Simpatia



Por Enquanto e Para Sempre



My – Obrigada por revisar! Pode deixar, estou continuando, por enquanto (e não para sempre, espero) fique com este capítulo dois!! Thanks!



Ameria Asakura Black – Que bom que você gostou, brigada. Mas me deixa explicar: obviamente Dumbledore teria pesquisado o parentesco dela com Sirius antes, mas ele poderia ter achado desnecessário dizer isto a Remus – vamos nos lembrar que ele é como Gandalf, de SdA; fala menos do que sabe, e somente o essencial para o transcorrer dos fatos... Claro que depois eles acabariam descobrindo esse parentesco, mas não era algo tão essencial quanto o fato de Tonks ser metamorfomaga ou auror, infiltrada no Ministério...



Sf-chan – Que bom que você gostou do começo também! Aqui está a continuação, e desculpas por demorar tanto, estive com outros projetos nas últimas semanas...



Agradeço os reviews das senhoritas e agradeço a quem leu e está por ler... Espero que gostem deste capítulo!



Capítulo Dois – Simpatia



Tonks acabou descobrindo que a Ordem da Fênix era tudo que ela esperara, e ainda mais um pouco, porque além de serem um grupo de pessoas defendendo uma única causa, também todos ali estavam unidos por laços de amizade e confiança. Por isso, Tonks passou a ficar quase o tempo todo no Largo Grimmauld.



E talvez por isso ela tenha descoberto em uma de suas longas conversas com Sirius que eles eram primos. Sabia que a família de sua mãe Andrômeda a repudiava, mas nunca chegara a saber que o nome de solteira dela era Black. Claro, apenas porque Andrômeda se casara com Ted Tonks, um trouxa, toda a família que ela construiu então foi afastada. E agora que os Black mais velhos já estavam todos mortos, Sirius insistiu para que Tonks fosse morar na mansão que, por direito, a pertencia.



Tonks ficou muito satisfeita de saber de sua “herança”, mas achou que, ao menos por enquanto, o melhor seria continuar em seu pequeno apartamento. Talvez, um dia...



As missões da Ordem demoraram a chegar. Ela passou a maior parte do tempo na cozinha da Mansão Black, às vezes brigando com Kreacher, às vezes rindo com Sirius, às vezes ajudando na limpeza.



Quando a família Weasley se “mudou” para o casarão, Tonks chegou mesmo a passar algumas noites ali. Ficou amiga de Gina e também de Hermione Granger, que chegou logo depois. As três ficavam noites inteiras rindo em frente à lareira.



Então, finalmente, sua primeira missão na Ordem chegou: buscar Harry Potter na casa dos tios. Até ali, apenas passara para Dumbledore o que andavam fazendo no Ministério, juntamente com Quim Shacklebolt. Gina e Hermione já haviam lhe falado sobre Harry.



Como acabou descobrindo, o garoto era mesmo do jeito como imaginara, ainda que parecesse bem frustrado por ter sido deixado incomunicável na casa dos trouxas.



Uma vez instalado na sede da Ordem, Harry subiu e Tonks pôde ouvir alguns gritos.



-Puxa – comentou ela. – o garoto parece mesmo revoltado.



-Ele passou muito tempo se controlando – murmurou Remus, encostado na parede. – Os tios dele são realmente difíceis.



-Ele está liberando seu lado Tiago. – Sirius sorriu. – Um ótimo amigo, mas fica mesmo bravo quando fica longe da ação.



-Bem, o garoto está entregue. – Tonks falou, suspirando. – Estou com o rosto congelado. Acho que vou pra casa.



-Vai aparatar? – Sirius perguntou.



-Nãããããão. – ela disse. – São só alguns quarteirões, vou andando mesmo...



-Companhia? – ofereceu Remus, antes que pudesse pensar no que estava fazendo.



-Ah, obrigada, por favor. – disse ela, sorrindo alegremente. – Se não for incômodo...



Remus se levantou; quando olhou na direção de Sirius, teve a nítida impressão de que o amigo piscava para ele.



Remus e Tonks começaram a caminhar na calçada. Ela não conseguia se lembrar de como conseguira sentir frio nas alturas, pois ali na rua fazia uma noite quente, felizmente sem lua, e poucas pessoas passavam por ali. Por não ser um lugar muito movimentado, não era de se estranhar que todas as janelas estivessem fechadas e os carros dentro das respectivas garagens.



Remus andava desconfortável, sem saber o porquê. Os braços pareciam sobrar e ele não sabia o que fazer com eles. Suas pernas pareciam desajeitadas, como se estivesse tentando caminhar numa corda bamba. Pensou por um momento se já não teria sentido isso antes, e se sim, por que seria.



Tonks sabia que estava quente, mas de uma hora pra outra sentiu seus braços se arrepiando de frio. Juntou os braços e esfregou-os, pensando afobada em começar algum assunto.



-Então. – murmurou, olhando de relance para o céu. – O Harry é sempre nervosinho daquele jeito?



-Bem, quando eu o conheci ele agia mais do que berrava. – respondeu Remus, sorrindo suavemente. – Mas como eu não estive com ele nos últimos meses, é provável que ele tenha se tornado um pouco mais... revoltado.



-Como todo adolescente – sorriu ela. – Remus, eu... queria perguntar algo.



Remus prendeu a respiração.



-Diga, Tonks.



-Você não sabe por que Dumbledore me deixou de molho todo esse tempo? Digo... Eu sou uma auror de verdade, seria de se esperar que ele me mandasse fazer mais coisas.



-Ah... – Remus voltou a respirar, parecendo desapontado. – Não deve se preocupar com isso. Dumbledore sempre teve boas razões pra tudo que fez, e raramente foi pelas coisas que pensamos. Eu mesmo me lembro no máximo de duas ou três vezes que tenha acertado, e faz muito tempo que trabalho com ele.



-Eu sei. – Tonks murmurou, virando uma esquina.- Mas eu não entendo... Bem, sempre achei o velho maluco, desde quando eu estava em Hogwarts.



Remus meramente sorriu.



-Está se divertindo na Ordem, então?



-Até agora foi muito maneiro – Tonks voltou a seu normal tom alegre. – Gente entrando e saindo e agentes secretos e espiões e toda essa coisa... Torna até divertido se trabalhar no Ministério, só pra contar tudo depois.



O outro continuou sorrindo. Às vezes ele sentia falta de ver a ameaça de Voldemort com aquele espírito de aventura, que Tiago gostava tanto de usar. Remus suspirou, de repente perdido em pensamentos.



-Remus? – ela o observava, curiosa. – Aconteceu alguma...?



-Nada. – ele retrucou, áspero. Nos últimos anos, com a volta da Ordem, ele não conseguia deixar de lembrar de seu surgimento, quando ainda todos os Marotos estavam juntos, quando Lílian estava viva e ele era tão despreocupado.



-Não seja ridículo, cara – Tonks insistiu com um floreio. – Eu posso ser desastrada, distraída e doida, mas não sou idiota! Por que não quer me falar o que você tem?



Remus sentiu-se mais desconfortável ainda. Sabia que, se falasse, Tonks não entenderia.



-Esqueça, Tonks. Só lembranças de um velho. – esquivou-se, forçando um sorriso.



-Ora, que bobagem, você de velho não tem nada! – exclamou ela, indignada. – Se você é velho já passei da meia idade! Está bastante jovem, de verdade – concluiu, sorrindo.



Estavam quase chegando. Remus continuava em silêncio e Tonks o estava observando, inquieta.



-Ah, por favor, não fique calado desse jeito que eu fico nervosa. – deixou escapar. – Pode dizer o que está pensando...



Remus hesitou, sinceramente. Mas não queria pesar a alegria dela com suas incertezas. Ele era um homem adulto e capaz de enfrentar seu passado. Muita gente já sabia de seu segredo, mais do que seria ideal.



-Chegamos, Tonks.



Estavam diante de um sobrado escuro, de janelas fechadas. Ela olhou para a porta e de volta para Remus.



-Bem, eu não sei quais são os seus problemas – murmurou, inesperadamente séria. – Mas sinta-se à vontade pra me falar deles...



Aproximou-se e beijou-o no rosto rapidamente.



Remus voltou ao Largo Grimmauld com o peso sobre seus ombros muito mais leve.







Tonks, por sua vez, passou horas pensando no assunto. Tomou um banho fervendo, jantou e caiu na cama. Sabia que Remus parecia ter alguma espécie de segredo, que tinha receio de revelar a ela. A mulher gastou horas pensando no que poderia ser, afinal de contas, a coisa que tanto o inquietava ao falar de si mesmo e de seu passado.



Os dias continuaram se passando, e ela saía sempre à beira da histeria de seu trabalho no Ministério da Magia. Certa vez a Ordem teve uma missão importantíssima para cumprir bem no seu horário de trabalho, e Dumbledore a pediu com aquele cuidado e respeito característicos dele que ficasse de olho em Fudge e evitasse que ele pudesse sequer pensar em investigar mais sobre os sinais estranhos vindos das montanhas onde os gigantes moravam. Tonks fora informada de que Hagrid e Madame Maxime estavam lá, tentando obter o apoio deles contra Voldemort.



Certo fim de tarde, quando saía de seu escritório, chegou até o elevador; quando a porta se abriu e ela fez menção de entrar, reconheceu ali parado ninguém menos que Lucius Malfoy, olhando-a com algo próximo ao asco. Tonks se sentiu subitamente nervosa e tropeçou grosseiramente ao entrar, derrubando um caderno de anotações e um tinteiro, que não se quebrou. Ali no meio estavam alguns dos relatórios para a Ordem, que ela dissera ser trabalho para terminar em casa.



Sempre dou um jeito de piorar as coisas, pensou ela, abaixando-se para reaver suas coisas, com um olhar de relance para Malfoy. Sentiu-se pior ainda, vendo o escárnio escancarado em sua expressão. Olhou para o tinteiro, ligeiramente aliviada, e ergueu-se.



-Feitiço Antiquebra – murmurou ela para Malfoy, indicando o frasco. – Finalmente tive a idéia, acho que já quebrei uns seis deste.



-Típico. – foi o único comentário de Malfoy, em sua costumeira voz arrastada, que em seguida voltou ao silêncio.



Bem, pensou Tonks, agora já comecei uma conversa. Tarde demais para calar a boca, sua auror estúpida.



-Típico? – repetiu, fazendo de desentendida e desejando por tudo no mundo que chegassem logo ao térreo. – Como assim?



-De fato, acho que sempre estive certo pensando que vocês são inferiores a nós... A cada dia que passa fico mais certo disto.



Tonks sentiu um impulso de raiva trancar seus punhos. Insistir no assunto seria pior para ela. Afinal, já ouvira falar sobre a fama de Malfoy em desvendar intenções por trás de ações.



-Ah, tanto faz o que quer dizer – tentou dizer alegremente, mas sua voz soou falsa até mesmo para ela. – E Narcisa, como está?



-Bem melhor que você, creio eu. – Malfoy respondeu, sem se preocupar com alguma educação que poderia ter aprendido um dia. – Mas já chega de sua conversa idiota. Tenho assuntos mais importantes a tratar.



Sem se despedir, Tonks viu o elevador parando no andar que comportava o escritório de Fudge e Malfoy sair, com seu habitual ar de superioridade. Quando a porta se fechou, ela respirou fundo e afrouxou os pulsos, observando os pequenos memorandos voando acima dela.



A um andar antes de térreo, Quim Shacklebolt juntou-se a ela.



-O que há, Tonks? – perguntou ele, sua voz retumbante ecoando mesmo naquele pequeno retângulo de elevador.



-Lucius Malfoy. – ela resmungou. - Em outra de suas visitinhas ao Ministro. – pegou o tinteiro, que estava quase escorregando para o chão de novo.



-O que acha que ele queria desta vez?



-A curto prazo? Queria me lembrar de como eu sou uma bastarda na família dele. Como se eu tivesse pedido para ser parente de alguém asqueroso como ele, ainda que apenas por parte de casamento.



Quim sorriu, compreensivo.



-Relaxe, Tonks. O dia aqui já terminou. Vamos agora descansar um pouco e esfriar a cabeça.



-Sei bem como vamos esfriar a cabeça! – ela exclamou, um pouco mais alto do que deveria. – Indo para a aquela...



-Shhh, Tonks. – advertiu Quim gravemente. – Olhe veja, aqui estamos. Vamos embora antes que nos peçam hora extra. E sem pagamento, de acordo com os novos costumes daqui.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.