Narciza Black/Malfoy (edit)




Harry Potter e o Estranho R.A.B.

Capítulo 4
Narcisa Malfoy/Black



Narcisa Malfoy olhou ao redor e analisou os integrantes da mesa de reuniões. Viu com muito desagrado os Waesleys e Harry, olhou assim também para Moody e de forma muito estranha para Hermione, que Harry sabia os Malfoys não gostavam por ser nascida trouxa.


- Bem Frank, acho que prefiro ficar em pé. – a voz calma e arrastada dos Malfoys presente, impossível não conhecer, mas chamou o sr. Longbottom pelo nome.


- Você continua linda, Narcisa.


- São seus olhos Frank.


A sra. Malfoy estava em pé atrás da cadeira vazia de frente para a mesa, Longbottom caminhava calmamente atrás dela, ela podia ouvi-lo andar mas não podia vê-lo. Havia uma certa intimidade entre eles, um ar cúmplice, parecia um reencontro entre bons amigos. A Ordem mantinha-se olhando.


- É tão estranho pensar que estou na sede da Ordem da Fênix! – ela sorriu com todo o cinismo que tinha.


- Mesmo?- ele parecia não dar a menor atenção a isso – sabe que “acordei” faz pouco tempo não sabe? De meu “estado”?


- Sim, sei. O Profeta Diário anunciou sua recuperação.


- E sabe, eu “acordei” como se estivesse apenas dormindo. – continuava a andar, a voz calma, olhar perdido em lembranças – Para mim é como se o tempo não tivesse passado e eu acordasse no dia seguinte ao em que fui atacado. Você não faz idéia do susto que levei quando Neville, meu filho, me foi apresentado! Por Merlin, já é um homem! E eu lembrava dele nos meus braços, só um bebezinho... e agora ele é um homem de bem, quase formado em Hogwarts, não acha isso incrível?


Ela porem nada falava. Tinha toda a atenção nas palavras dele.


-Lembro tão bem da ultima vez que te vi, Narcisa, como se tivesse sido ontem! Você estava linda como sempre... nos encontramos no Gringotes. Voldemort – ele deu uma pausa para observa-la estremecer diante do nome – já havia sido derrotado pelo menino-que-sobreviveu. Estávamos em paz! Eu estava sozinho, Alice estava cuidando do Neville, e você... bem Lucio tinha saído de Azkaban onde eu o tinha colocado e você passeava em paz com seu filho nos braços! Você andava com muito orgulho do menino, porque era lindo, e as pessoas pediam para olha-lo e faziam elogios, ele tinha olhos claros e era muito quietinho. Naquele dia mesmo no Gringotes ele estava chorando, eu o peguei no colo, ele me olhava interessado e parou de chorar... aqueles olhos azuis tão claros que se tornavam cinzas. O cabelo loiro e sedoso. Você tinha muito orgulho dele. Ele era um bom menino...


Ela começava a mostrar nervosismo. O que era aquilo? Um jogo?


-Já fomos amigos Narcisa, e já dei a chance que os Malfoys mereciam... só te chamei aqui para te dizer que não vou dar essa chance de novo. Em nome da amizade que já tivemos achei que devia te avisar, para você se preparar melhor para a perda. Bem, pelo menos você tem o consolo de saber que seu marido está a salvo de mim em Azkaban. Agora que eu já disse o que queria você já pode ir, agradeço em nome da Ordem por ter comparecido.


-Quê? – ela parecia se abalar agora – Você vai caçar meu filho? Vai prendê-lo?


-Você não entendeu? Já dei aos Malfoys essa chance uma vez, quando mandei seu marido para Azkaban. Foi por ter sido seu amigo que dei a Lucio a chance de viver e veja só o que ele fez com ela! Lembro bem daquele garotinho de olhos cinzas que eu tinha nos braços, tão frágil... e lamentei sinceramente quando me disseram que ele se tornou algo que você sabe, teremos de destruir. Para o bem de todos, inclusive dele mesmo...


-SEVERO NÃO VAI DEIXAR!!! – ela perdeu o controle. A respiração descompassada, o medo nos olhos, o amor ao filho.


Um clima pesado tomou conta da sala. Todos se admiraram quando o sr. Longbottom disse que ela podia ir embora se quisesse, mas agora que a viam fora de si começavam a tentar entender as peças daquele jogo psicológico que ele fazia. O medo tomava conta dela, Harry entendeu porque Longbottom era o melhor dos aurores, era porque ele despertava medo nos Comensais.


-Narcisa... – ele falava como se tentasse conforta-la da perca do filho – minha querida – suspirou - você acha mesmo que Severo vai se por no meu caminho? Acha que ele vai ser contra mim? – falava devagar. Tinha se aproximando dela pelas costas e agora falava bem perto do ouvido dela


Ela puxou a cadeira vazia a sua frente e sentou. Não olhava para ninguém. O olhar estava baixo, perdido na superfície lisa da mesa. Ele ficou onde ela estava antes, parado atrás da cadeira, as mãos nos ombros nus da Sra. Malfoy. A respiração dela continuava descompassada, o medo brilhava em seus olhos.


-Soube que ele fez um Voto Perpétuo a você sobre defender o menino...


-Acabou... – ela parecia tentar conter as lágrimas – O voto era para defende-lo em Hogwarts enquanto cumpria a missão que o Lord deu a ele...


-Então não há mais nada que o ligue ao garoto? – ele acariciava os ombros dela.


-Ele gosta muito de Draco – ela falou com a voz mais embargada que antes – sei que vai cuidar dele para mim...


-Claro.


O clima de novo. Ela passou a mão pelos cabelos tentando se acalmar.


-Sou seu amigo Narcisa... sempre fui.


-Eu sei Frank – a voz fraca.


-Não vou deixa-lo sofrer...


-Frank...


-Vai ser rápido... e tudo terá acabado.


Não se contendo mais a sra. Malfoy começou a chorar. Levou a mão ao rosto tentando esconder o desespero, ele continuava a acariciar-lhe os ombros.


-Você é pai Frank... não pode tirar meu filho de mim...


-Sou pai e você não tem idéia das coisas que meu filho falou do seu. E ele não é mais seu, é de Voldemort agora...


-NÃO – desespero – é meu filho e ninguém vai tirá-lo de mim. Nem você, nem o Lord, nem o Lucio...


-É um verme – falou com sua voz estilo Snape – amaldiçoado pelos próprios atos. E terá o fim que merece.


Em seus soluços a sra. Malfoy deixou os olhos percorrerem a mesa onde todos a olhavam com uma certa pena. Seus olhos viram a família Waesley ali. Arthur, Molly, Gui, Carlinhos e Rony. Seus olhos derramavam lágrimas amargadas. Ela os observava pensativa, quando todos achavam que ela teria um acesso e atacaria a família ela falou tristemente.


-Sete? Sete filhos! – os olhos dela brilhavam – Merlin, porque eu só tive um? – falava para si – Porque justo o meu entre tantos?


Pareceu voltar a si. Limpou as lagrimas, gesto inútil uma vez que continuava a chorar. Quando falou se dirigiu ao sr. Longbottom outra vez, embora estivesse ainda de costas para ele.


-Frank... é meu único filho... por favor... eu lhe imploro... por tudo que já vivemos como amigos... não o mate, não o tire de mim!


Estava implorando. A sra. Waesley levou a mão a boca penalizada. Hermione parecia prestes a fazer o mesmo. McGonagal lacrimejou, Tonks segurou a mão de Lupim. Harry lembrou da Torre de Astronomia, lembrou de Malfoy baixar a varinha...


-Você perdeu seu filho quando o entregou ao Lord das Trevas. – Longbottom era o único que parecia não ter sido afetado pelo desespero da mulher – Não há nada que eu possa fazer, foi você que matou seu filho...


-Eu não fiz isso... o Lord o tirou de mim para punir Lucio, eu não pude fazer nada...


-O garoto não presta, isso é fato!


-Não! Frank, você lembra... é só meu garotinho de olhos claros que as pessoas costumavam elogiar por ser tão quietinho, tão frágil...


-Não Narcisa, é um bruxo das Trevas perigoso.


-É um menino, só isso!


-É da família Malfoy! E como todos da família só dá valor ao sangue puro e as Artes das Trevas.


-Isso é um absurdo!


Neste momento um murmúrio chamou atenção dos dois. Ninguém na mesa acreditava no que estavam ouvindo. Os Malfoys, amigos de trouxas, dava vontade de rir, se não fosse num ato de desespero que ela falava.


-Bem Narcisa, parece que ninguém na mesa acha isso absurdo.


-Porque eles não sabem, não lembram ou não querem lembrar. Mas para você é como se fosse ontem, você quem disse...


-Sim, e lembro como se fosse ontem de Lucio dizer ao tribunal que estava sob a Maldição Imperius quando EU o prendi torturando trouxas...


-Então deve lembrar também – a pressa na voz dela denotava seu desespero – que meu melhor amigo é mestiço...


-Coisa que eu tenho certeza seu marido não sabe, ou ele não seria mais seu melhor amigo.


-Deve lembrar também que eu era amiga de uma nascida trouxa
importantíssima para a guerra e para a Ordem – ela se remexia na cadeira – Lembra que eu era amiga de Lílian Potter?


Silêncio. Harry ficou paralisado. Olhou para Hermione que retribuiu o olhar. Moody e Longbottom se encararam por uns segundos. Lupim estava surpreso.


-Não chamaria de amizade o tempo em que estudaram em Hogwarts.


-Mas eu era amiga dela. Deles – apontou para Lupin – Não lembra que meu primo Sirius andava com eles? E eu falava com Lílian desde que nos tornamos monitoras por nossas casas... não éramos intimas mais até que nos dávamos bem... e cheguei até a namorar um mestiço naquela época... não pode dizer que eu tenho preconceito de sangue!


Ela se mexia na cadeira tentando puxa-lo e olha-lo nos olhos. Ele parecia refletir. Mais uma vez suspense. Harry tentava imaginar sua mãe andando com a mãe de Malfoy mas não conseguia. Também se perguntou se o mestiço era quem estava pensando.


-Tem razão Narcisa, não posso. – ela suspirou aliviada – só o que posso fazer é lamentar que seu filho se pareça mais com o pai do que com a mãe.


O desespero voltou.


-Frank... meu filho não é como o Lucio! Ele não se importa tanto assim com sangue...


-Soube que quando a Câmara Secreta foi aberta alguns anos ele era o principal suspeito, mesmo aos doze anos todos achavam que na escola ninguém queria ver os nascidos trouxas mortos tanto quanto ele.


-Você sabe como é o Lucio, tentava colocar coisas na cabeça dele...


-E hoje ele é um Comensal da Morte, então acho que Lucio conseguiu.


-Não! – ela falou em triunfo – meu filho ainda tem salvação Frank, se você me ajudar podemos traze-lo para o lado certo...


-E você está do lado certo? – ele a cortou.


-Sempre estive! – então ergueu a manga da veste para mostrar o braço limpo, sem marcas. Ali onde todos pensavam estar marcada na carne a Marca Negra.


-Então porque entregou seu único filho?


-Eu não o entreguei – agora havia esperança em sua voz – Frank, você precisa me ajudar, precisamos resgatar o meu filho... ele ainda tem salvação!
Ela segurou a mão dele entre as suas, parecia delirar.


-Ele ainda pode ser aquele garotinho que todos elogiavam, você só tem que ajuda-lo outra vez.


-Não se ajuda um Comensal da Morte.


-Como eu disse Lucio tentou fazer a cabeça de meu filho...


-E pelo visto funcionou.


-Mas ninguém pode fazer o coração - ela sorria esperançosa, parecia ter achado uma saída – não vou entregar meu filho ao Lord! Ainda quero me orgulhar dele de novo entende...


-Comensais não têm coração.


-Então meu filho não é um deles!


-Narcisa – ele abaixou-se ao lado dela – sempre soube que seria uma mãe coruja, mas não pode evitar o fato que Lucio transformou o garoto num verme, preconceituoso e...


Narcisa colocou o dedo nos lábios dele silenciando-o.


-Meu filho não é preconceituoso – falou num sussurro, mas devido ao silêncio todos ouviram – ele se parece mais comigo do que você pode imaginar.


-Então o jovem Draco Malfoy é um amigo dos trouxas? – falou afastando a mão dela.


-Não – falou sorrindo- mas está apaixonado por uma nascida trouxa. Ou como ele costuma dizer “Intragável sabe-tudo sangue-ruim”


Hermione ficou em choque. Rony pareceu ficar vermelho de raiva. Harry não acreditou no que estava ouvindo.


-Não entendi.


-Que parte?


-Você disse que seu filho está apaixonado por uma nascida trouxa e que chama ela de “sangue-ruim”. Não me parece uma declaração, ou o romantismo mudou?


Ela sorriu. Agora estava confiante.


-Draco só tem um assunto nas férias: “a sabe-tudo”. A senhorita-perfeição. Monitora, melhores notas, aluna modelo e linda. Varias vezes ele fica comentando que ela devia usar o cabelo sempre do mesmo jeito que usou no Baile de Inverno, porque ela estava magnifica! Mas é engraçado como funciona o coração dos jovens porque ele fala nela o tempo todo mas se você perguntar se ele está gostando dela, aí ele se zanga e muda radicalmente de assunto... não demorei a perceber, acho que percebi bem antes dele, mas demorei muito para ter uma simples confirmação, um leve sorriso quando, uma vez que Lucio já estava preso e eu desconfiada dos sentimentos de Draco com relação a garota, eu disse que não me incomodaria se ele estivesse gostando de alguém que não tivesse o sangue tão puro quanto o nosso. Ele mudou de assunto, mas aquele leve sorriso era e confirmação mais do que suficiente que podíamos começar de novo... uma vida normal... feliz...– o sorriso desapareceu – ...mas ai veio a Bella...


-Bellatrix? – o brilho nos olhos.


-Então Bella disse que o Lord queria Draco... – a voz sumiu, virou sussurro, as lágrimas voltaram – então deram aquela maldita missão a ele e a paz acabou. Só se falava nisso, só se pensava nisso... o Lord levou meu filho...


-Foi a Bellatrix – os olhos de Longbottom brilhavam – foi ela quem foi busca-lo. Foi ela que destruiu a paz, foi a Bellatrix! Podemos resolver isso, foi ela!


-É – ela não parecia muito certa – depois de Bella leva-lo ele voltou com a Marca. O Lord o tinha marcado para punir a Lucio pelos seus erros.


Ela parecia perdida em pensamentos os olhos de Longbottom brilhavam mais que antes.


-Severo me disse uma vez que a Marca Negra que tinha era mais que uma ligação ao Lord, mais que uma cicatriz, - Longbottom falou mancinho, lembrando as palavras – Era a saudade de algo inexistente, estava ali para lembra-lo da vida que poderia ter tido.


Ela o olhou em compreensão. Sorriu mais triste que antes e confirmou com a cabeça.


-Desde que Draco foi marcado, não ouvi mais ele dizer o nome Granger...


-Granger? – Longbottom tentou lembrar onde o ouvira e mecanicamente se virou para Harry.


Todos olhavam o trio agora. Rony estava tão vermelho que não parecia passar bem. Harry estava com a sensação que era uma piada. Impossível! Inadmissível! Loucura! Olhou para Hermione a menina estava tão vermelha quanto era possível ficar. O silêncio chegava a doer nos ouvidos. Mione falou envergonhada.


-Sra. Malfoy – ela não tinha palavras – deve estar muito enganada – parecia querer se esconder – nós conhecemos seu filho em Hogwarts e o que a Sra. disse não faz sentido algum.


A sra. Malfoy parecia intrigada, o sr. Longbottom soltou uma leve exclamação quando lembrou onde ouvira o nome Granger.


-Porque eu estaria enganada?


-Bem... porque... Hermione Granger sou eu!


Silêncio.


-Eu sei. – falou como se fosse lógico.


-Ele me odeia!


-Nunca pense que conhece o coração de um rapaz. Acredite, eles conseguem ser mais complicados do que os das garotas!


-Complicações amorosas de adolescentes não é o caso no momento – Longbottom voltou a reunião, Mione não parecia mais tão capaz de prestar atenção como sempre – então o garoto tem uma chance?


-Sim!


-E você? Vai para casa ficar esperando noticias?


Ela hesitou, pareceu refletir por um momento. Olhou para todos na mesa parando um pouco em Harry e Hermione, depois voltou o olhar para Longbottom. Estava decidida.


-Não. Agora eu vou para o lado certo.


-A Narcisa Black que conheci faz anos era muito orgulhosa para mudar de lado. Se você abandonar o lado das Trevas estará abandonando seu marido imagino, e toda a vida que tiveram juntos. Seu orgulho deixará você abandonar o nome Malfoy?


-Sou mãe... não posso me dar ao luxo de ter orgulho... – mais um sorriso triste.


-Então está abandonando a Família Malfoy?


Hesitação, silêncio, murmúrio.


-Sim...


-Bem vinda a Ordem da Fênix! – ele estendeu a mão e ela a apertou firme – pelo que me lembro você é uma excelente bruxa!


Ele levantou-se e falou em seu tom de liderança se dirigindo a mesa.


-Quero apresentar a mais nova integrante da Ordem da Fênix!


Silêncio.


-Narcisa Black!


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~~~§~~~LARA MALFOY~~~§~~~

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