O Encontro



Por Enquanto e Para Sempre





N/A – Eu não me responsabilizo pelo que essa fic possa se tornar! É claro que só vou saber se estou escrevendo do jeito certo se vocês comentarem. Tenho um sério problema – sou muito difícil pra terminar uma fic e já tenho muitos outros projetos que não este. Portanto... Está nas mãos de vocês a resposta para a pergunta de se essa fic vai virar realmente alguma coisa ou não!








Capitulo Um – O encontro





Remus estava se perguntando se ele era mesmo a pessoa certa para esse tipo de coisa. Entrevistar possíveis novatos na Ordem. Sentia que poderia ser muito mais útil no Largo Grimmauld, com Sirius, ou talvez no grupo de proteção a Harry. Era como mandar Snape tomar chá com gigantes. Ele não tinha nada a ver com aquele trabalho.





Chegou na Florean Fortescue e ocupou a mesa mais discreta que conseguiu, mesmo que a maioria fosse ao ar livre e bem no caminho de qualquer transeunte que passasse então pelo Beco Diagonal.





Aproveitou os minutos de repouso para tentar descansar. Tudo tinha sido tão cansativo aqueles dias. Reunir a antiga Ordem da Fênix. Pensar que Lord Voldemort estava de volta à ativa, ainda que por baixo do pano. Suas pestanas estavam pesadas, mal dormira noite passada. Passou uma mão pelos cabelos, enquanto com a outra abria um exemplar do Profeta Diário sobre a mesa.





Estava cada vez mais grisalho. Pelo jeito, quando completasse quarenta e um anos, estaria com aparência de cento e um. Sirius já o chamava de velhote, como provocação, embora apenas raramente, pois fazia com que os dois se lembrassem de Tiago. Ele sempre dizia que Remus era preocupado demais com tudo à sua volta, e seria o primeiro a criar cabelos brancos. Estava certo. Como sempre. Mas não queria pensar naquilo.





Voltou-se para o jornal, correndo os olhos pelas páginas à busca dos nomes de Dumbledore ou de Harry. Quase todos os dias eles eram mencionados, embora nunca com muita educação. Lá estava, numa nota sobre um homem que dizia ter visto um grupo de elfos domésticos atacar uma família de trouxas, comodamente, em primeiro de abril Logo no fim, o comentário: “uma história digna de Harry Potter”. Remus suspirou. Ainda bem que os jornais deviam ser imparciais. Imagine se não fosse assim.





Olhou o relógio. Ela estava atrasada. Já não estava com disposição... Respirou fundo, evocando calma, Da próxima vez ele poderia pedir a Emelina que fizesse isso por ele.





Reconheceu-a imediatamente, ao identificar um ponto roxo movendo-se rapidamente entre a multidão. Tinha ouvido falar sobre o gosto dela para cores, bem como seu dom de metamorfomaga, utilíssimo para a Ordem.





Ela também pareceu reconhecê-lo sem dificuldade. Talvez fosse a capa puída, talvez os cabelos grisalhos. Talvez até mesmo a aparência doentia. E isso porque ela nem fazia idéia do segredo dele.





A mulher chegou mais perto. Remus encarou os olhos negros que agora o fitavam.





-Remus Lupin? – ela perguntou.





Ele balançou a cabeça, assentiu. Incrível como a pele dela era branca. Até pálida.





-Ninphadora Tonks?- foi sua resposta.





-Apenas Tonks, Sr. Lupin, por favor. – ela falou depressa, enquanto puxava a cadeira mais próxima dele e se sentava. – Puxa, me desculpe pelo atraso. Não minha culpa, verdade. O Ministério está num clima horrível nesses últimos dias. É como se estivessem competindo pra quem puxa mais o saco do velho Fudge.





-Eu imagino. – disse Remus, ligeiramente incomodado pelo “Sr. Lupin”. Observou a mulher à sua frente por alguns instantes. Não queria ir direto ao assunto. – Muito bem, Tonks. Qual é o problema com seu nome de batismo?





-O quê, vai me dizer que você gosta dele...- retrucou ela jovialmente. – Não sei onde minha mãe estava com a cabeça ao me batizar assim. Acho mesmo que ela queria se vingar da minha avó, que a chamou de Andrômeda.





-Família interessante a sua – murmurou Remus. – Não me contaram essa parte de você.





Tonks sorriu alegremente e Remus se sentiu tentado a sorrir também, ainda que sem motivo. Em seguida ela estendeu a mão para o pequeno cardápio sobre a mesa, intocado por Remus.





-Ah, é? – disse. – E o que te disseram de mim? E aliás, quem?





-Calma, não tente apressar as coisas. – respondeu ele com um fraco sorriso. – Antes de te dizer essas coisas, preciso saber algo sobre você. Há quanto tempo é auror?





-Pouquíssimo tempo, acabei de passar pelo treinamento. É realmente tudo que eu imaginava na adolescência.





-E por que decidiu ser auror?





-Por que você quer saber isso? – ela rebateu, na defensiva.





-Curiosidade.





-Sei bem que curiosidade é! Por que afinal de contas você marcou esse encontro?





-Combinamos que eu faria as perguntas, não foi?- disse Remus gentilmente.





-Então por que não faz perguntas mais diretas?





-Muito bem. Quero saber se acredita que Você-Sabe-Quem tenha voltado. – que olhos brilhantes aquela mulher tinha, Remus não pôde deixar de reparar.





-Ah, está falando da história de Dumbledore! Eu não deveria dizer isso, mas o velho não tem porque mentir. Se o garoto Potter estivesse mentindo, ele não teria apoiado cegamente tudo que ele diz.





-Quer dizer que acredita na volta de Você-Sabe-Quem? – Remus perguntou de novo.





-Sim, resumidamente é isso. Acredito.





-Muito bem. Quantos anos você tem mesmo?





-Vinte e seis. Faço vinte e sete em setembro.





Estavam no começo de julho. Não estava muito longe.





-Então você pode me dizer que apóia Dumbledore? – ele insistiu no assunto, observando enquanto chegava o sorvete que Tonks pedira durante a conversa.





-É, apóio. Agora não venha me dizer que é um dos capangas de Fudge, por favor. Significaria que estou desempregada.





Remus olhou-a de novo, com um meio sorriso, enquanto o sorvete começava a derreter na mão de Tonks e ela lutava para não lambuzar as mãos.





-E então? Estou no olho da rua? – ela perguntou, em meio à sua batalha interna.





-Ao contrário. – respondeu Remus finalmente. – Sou um enviado de Alvo Dumbledore. Ele ouviu falar que havia alguém entre os novos aurores que poderia perfeitamente se encaixar no perfil de alguém que viesse a trabalhar na Ordem da Fênix.





Tonks fez cara de interrogação, e Remus deu uma breve aula sobre o que era a Ordem e o que planejavam fazer. Falou que tinham vários membros infiltrados no Ministério, e até mesmo que ela poderia ser um deles, talvez.





-Afinal – completou ele. – Você não tentou mentir em nada do que disse.





Tonks franziu a testa.





-Como é?





-A maioria das perguntas que lhe fiz eu já sabia a resposta – respondeu Remus, com um sorriso meio que de desculpas. – Queria saber se você iria dizer a verdade em tudo.





O sorvete finalmente dominado, Tonks permitiu-se apoiar o cotovelo na mesa e neste o queixo.





-Eu passei no teste, Sr. Lupin?





-Passou. E como prêmio – falou ele, sorrindo de novo. –, me chame de Remus.














Remus acabou pedindo um sorvete também, mais para acompanhar Tonks do que qualquer outra coisa. Afinal de contas, ela parecia bem longe de ganhar a batalha contra o seu. Estava coma mão direita toda lambuzada.





-Tem feito tanto calor nestes dias – ela comentou. – que nem consigo mais tomar um sorvete antes que derreta!





Remus apenas sorriu.





-Tonks – disse ele – Você está disposta a entrar para a Ordem da Fênix?





Ela o olhou de relance.





-Ora, com certeza, é claro que estou – ela gaguejou. – Mas o que eu tenho que fazer pra isso?





Um pedaço de casquinha caiu na mesa. Ela enfiou a mão nas vestes para pegar a varinha, mas grudou a mão no tecido. Sorrindo de leve, Remus sacou a sua e limpou a sujeira na maior facilidade.





-Puxa, muito obrigada – disse ela, pondo o último pedaço de sorvete na boca e tentando limpar as mãos num lenço de papel.- Ah, e desculpe, eu sou um pouco desastrada...





Remus pensou por um momento se “um pouco” era o termo para Tonks, mas antes que chegasse a alguma conclusão preferiu seguir as instruções de Dumbledore. Retomou o ar sério e profissional.





-Bem, então creio que vai querer visitar a sede da Ordem, conhecer outros membros.





-Por mim tudo bem – respondeu ela, alegremente. – Vamos indo! Ah, mas antes me diga: acha que tem algum problema se eu for com o cabelo roxo assim? Eles não são muito sérios nessa Ordem?





Remus quase riu.





-Parece que você não conhece bem Alvo Dumbledore – disse. – Ele ficará encantado com seu cabelo.














Tonks achou estranho ter que viajar por meios trouxas para chegar à sede da famigerada Ordem da Fênix, pois tomou com Remus um metrô e um táxi, o último parando por fim numa rua quase deserta. Ele pagou o táxi e virou-se de novo para ela, respirando fundo.





-Bem, chegamos.-falou ele, sorrindo divertidamente.





Tonks olhou em volta. Aquele homem só podia estar brincando com ela. Ou então era uma armadilha. Começou a escorregar a mão pra dentro das vestes, cuidadosamente.





-Como... – murmurou, subitamente desconfiada, erguendo uma sobrancelha.





Remus notou a mudança na expressão dela e ficou sério de imediato.





-Oh, não se preocupe, não é uma armadilha. E se fosse – acrescentou. – teriam mandado outra pessoa. Um Oclumente, conhecido meu. Sou péssimo para esconder sentimentos.





Tonks não relaxou só por isso. Afinal, conhecera o tal Remus naquele mesmo dia. Quando ele mergulhou a mão nas vestes, ela já apontava a varinha para ele.





-Por Deus, mulher, baixe isso, estamos no meio da rua. – disse Remus, acuado, e exibindo o motivo de ter escondido a mão por breves instantes: um pedaço de pergaminho.





Ela não se intimidou; se ele soubesse o quão duro fora seu treinamento para auror, talvez entendesse o porquê dela demorar tanto para acreditar nele.





-O que é isso? – perguntou, apontando o papel com a varinha.





-Leia e veja – falou o outro, estendendo o pergaminho para ela.





Tonks pegou e Remus notou uma ruga de preocupação em sua testa. Ela mudava muito quando ficava desconfiada.





-O que significa...





Mas parou de falar, pois tinha avistado a porta da casa de Sirius.





Remus abriu a porta e entrou, fazendo sinal para que Tonks o seguisse. Ela parecia meio assombrada com a grandiosidade dos móveis – ou talvez sua cara de susto fosse apenas porque não conseguira pensar num jeito possível de acumular tanta poeira numa casa só.





Sirius pareceu ter escutado a porta abrir, pois entrou quase correndo no hall. Remus sorriu, compreensivo. Companhia humana era algo muito valioso para seu amigo.





-Ah, olá, Aluado! – exclamou ele, feliz. – Não achei que fosse aparecer por aqui hoje... Oh, puxa.





Tonks fora notada. Sirius olhou animado para ela, como se não visse viva alma há meses.





-Acho que você vai se lembrar de quando Dumbledore mencionou Ninphadora Tonks, Almofadinhas. – Remus disse, num sorriso fraco.





-Sim, sim, eu me lembro! – Sirius aproximou-se da mulher. – Seja bem vinda à Ordem da Fênix, Ninph...





-Tonks, por favor – interrompeu ela, tentando não demonstrar o quanto Sirius estava apertando sua mão.





-Ok, Tonks. – replicou ele, ainda sorridente e alegre como um cão que ganha um osso. –Acho que já ouviu falar de mim. Sou Sirius Black.





A mulher não pôde conter a surpresa.





-Sirius Black... Mesmo? O fugitivo...?





-Pois é, sou eu – disse o outro. – Bem, Aluado, acho que temos que mostrar o lugar para ela... Você não tem alergia a pó nem nada parecido, tem, Tonks?





-Ah, não... Eu acho. – ela respondeu, surpreendida pela alegria do outro.





-Ótimo. Vamos indo, então. Aluado, ande, venha conosco! Dei uma olhada no calendário hoje, e ainda é lua nova...





-SIRIUS! – Remus exclamou, acuado.





-O que foi? – Tonks perguntou, confusa.





-Nada. – cortou Sirius. – Vamos andando!





Remus observou Tonks atentamente enquanto Sirius corria na frente, abrindo e fechando portas, logo com Kreacher em seus calcanhares.





-Ele é um elfo bastante infeliz, não? – comentou ela.





-Ah, sim – Sirius respondeu depressa, sem tirar os olhos de Tonks. – É porque ele acha que sou um traidor da família, quando é a família que sempre foi contra tudo que se devia fazer.





Tonks ainda parecia confusa.





-Eu posso explicar mais tarde, com mais calma – continuou ele falando, lembrando a Remus como ele costumava seduzir as garotas de Hogwarts com aquele sorriso.





Remus olhou seu relógio.





-Não está na hora de Dumbledore chegar? – perguntou.





-Ele não vem mais – replicou Sirius, sentando-se à mesa da cozinha e gesticulando para que Remus e Tonks fizessem o mesmo. – Recebi uma coruja dele depois que você saiu, Aluado.





-Vocês têm uns codinomes e tanto por aqui – Tonks disse. – Aluado...?





-Ah, isso é porque...





-Não é nada. – interrompeu Remus. – Coisa de adolescência... Sirius e eu somos amigos desde os nossos tempos de Hogwarts.





-Oh, puxa – a mulher assoviou. – Isso sim que é amizade. Todos os meus amigos da escola sumiram.





-Pois nós não nos livramos de alguns dos nossos até hoje – Sirius respondeu, alegre. – Ei, Aluado, você poderia me fazer um favor?





-Fale, Sirius. – Remus disse, quase exasperado.





-Poderia subir e alimentar o Bicuço para mim? Eu acho que já deveria ter feito isso há uns vinte minutos, mas... hã, bem...





-Tudo bem, já estou indo.





Remus levantou-se, pensando em como provavelmente Bicuço estava muito bem alimentado. Ele sabia que em muitas coisas seu amigo continuava um adolescente, mas ainda não lhe passara pela cabeça que fosse agir como o Almofadinhas de dezesseis anos quando se interessasse por uma mulher.





E ele tinha que assumir que o amigo estava mesmo usando de seu bom gosto. Tonks era muito bonita. Ou pelo menos a aparência que estava usando naquele dia era. Remus se perguntou por um momento como seria o rosto de Tonks sem que ela interferisse nele com seus dons.





Pensou também em como fora agradável falar com ela, ainda que sobre um assunto tão desgastante, na Florean Fortescue. Subiu as escadas pensando em quanto tempo fazia que não via uma mulher como aquela...





Depois lembrou-se de que eu amigo também parecia muito interessado nela. E quando se tratava de conquistar alguém, Sirius sempre levava a melhor sobre ele. Além do mais, Remus sempre se achou uma ameaça para qualquer um que chegasse perto demais dele. Um lobisomem não era boa companhia.





Jogou um pouco de carne para o hipogrifo e desceu lentamente, tentando dar mais tempo a Sirius. Afinal, qual era o problema em deixá-lo agir como antigamente, ainda que só por alguns minutos?





Chegou à cozinha e encontrou Tonks rindo alto e Sirius sentado ao lado dela, muito mais próximo do que antes. Deus, pensou Remus, qualquer um diria que ele tem quinze anos, a julgar pelo modo de agir.





-Ah, Remus, que bom que chegou. – Tonks falou depressa, controlando o riso. – Estava esperando que pudesse me acompanhar até a porta, já deu a minha hora.





Remus olhou para Sirius e viu que o amigo sorria; não viu problema nenhum então em acompanhar Tonks.





Ele abriu a porta e ela saiu, mas depois virou-se para ele de novo.





-Até agora, estou adorando tudo isso. – disse ela. – Obrigada por me trazer até aqui.





-Você vai deixar de adorar a Ordem quando chegarem as missões, fique tranqüila. – Remus a assegurou, sorrindo tristemente.





Tonks riu, e Remus lutou para manter os lábios unidos.





-Adorei conhecer você – disse ela, aproximando-se e beijando-o no rosto. – Diga a Dumbledore que estou esperando pelas missões dele.





Remus apertou a mão da mulher.





-Pode deixar. Eu direi.



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