você mostrar para ele que, mesmo chegando atrasada, você é boa. – Gina riu sem humor.



-Você realmente não o conhece. – ele deu de ombros, antes de olhar no relógio em seu pulso e suspirar pesadamente.



-Que seja. – ele lançou-lhe seu melhor sorriso. – Não vim aqui para falar do Potter ou para te ensinar Quadribol. – sorrindo mais um pouco, ele passou um braço sobre os ombros dela e começou a guiá-la para uma sala de aula vazia no final do corredor.



Gina franziu o cenho; aquela lagosta oxigenada estava estranha demais para o seu gosto. A começar pelo fato: desde quando Joe Watson não a provocava com o Quadribol?



-Certo. – suspirou, no mesmo instante em que ele abria a porta da sala que escolhera. – Quanto você quer? – completou, fazendo-o rir divertido, enquanto entravam na sala e ele fechava a porta ao passar.



-Não era bem isso que eu ia falar, mas já que você perguntou... – fez uma breve expressão pensativa. – Uns quinhentos galeões viriam a calhar.



Gina riu sarcástica e divertida ao mesmo tempo.



-Se você me der mil galeões, eu te dou quinhentos. – respondeu, irônica, indo sentar-se no parapeito da janela.



Joe riu de leve, antes de ir sentar-se ao lado dela.



-Bom, deixa pra lá... – deu de ombros. – Dinheiro não é o que me falta. – ela lhe mostrou a língua, como que dizendo que adoraria poder afirmar a mesma coisa. – Eu queria falar uma coisa pra você... – ele murmurou, todo o bom humor abandonando o seu olhar, dando lugar a uma tristeza que Gina não conseguia entender.



-O que foi? – perguntou, erguendo uma sobrancelha num gesto confuso. – Recebeu algum fora? – Joe riu.



-Quem me dera que fosse isso... – suspirou. – Mas, o que eu tenho a te dizer, implica nunca mais receber foras de garotas de Hogwarts.



-Como assim? – ele sorriu-lhe desdenhoso.



-E depois a loira é a Melissa. – fora a vez de Gina rir desdenhosa.



-Não desconverse. – pediu, no que ele voltou a dar de ombros, antes de parar de sorrir. O que tinha a dizer não era a melhor coisa do mundo, mas também não era a pior, sabia, mas mesmo assim não podia deixar de se sentir triste.



-Certo... – ele puxou o ar com força, como se esse simples fato fosse lhe dar toda a coragem que queria estar sentindo. – Wizard está indo embora. – murmurou, por fim, depois de alguns minutos em silêncio. Gina ficou olhando para a cara do loiro, como que absorvendo, lentamente, a informação.



-Indo... Embora? – ela perguntou, desviando o seu olhar do dele, indo admirar a paisagem janela a fora.



-É. – ele a fez encará-lo, segurando-a levemente pelo queixo. – Se eu pudesse escolher, eu ficaria aqui, mas eu não posso ter essa escolha, Gi... – ela suspirou.



-Quando você está indo? – perguntou, fazendo-o olhar para o relógio em seu pulso.



-Daqui a meia hora. – respondeu, fazendo a ruiva arregalar os olhos.



-O QUÊ? – gritou, erguendo-se, no que Joe a imitou. – E como você só me avisa agora, sua criatura amarelada? – ele deu de ombros.



-Eu fiquei sabendo há uma hora. Demorei meia só pra te achar. – ele resmungou, fazendo-a bufar.



-Que bom. – resmungou sarcástica, antes de voltar a se sentar no parapeito da janela. – Você ao menos vai ser diferente de mim, e vai escrever? – perguntou, encarando-o nos olhos.



Joe sorriu de leve, antes de sentar-se do lado da ruiva e pegar uma mão dela.



-Sempre. – respondeu num murmúrio, levando a mão dela a altura da boca e depositando um leve beijo nas costas desta. – Mas vê se responde. – completou, brincalhão, onde a fez rir divertida.



-Vou responder. – sorriu, antes de inclinar levemente o corpo e beijar os lábios dele brevemente. – Palavra de bandeirante. – ele gargalhou.



-Desde quando você é bandeirante? – ele perguntou, os rostos próximos, fazendo os lábios de roçarem, enquanto os olhos estavam fechados e arrepios de excitação subiam por suas colunas. Ela sorriu.



-Há cinco minutos. – respondeu e ambos riram, antes de Joe capturar-lhe os lábios em um beijo longo e apaixonado.





[hr]





-Presta mais atenção no que está fazendo, Rivendell! – a voz de Harry soou várias oitavas mais alta, enquanto a morena esperava o artilheiro ao seu lado lhe passar a Goles.



-Por que a Gina falta e eu que pago o pato? – perguntou a si mesma, num murmúrio mal humorado, enquanto pegava a bola e, inclinando o corpo contra o cabo da vassoura, voou em direção ás balizas, arremessando, somente para marcar o gol.



Rony resmungou algo inteligível, no que sabia; o mau humor do melhor amigo não permitiria que essa falta de atenção passasse batida.



-Rony! – ele exclamou, em repreensão, enquanto o ruivo fazia um gesto com a mão, dizendo que já sabia o que o amigo ia dizer.



-Harry, cara... – balançou a cabeça, num gesto que mostrava que não entendia porque o humor do melhor amigo estava tão intragável. Somente sabia que não era o culpado. – Não é por nada, mas você anda muito estressado e, pior, está descontando isso nas pessoas que nem sequer sabem o motivo. – o moreno bufou.



-Não estou estressado. – fez um gesto displicente. – Somente estou me perguntando porque ainda permito que sua irmã fique no time, quando ela sempre chega, no mínimo, vinte minutos atrasada.



-Mas ela, pelo menos, faz a maioria dos gols nos jogos da temporada. – Hillary resmungou, partindo em defesa da amiga.



-O que mostra que você tem que treinar muito ainda. – Hillary riu sarcástica, antes de voar até o moreno, parando na frente dele, aproximando seus rostos, encarando-o nos olhos.



-Não quando você manda que os outros dois artilheiros passem a bola para a Gina, para que ela possa fazer os gols para Grifinória. – respondeu num resmungou, que deixava claro que não tinha culpa se quase não marcava gols durante os jogos. – Então, amor, não chame os outros de incompetentes, quando são as suas atitudes que fazem com que todos pensem isso.



Mas antes que o moreno pudesse responder, o motivo da discussão – Gina – entrou correndo no campo e levantou voou, indo postar-se mais ou menos perto da amiga.



-Está atrasada, Weasley. – Harry falou para uma Gina que prendia os cabelos distraidamente, embora o moreno ainda olhasse para Hillary.



-Eu sei disso, não precisa forçar seu cérebro mal desenvolvido para chegar a essa brilhante conclusão. – ela resmungou, enquanto ajeitava as luvas de couro de dragão nos punhos.



-Que o motivo seja realmente bom, caso contrario você não irá treinar hoje. – ele murmurou, finalmente encarando a irmã mais nova do seu melhor amigo. A ruiva fez uma expressão pensativa, como que dizendo que estava pensando se o motivo era, ou não, realmente bom.



-Não que isso seja realmente da sua conta, querido, e muito menos que para você seja bom, mas para mim é importante. – ela sorriu fraca e verdadeiramente. – Estava me despedindo do Joe. – deu de ombros, no que Harry ergueu uma sobrancelha, em confusão.



-Tem razão. – ele sorriu. – Isso não é da minha conta. – e, lançando uma piscadela para ela, deu continuidade para o treino.



O moreno não sabia porque, mas a simples idéia de que Gina estava beijado o loiro, fez seu coração apertar.



Suspirando, voltou sua atenção para o que estava fazendo.



Quando o treino acabou, Gina e Hillary foram para o vestiário feminino, para tomar banho.



-Que desculpa foi aquela de que estava se despedindo do Watson? – a morena perguntou, enquanto se despiam. Gina riu divertida, antes de dar de ombros, abrir o chuveiro e entrar de cabeça no jato de água quente que caia.



-Ele queria saber o motivo de eu ter chegado atrasada... – Hillary entrou debaixo do jato de água que caia do chuveiro ao lado do da ruiva. – E eu disse a verdade.



Isso e não ter uma explicação decente é a mesma coisa!, Hillary pensou, girando os olhos, enquanto passava as mãos nos cabelos, para molhá-los completamente.



-E porque você estava se despedindo dele? – perguntou, fazendo a amiga suspirar pesadamente.



-Porque Wizard está voltando para Los Angeles. – ela respondeu num muxoxo chateado, o que deixou claro à Hillary, que a ruiva não queria falar do assunto.



Bufando, passou as mãos nos cachos ruivos, enquanto as últimas palavras que Joe lhe falara, ecoavam em sua mente.



”-Ainda bem que você sabe que sua briga com Melissa foi ridícula, Gi. – ele sorriu e acariciou o rosto dela. – Meu conselho, Gininha... – ela bufou diante esse apelido. – é: engula o seu orgulho e se desculpe com a Mel. Mesmo que você não goste da idéia.”



Pelo menos, pensou, Joe conhecia tanto ela, Gina, quanto Melissa, como se as duas garotas fizessem parte do seu próprio corpo.



Ao contrario de Brian. A ruiva teve vontade de rir do amigo moreno; Brian era o tipo de pessoa que tirava sarro de tudo, inclusive de si mesmo.

E isso, a ruiva lembrou com sarcasmo, incluía sua falta de conhecimento em alguns assuntos.



Sorrindo divertida, Gina terminou o seu banho, antes de fechar o registro e se arrumar, enquanto esperava Hillary fazer o mesmo.



Se sentado no banco que havia no centro do vestiário, a ruiva suspirou entediada, antes de olhar para o boxe, de onde saia uma densa fumaça, que sinalizava que a água continuava quente e que sua amiga não parecia tão disposta a agilizar o processo.



-Você vai se casar ou só está demorando assim para se fazer de fresca, Hillary? – perguntou, fazendo a morena rir.



-Estou demorando por causa do seu velório, já que se você não se calar, eu vou matá-la. – a resposta sarcástica chegou a seus ouvidos, fazendo-a rir.



-Não está mais aqui quem falou. – respondeu num resmungo mal humorado, afundando-se sobre o banco no que seria uma longa espera.





[hr]





Suspirando, continuou admirando as chamas que queimavam na lareira à frente do sofá onde estava sentada, pensando no que Joe lhe falara antes de partir; para pedir desculpas para Melissa.



Era cada idéia que aquela ostra lhe apresentava, que a ruiva ficava cada vez mais surpresa por aquele loiro ser o mais inteligente de Wizard.

Okay! Admitia que o loiro tinha razão e que provavelmente devesse ir pedir desculpas a sua melhor amiga, mas somente o fato de que isso significava engolir seu orgulho e assumir uma culpa que não era totalmente sua, lhe dava calafrios.



Talvez devesse conversar com a loira, mas sabia que Melissa era muito mais orgulhosa do que a ruiva e que, provavelmente, não estava nem um pouco a fim de dirigir a palavra à amiga por um bom tempo.



Gina suspirou; sabia que o que Melissa mais prezava em suas amizades era respeito e confiança; e sabia melhor ainda que não tivera o mínimo de respeito com a amiga, que somente queria seu bem, naquela manhã de sexta feira.



Um estralar de dedos, diante seus olhos, fez a ruiva piscas várias vezes seguidas, saindo de seu transe e desviando o olhar das chamas, para poder ver quem chamava sua atenção; Harry.



-Ta tudo bem, Gina? – ele perguntou em não mais que um sussurro preocupado, enquanto a ruiva olhava ao arredor e constatava que ficara ali, sentada, por um bom tempo, pensando e nem percebera que todos os alunos já haviam ido dormir; todos menos o melhor amigo de seu irmão.



-Porque não estaria? – perguntou no mesmo tom de voz que ele usara, voltando a admirar as íris verdes do Menino Que Sobreviveu.



-Não sei. – ele deu de ombros, antes de se sentar ao lado da garota que povoava seus pensamentos nos últimos tempos. – Você chegou do treino e sentou aqui... – ele suspirou, antes de continuar. – Não saiu para jantar, não percebeu seus amigos a sua volta conversando e rindo, não notou quando eles lhe desejaram boa noite... – ele sorriu pelo canto dos lábios, como se estivesse desanimado. – Então, eu achei que você estava com algum problema e pensei que talvez eu pudesse ajudar. – Gina riu, antes de passar uma mão pelos longos cachos ruivos.



Nunca pudera imagina aquela cena; ela e Harry sozinhos no Salão Comunal a altas horas: ele preocupado e ela chateada. Ele tentando ajudar e ela sem saber o que fazer ou responder.



Porque seu coração tinha que estar batendo contra o seu peito com tanta força e porque aquele contato visual lhe parecia o melhor dos confortos?



-Nunca ouvi alguém falar tantas coisas de uma única vez. – ele deu de ombros e sorriu, mas ela continuou. – Principalmente você, Harry, quem eu sempre achei que falava pouco quando estava a sós com uma mulher. – dessa vez ele riu com gosto.



-Normalmente eu falo bastante com mulheres quando não estou ficando com elas. E como não estamos ficando, achei que você, talvez, quisesse que eu te ajudasse com o que quer que seja que a esteja incomodando. – porque o fato de ela e Harry não estarem juntos, ditos por eles com tanta indiferença, fizera seu coração se apertar? E porque sentia um desejo louco em capturar aqueles lábios firmes e saboreá-los, antes de ir dormir?



Suspirando, deu de ombros e voltou a admirar o fogo, quebrando o contato visual mantido desde que ele começara a falar consigo.



-Não há nada que você possa fazer. Eu pelo menos acho isso. – sorriu de leve, antes de olhar para ele de rabo de olho, somente para ver que ele também olhava para o fogo.



Não havia como negar que ele ficava mais lindo que nunca somente iluminado pelas chamas, que faziam as mechas negras adquirirem uma leve tonalidade avermelhada, enquanto as íris verdes brilhavam mais.



Descendo um pouco mais os olhos, viu que ele usava somente a blusa e a calça do uniforme negro de Hogwarts. Os pés eram escondidos somente por um par de meias negras.



Voltou a olhar para o rosto do moreno e chegou a conclusão que ele ficava mais belo com a expressão serena e distraída. Os cabelos negros estavam mais desgrenhados que o normal, enquanto o peito másculo subia e descia levemente, devido a respiração calma.



Viu quando ele fechou brevemente os olhos, antes de se recostar melhor sobre o sofá vermelho sangue e voltar a abrir os olhos e encará-la com um olhar maroto, que deixava claro que ele notara que a ruiva o observava.



Corando, Gina desviou o olhar.



-Tente se abrir comigo, não custa nada, não é? – ele murmurou, notando o avermelhado que começava a tomar o rosto dela.



-Não sei se você vai me entender. – suspirou, e também se recostou no sofá. – Afinal, você nunca pareceu ter problemas com o Rony ou com a Mione. – deu de ombros, no que Harry sorriu e aproximou-se dela, passando um braço sobre os ombros da irmã mais nova do seu melhor amigo.



-Acredite se quiser, ruiva, já tive mais problemas com eles do que você possa imaginar. – ela suspirou e ele a aconchegou em seu próprio peito.

Gina puxou o ar com força; gesto do qual se arrependeu. O perfume cítrico dele entrou em suas narinas, fazendo-a ficar levemente tonta.



O calor que emanava do corpo dele misturava-se com o seu, fazendo parecer, para a ruiva, que, de repente, a sala ficara estranhamente quente.



-Meu problema com a Melissa é tão banal que se eu falar você vai rir da minha cara. – ele riu. – Viu? Já está rindo. – ele engoliu a gargalhada ao ouvir o que ela falara, encarando-a somente com um sorriso divertido brincando em seus lábios.



-Juro que não vou rir de você. – ela ergueu uma sobrancelha em desconfiança, mas acabou contando a ele tudo o que acontecera entre ela e Melissa aquela manhã e não errou ao desconfiar dele; ao ouvir o motivo da briga das duas, Harry gargalhou com vontade.



-Ta vendo? – bufou, enquanto fechava a cara. – É por isso que não dá para contar as coisas para você. – cruzou os braços sobre o peito e saiu do aconchego dele, sentando-se reta no sofá, embora o braço dele ainda estivesse sobre seus ombros.



-Essa foi a primeira coisa que você me contou de boa vontade a vida toda, Gina. – ele observou, fazendo-a voltar a puxar o ar com força e fechar os olhos.



As palavras dele lhe acertaram em cheio, no que ela sentiu o coração se apertar e os olhos arderem.



Sim! Aquela era a primeira vez que se abria para o moreno, em sua vida toda! Mas fora tão bom, que ela sentia que queria contar tudo sobre si para ele; contar sobre o plano que arquitetara com Melissa e Brian para se vingar dele, Harry, e de Cho Chang.



Mas a razão falou mais alto que seus desejos, o que a freou, quando estava preste a contar tudo o que ele, obviamente, não tinha nem idéia que ela fizera em sua vida. Como, por exemplo, desafiar a professora que mais a odiava, a qual fizera a gentileza de a... Não! Estava bem agora e não precisava ficar se torturando, lembrando-se do que acontecera.



Suspirou e crispou os lábios.



Para Harry, naquele momento, seus problemas seriam banais e idiotas. Porque, sinceramente, ela achava que o fato de estar brigada com sua melhor amiga era idiota. Sem levar em conta que tudo começara por causa a sua mania de se maquiar para ir ás aulas.



Abrindo os olhos, deparou-se com o melhor amigo de Rony a observando, como que querendo guardar em sua mente as linhas delicadas que formavam o rosto da caçula dos Weasley’s; como que querendo gravar na mente o cheiro gostoso que emanava dos cachos ruivos e o odor marcante de flores noturnas que emanava do corpo de curvas perfeitas dela.

Sorriu sem jeito.



Se fosse há dois anos, teria corado intensamente, derrubado tudo que estivesse ao alcance de suas mãos e estaria gaguejando uma desculpa qualquer para que pudesse sair logo dali.



Mas estava gostando da conversa que estava tendo com Harry; somente não estava gostando dos desejos e sensações que estavam começando a se apossar de seu corpo, de uma tal maneira que Gina teve lá suas duvidas se conseguiria se conter e guardar para si mesma tudo o que desejava tirar de sobre seus ombros.



Chegara à conclusão de que, se abrindo com Harry sobre Melissa, sentia-se muito mais confortável do que se abrindo com Joe, mais cedo.



Passou uma mãos pelos cabelos e solto o ar com força pela boca.



Não estava entendendo necas dos sentimentos conflitantes que estavam passando por seu coração, somente entendia que a companhia do moreno fazia a ruiva ter a quase certeza de que nada no mundo era assim tão complicado ou realmente deprimente.



Como se as coisas que aconteciam em sua vida fosse simplesmente o acaso. Como se possuísse um motivo.



E, talvez, realmente possuísse.



Talvez, se não tivesse brigado com sua melhor amiga, não estaria ali, tendo uma conversa com o Menino Que Sobreviveu, uma vez que estaria em seu quarto, conversando com Melissa e rindo das piadas de Brian – que fora para o dormitório da namorada e pedira para a ruiva demorar o máximo possível para ir dormir.



Mas talvez, o destino queria que Gina e Melissa brigassem e, assim, a ruiva começasse a conhecer o melhor amigo de seu irmão de uma maneira mais completa, que a faria contar tudo para ele, depois, é claro, de desistir do que planejara fazer em Hogwarts.



-Eu sei. – respondeu, lembrando-se do que ele comentara. – Mas essa foi a primeira vez que você se mostrou interessado em saber o que acontece comigo. – suspirou. – A primeira vez que pareceu realmente preocupado comigo. – ele sorriu-lhe pelo cantos dos lábios.



-Talvez a convivência com Rony esteja me fazendo bem. – ele encolheu os ombros, de uma maneira que fez Gina lembrar-se de uma criança travessa e inocente. Mas isso não a fez entender o que ele quisera dizer e suas duvidas, provavelmente, estavam estampadas em seu rosto, já que ele continuou. – Sabe, Rony quer realmente reatar aquela amizade que tinha com você, antes de entrar em Hogwarts... Ele realmente sente falta disso tudo. – Gina suspirou e deu de ombros.



-Ele perdeu minha amizade porque quis. – sorriu. – Mas posso pensar em dar uma segunda chance para ele, para tentarmos ser amigos novamente. – Harry sorriu.



-Mas voltando ao assunto sobre a Melissa... – Gina riu com vontade. Harry era o tipo de cara que sabia conversar sobre vários assuntos em um mesmo momento. Mas estava cansada demais para continuar a conversar com o apanhador.



-Não acho que você possa me ajudar. – interrompeu. – Depois de ficar uma boa parte do dia pensando sobre o assunto, já sei o que fazer. – piscou um olho, de forma marota, para ele, que sentiu um arrepio subir por sua espinha. – Mas de qualquer forma... Obrigada. – sorriu sinceramente, antes de depositar um beijo na bochecha dele e se levantar. – Boa noite. – desejou, começando a caminhar em direção as escadas que a levariam para o dormitório feminino.



-Boa noite. – ele respondeu, antes que ela sumisse pelo arco, deixando para trás um Harry feliz com o avanço que havia feito naquela noite; ao menos não brigaram como cão e gato e, sim, tiveram uma conversa civilizada, onde ela se permitira abrir-se para ele.



Isso era, de fato, um grande passo, levando em conta que se fosse há alguns meses, eles começariam a gritar humilhações um para o outro, até que algum dos dois tivesse a boa vontade de sair dali ou alguém os interrompesse e colocasse algum juízo em suas cabeças.



Suspirando, o moreno levantou-se e caminhou lentamente até o dormitório masculino, sentindo suas pernas bambas, enquanto um sorrisinho brincava nos cantos dos seus lábios.



Talvez devesse repetir a experiência e voltar a conversar amigavelmente com a irmã caçula do seu melhor amigo.





[hr]





Okay. Será que se puxasse Melissa para longe dos amigos e dissesse que estava sendo extremamente desconfortável ficar naquela situação, faria a loira deixar de ser orgulhosa e voltar a falar consigo?



Bufou. Não! Provavelmente isso não funcionaria, uma vez que ela própria era demasiado orgulhosa.



Mas tinha que admitir que fazer uma visita a Hogsmeade era extremamente irritante quando se estava brigada com Melissa e esta a ignorava, a ponto de fazer parecer que a ruiva nem sequer existia.



Maldito orgulho!



Por causa dele, eles estavam praticamente separados em duplas; Gina e Hillary e Brian e Melissa. Mesmo que andassem lado a lado.



Passando uma mão pelos cabelos, voltou sua atenção para o que Hillary tagalerava ao seu lado, forçando um sorriso, como que dizendo que estava ouvindo o que a amiga dizia.



Mas parecia que aquele não seria o melhor passeio que haveria para Hogsmeade naquele ano. Seria o pior de todos, sem sombras de duvidas.



E Gina descobriu que o motivo disto não era Melissa, quando olhou por sobre seus ombros, para descobrir o motivo dos alunos terem começado a gritar e a apontar para o céu.



E lá estava ela! A última coisa que ela esperava ver após um ano de paz... Algo que ela acreditava nem existir mais.



O céu, até aquele momento azul, começou a ser escondido por densas nuvens cinzas e fachos de luz comeram a cortar o céu.



O aroma cítrico das flores que desabrochavam no inicio do verão, deram lugar a um forte cheiro de podridão. O clima amigável transformou-se em um tenso em um piscar de olhos.



O pequeno vilarejo adquiriu uma tonalidade esverdeada, a qual fez o medo começar a compartilhar a tensão.



Alguns alunos corriam para se esconder nas lojas, enquanto os moradores corriam para suas respectivas casas e as protegiam com vários feitiços poderosos.



Os professores corriam de um lado para o outro; alguns tentando ir ficar com os alunos que estavam escondidos, outros tentando salvar os que ficaram para fora; alguns poucos indo tentar resolver o problema.



Puxando o ar com força, Gina o prendeu nos pulmões ao ver que, por mais que não estivesse com cabeça para aquilo, haveria uma grande batalha naquele dia.



Odiava isso! Realmente odiava! E pôde perceber que Brian odiava mais ainda, ao ver as íris do amigo ficarem negras, enquanto sentia uma grande magia emanar do corpo dele.



Melissa apertava a mão do namorado com força entre a sua, enquanto ela também admirava, o que todos temiam.



A Marca Negra!





Continua...





N/A: (Vê tantos olhares indignados serem dirigidos à sua minúscula pessoa). Quê?



Aposto que vocês tão se perguntando: como ela teve coragem de parar aí? Eu respondo: Eu já disse; adoro deixar vocês ansiosos e revoltados! XD

Só não me matem!



Bem... Só uma coisa... Eu errei a data na N/A passada! XD A atualização é pra ser hoje mesmo (07/06)... Tava com tanto sono que fiz contas erradas e olhei errado no calendário do meu pc! XD

Bem... Me digam o que acharam desse capítulo! =]



Vou tentar terminar o capítulo 18 para 21/06, mas não prometo absolutamente nada.



Vamos aos comentários:





Miaka: Oh... Tudo se confirmou? O.O Talvez a Sibila fique feliz em te receber na Torre de Adivinhação! XD



Talvez ele saiba as identidades, talvez não... Vamos descobrir isso no próximo capítulo.



Hum... Você acha que o segundo sonho é da Melissa? Ou melhor, da Hillary? Hum... Talvez... Mas pense comigo: não é somente porque um irmão não foi citado, que isso signifique que não seja a Melissa... Afinal, o Joe não era obrigado a morar com a loira.



Você acha que – considerando que seja a Hillary no sonho -, é por isso que ela briga com o Joe? AUhauha.... Já pensou que ela somente não simpatizou com ele? XD



Beijos.





Carol Malfoy Potter: Eu sei que quase ninguém gosta muito de não ter muitas cenas do Harry e da Gina, mas eu recompensei vocês com a cena H/G desse capítulo!



Entenda que, no momento, isso é o máximo que posso fazer por vocês.

Beijos.





Pekena: Eu não respondo sempre? O.O Eu respondo os que me vêm os avisos por e-mail! O.O Principalmente os do ff.net.



Se essa teoria de o último sonho ser da Hillary ou não, você só vai saber mais pra frente. =P



O Joe já se vingou... xD Vou ver se acho algum momento mais para frente onde eu possa explicar melhor sobre isso.



Beijos.





Srta. Wheezy: Oie!^^



Fico feliz que tenha gostado do capítulo.



Wow... Você adivinhou que eu atualizei? A Sibila ia ficar muito feliz com a sua visão interior aguçada! XD



Sim! É legal deixá-los revoltados! XD



Sim! Fui muito cruel com o Brian.



Sim! Você já disse que amou o capítulo. =]



Beijos.





Clare: Well... A gente já conversou sobre eu ter esquecido de ti no último capítulo! Mas mesmo assim: Desculpa!



Bom... Eu dei seu recado para a Gina, sobre ela amar o Harry! Não vou transmitir o recado dela, por ele ser muito grosso! x.x’



Mas em resumo... Ela somente negou amar “aquele parasita”, nas palavras dela.



Eu, também, não perdoaria o Rony se fosse a Hermione... Mas ela o ama e, pra ela, isso se sobrepõem a palavras impensadas do ruivinho.



Ah... O Joe me lembra, na personalidade, o tipo de homem que eu gostaria de ter... (cora)... Por isso gosto mais dele... Mas entre ele e o Brian, eu escolheria o Brian, porque eu me amarro em um moreno de olho claro! xD



Você chorou nas lembranças? I.I’ Devo me considerar uma insensível?



Sim! Aparece nos primeiros capítulo que o pai da Melissa é médico e uma boa pessoa... Mas não se deixe enganar... Até no mundo dos bruxos existe o perdão entre um pai e uma filha. E uma pessoa pode mudar.^^



Posso ser sincera? Eu ainda não consegui pensar em um motivo do Brian ser Bi! Mas isso que você falou sobre “sofrer uma grande provação causa bisturbio”, pode ser que eu use!^^’



Não gosto de H/H! XD Só escrevi aquela que te mandei porque tava triste e foi a primeira coisa que veio na minha mente.



Beijos, linda.





Daniela: Oie!



Não entendi nada do primeiro parágrafo do seu comentário... Mas juro que te compreendo! O.o



A maldição será revelada em breve!^^



Sim! Valorizo meus personagens! *-*



Não sou lerda? Então ta!



Não tem como não ficar viciada nessa budega que eu chamo de fic?



Minha fic passa um pouco de mim? Talvez, uma vez que as reações dos personagens, seriam as minhas! =]



Obrigada pelo “parabéns”.



Beijos.





Nick Malfoy: Espera... Se não dá para acertar o segundo... Como ele se revelou? (lerda)



Hum... Suas suposições sobre a Hillary, mas ainda vai demorar um pouco para você saber se acertou ou não.



E não esqueça que ainda há a Hillary e há, também, a possibilidade de ser mais personagem nova.



Sim! Harry idiota, Gina negando e o bicho pegando!



Arranjar uma nova família para o bebê? Vou pensar em alguém bem caridoso! O que você acha dos Dursley’s?



Beijos.





Loli Black: Sim! Coitado do Brian!



Sim! A Mel ta lá e ela consola o lindão.



Sim! *-* Mel e Brian são perfeitos, depois de Harry e Gina! *-*



Sim! Gininha ainda ta negando! Mas é assim que começa! ^^



Sim! São dois tongos!



Senhor! Quanto “sim” seguido! O.o



Beijos.





Mari: Eu sou cruel? Obrigada!^^



Da onde eu tiro as idéias? Am... Da minha cabeça?



Beijos.





Deh Potter: Oie!



Sim! Entendo... O Harry não é o Harry... Eu sei, querida, eu sei... Mas... Convenhamos que o Harry “monguinho” dos livros não ia se dar bem nessa trama.



Harry sofre e a Gina sofre junto? Vou pensar no caso.



Beijos.





Rafaella Potter: Oie!



Espero que o pouquinho que teve de H/G nesse capítulo tenha te deixado feliz! É o máximo que eu posso fazer, por enquanto.



Mais uma vez, obrigada por divulgar minha fic!^^



Beijos.



Virgin Potter: Sim! Harry e Gina foram pra escanteio, mas hoje eles deram uma voltada!



Segundo sonho vai ser decifrado logo, logo.



Eu também tive pena do Brian, mas tive que ter muito sangue frio pra escrever isso tenha certeza.



O que eu quis dizer com “Harry vai sofrer”? Não sei! XD



Gina e Joe mó bem um com o outro! *-*



Beijos.





Jubs: Am... Ao que tudo indica... Sim.



Beijos.





Sakura Scatena: Fico feliz que esteja gostando. ^^



Sobre a doença da Gina, não se preocupe que eu já estou encaminhando as coisas para que isso seja explicado. =]



Beijos.





Thiti Potter: Que bom que gostou do capítulo! =]



Doença da Gina logo vai ser explicada.



Beijos.





Angel: Perfeita? Wow... Fico feliz que ache isso! *-*



Brigada! *-*



Apóia Hillary e Joe? Entoa ta né... xD



Beijos.





caty-pontas #£potter#£: Concorda comigo que se eu te falar se eles vão ou não ficar juntos vai tirar a graça?



Beijos.





Nath Potter: Fico feliz que tenha gostado da fic! =]



Oh, sim! Sobre a Chang ser chinesa... Me avisaram sobre isso no inicio da fic! E ao longo da mesma eu substitui! =]



Mas mesmo assim: obrigada.



Beijos.



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